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Imagens de professoras e redes cotidianas de conhecimentos

Images of teachers and webs of knowledge in daily work

Resumos

O artigo discute a formação de professores a partir da compreensão que a mesma se dá em inúmeros contextos cotidianos, nos quais o 'formando' vive, dentro da idéia de redes de conhecimentos. Apresentando resultados de duas pesquisas diferentes, relaciona os conhecimentos incorporados em diversos cotidianos, a partir da memória de professores. Em uma segunda parte, na análise de imagens de professores, indica a complexidade da prática pedagógica, o que impõe a necessidade de uma formação que dê conta disso.

rede de conhecimentos; memória de professores; imagens de professores


The article discusses the formation of teachers understanding that it takes place in countless daily contexts experienced by the subject, according to the idea of nets of knowledge. Presenting results of two different researches, it connects knowledges incorporated in the everyday life of different people, through the concept of memory of teachers. In the second part, the analysis of the images of teachers indicates the complexity of the pedagogical practice, which imposes the necessity of a formation able to deal with these complexities.

nets of knowledge; memories of teachers; images of teachers


DOSSIÊ: AS DIMENSÕES DA FUNÇÃO DOCENTE NA ATUALIDADE: QUESTÕES INVESTIGATIVAS, CONCEITUAIS E POLÍTICAS

Imagens de professoras e redes cotidianas de conhecimentos* * As pesquisas que deram origem a este texto são várias e foram financiadas pelo CNPq, FAPERJ/UERJ dentro do Programa Prociência. Como sempre, acho necessário indicar que a escolha do feminino tem a ver com uma posição político-acadêmica. Ao me referir a esse grupo profissional no feminino, nele estou incluindo professores de todos os gêneros. Faço notar, também, que todos os termos estão, propositalmente, no plural, indicando o caráter múltiplo de todos eles. 1 Esses termos aparecem juntos para indicar a necessidade que temos de ir além dos limites que herdamos das ciências modernas. 2 Como se explica em nota anterior, a autora hoje prefere usar a expressão espaçotempo no lugar de "esferas" como aparece no texto citado. 3 Insistimos nessa maneira de dizer (não muito sonora) para mostrar que os estudos do cotidianos são feitos com os/as pesquisadores/pesquisadoras neles inteiramente mergulhados/as. 4 As falas de professoras trazidas nesta parte do texto têm a ver, mais proximamente, com a pesquisa Construção do conhecimento sobre currículos por equipes pedagógicas de secretarias municipais de educação, na qual dividi a coordenação com Inês Barbosa de Oliveira (Uerj) e Joanir Gomes de Azevedo (UFF). O projeto teve financiamento CNPq e Faperj/uerj dentro do Programa Prociência. 5 Essa data marca o surgimento da Comissão Nacional em Defesa dos Cursos de Formação de Professores, cuja primeira presidente foi Marcia Aguiar, que deu origem, em 1992, à Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação), cujo primeiro presidente foi Luiz Carlos de Freitas. 6 Colégio Estadual Alzira Vargas, localizado no município de Angra dos Reis. 7 Já nesta parte, as imagens usadas têm a ver com o Laboratório Educação e Imagem, da Faculdade de Educação, da Uerj, cujo banco começa a ser informatizado, mas que existe em projeto de Inês Barbosa de Oliveira, meu e de nossos orientandos no Proped, desde 1995. A pesquisa que serviu de basa a este item tinha como título Memórias de professoras sobre televisão: o cotidiano escolar e a televisão na reprodução, transmissão e criação de valores. Foi financiada pelo CNPq e pela Faperj/Uerj, dentro do Programa Prociência. 8 Elas são infinitas. Para corroborar essa afirmativa, peço aos leitores que recorram a suas próprias lembranças das tantas escolas nas quais foi/é praticante de currículo. 9 Encontrada em BERTIN e COURAULT (1998). 10 O texto deverá ser publicado ainda este ano dentro da Coleção Metodologia e pesquisa do cotidiano, pela D,P&A, em um livro que será apresentado no XII Endipe (agosto/2004). 11 Essa fotografia é de Robert DOISNEAU, um dos mais conhecidos fotógrafos franceses, e foi tirada em uma escola nos anos cinqüenta do século XX; encontrada em CHANET et al. (1999), em que tem o título École primaire, rue Verneuil, Paris 7e, 1956. 12 Essa fotografia é de autor desconhecido e foi tirada no início dos anos sessenta. Encontrada em BERTIN e COURAULT (1998).

Images of teachers and webs of knowledge in daily work

Nilda Alves

Professora titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: nildaalves@uol.com.br

RESUMO

O artigo discute a formação de professores a partir da compreensão que a mesma se dá em inúmeros contextos cotidianos, nos quais o 'formando' vive, dentro da idéia de redes de conhecimentos. Apresentando resultados de duas pesquisas diferentes, relaciona os conhecimentos incorporados em diversos cotidianos, a partir da memória de professores. Em uma segunda parte, na análise de imagens de professores, indica a complexidade da prática pedagógica, o que impõe a necessidade de uma formação que dê conta disso.

