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Profilaxia de trombose venosa profunda

Diretrizes em foco

Clínica Médica

PROFILAXIA DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

Em 1998, foi publicada uma revisão das diretrizes a respeito de diversos aspectos relacionados à anticoagulação¹. Recentemente, uma atualização destas diretrizes veio a ser publicada².

Recomendações principais:

A) Indivíduos submetidos a cirurgia geral com:

Baixo risco de tromboembolismo ¾ neste grupo não há evidência para se realizar profilaxia (recomendação nível 1C; neste nível tal recomendação pode mudar a partir de estudos com evidências mais fortes).

Risco moderado ¾ neste grupo recomenda-se heparina não fracionada em baixa dose, heparinas de baixo peso, compressão intermitente de membros inferiores ou meias elásticas (evidência 1A; recomendação feita a partir de estudos randomizados, com forte evidência).

Alto risco ¾ neste grupo recomenda-se heparina não fracionada ou heparina de baixo peso (evidência 1A). Nas orientações publicadas em 2001, profilaxia com compressão intermitente também é considerada evidência 1A. Nos indivíduos com tendência a sangramento, o método mecânico de profilaxia é preferido.

Risco altíssimo ¾ neste grupo combina-se método farmacológico e compressão intermitente de membros inferiores (evidência 1C).

B) Indivíduos submetidos a cirurgias eletivas de quadril ¾ a profilaxia recomendada é heparina de baixo peso iniciada 12 horas antes do procedimento, ou anticoagulante por via oral (INR 2,0 a 3,0) imediatamente após a cirurgia (recomendação 1A).

C) Indivíduo submetido a cirurgias de joelho ¾ é recomendado heparina de baixo peso, anticoagulante por via oral ou compressão intermitente (1A de recomendação). Nos casos de fratura de bacia o uso pré-operatório de heparina de baixo peso ou anticoagulante oral (INR 2,0 a 3,0) é recomendação 1B em 2001.

D) Nas condições clínicas de IAM e AVC isquêmico ¾ o uso de heparina em baixa dose ou anticoagulação plena tem recomendação 1A (1998/2001). Havendo contra-indicação para anticoagulação, métodos mecânicos têm indicação 1C em 2001.

E) Pacientes com ICC e /ou BCP ou em outras condições clínicas que apresentem fator de risco para TVP (câncer, p.ex) ¾ a recomendação de profilaxia com heparina de baixo peso ou fracionada recebe recomendação 1A em 2001.

Recomendações especiais para cirurgias ginecológicas e urológicas aparecem na revisão de 2001.

Comentário

A discussão a respeito da realização de profilaxia para tromboembolismo venoso baseia-se no fato de que tal doença pode apresentar-se clinicamente de maneira silenciosa, de sua alta prevalência entre pacientes hospitalizados e da alta probabilidade de graves complicações clínicas decorrentes desta patologia. É incorreto aguardar sintomas, confiar nas técnicas diagnósticas para depois tratar o paciente, a profilaxia é o melhor caminho. Assim, todo hospital deve desenvolver uma estratégia formal de prevenção de tromboembolismo.

Em ambas revisões, os pacientes clínicos com doenças que aumentam o risco de tromboembolismo continuam a ser abordados de forma superficial sendo o principal enfoque dado aos pacientes cirúrgicos.

CARLOS ALBERTO BALDA

Referências

1.Clagett GP, Anderson FA Jr, Geerts WH, Heit JA, Knudson M, Lieberman JR, et al. Prevention of venous thromboembolism. Chest 1998; 114:531S-60S.

2. Geerts WH, Heit JA, Clagett GP, Pineo GF, Colwell CW, Anderson FA Jr, et al. Prevention of venous thromboembolism. Chest 2001;119:132S-75S.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Jan 2003
  • Data do Fascículo
    Dez 2002
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