Acessibilidade / Reportar erro

Por que revisar os critérios de resposta em tumores sólidos?

À BEIRA DO LEITO

MEDICINA FARMACÊUTICA

Por que revisar os critérios de resposta em tumores sólidos?

Marcelo Marotti

Clinical Research Physician - AstraZeneca Clinical Development - Alderley Park - England

RECIST v1.1 (Response Evaluation Criteria In Solid Tumours)

Medir a redução tumoral e determinar a progressão da doença de acordo com um método único constituiu uma ferramenta clínica de grande importância na avaliação da resposta objetiva a tratamentos oncológicos. O critério RECIST é mundialmente aceito e tem sido utilizado na determinação dos objetivos dos estudos clínicos, seja por investigadores, grupos acadêmicos, indústria farmacêutica ou entidades governamentais.

A fim de resolver uma série de questões práticas desde a sua publicação em 2000, e após a coleta e simulação de dados de mais de 6.500 pacientes e de uma vasta revisão da literatura, a versão 1.1 do RECIST foi publicada recentemente.

O que é que NÃO mudou no RECIST 1.1

  • A doença tumoral continua a ser determinada pela a avaliação do tamanho tumoral.

  • As lesões tumorais devem ser mensuráveis uni ou bidimensionalmente

  • O critério de resposta:

    -Resposta completa (RC)

    -Resposta parcial (RP): 30% na redução da soma das lesões tumorais em relação às medidas iniciais

    -Doença estável (DE)

    -Progressão da doença (PD): 20% no aumento da soma das lesões tumorais em relação às medidas iniciais

O que é que mudou no RECIST 1.1

  • O número de lesões-alvo necessárias para determinar a resposta tumoral foi reduzido de 10 para o máximo de 5, e de 5 para 2 por órgão anatômico.

  • Linfonodos/nódulos patológicos são também considerados lesões tumorais mensuráveis se o seu diâmetro menor for superior a 15 mm.

  • Linfonodos/nódulos com diâmetro menor <10 mm são considerados normais.

  • O diâmetro menor das lesões tumorais deve ser utilizado no cálculo da soma das lesões e na determinação da resposta tumoral.

  • Confirmação da resposta não é mais necessária em estudos clínicos randomizados, visto que o controle serve como um meio apropriado de interpretação dos dados.

  • Progressão da doença é agora definida como o aumento de 20% aumento da soma das lesões tumorais em relação às medidas iniciais, mais o aumento absoluto de 5 mm a fim de evitar que se declare PD quando a soma das lesões é muito pequena.

  • Além disso, um guia sobre o que é "progressão inequívoca" das lesões não mensuráveis/lesões não-alvo e, finalmente, como interpretar FDG-PET scan e um apêndice com recomendações sobre de como melhor avaliar as imagens.

Vale lembrar que a avaliação bidimensionaldos tumores ainda é válida e que a única exceção é o uso do FDG-PET como um método adicional de determinação de PD (Tabela 1).

  • 1.Eisenhauer EA, Therasse P; Bogaerts J, Schwartz LH, Sargent D, Ford R, et al. New response evaluation criteria in solid tumours: revised RECIST guideline (version 1.1). Eur J Cancer. 2009;45(2):228-47.
  • 2.Therasse P, Arbuck SG, Eisenhauer EA, Wanders J, Kaplan RS, Rubinstein L, et al. New guidelines. to evaluate the response to treatment in solid tumors (RECIST Guidelines). J Natl Cancer Inst. 2000;92(3):205-16.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Set 2009
  • Data do Fascículo
    2009
Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br