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Indicações atuais da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) após a menopausa

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Ginecologia

INDICAÇÕES ATUAIS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) APÓS A MENOPAUSA

A Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS), após a publicação do estudo WHI, convocou um grupo de renomados especialistas em Chicago, no último mês de outubro, com o objetivo de avaliar as indicações atuais da TRH.

Ei-las:

1. O tratamento dos sintomas da menopausa (vasomotores e urogenitais) permanecem como indicação primária, tanto para a terapia de reposição isolada com estrogênios (TRE), quanto para a associação estrogênios/ progestógenos;

2. Os progestógenos estão indicados exclusivamente para as usuárias de estrogênio com útero intacto, com o objetivo de proteção endometrial;

3. Nenhum regime de TRH está indicado para a prevenção primária e secundária da DCV. Outras alternativas terapêuticas devem ser consideradas. Não há clareza, ainda, sobre o uso do estrogênio isolado no que tange a prevenção primária da DCV;

4. Os resultados do WHI e HERS não podem ser extrapolados para mulheres sintomáticas, na fase inicial do climatério (40 aos 50 anos) ou naquelas com menopausa prematura (<40 anos);

5. Apesar dos esteróides já terem sido aprovados pela FDA, com o intuito de prevenção da osteoporose, outras formas alternativas devem ser consideradas, avaliando sempre a equação risco-benefício;

6. O uso isolado do estrogênio ou associado ao progestógeno deve ser limitado a curtos períodos de duração, atentando especificamente para a qualidade de vida das mulheres;

7. Se indicados, os esteróides de reposição devem ser de baixas doses, pois são eficazes na melhora dos sintomas, preservação da densidade mineral óssea, além de não propiciar risco de hiperplasia endometrial;

8. Não há, até o momento, confirmação de benefícios a longo prazo do uso de esteróides por outras vias;

9. Toda mulher, candidata à utilização de terapia de reposição após a menopausa, deve ser informada sobre os riscos e benefícios.

Comentário

Essas orientações não diferem da preconizada por alguns, nos quais nos incluímos. Sempre individualizávamos e prescrevíamos a TRH para mulheres sintomáticas e/ou com osteopenia/ osteoporose. A partir do WHI e destas recomendações, entendemos que, prudentemente, a TRH só deve ser prescrita em mulheres sintomáticas, num período nunca superior a cinco anos, utilizando-se de hormônios naturais e de baixas doses. É imperioso, no entanto, sempre individualizar os casos. Monitorização anual com mamografia deve ser obrigatória. Estímulos em relação à atividade física, dieta equilibrada e abolição do tabagismo devem ser sempre considerados.

SÔNIA MARIA ROLIM ROSA LIMA

JOSÉ MENDES ALDRIGHI

Referências

1. WHI (Women´s Health Initiative). Writing Group for the Women´s Health Initiative Investigators. Risks and benefits of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women: principal rsults from the Women´s Health Initiative randomized controlled trial. JAMA 2002;228:321-333.

2. Herrigton DM, Vittinghoff E, Lin F, Fong J, Harris F, Hunninghake D, et al. Statin therapy, cardiovascular events, and total morality in the Heart and Estrogen/ Progestin Replacement Study (HERS) Circulation 2002; 105: 2962-7.

3. Amended report from NAMS Advisory Panel on Postmenopausal Hormone Therapy. NAMS Annual Meeting. Chicago; October 6, 2002.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Jan 2003
  • Data do Fascículo
    Dez 2002
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