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Indicações para cinecoronariografia na angina estável

Diretrizes

Medicina Baseada em Evidências

INDICAÇÕES PARA CINECORONARIOGRAFIA NA ANGINA ESTÁVEL

Classe I

Indicação que existe evidência que o procedimento é útil e efetivo.

Classe II

Indicação que existem divergências a respeito da utilidade e eficácia do procedimento.

II - a) A evidência favorece a indicação

II - b) A evidência é menos favorável à indicação

Classe III

Condição em que há evidência de que o procedimento não é útil ou efetivo.

Nível A de Evidência: dados provenientes e múltiplos estudos clínicos aleatórios.

Nível B de Evidência: dados provenientes de um único estudo aleatório ou de estudos não-aleatórios.

Nível C de Evidência: dados provenientes de opinião de "experts".

Classe I

1. Pacientes com angina classe III ou IV pela Sociedade Canadense de Cardiologia (CCS) com tratamento medicamentoso (nível B de evidência)

2. Pacientes com teste não-invasivo de alto risco independente do grau de angina (nível A de evidência) tais alterações são:

a) Áreas extensas de hipoperfusão ou de hipocontratilidade (principalmente em região anterior do VE) durante o estresse

b) Múltiplas áreas de hipoperfusão ou hipocontratilidade, moderadas, durante o estresse

c) Área de hipoperfusão com captação pulmonar do radionuclídeo ou dilatação ventricular

d) Presença de alterações da contratilidade acometendo mais de dois segmentos em doses baixas de dobutamina (£10mg/kg/m) ou com freqüência cardíaca baixa (<120 bpm)

e) Infra de ST no teste ergométrico com freqüência cardíaca <120 bpm

f) Infra de ST ³ 2mm ou com duração ³ 6m na recuperação

g) Infra de ST em múltiplas derivações ou supra de ST

h) Diminuição na pressão sistólica >10mm Hg ou resposta deprimida (£130mm Hg) com alteração eletrocardiográfica

3. Pacientes ressuscitados de parada cardíaca (morte súbita), pacientes com taquicardia ventricular sustentada monomórfica ou com taquicardia ventricular não sustentada polimórfica (nível B de evidência)

Classe II a

1. Pacientes com angina classe III ou IV da CCS que melhoram para classe I ou II com medicação (nível C de evidência)

2. Testes não-invasivos seriados mostrando piora das alterações (nível C de evidência)

3. Pacientes com angina ou suspeita de DAC que, por algum motivo, não possam ser submetidos a testes não-invasivos (nível C de evidência)

4. Angina classe I ou II com intolerância à medicação (nível C de evidência)

5. Pacientes cuja profissão envolve a segurança de outros (pilotos de avião, motoristas de ônibus, bombeiros, etc.) com teste não-invasivo alterado, mas sem sinais de alto risco ou com variáveis clínicas que denotam alto risco (nível C de evidência)

Classe II b, nível C de evidência

1. Angina classe I ou II com teste não-invasivo positivo para isquemia, mas sem critérios de alto risco

2. Paciente do sexo masculino ou mulheres após a menopausa com dois fatores de risco maiores (hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemia e diabetes) com teste não invasivo positivo, mas sem critérios de alto risco e sem DAC comprovada previamente

3. Pacientes com IAM prévio com função ventricular normal, teste não-invasivo positivo, mas sem critérios de alto risco

4. Pacientes transplantados cardíacos para avaliação periódica

5. Pacientes candidatos a transplante hepático, pulmonar ou renal com idade ³40 anos

Classe III, nível C de evidência

1. Pacientes com angina que se recusam a revascularização miocárdica

2. Pacientes com angina que não tenham condições de revascularização miocárdica ou esta conduta não melhore a qualidade ou duração de vida

3. Em pacientes assintomáticos como rastreamento para DAC

4. Após cirurgia de revascularização miocárdica ou angioplastia sem evidência de isquemia no teste não-invasivo

5. Pacientes com calcificações coronárias em testes de rastreamentos como a fluoroscopia, tomografia, ressonância,etc. sem os critérios descritos acima.

Comentário

As indicações acima são uma reprodução das recomendações da American Heart Association para pacientes com angina ou suspeita de doença aterosclerótica coronária. Muitas vezes é necessária a avaliação de cada caso isoladamente, tendo sempre uma conduta baseada em estudos com metodologia adequada (classe I). Para um melhor detalhamento dessas indicações, o leitor deve se reportar ao artigo original.

JOSÉ MARCONI ALMEIDA DE SOUSA

Referências

1. ACC/AHA Guidelines for coronary angiography: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task force on practice guidelines Developed in collaboration with the Society for Cardiac Angiography and Interventions. J Am Coll Cardiol 1999; 33:1756-824.

2. ACC/AHA Guidelines for percutaneous coronary intervention: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. JACC 2001;37:2239.

3. Antman EM, Cohen M, Bernink PJLM, McCabe CH, Horacek T, Papuchis G et al. The TIMI Risk Score for Unstable Angina / Non-ST elevation MI: a method for prognostication and therapeutic decision making. JAMA 2000;284:835-42.

4. Braunwald E. Unstable angina: a classification. Circulation 1989;80: 410-14.

5. Cannon CP, Braunwald E. Unstable angina. In: Braunwald E, Zipes DP, Libby P. Heart disease: a textbook of cardiovascular medicine. Philadelphia: W. B. Saunders Company; 2001. p.1232-71.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Nov 2001
  • Data do Fascículo
    Set 2001
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