Palavras-chave: rede de conhecimentos, memória de professores, imagens de professores.

ABSTRACT

The article discusses the formation of teachers understanding that it takes place in countless daily contexts experienced by the subject, according to the idea of nets of knowledge. Presenting results of two different researches, it connects knowledges incorporated in the everyday life of different people, through the concept of memory of teachers. In the second part, the analysis of the images of teachers indicates the complexity of the pedagogical practice, which imposes the necessity of a formation able to deal with these complexities.

Key-words: nets of knowledge, memories of teachers, images of teachers.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Texto recebido em 18 fev. 2004

Texto aprovado em 15 jun. 2004

  • ALVES, N. Trajetórias e redes na formação de professores Rio de Janeiro: DP&A, 1998.
  • BERTIN, F.; COURAULT, P. Vive la récré!... Rennes: Ouest-France, 1998.
  • CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano - artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
  • CHANET et al. L'abcdaire de l'école de la France Paris/Chalon sur Saône, Flammarion/ANCR, 1999.
  • COUTINHO, E. O cinema documentário e a escuta sensível da auteridade. In: ANTONACCI, M. A.; PERELMUTTER, D. (Orgs.). Projeto História - ética e história oral. São Paulo: PUC/SP, n. 15, p. 165-191, abr. 1997.
  • GINZBURG, C. Mitos, emblemas e sinais - morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
  • MANGUEL, A. Lendo imagens São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  • *
    As pesquisas que deram origem a este texto são várias e foram financiadas pelo CNPq, FAPERJ/UERJ dentro do Programa Prociência. Como sempre, acho necessário indicar que a escolha do feminino tem a ver com uma posição político-acadêmica. Ao me referir a esse grupo profissional no feminino, nele estou incluindo professores de todos os gêneros. Faço notar, também, que todos os termos estão, propositalmente, no plural, indicando o caráter múltiplo de todos eles.
    1 Esses termos aparecem juntos para indicar a necessidade que temos de ir além dos limites que herdamos das ciências modernas.
    2 Como se explica em nota anterior, a autora hoje prefere usar a expressão
    espaçotempo no lugar de "esferas" como aparece no texto citado.
    3 Insistimos nessa maneira de dizer (não muito sonora) para mostrar que os estudos do cotidianos são feitos com os/as pesquisadores/pesquisadoras neles inteiramente mergulhados/as.
    4 As falas de professoras trazidas nesta parte do texto têm a ver, mais proximamente, com a pesquisa
    Construção do conhecimento sobre currículos por equipes pedagógicas de secretarias municipais de educação, na qual dividi a coordenação com Inês Barbosa de Oliveira (Uerj) e Joanir Gomes de Azevedo (UFF). O projeto teve financiamento CNPq e Faperj/uerj dentro do Programa Prociência.
    5 Essa data marca o surgimento da Comissão Nacional em Defesa dos Cursos de Formação de Professores, cuja primeira presidente foi Marcia Aguiar, que deu origem, em 1992, à Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação), cujo primeiro presidente foi Luiz Carlos de Freitas.
    6 Colégio Estadual Alzira Vargas, localizado no município de Angra dos Reis.
    7 Já nesta parte, as imagens usadas têm a ver com o Laboratório Educação e Imagem, da Faculdade de Educação, da Uerj, cujo banco começa a ser informatizado, mas que existe em projeto de Inês Barbosa de Oliveira, meu e de nossos orientandos no Proped, desde 1995. A pesquisa que serviu de basa a este item tinha como título
    Memórias de professoras sobre televisão: o cotidiano escolar e a televisão na reprodução, transmissão e criação de valores. Foi financiada pelo CNPq e pela Faperj/Uerj, dentro do Programa Prociência.
    8 Elas são infinitas. Para corroborar essa afirmativa, peço aos leitores que recorram a suas próprias lembranças das tantas escolas nas quais foi/é praticante de currículo.
    9 Encontrada em BERTIN e COURAULT (1998).
    10 O texto deverá ser publicado ainda este ano dentro da Coleção Metodologia e pesquisa do cotidiano, pela D,P&A, em um livro que será apresentado no XII Endipe (agosto/2004).
    11 Essa fotografia é de Robert DOISNEAU, um dos mais conhecidos fotógrafos franceses, e foi tirada em uma escola nos anos cinqüenta do século XX; encontrada em CHANET et al. (1999), em que tem o título
    École primaire, rue Verneuil, Paris 7e, 1956.
    12 Essa fotografia é de autor desconhecido e foi tirada no início dos anos sessenta. Encontrada em BERTIN e COURAULT (1998).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Mar 2015
    • Data do Fascículo
      Dez 2004

    Histórico

    • Aceito
      15 Jun 2004
    • Recebido
      18 Fev 2004
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