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Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em usuários de unidades básicas de saúde em São Paulo - SP

Prevalence and factors associated with metabolic syndrome in users of primary healthcare units in São Paulo - SP, Brazil

Resumos

OBJETIVO: Determinar a relação da síndrome metabólica (SM) com o nível socioeconómico, hábitos comportamentais, condições de saúde, antecedentes familiares de morbidades e áreas de residência. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal. A amostra aleatória foi constituída por usuários de duas Unidades Básicas de Saúde da cidade de São Paulo - Jardim Comercial (UBS1) e Jardim Germânia (UBS2) -, totalizando 452. Para o diagnóstico de SM utilizou-se o critério do Third Report of the National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (NCEP-ATP III). Na avaliação antropométrica foram aferidas medidas de peso, estatura, circunferências abdominal e do quadril. Foi utilizado questionário geral para obtenção de dados sociodemográficos, socioeconómicos, antecedentes familiares e pessoais de morbidades, hábitos comportamentais como tabagismo, etilismo e nível de atividade física. Foi estabelecida associação entre as variáveis explicativas de interesse e SM, empregando-se a regressão logística multivariada. RESULTADOS: Na UBS1, o percentual de SM foi de 56,1% e na UBS2, de 34,0%. Houve associação direta e significativa entre SM e idade, sexo feminino, cor, tabagismo, etilismo, nível de atividade física, estresse e antecedentes familiares de doença cardíaca e de diabetes mellitus. A escolaridade apresentou associação inversa: morar no bairro de menor nível socioeconómico aumentou a chance de SM. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que as morbidades que compõem a SM são um grave problema de saúde pública nessa população.

Fatores socioeconómicos; centros de saúde; atenção primária à saúde; diabetes mellitus tipo 2; estresse psicológico; dislipidemias


OBJECTIVE: To determine the relationship between metabolic syndrome (MS) and socioeconomiclevel, life style, health status, family history of morbidity, and residence areas. METHODS: This is a cross-sectional cohort study. The random sample consisted of users of two primary health care units (Unidades Básicas de Saúde - UBSs) in the city of São Paulo - Jardim Comercial (UBS1), and Jardim Germânia (UBS2), a total of 452 subjects. The NCEP ATP IIIcriterion was used to diagnose MS. Weight, height, abdominal and hip circumferences were measured for the anthropometric evaluation. A general questionnaire was used to obtain sociodemographicand socioeconomic data; family history; medical history; behavioral habitssuch as smoking, drinking, and physical activity. Multivariate logistic regression was used to establish the association between explanatory variables of interest and MS. RESULTS: At UBS1, MS percentage was 56.1%; at UBS2, 34.0%. There was a direct and significant association between MS and age, female gender, race, smoking, drinking, physical activity level, stress, and family history of heart disease and diabetes mellitus. Education level showed an inverse association. Subjects living in a lower socioeconomic level neighborhood had a higher MS risk. CONCLUSION: The results suggest that the morbidities that compose MS are a serious publichealth problem in that population.

Socioeconomic factors; healthcare centers; primary healthcare; diabetes mellitus type 2; psychological stress; dyslipidemias


ARTIGO ORIGINAL

Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em usuários de unidades básicas de saúde em São Paulo - SP

Prevalence and factors associated with metabolic syndrome in users of primary healthcare units in São Paulo - SP, Brazil

Maria Paula Carvalho LeitãoI; Ignez Salas MartinsII

IMestre em Ciências; Professora Assistente, Centro Universitário Adventista de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

IILivre-docente, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Correspondência para Correspondência para: Maria Paula Carvalho Leitão Universidade Federal da Bahia - IMS/CAT Rua Rio de Contas, nº 58, Quadra 17, Lote 58 Candeias CEP: 450295-094, Vitória da Conquista, BA, Brasil mpcleitao@hotmail.com

RESUMO

OBJETIVO: Determinar a relação da síndrome metabólica (SM) com o nível socioeconómico, hábitos comportamentais, condições de saúde, antecedentes familiares de morbidades e áreas de residência.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal. A amostra aleatória foi constituída por usuários de duas Unidades Básicas de Saúde da cidade de São Paulo - Jardim Comercial (UBS1) e Jardim Germânia (UBS2) -, totalizando 452. Para o diagnóstico de SM utilizou-se o critério do Third Report of the National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (NCEP-ATP III). Na avaliação antropométrica foram aferidas medidas de peso, estatura, circunferências abdominal e do quadril. Foi utilizado questionário geral para obtenção de dados sociodemográficos, socioeconómicos, antecedentes familiares e pessoais de morbidades, hábitos comportamentais como tabagismo, etilismo e nível de atividade física. Foi estabelecida associação entre as variáveis explicativas de interesse e SM, empregando-se a regressão logística multivariada.

