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Atualização em diagnóstico da otite média aguda na infância, baseada em evidências e centrada no paciente

ACREDITAÇÃO

Atualização em diagnóstico da otite média aguda na infância, baseada em evidências e centrada no paciente

Eulália Sakano; Luc L. M. Weckx; Moacyr Saffer; Wanderley Marques Bernardo

TEMA ABORDADO

Especialidade de abrangência: Otorrinolaringologia e Pediatria Diretriz a ser consultada: Diagnóstico da otite média aguda na infância

CENÁRIOS E QUESTÕES CLÍNICAS

1. Na otite média aguda (OMA), como diferenciar, pelos sintomas e sinais, infecção bacteriana de viral? Em relação a esta questão é falso afirmar que:

a - A probabilidade do diagnóstico de OMA em crianças menores de 4 anos, com infecção de vias aéreas superiores (IVAS), associada a dor de ouvido, é 7,5 vezes maior do que na ausência de dor.

b - Os casos com cultura positiva têm sinais e sintomas significativamente mais severos do que os casos com cultura negativa.

c - O abaulamento e a hiperemia de membrana timpânica (MT) são os dois sinais mais importantes no diagnóstico diferencial com cultura negativa.

d - A presença de miringite bolhosa define etiologia viral.

2. Quanto à etiologia da OMA por S Pneumoniae, é falso afirmar que:

a - A contagem sangüínea de leucócitos total e de neutrófilos é significativamente maior nos casos de cultura negativa, do que naqueles de S Pneumoniae.

b - A probabilidade de etiologia por S Pneumoniae quando na presença de alterações severas na membrana timpânica é 5,8 vezes maior.

c - A probabilidade de etiologia por S Pneumoniae quando na presença de dor de ouvido e temperatura retal (Tret) = 38ºC é 3 vezes maior.

d - A probabilidade de etiologia por S Pneumoniae quando na presença de alterações severas na membrana timpânica e Tret = 38ºC, no verão, é 5 vezes maior.

3. Em relação à etiologia da OMA por H Influenza, é falso afirmar que:

a - Os casos de H Influenza têm sinais e sintomas significativamente mais severos do que os casos com cultura negativa.

b - A probabilidade de etiologia por H Influenza quando na presença de conjuntivite purulenta é 9,5 vezes maior.

c - A probabilidade de etiologia por H Influenza quando na presença de conjuntivite purulenta, e com história prévia de OMA, é 13 vezes maior.

d - A contagem de neutrófilos é significativamente maior nos casos de cultura negativa do que naqueles de H Influenza.

4. Quais aspectos otoscópicos sugerem OMA? Qual a contribuição da timpanometria na OMA?

a - Na presença de abaulamento da membrana timpânica (MT), a probabilidade de a criança ter OMA é 51 vezes maior do que não ter (IC 95%: 36-73).

b - Na presença de cor opaca da MT, a probabilidade de a criança ter OMA é 34 vezes maior (IC 95%: 28-42).

c - A timpanometria aumenta em 20% a 30% a quantidade de OMA diagnosticadas.

d - O pico de pressão timpanométrico (PPT) negativo (< -100), em criança menor de 2 anos, sugere infecção viral (OR: 4,1, para cultura negativa).

RESPOSTA DA ATUALIZAÇÃO EM DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS DA TIREÓIDE

(Publicado na RAMB 2006; 52(2): ?)

1 - A dosagem de T3 também tem boa acurácia no diagnóstico do hipotireoidismo, principalmente na fase inicial, auxiliando na definição do diagnóstico (alternativa "c").

2 - Fisiologicamente, o hiperestrogenismo gestacional leva a uma diminuição dos níveis de globulina ligadora de tiroxina (TBG) e, conseqüentemente, diminuição nos níveis de T4 e T3 totais, podendo confundir a situação com hipotireoidismo (alternativa "d").

3 - Paciente com bócio uninodular. Exames mostram TSH < 0,01mU/ml, T4 livre 2,1 ng/dl, T3 358 ng/dl, TRAB 8% de inibição, ATPO 21 U/ml; cintilografia mostra nódulo único em lobo esquerdo, assumindo o funcionamento da tireóide. Pode-se tratar de Doença de Graves, pois cerca de 5% a 10% dos portadores têm TRAB e ATPO negativos (alternativa "c").

4 - Paciente de 27 anos, sexo feminino, com diagnóstico estabelecido de Doença de Graves há 4 meses, em uso de Propiltiouracil (PTU). Clinicamente em eutiroidismo, TSH 0,1m/L (ref 0,5-4,5), T4 livre 1,4ng/dl (ref 0,8-1,8), T3 170 ng/dl (ref 80-190). Deve-se aumentar a dose do PTU, pois o TSH sozinho é o melhor parâmetro no acompanhamento do tratamento do hipertiroidismo, já que este não demora muito para se normalizar (alternativa "c").

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jul 2006
  • Data do Fascículo
    Jun 2006
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