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Editorial

A revista Gestão & Produção terá, a partir de 2016, todos os artigos publicados em português e inglês, conforme Política Editorial apresentada em 2015. Trata-se de um novo passo do processo de internacionalização do nosso periódico e que contará também com editores associados nacionais e internacionais em todas as suas áreas. Assim, a revista G&P pretende avançar as projeções dos trabalhos dos autores em nível mundial. A publicação eletrônica do periódico em língua inglesa facilitará este objetivo. No entanto, a G&P manterá o processo de submissão do mesmo modo, aceitando os trabalhos em português e, para aqueles aprovados, solicitará a versão do trabalho traduzida para a língua inglesa. A revista G&P reitera o compromisso de manter as publicações em língua portuguesa sem deixar de ampliar ou facilitar o alcance de seus trabalhos para cientistas internacionais.

O quarto número do volume 22 da revista Gestão & Produção chega com artigos distribuídos entre as áreas de estratégia e organização do trabalho, pesquisa operacional e métodos quantitativos, qualidade, planejamento e controle de produção e logística. É uma edição composta por 16 artigos de autores procedentes de 16 organizações de ensino, pesquisa e extensão do Brasil e do exterior.

O primeiro artigo, de Cleber Augusto Scholl (Apollus EHS Solutions), Flavio Hourneaux Junior (Universidade Nove de Julho) e Bárbara Galleli (Universidade de São Paulo), propõe a aplicação de um índice composto para mensuração da sustentabilidade organizacional em uma indústria química brasileira multinacional e avalia a sua importância como ferramenta de gestão. O segundo trabalho, de Guilherme Salatine Pereira e Ana Beatriz Lopes de Sousa Jabbour (UNESP), mostra, por meio de estudos de casos de grandes empresas de manufatura localizadas no Estado de São Paulo, como os pontos de contato entre as áreas de operações e meio ambiente de empresas de manufatura estão sendo explorados e também identifica como eventuais conflitos que possam surgir durante essa interação estão sendo mediados. O terceiro artigo, de Rodrigo Valio Dominguez Gonzalez (UNICAMP) e Manoel Fernando Martins (UFSCar), é uma análise do desenvolvimento de competências que sustentam os programas de melhoria contínua em dois ambientes produtivos distintos: setor automobilístico e de bens de capital encomendados. A partir de um referencial teórico sobre o tema, é levantado um conjunto de competências que é relacionado à prática da melhoria contínua e, por meio de uma abordagem qualitativa, são analisadas quatro empresas dos dois setores considerados, utilizando-se uma estratégia de estudo de casos. O quarto trabalho, de Elias Hans Dener Ribeiro da Silva (PUC-PR), Edson Pinheiro de Lima (Universidade Tecnológica Federal do Paraná e PUC-PR), Sérgio Eduardo Gouvêa da Costa (Universidade Tecnológica Federal do Paraná e PUC-PR) e Ângelo Márcio Oliveira Sant’Anna (USP), compara indicadores fundamentalistas de rentabilidade entre um grupo de empresas participantes do ISE (Indicador de Sustentabilidade Empresarial) e um grupo de referência, verificando se a gestão sustentável gera rentabilidade empresarial e a forma como criam valor aos acionistas. Os grupos foram comparados e as evidências encontradas, por meio da utilização do teste estatístico t-student, demonstram que, apesar de o ISE possuir uma carteira teórica diferenciada, voltada ao tema social, ambiental e ético, a rentabilidade das empresas que a compõem é semelhante ou inferior a das empresas do grupo de referência. Apesar disso, percebe-se que o grupo ISE apresenta outras formas de criação de valor ao acionista, como menor volatilidade e menor exposição ao risco.

O quinto artigo, de Jean Carlos Domingo (Universidade Federal de Uberlândia), Paulo Politano e Neocles Alves Pereira (UFSCar), propõe um modelo de Simulação de Dinâmica de Sistemas que proporcione uma visão holística para o processo de Sales and Operations Planning (S&OP) e que permita a integração com os processos da área financeira e o uso de variáveis probabilísticas. A avaliação dos resultados das simulações realizadas com o modelo, apoiada por um projeto de experimentos (DoE), mostra que os planos gerados são compatíveis se comparados com a prática empresarial, com a vantagem de tratar a análise econômica e financeira simultaneamente e ainda possibilitar a geração de inúmeros cenários de planos de S&OP. O sexto artigo, de Ana Paula Matei, Carla Schwengber Ten Caten e Ricardo Ayup Zouain (Univervidade Federal do Rio Grande do Sul) analisa o impacto promovido por projetos de interação entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a PETROBRAS, fomentados por fundos setoriais e incentivos governamentais. Com base em um levantamento e análise estatística multivariada, foram estudados projetos com foco em pesquisa e desenvolvimento (P&D), das unidades acadêmicas da UFRGS. Foram analisados a inovação e os impactos associados à origem dos projetos, demanda da empresa, iniciativa do pesquisador e antecedentes de pesquisa usando análise estatística multivariada. A pesquisa não só explora aspectos implícitos e tácitos existentes no conhecimento acadêmico e científico, mas também propõe aspectos do conhecimento e da inovação. O sétimo trabalho, de Robrigo Briozo e Marcel Musetti (EESC-USP), apresenta os resultados da aplicação de um método multicritério de tomada de decisão denominado Analytic Hierarchy Process (AHP) para a busca do melhor local de instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 h) com a participação de profissionais ligados à gestão pública de um município do interior do Estado de São Paulo. O oitavo artigo, de Fabiano de Lima Nunes, Virgínia Silva Dias e Miguel Afonso Sellitto (UNISINOS), descreve um estudo de caso sobre reutilização das embalagens de papelão recebidas de fornecedores e reaproveitadas para o empacotamento de produtos a serem distribuídos e entregues a clientes em uma empresa de distribuição de suprimentos.