RESULTADOS: Na UBS1, o percentual de SM foi de 56,1% e na UBS2, de 34,0%. Houve associação direta e significativa entre SM e idade, sexo feminino, cor, tabagismo, etilismo, nível de atividade física, estresse e antecedentes familiares de doença cardíaca e de diabetes mellitus. A escolaridade apresentou associação inversa: morar no bairro de menor nível socioeconómico aumentou a chance de SM.

CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que as morbidades que compõem a SM são um grave problema de saúde pública nessa população.

Unitermos: Fatores socioeconómicos; centros de saúde; atenção primária à saúde; diabetes mellitus tipo 2; estresse psicológico; dislipidemias.

SUMMARY

OBJECTIVE: To determine the relationship between metabolic syndrome (MS) and socioeconomiclevel, life style, health status, family history of morbidity, and residence areas.

METHODS: This is a cross-sectional cohort study. The random sample consisted of users of two primary health care units (Unidades Básicas de Saúde - UBSs) in the city of São Paulo - Jardim Comercial (UBS1), and Jardim Germânia (UBS2), a total of 452 subjects. The NCEP ATP IIIcriterion was used to diagnose MS. Weight, height, abdominal and hip circumferences were measured for the anthropometric evaluation. A general questionnaire was used to obtain sociodemographicand socioeconomic data; family history; medical history; behavioral habitssuch as smoking, drinking, and physical activity. Multivariate logistic regression was used to establish the association between explanatory variables of interest and MS.

RESULTS: At UBS1, MS percentage was 56.1%; at UBS2, 34.0%. There was a direct and significant association between MS and age, female gender, race, smoking, drinking, physical activity level, stress, and family history of heart disease and diabetes mellitus. Education level showed an inverse association. Subjects living in a lower socioeconomic level neighborhood had a higher MS risk.

CONCLUSION: The results suggest that the morbidities that compose MS are a serious publichealth problem in that population.

Keywords: Socioeconomic factors; healthcare centers; primary healthcare; diabetes mellitus type 2; psychological stress; dyslipidemias.

INTRODUÇÃO

A síndrome metabólica (SM) tornou-se um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade. As estimativas mostram que entre 20% e 25% da população mundial de adultos possivelmente tenham a SM, que aumenta em duas vezes a probabilidade de morte, três vezes a de ataque cardíaco e derrame, e cinco vezes o risco de desenvolver diabetes tipo II1-3.

Em decorrência das novas características do estilo de vida, a população apresenta-se cada vez mais obesa, contribuindo para as alterações dos mecanismos neuroendócrinos relacionados ao controle do peso corporal e aumentando dessa forma a prevalência da SM4.

Os variados consensos para o critério de SM resultam em muitas estimativas de sua prevalência. Apesar disso, observa-se um crescimento da SM em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Em estudos populacionais, estima-se que ela estaria entre 20,5% e 26,7% dos adultos nos Estados Unidos5-8; outros autores referem prevalência de 19,8% e 24% na Europa9,10. Em regiões do Brasil, ela estaria entre 18% e 30%, sendo mais evidente a sua ocorrência com a elevação da faixa etária11-15.

Outros estudos populacionais referem prevalências para populações como mexicana, norte-americana e asiática variando entre 12,4% e 28,5% entre os homens e 10,7% a 40,5% entre as mulheres16-18.

Em um estudo transversal, de base populacional, realizado na cidade de Novo Hamburgo - RS, Brasil, a prevalência de SM foi de 50,3%, aplicando os critérios diagnósticos do Third Report of the National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (NCEP-ATP III). O aumento progressivo da prevalência de SM ocorreu em ambos os sexos, com maior prevalência entre as mulheres, com percentuais de 57,1% em comparação a 36,5% para os homens19.

