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Dez anos de videoendoscopia ginecológica no Brasil

Editorial

Ginecologia

DEZ ANOS DE VIDEOENDOSCOPIA GINECOLÓGICA NO BRASIL

Há dez anos, poucos imaginavam que esta técnica viesse revolucionar a Ginecologia, quer no seu arsenal diagnóstico como também nas técnicas cirúrgicas. A idéia de penetrar dentro das cavidades do corpo humano sem recorrer a procedimentos invasivos, cuja morbidade e mortalidade devem ser consideradas, norteou alguns estudiosos em meados de 1810 a criar técnicas e instrumentos que evitassem grandes incisões e fossem minimamente invasivas. Neste século estes conceitos se tornaram realidade às custas de avanços tecnológicos que possibilitaram penetrar dentro da cavidade abdominal e uterina, a fim de estabelecer diagnósticos mais precisos e intervenções cirúrgicas menos agressivas. No início dos anos 90, esta técnica dava seus primeiros passos, apesar da descrença da grande maioria da comunidade médica. Como toda técnica inovadora, expõe as verdades absolutas até então à dúvidas, a uma revisão de conceitos, a um novo paradigma. Apesar de barreiras que foram sendo colocadas à introdução de uma nova técnica, um grupo de pioneiros continuou a acreditar que a videoendoscopia, assim como a ultrasonagrafia e a fertilização assistida mudariam vários aspectos dentro da ginecologia. Os méritos destas revoluções na medicina não vão propriamente para os pioneiros, mas sim para aqueles que conseguem convencer a comunidade ginecológica da validade destas mudanças. A videoendoscopia em ginecologia pode ser utilizada para diagnóstico e tratamento de anormalidades da cavidade uterina (videohisteoscopia) da tuba uterina (videosalpingoscopia) e da cavidade abdominal (videolaparoscopia). Estas cavidades são virtuais e os exames indiretos para sua avaliação como RX, ultra-sonografia, tomografia, histerosalpingrafia, quando indicados, têm suas limitações. Técnicas como curetagem uterina diagnóstica e laparotomia exploradora são substituídas por uma histeroscopia diagnóstica ambulatorial e por uma minilaparoscopia, respectivamente, com poucas horas de permanência hospitalar. Miomectomias, istectomias, oforectomias, histerectomias, etc são hoje realizadas por videoendoscopia. Deve-se considerar sempre o triângulo de segurança representado pela seleção da paciente, escolha de equipamento adequado e treinamento da equipe.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Jan 2001
  • Data do Fascículo
    Out 2000
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