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Quando indicar e qual o resultado da biópsia pulmonar a céu aberto?

À beira do leito

Pediatria

QUANDO INDICAR E QUAL O RESULTADO DA BIÓPSIA PULMONAR A CÉU ABERTO?

O diagnóstico etiológico nas pneumopatias agudas, difusas e graves é um desafio muito grande. O dilema do pediatra na busca da definição etiológica passa por duas estratégias. A primeira diz respeito à utilização de técnicas não-invasivas (estudos de imagem, sorologias, culturas de sangue e secreção pulmonar, PCR no sangue e secreções), que poderão dar no máximo 50% de resposta e quase sempre muito demoradas, retardando uma terapêutica mais objetiva o que pode ser crítico para a sobrevida do paciente. Os casos graves exigem a par da introdução de uma terapêutica empírica inicial, baseada na freqüência etiológica local, técnicas com respostas rápidas em relação à etiologia para re-alinhamento da terapêutica.

Essa segunda estratégia é útil na elucidação das infecções primárias ou hospitalares, e fundamental nas situações de insuficiência respiratória grave, quando a mortalidade sem uma intervenção mais agressiva e objetiva no diagnóstico e terapêutica ultrapassa os 60%.

Assim, a indicação da biópsia pulmonar a céu aberto deve ser feita para as pneumopatias difusas evoluindo com insuficiência respiratória, não-responsiva à terapêutica empírica inicial. Esta indicação não pode ser retardada na sua indicação, pois o desenvolvimento de fibrose pulmonar é progressivo e além de determinada situação, inviabiliza uma melhor evolução da criança, mesmo com tratamento correto da etiologia primária.

Essa estratégia elucida o diagnóstico e indica a mudança da terapêutica inicial em até 80% dos casos. É um procedimento seguro, com taxas de complicações baixas.

A par do esclarecimento etiológico, os dados anatomopatológicos são importantes na formulação prognóstica do caso.

Portanto, a biópsia pulmonar a céu aberto é um procedimento que deve ser sempre considerado nas condições expostas de indicação.

EVANDRO R. BALDACCI

Referências

1. Bousso A, Baldacci ER, Fernades JC, Fernandes ICO, Cordeiro AMG, Otoch JP, et al. Contribuição da biópsia pulmonar a céu aberto na avaliação de pneumopatias difusas e agudas em unidade de terapia intensiva pediátrica. J Pneumol 2002; 28:30-40.

2. Sakane PT, Katayama DM, Freddi NA, Carvalho MF, Saldiva PHN, Pillegi FL, et al. Biopsia pulmonar a ceú aberto em crianças para diagnóstico histopatológico de doença pulonar difusa de evolução grave. AMB Rev Assoc Med Bras 1987; 33:7-10

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Set 2002
  • Data do Fascículo
    Jun 2002
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