Em estudo de base populacional em Vitória - ES, a SM foi identificada levando-se em consideração os parâmetros definidos pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, a qual se baseia nos critérios definidos pelo NCEP-ATP III20. A prevalência total da SM na amostra estudada foi de 29,8%, sem haver diferença entre os sexos, em indivíduos de 25 a 64 anos de idade14.

No período de 2004-2005, um estudo utilizando-se a coorte de Pelotas - RS, de nascidos em 1982 encontrou prevalência de SM de 5,9% pelo critério do NCEP-ATP III. Entre os homens, o IMC (sobrepeso e obesidade) foi associado à SM. Entre as mulheres, a renda familiar e a escolaridade foram associadas inversamente com a SM: o sobrepeso e a obesidade aumentaram o risco da síndrome.21

Assim como nos estudos populacionais, naqueles realizados em grupos específicos de diabéticos, hipertensos e dislipidêmicos, como coorte de pacientes que demandam atendimento em Unidades Básicas de Saúde, as prevalências encontradas variam bastante, entre 27% e 87%22-33.

A SM também está associada com baixa escolaridade, desigualdade social, isolamento social, tensão psicossocial, padrões dietéticos, falta de atividade física, alcoolismo e tabagismo34.

Resistência à insulina, obesidade centralizada, hipertensão, níveis baixos de HDL-colesterol são considerados fatores definidores da SM. Herança genética, sedentarismo, idade, estado pró-inflamatório e mudanças hormonais também podem ter efeito determinante, mas o papel destes pode variar dependendo do grupo étnico34.

O presente estudo parte da pressuposição que estilos e qualidade de vida são fatores importantes na determinação da SM e pode fornecer subsídios a programas de intervenção. Desta forma, objetivou-se verificar a relação entre SM e usuários de duas Unidades Básicas de Saúde, ambas da zona sul de São Paulo, com perfis socioambientais diferentes.

MÉTODOS

LOCAL

O estudo foi realizado na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, Coordenadoria Regional de Saúde Sul, Supervisão de Saúde Campo Limpo, em duas Unidades Básicas de Saúde: UBS de Jardim Comercial (UBS1) e UBS de Jardim Germânia (UBS2), onde foram desenvolvidas todas as etapas da pesquisa.

A escolha desses bairros foi intencional, na medida em que se buscava uma amostra composta por perfis socioeconómicos diferenciados para se apreender o efeito que diferentes modos de viver produziriam na SM: o Jardim Comercial possui uma população de baixo nível socioeconómico e meio ambiente precário, muitas de suas ruas não são asfaltadas, possui muitas vielas, parte da população tem saneamento básico precário, em alguns pontos do bairro encontram-se esgoto a céu aberto e depósito de lixo em locais inapropriados. No Jardim Germânia predominam a classe média e média baixa, o meio ambiente é de melhor qualidade, com abastecimento de água, esgoto, transporte e outros recursos, tais como ruas asfaltadas, escolas particulares, comércio bem desenvolvido, incluindo um shopping center.

DELINEAMENTO

Estudo do tipo transversal em amostra comunitária representativa de adultos, considerando-se a proporcionalidade nas duas UBSs. Faz parte da pesquisa Síndrome Metabólica e Estresse na população cadastrada em duas Unidades Básicas de Saúde da zona sul de São Paulo.

AMOSTRA

Elaborou-se um banco de dados a partir dos prontuários impressos das famílias cadastradas nas UBSs, abrangendo a totalidade dos indivíduos com 20 anos e mais.

Os participantes foram selecionados mediante sorteio, segundo um plano amostrai estratificado (bairro) por conglomerado (famílias) em dois estágios: 1º estágio - família; 2º estágio - indivíduo.

Calculou-se o número de famílias de cada UBS a ser sorteado, proporcionalmente ao tamanho das mesmas. As famílias, em cada unidade, foram selecionadas por processo aleatório simples. Em cada família selecionou-se um usuário também por processo aleatório simples.

Segundo esse plano amostral - considerando uma estimativa de prevalência total de SM de 22% e nível de precisão de 5% -, o tamanho da amostra foi de 592 usuários: 342 da área 1 e 250 da área 2, que representaram um indivíduo de cada família cadastrada. Não aderiram à pesquisa 140 indivíduos (23,6%), principalmente do sexo masculino. Entretanto, foi mantido o perfil dos usuários desses serviços, formado em sua maioria por mulheres.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram excluídos portadores de deficiência física, pacientes que não andavam, gestantes e nutrizes.

