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Herniorrafia inguinal convencional com anestesia local

CLÍNICA CIRÚRGICA

Herniorrafia inguinal convencional com anestesia local

Pedro Luiz Squilacci Leme; Darcy Lisbão Moreira de Carvalho; José Alberto Salinas

A inervação motora e sensitiva da pele e dos folhetos musculares e aponeuróticos da região inguinal é feita principalmente pelos nervos ílio-inguinal e ílio-hipogástrico, que são ramos do primeiro nervo lombar, mas podem receber ramos do 12º nervo torácico. O cordão espermático e o testículo são inervados pelo plexo espermático, que contém fibras simpáticas e sensitivas que seguem as raízes posteriores do décimo ao 12º nervos torácicos e primeiro nervo lombar. O pube e seu periósteo são inervados pelo segundo e terceiro nervos lombares. O nervo genitofemoral, derivado do primeiro e segundo nervos lombares, inerva o cremaster, a pele da bolsa testicular e a coxa adjacente.

Para a realização da herniorrafia inguinal convencional pode ser empregada a anestesia local, com bloqueio dos nervos da região inguinal e do cordão espermático. Esta opção é perfeitamente realizável nos doentes mais magros e pouco ansiosos. A sedação discreta e a analgesia podem contribuir para o sucesso desta opção. Entre outras vantagens temos a possibilidade de deambulação e alta precoces.

Existem pontos bem definidos para a infiltração de anestésico e o treinamento do cirurgião com o método, além da seleção adequada dos candidatos a esta opção de anestesia, é factível, principalmente em hospitais universitários, podendo ser realizada por cirurgiões em diversos níveis de aprendizado. A identificação dos ramos nervosos maiores (ílio-inguinal e ílio-hipogástrico) não é difícil durante a dissecção da região inguinal e sempre devemos tentar preservar estes nervos, evitando neurites, parestesias, hipoestesia local e mesmo atrofia muscular por denervação no pós-operatório.

Embora seja um pouco mais difícil realizar a herniorrafia com a anestesia local, este método traz vantagens aos doentes e é uma opção a ser considerada.

Referências

1. Condon RE. The anatomy of the inguinal region and its relation to groin hernia. In: Nyhus LM, Condon RE, editors. Hernia. 4th ed. Philadelphia: Lippincott; 1995. p.16-72.

2. Rahal F. Hérnias da parede abdominal anterior. In: Rahal F, Pereira V, Malheiros CA, Rodrigues FCM, Gonçalves AJ, editores. Condutas normativas – Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 9ª ed. ; 1998. p. 88-100.

3. Leme PLS. Hérnia de Spiegel – cirurgia e anatomia. Estudo de treze doentes e trinta e um cadáveres [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 1996.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Nov 2003
  • Data do Fascículo
    Set 2003
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