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Função da tireóide em crianças com sepse/choque séptico

PANORAMA INTERNACIONAL

EMERGÊNCIA E MEDICINA INTENSIVA

Função da tireóide em crianças com sepse/choque séptico

Ronaldo Arkader; Werther Brunow de Carvalho

Em um estudo prospectivo avaliando 49 crianças portadoras de sepse (25 crianças) e choque séptico (24 crianças), Lodha R et al.¹ realizaram dosagens admissionais de T3, T4, T4 livre, T3 livre e TSH, com o objetivo de verificar se há relação entre o perfil hormonal com a evolução clínica e utilização de drogas vasoativas. Os autores concluíram que as crianças com choque séptico, que apresentaram valores elevados de TSH à admissão, foram a óbito, não havendo diferença nos valores hormonais das crianças respondedoras e não respondedoras a catecolaminas.

Comentário

Anormalidades tireoidianas, descritas nos pacientes gravemente enfermos, freqüentemente incluem: baixos níveis de T3, baixos níveis de T3 e T4 e T4 elevado. Estas alterações são descritas como a síndrome do eutireóideo doente. Entretanto, pouco valor tem sido dado ao TSH. Lodha R et al.¹ demonstraram correlação entre níveis séricos elevados de TSH e óbito. Joosten KF et al.² também descreveram o mesmo padrão evolutivo. Este padrão de elevação inicial do TSH é descrito em alguns artigos de revisão3,4.

Cabe ressaltar que os escores de prognóstico existentes hoje em terapia intensiva pediátrica não incluem dosagens hormonais, além disso, neste tema, faltam pesquisas prospectivas para avaliar se há possibilidade de reposição e, também, como marcador prognóstico. Atualmente, a terapêutica com suplementação de hormônio tireoidiano ainda não está autorizada para utilização em terapia intensiva; o ideal seria a utilização de hormônio intravenoso, já que estes pacientes, freqüentemente, apresentam-se com absorção intestinal alterada.

Referências

1.Lodha R, Vivekanandhan S, Sarthi M, Arun S. Thyroid function in children with sepsis and septic shock. Acta Paediatr. 2007;96: 4069.

2. Joosten KF, de Kleijn ED, Westerterp M, De Hoog M. Endocrine and metabolic responses in children with meningoccocal sepsis: striking differences between survivors and nonsurvivors. J Clin Endocrinol Metab. 2000;85:3746-53.

3. Adriaanse R, Romijn J, Brabant G, Endert E. Pulsatile Thyrotropin Secretion in Nonthyroidal Illness. J Clin Endocrinol Metab 1993;77:1313-7.

4.Van den Berghe G. Euthyroid Sick Syndrome. Curr Opin Anesthesiol. 2000;13:89-91.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Out 2007
  • Data do Fascículo
    Out 2007
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