QUESTÕES ÉTICAS

Todos os participantes sorteados receberam esclarecimentos sobre a pesquisa; aqueles que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, seguindo a Resolução CNS/196 de 10/10/1996.

O projeto foi submetido aos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, os quais o aprovaram.

CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA

Definiu-se como SM a presença simultânea de três a cinco dos seguintes fatores de risco metabólicos presentes em um único paciente: circunferência da cintura para homens > 102 cm e para mulheres > 88 cm; triglicérides > 150 mg/dL; colesterol HDL para homens < 40 mg/dL e para mulheres < 50 mg/dL; pressão sanguínea > 130/85 mmHg; e glicemia de jejum > 110 mg/dL, de acordo com o NCEP-ATP III, de 20 0 135,36.

INQUÉRITOS CLÍNICOS E BIOQUÍMICOS

Os indivíduos selecionados foram convocados, mediante Carta Convite, pelos agentes comunitários de saúde de cada microárea contemplada por indivíduos sorteados. O paciente pôde escolher data e horário para sua entrevista.

As entrevistas para aplicação dos questionários, obtenção de medidas físicas e coleta de sangue foram realizadas nas duas Unidades Básicas de Saúde pela autora do trabalho e por uma equipe constituída por psicólogo e estudantes de Psicologia, Nutrição, Educação Física e Enfermagem. Os entrevistadores foram devidamente treinados no ambulatório de Nutrição do Centro Universitário Adventista de São Paulo nos meses de março e abril/2008. Participaram da coleta de dados (aferição de pressão arterial) auxiliares de enfermagem das duas UBSs referidas, os quais foram orientados a utilizar o procedimento de medida de pressão arterial recomendado pelas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial.37

No momento das entrevistas foi realizado esclarecimento dos objetivos da pesquisa, bem como de sua relevância para a saúde pública, e registrada a concordância do paciente em participar, mediante Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Durante as entrevistas foi concedida aos participantes declaração para justificativa de ausência em trabalho.

A coleta de dados realizou-se em duas fases. Na primeira foram aplicados os seguintes instrumentais:

- Questionário Geral para registro de dados necessários ao estudo: dados sociodemográficos, clínicos, bioquímicos, antecedentes familiares, hábitos comportamentais como risco de etilismo, tabagismo, dados antropométricos, medidas de pressão arterial etc.

- Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de LIPP (ISSL)38.

- Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) - versão longa modificada, módulos de deslocamento e lazer junto com o Questionário do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doença (VIGITEL), módulos de trabalho e doméstica39,40.

- Questionário sobre grau de atividade física, segundo critério da OMS (1985), definido como múltiplo da taxa de metabolismo basal41.

- Questionário CAGE, estabelecendo-se duas categorias para a avaliação do risco de etilismo42.

A segunda fase da coleta de dados constituiu-se de coleta de sangue para exames bioquímicos. Os pacientes foram devidamente orientados sobre o preparo com jejum de 12 horas.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi estabelecida associação entre as variáveis explicativas de interesse: idade (20-29, 30-39, 40-49, 50-59, 60-69, 70 e mais); sexo (masculino ou feminino); estado civil (solteiro, casado ou com companheiro, divorciado/separado e viúvo); grau de escolaridade em anos (analfabeto/fundamental I incompleto - menos de 4 anos, fundamental II completo/incompleto - 4-8 anos, colegial completo/incompleto, superior completo/incompleto); renda familiar (<1 salário-mínimo, 2 < 5 salários-mínimos, 5 < 10 salários-mínimos, > 10 salários-mínimos); tabagismo (sim, não); risco de etilismo (sim, não); grau de atividade física, pelos critérios da OMS (sedentário, leve, moderado e ativo) e do IPAQ/VIGITEL (sedentário, ativo e muito ativo); obesidade (IMC > 30 mg/kg2); estresse (sim, não); cor (branco, não branco: pardo/negro e amarelo); antecedentes familiares de hipertensão (sim, não); antecedentes familiares de doenças cardíacas (sim, não); antecedentes familiares de diabetes (sim, não) e síndrome metabólica, por meio da análise de regressão logística multivariada.

Empregou-se o programa estatístico SUDAAN para incorporar a estrutura do plano amostral na análise, por tratar-se de uma amostra com estratificação e conglomerados.

