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Divertículo epifrênico de esôfago

IMAGEM EM MEDICINA

Divertículo epifrênico de esôfago

Elias Jirjoss IliasI; Paulo KassabII

IColégio Brasileiro de Cirurgiões, São Paulo, SP, Brasil

IIFaculdade de Ciências Médicas da Santa Casa Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Autor para correspondência Autor para correspondência: Elias Jirjoss Ilias Rua Prof. Enéas de Siqueira Neto, 340, Jardim Imbuías, Sta. Cecília São Paulo, SP, 04829-900, Brasil E-mail: eliasilias@hotmail.com (E.J. Ilias)

Apresentação de caso

Paciente feminina, 40 anos, que se apresentou no ambulatório de cirurgia com queixa de disfagia e halitose. Como antecedente era portadora do vírus HIV sem sintomatologia da doença. Foi submetida a exame de endoscopia digestiva altaque mostrou saculaçãoem esôfago distal compatível com divertículo epifrênico.

Foram pedidas radiografia contrastada de esôfago, que demostrou divertículo de grandes proporções em esôfago distal saliente do lado direito do tórax (fig. 1), e tomografia computadorizada, que demonstrou divertículo no esôfago distal com nível hidroaéreo em hemitórax D (fig. 2).



A paciente foi submetida a toracotomia direita com ressecção do divertículo e sutura simples de sua base, tendo boa evolução pós-operatória. A paciente apresentou desaparecimento dos sintomas de disfagia, mantendo-se assintomática durante o acompanhamento ambulatorial.

Discussão

Divertículos esofagianos são bolsas mucosas epitelizadas que fazem protusão a partir do lúmen esofágico. Podem ser classificados a partir do local de sua ocorrência, sendo os epifrênicos os que surgem a partir dos 10 cm distais do esôfago (supradiafragmáticos). Estes têm maior ocorrência no lado direito. Os sintomas mais comuns são disfagia, vômito, regurgitação, dor torácica e/ou epigástrica, tosse e halitose.

O diagnóstico que melhor define o divertículoéaradiografia contrastada de esôfago, que também demonstra o distúrbio de motilidade. Em algunscasos, apresença detumores distais do esôfago pode levar a um aumento da pressão no órgão, e também, ao aparecimento do divertículo. Esses divertículos, geralmente, são adquiridos e raramente congênitos ou resultantes de trauma.

O tratamento desses divertículos, quando assintomáticos ou pouco sintomáticos, deve ser clínico, pois a cirurgia tem uma morbimortalidade considerável. Nos casos de divertículos grandes (maiores de 3 cm) e muito sintomáticos, a ressecção cirúrgica se impõe através de uma toracotomia esquerda ou direita, de acordo com a projeção do divertículo. Este é ressecado desde a sua base e suas paredes são suturadas. Pode ser realizada, também, esofagomiotomia que se prolonga até o estômago. Se houver componente de hérnia hiatal ou refluxo gastroesofágico concomitante, o mesmo deverá ser corrigido com a redução da hérnia e realização de válvula antirrefluxo a Nissen.

  • Autor para correspondência:

    Elias Jirjoss Ilias
    Rua Prof. Enéas de Siqueira Neto, 340, Jardim Imbuías, Sta. Cecília
    São Paulo, SP, 04829-900, Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      07 Maio 2013
    • Data do Fascículo
      Abr 2013
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