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Necessidades de micronutrientes em nutrição parenteral

EMERGÊNCIA E MEDICINA INTENSIVA

Necessidades de micronutrientes em nutrição parenteral

Werther Bunow de Carvalho

Em 1988, a American Society of Clinical Nutrition elaborou normas para a oferta micronutrientes em soluções de nutrição parenteral em Pediatria1. Endossando estas recomendações, em publicação recente2, a ASPEN definiu duas diretrizes práticas: 1) Vitaminas e oligoelementos devem ser incluídos em todas as soluções de nutrição parenteral e fórmulas enterais; 2) Se a nutrição parenteral for administrada por períodos longos, as concentrações de vitaminas e oligoelementos devem ser monitoradas periodicamente. A primeira recomendação baseia-se em evidências de estudos prospectivos randômicos e controlados; a segunda, em opinião de especialistas e editoriais.

Comentário

Doenças que cursam com anorexia e diminuição da ingestão alimentar podem levar à deficiência de micronutrientes. A antibioticoterapia prolongada, alterando a flora bacteriana intestinal, diminui a síntese e a disponibilidade das vitaminas K e biotina. Por sua vez, o estresse rmetabólico pode causar deficiência de micronutrientes por aumentar sua utilização nos processos do metabolismo intermediário e oxidativo. Outros mecanismos são: 1) Redução da absorção; 2) Perda de micronutrientes hidrossolúveis (diarréia, sonda, fístula, diálise). No extremo dessa escala está a grande queimadura, com grandes perdas de zinco, cobre e selênio; 3) Liberação intracelular e excreção urinária, especialmente de zinco, secundária ao aumento do turnover protéico de tecidos nos estados inflamatórios. É difícil determinar a real necessidade de cada paciente e, embora as formulações para uso endovenoso possam ser adequadas para a maior parte, algumas situações demandam oferta de maiores quantidades de certos micronutrientes como o zinco e as vitaminas hidrossolúveis. Algumas doenças podem requerer a supressão ou o ajuste da dose, como a de cobre e de manganês na icterícia colestática; na insuficiência renal pode ser necessário reduzir a oferta de selênio, cromo e molibdênio e a vitamina A não deve ser suplementada. Para se evitar tanto a deficiência quanto a toxicidade, recomenda-se ofertar uma solução balanceada de micronutrientes.

Referências

1. Greene HL, Hambidge K, Schanler R, Tsang RC. Guidelines for the use of vitamins, trace elements, calcium, magnesium an phosphorus in infants and children receiving total parenteral nutrition: Report of the Subcommittee on Clinical Practice Issues of the American Society for Clinical Nutrition. Am J Clin Nutr 1988; 48:1324-42.

2. ASPEN Board of Directors and the Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN 2002; 26suppl:31SA.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2003
  • Data do Fascículo
    Jun 2003
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