Calculou-se a regressão logística univariada entre as variáveis explicativas citadas e a SM, objetivando identificar quais variáveis fariam parte do modelo univariado.

O nível de significância adotado foi de 5%. As estatísticas com p descritivo < 0,05 foram consideradas significantes:

- Ajustes dos modelos na regressão logística.

- Teste do qui quadrado para mudança do valor -2 log verossimilhança. O p crítico (significante) do modelo final deve ser menor que 0,05.

- Teste de Hosmer Lemeshow: um bom ajuste do modelo é indicado por um valor do qui quadrado não significante (no mínimo p > 0,10).

A presença ou não de multicolinearidade foi testada em cada modelo, empregando-se critérios para diagnóstico de multicolinearidade.

RESULTADOS

A Tabela 1 mostra que a maioria dos participantes do estudo era do sexo feminino: na UBS1 o percentual foi de 67,4% e na UBS2, de 59,2%. A faixa etária com maior representatividade foi a de 40-49 anos para ambos os sexos nas duas UBSs (26,4% na UBS1 e 21,4% na UBS2).

Em relação aos anos de escolaridade da população estudada em ambos os grupos, predominou o ensino fundamental: 81,5% na UBS1 e 78,1% na UBS2. A UBS1 apresentou maiores valores para analfabeto e a UBS2 maiores valores para os ensinos médio e superior. A maioria dos participantes era casada ou com companheiro.

De acordo com os dados de renda familiar entre um e cinco salários mínimos, observou-se que 66,4% dos participantes da UBS1 e 57,8% dos participantes da UBS2 vivem com esta renda. Por outro lado, a UBS2 apresentou mais indivíduos com renda familiar superior a 10 salários mínimos (9,1%). Quando comparamos as famílias que vivem com menos de um salário mínimo entre as UBSs observamos que o percentual foi maior na UBS2. Pressupõe-se que as estratégias de sobrevivência entre os bairros seja diferente, isto é, na UBS1, as famílias podem ser contempladas com mais projetos sociais, como, por exemplo, o Bolsa Família.

Na UBS1 houve um maior percentual de indivíduos não brancos participantes do estudo; também foram observadas menor renda e menor escolaridade.

Para os hábitos comportamentais foram encontrados valores similares nas UBSs: tabagismo - na UBS1, 17,7% e na UBS2, 18,2%; etilismo - na UBS1, 6,0% e na UBS2, 4,8%.

Quanto à classificação do nível de atividade física segundo critérios da OMS, a UBS2 apresentou percentuais diferenciados da UBS1 em quase todos os níveis, evidenciando o sedentarismo. Segundo critérios do IPAQ/VIGITEL, a maioria da população, em ambas as UBSs, apresentou índices elevados de inatividade: 87%.

A Tabela 2 mostra o número e percentual de pessoas com síndrome metabólica, estresse, obesidade (IMC) e antecedentes familiares de hipertensão, doença cardíaca e diabetes.

O percentual de indivíduos com SM é de 56,7% na UBS1 e de 34,0% na UBS2. O sobrepeso foi mais alto na UBS2 (41,2%) e a obesidade mais elevada na UBS1 (39,6%).

Verifica-se que é alta a prevalência de estresse nas duas UBSs: 56,9% na UBS1 e 85,6% na UBS2.

Aproximadamente metade da população estudada apresentou antecedentes familiares de hipertensão, doenças cardíacas e diabetes.

Para se verificar as associações entre SM e as variáveis propostas, construiu-se, primeiramente, um modelo univariado. As variáveis passíveis de entrar no modelo multivariado foram aquelas que se apresentaram com p menor ou igual a 0,05. Foram sucessivamente acrescentadas no modelo multivariado, testando-se a presença de interação. As mudanças na magnitude do OR em mais de 10% em geral são indicativas de confundimento (Tabela 3).

A Tabela 4 apresenta as associações entre SM e fatores sociodemográficos, socioeconómicos e biológicos.

Os indivíduos da faixa etária de 50-59 anos apresentaram quase oito vezes mais chances de SM (OR = 7,779; p < 0,001) e os da faixa etária de 60-69 anos, quase 11 vezes mais (OR = 10,945; p < 0,001). Os extremos, indivíduos mais jovens e idosos mais velhos, apresentaram menores chances. O sexo feminino apresentou 1,8 vezes mais chance de SM (p < 0,001). Os não brancos apresentaram 1,3 vezes mais chance (p < 0,001), se comparados aos brancos. A escolaridade apresentou relação inversa (p < 0,001).

