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II Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias

Diretrizes

Clínica Médica

II CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIAS

Segundo os dados do Datasus a associação de doença isquêmica do coração (n= 17.267) e infarto do miocárdio (n= 56.369) foi responsável por cerca de 73 mil óbitos em 1997. Dentre os clássicos fatores de risco para a aterosclerose temos hipertensão arterial, fumo, história familiar, sedentarismo, diabete melito, o colesterol elevado do sangue e níveis reduzidos de HDL-colesterol. Com o advento das vastatinas foi demonstrado que o controle do colesterol, principalmente o LDL-colesterol, reduz os eventos coronários, necessidade de revascularização do miocárdio e principalmente a mortalidade. O II Consenso Brasileiro Sobre Dislipidemias visou normatizar a determinação do colesterol e triglicérides, e estabeleceu metas para a prevenção da aterosclerose. Considera-se hipercolesterolemia quando o colesterol total e o LDL-colesterol são respectivamente > 240 mg/dL e >160 mg/dL. Ocorre hipertrigliceridemia se os triglicérides forem > 200 mg/dL e o HDL-colesterol é considerado reduzido se for < 35 mg/dL. Entretanto, as metas de prevenção são um pouco diferentes, já que a maior parte dos infartos do miocárdio ocorre em pessoas sem colesterol alto. Dessa forma, na prevenção secundária, ou seja, pacientes portadores de doença coronária a recomendação para o LDL-colesterol é <100 mg/dL. Para a prevenção primária de alto risco (dois ou mais fatores de risco, além do colesterol elevado, exceto diabete melito) LDL-colesterol < 130 mg/dL. Em indivíduos com menos que dois fatores de risco além do colesterol, o LDL-colesterol deverá ser < 160 mg/dL. Para todos os casos os triglicérides deverão ser < 200 mg/dL e o HDL-colesterol > 35 mg/dL. Os portadores de diabete melito são considerados um grupo à parte devido a seu alto risco de aterosclerose. Neles o LDL-colesterol deverá ser < 100 mg/dL e os triglicérides < 150 mg/dL. Apesar das recomendações, dados sugerem que o Consenso Brasileiro é seguido em menos da metade dos casos de prevenção secundária.

Comentário

Apesar das recomendações terem sido publicadas há quatro anos, dados sugerem que o Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias seja seguido em menos da metade dos casos de prevenção secundária da aterosclerose (Santos RD et al. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2000; 75:289-295). A Sociedade Brasileira de Cardiologia está atualizando as recomendações, além de promover cursos de educação médica continuada para corrigir as falhas nas condutas dos médicos.

Raul Dias dos Santos Filho

Referência

• II Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias. Detecção, avaliação e tratamento. Arq Bras Cardiol; 1996;67:1-16

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Jan 2001
  • Data do Fascículo
    Out 2000
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