Acessibilidade / Reportar erro

Colostomias temporárias: quando fechar?

À BEIRA DO LEITO

CLÍNICA CIRÚRGICA

Colostomias temporárias: quando fechar?

Osvaldo Antonio Prado Castro; Rodrigo Vincenzi; Ettore Ferrari Franciulli; Paulo Kassab; Elias Jirjoss Ilias

Apesar de uma diminuição global nas últimas duas décadas do número de realizações de colostomias temporárias, este ainda é um procedimento de grande importância no arsenal de opções cirúrgicas de um cirurgião geral.

Não se encontra consenso em relação ao tempo de fechamento da colostomia. O período clássico de 8 a 12 semanas, encontrado na maioria das publicações, deve ser analisado com grande senso crítico.

A literatura atual identifica taxas de complicações extremamente variadas, com índices que vão de 9% até quase 50%, nas cirurgias de decolostomias¹.

Fatores inerentes ao próprio paciente, tais como idade, comorbidades associadas e uso crônico de medicações, exercem influência direta na morbidade dessas operações, assim como o motivo que levou à realização de uma colostomia².

Desta forma, uma diverticulite aguda complicada, um tumor de cólon obstrutivo, uma lesão colônica por projétil de arma de fogo ou arma branca, ou ainda uma perfuração durante um exame endoscópico provocam, dependendo do paciente, respostas metabólicas e endócrinas variáveis, promovendo também efeitos diversos no processo de cicatrização das feridas³.

Com isso, quando se programam as cirurgias de restituição do trânsito intestinal, o mais importante é aguardar a superação do trauma cirúrgico anterior, que é peculiar de paciente para paciente.

Não se deve jamais indicar uma decolostomia sem certificar-se do estado clínico atual do doente, assim também como a condição em que se encontram os segmentos intestinais envolvidos, avaliados através de estudos contrastados e ou endoscópicos.

Outra consideração importante é que, do ponto de vista técnico, colostomias feitas sem cuidado rigoroso, desde o correto posicionamento da alça até o uso de técnica adequada de maturação, estão intimamente relacionadas com maiores índices de complicações, devido a dificuldades técnicas no momento da decolostomia onde muitas vezes são necessárias colectomias segmentares.

Assim sendo, o mesmo cuidado e precaução tido na hora de fechar uma colostomia, deve ser seguido na hora de confeccioná-la.

Referências

1. Biondo-Simões MLP, Brenner S, Lemos R, Duck D, Rey SD. Análise das complicações pós-operatórias em decolostomias. Acta Cir Bras 2000; 15(supl. 3):53-7.

2. Wong RW, Rapapport WD, Witzke DB, Putnam CW, Hunter GC. Factors influencing the safety of colostomy closure in the eldery. J Surg Res 1994; 57(2):289-92.

3. Ghorra SG, Rzeczycki TP, Natarajan N, Pricolo VE. Colostomy closure: impact of preoperative risk factors on morbidity. Am Surg 1999; 65(3):266-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Out 2004
  • Data do Fascículo
    Set 2004
Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br