Quanto aos hábitos comportamentais, os fumantes apresentaram quase quatro vezes mais chance (p < 0,001) de SM comparados aos não fumantes. Com risco de etilismo, a associação também foi significativa (OR = 1,459; p < 0,001).

Por sua vez, residir no bairro de baixo nível socioeconómico - UBS1 - significa ter 2,3 vezes chance de SM (p < 0,001).

Para os participantes dos dois bairros, apresentar estresse aumenta significativamente a chance de ter SM (p = 0,006).

As associações também foram significativas para os indivíduos com antecedentes familiares de hipertensão e diabetes (p < 0,001 para as duas variáveis).

O sedentarismo e o baixo nível de atividade física aumentam significativamente a chance (p < 0,001) de a população ter SM, quando comparados aos níveis de atividade física moderada e intensa.

Nas avaliações de associação, a razão cintura-quadril saiu dos modelos, por causa da multicolinearidade com a circunferência abdominal.

Segundo os critérios do IPAQ/VIGITEL, os valores de inatividade física foram altos e similares nos dois bairros, mas não entraram na análise de regressão múltipla por apresentarem níveis descritivos (p) muito altos.

DISCUSSÃO

Este estudo corrobora com os achados que apresentaram relações estreitas entre fatores sociais, psicossociais e de antecedentes familiares de diabetes, hipertensão e doença cardíaca com a síndrome metabólica. Sugere que a pobreza é fator de risco para a SM, apontado pela associação direta e significativa dessa morbidade com a escolaridade, nível socioeconómico e local de residência.

Resultados semelhantes foram encontrados em estudo de base populacional em Vitória - ES, Brasil, que evidenciou a prevalência de SM segundo a estratificação socioeconómica. Na classe A, a prevalência foi de 29,6% para os homens e 17,9% para as mulheres, enquanto que nas classes D e E esses percentuais foram de 25,3% para homens e 38,7% para mulheres. Nesta análise, as classes D e E foram agrupadas. Houve uma tendência de aumento da prevalência da SM nos estratos socioeconómicos mais baixos. Esse aumento deveu-se à influência da classe na distribuição da SM encontrada no sexo feminino, onde a presença de mulheres com SM foi duas vezes maior nas classes D e E (38,7%) do que na classe A (17,9%)14. Lidfeldt et al., em 2003, também encontraram associação da SM com a baixa escolaridade, desigualdade social, isolamento social, tensão psicossocial, padrões dietéticos, nível de atividade física, alcoolismo e tabagismo34.

Em relação ao efeito da cor da pele na SM os estudos não são conclusivos; na população estudada neste trabalho, pode-se presumir que as áreas pobres, com população de baixa escolaridade, concentram maior contingente de não brancos (pardos e negros) e, por isso, há maior chance de SM neste grupo.

Estudo transversal, realizado em subgrupo populacional em Salvador - BA, Brasil, utilizou-se de autodefinição de cor de pele (branca, parda e negra) e critério de SM do ATP-III. A prevalência geral da SM, ajustada por variáveis potencialmente de confundimento, não diferiu entre brancos (23,3%), pardos (23,3%) e negros (23,4%). Na análise multivariada sobre a associação entre cor de pele e SM (branco = grupo de referência), a cor negra entre os homens foi fator de proteção, enquanto que nas mulheres tendeu a ser fator de risco43.

Estudo de Salaroli, de 2007, realizado em Vitória - ES, Brasil, observou que o efeito classe económica na distribuição de prevalência da SM não parece ser decorrente de influência na escolaridade. Nos homens, a escolaridade não afetou a prevalência. Nas mulheres, apesar do efeito significante na escolaridade (p < 0,05), não se observou linha de tendência regular da prevalência em função desse fator. A prevalência da SM foi similar entre diferentes grupos étnico-raciais14.

O sedentarismo foi maior na UBS do Jardim Germânia, o que pode ser atribuído ao tipo de atividade ocupacional dos participantes deste bairro, uma vez que apresentam maior escolaridade se comparados aos do bairro do Jardim Comercial e, portanto, estariam inseridos em atividades ocupacionais mais leves.

A população do Jardim Germânia provavelmente possui meios de deslocamento mais eficientes do que a do Jardim Comercial e exerce atividades que envolvem menos esforço físico. Florindo et al., em 2009, em estudo de prevalência entre a população de São Paulo, avaliaram a inatividade física e encontraram alta prevalência relacionada com deslocamento, seguido de lazer, trabalho e atividades domésticas44. O incremento de atividade física e a diminuição do peso corporal superior a 5% do valor inicial atuam favoravelmente sobre todos os elementos da SM37,39.

O risco de etilismo, avaliado pelo formulário CAGE, foi positivamente associado à SM. Lima et al. analisaram o risco de alcoolismo em trabalhadores de uma refinaria de petróleo. Encontraram maior risco relativo de hipertensão nos CAGE-positivos, comparados aos abstêmios ou CAGE-negativos.45

O tabagismo foi positivamente associado à SM, confirmando os achados de Koster et al. no Diet and Study, um follow-up (1996-2006), com 237.868 participantes, abrangendo seis estados americanos. Os autores verificaram que o tabagismo foi fortemente associado à deposição de gordura abdominal. Esses dois fatores combinados aumentaram em cinco vezes o risco de morte por doenças, tais como câncer, doença coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes, enfisema pulmonar e doença renal46.

Outro achado importante deste trabalho refere-se à maior prevalência de sobrepeso no bairro de Jardim Germânia, provavelmente decorrente do alto grau de sedentarismo encontrado. Entretanto, a obesidade foi mais prevalente no bairro de Jardim Comercial, possivelmente pelo envolvimento do ambiente obesogênico e das condições de vida.

Deve-se ressaltar que diversos determinantes decorrentes da pobreza compõem a etiologia da SM, tais como a desnutrição pregressa e ambientes obesogênicos, nos quais prevalece uma alimentação com alta densidade energética, devido ao baixo custo47,48. Neumann et al.49, em estudo sobre padrões alimentares no município de São Paulo, registram que o consumo de frutas e verduras está restrito à população de áreas geográficas de maiores níveis socioeconómico e de escolaridade.

Este trabalho também confirma a importância de fatores genéticos na etiologia da SM. Verificou-se que os antecedentes familiares para hipertensão, diabetes mellitus e doença cardíaca associaram-se significativamente com a SM.

Obesidade, hipertensão, hiperlipidemia e hiperglicemia aumentam o risco de desenvolvimento de diabetes e doença cardiovascular; a combinação desses fatores compõem a SM. A identificação de características da SM precocemente oferece a oportunidade de intervenções no estilo de vida, prevenção e tratamento. A adoção precoce por toda a população de estilos de vida relacionados à manutenção da saúde, tais como uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos, parar de fumar, controle da pressão e perda de peso podem reduzir os fatores de risco metabólicos2,3,20,34,50-52.

O estresse apresentou relação altamente significativa com a SM. Outros estudos sobre fatores psicológicos associados à SM são de fundamental relevância para uma compreensão mais abrangente dessa doença.

No estresse o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é ativado, levando à maior produção do cortisol, com aumento da deposição de gordura na região abdominal53,54.

O estresse excessivo é capaz de produzir inúmeras consequências para o indivíduo, sua família, a empresa para a qual trabalha e para a comunidade onde vive: queda na produtividade, ansiedade, humor depressivo, cansaço mental, apatia, além do desencadeamento de doenças como hipertensão arterial, diabetes e obesidade, entre outras. A qualidade de vida é comprometida54-56.

Os resultados deste trabalho podem ser aplicados em grupamentos em que as condições encontradas sejam similares e onde se reproduzam as características identificadas na população de estudo. Apontam para a importância da atuação dos serviços de saúde e para a necessidade de atividades relacionadas à saúde mental.

Artigo recebido: 28/12/2010

Aceito para publicação: 01/11/2011

Conflito de interesse: Não há.

Trabalho realizado no Centro Universitário Adventista de São Paulo e na Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

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  • Correspondência para:

    Maria Paula Carvalho Leitão
    Universidade Federal da Bahia - IMS/CAT
    Rua Rio de Contas, nº 58, Quadra 17, Lote 58 Candeias
    CEP: 450295-094, Vitória da Conquista, BA, Brasil
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Fev 2012
    • Data do Fascículo
      Fev 2012

    Histórico

    • Recebido
      28 Dez 2010
    • Aceito
      01 Nov 2011
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