O nono artigo, de Tomaz Alvarez Ciani (FEA-USP), Tabajara Pimenta Júnior (FEA-USP) e Rossimar Laura de Oliveira (UNISEB), é o resultado de uma pesquisa quantitativa, com uso de ferramentas estatísticas, para analisar comparativamente os níveis de geração de valor econômico (EVA – Economic Value Added) de um conjunto específico de empresas dos países do BRIC e de três países desenvolvidos (EUA, Japão e Alemanha). Foram coletados dados das principais empresas de capital aberto de cada país, referentes ao período de 2000 a 2010. Os resultados mostraram que, em média, as empresas de ambos os grupos de países são agregadoras de valor. Mostraram também que as empresas dos EUA são, destacadamente, mais geradoras de valor que as empresas de qualquer um dos demais países. Foram obtidos dois resultados inovadores, em relação ao estabelecido na literatura: a detecção de que empresas de ambos os grupos de países obtiveram o mesmo nível de retorno sobre o capital investido; e a constatação de que as empresas da maioria dos países emergentes do BRIC são agregadoras de valor, o que não ocorreu com os países desenvolvidos. O décimo artigo, de Luiz Caccalano e Claudio Barbieri da Cunha (Poli-USP), trata do problema de roteirização de veículos para o abastecimento de linhas de produção. Nesse problema, peças estão armazenadas em um estoque central e devem ser transferidas para pontos de uso localizados ao longo da linha de produção. O objetivo do problema é roteirizar a frota de rebocadores, maximizando sua utilização e garantido o atendimento da demanda gerada pela linha de produção. O problema é comum a muitas empresas de manufatura de bens de consumo e possui impacto direto nos custos operacionais. Para a solução do problema, é proposta uma heurística baseada em métodos de inserção aplicada a um caso na indústria automobilística e a comparação entre a solução obtida e aquela formulada por operadores demonstrou ganho no número de rotas. O décimo primeiro artigo, de Selene Soares (Universidade Federal de Santa Catarina), Maria Sylvia Saes (Universidade de São Paulo) e Luiz Fernando Paulillo (Universidade Federal de São Carlos), é um trabalho de economia dos custos de transação, vinculado à Nova Economia Institucional (NEI) e resulta de um estudo sobre as governanças das transações adotadas pelas distribuidoras de combustíveis com os postos revendedores varejistas no Estado de São Paulo. A partir da desregulamentação do mercado de etanol, formas plurais de coordenação das negociações pelas distribuidoras foram permitidas e têm sido recorrentes neste mercado. O artigo mostra que as formas plurais encontradas pelas empresas distribuidoras são transitórias, mas que isso não ocorre por causa da redução de custos de transação, mas sim pela forma plural ter se tornado um passo estratégico fundamental para alcançar parceiros comerciais e promover maior crescimento da firma. Ademais, argumenta-se que o ambiente institucional apresentou influência significativa na coordenação das formas plurais interferindo diretamente na estabilidade destas.

O décimo segundo artigo, de Carlos Olavo Quandt (PUC-PR), Cicero Aparecido Bezerra (Universidade Federal do Paraná) e Alex Antonio Ferraresi (PUC-PR), propõe um modelo teórico que representa as condições organizacionais habilitadoras da inovação e avalia o impacto no desempenho inovador. Emprega-se a correlação canônica como forma de avaliar a capacidade do modelo em explicar a variação do desempenho inovador em 120 organizações de médio e grande porte localizadas, em sua maioria, no sul do Brasil. O décimo terceiro artigo, de Paulo José Silva (Centro Universitário de Formiga – MG e FUNNEDI – UEMG), Mozar José de Brito (UFLA), Ana Rosa de Sousa (Unilavras) e Valéria da Glória Pereira Brito (UFLA), analisa os construtos explicativos do capital social (de natureza estrutural e relacional e os que retratam os benefícios e restrições relativas à formação desse tipo) presentes numa rede organizacional formada por empresas do setor de eletroeletrônicos da cidade de Santa Rita do Sapucaí - MG. O décimo quarto artigo, de Carla de Oliveira Siqueira, Gilberto Ganga (UFSCar) e Luis Antonio de Santa-Eulalia (Universidade de Sherbrooke, Canadá), trata de elementos do processo de colaboração na cadeia de suprimentos entre A literatura organizacional no Brasil não descreve que patamar de maturidade este setor industrial alcançou com os principais fornecedores de primeira camada, especialmente sob a ótica do abastecimento. Visando realizar um primeiro passo na compreensão deste fenômeno, o trabalhou utilizou o método de estudo de caso exploratório-descritivo. Os resultados indicam a existência de uma colaboração limitada ao nível operacional e de maturidade reduzida. A confiança, um input vital para o sucesso da gestão colaborativa, mostrou-se restrita e existem muitas barreiras para superar.

O décimo quinto artigo, de Tomoe Hamanaka Gusberti, Márcia Elisa Echeveste, Marcelo Moutinho Silva e Ana Rita Facchini (todos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), conduz o desenvolvimento de um framework que propõe uma visão global do empreendimento originário de uma nova empresa de base tecnológica, propondo uma Abordagem de Gestão baseada em Capacidades para a Gestão do Processo de Conversão de Tecnologias em Processos, Produtos e Serviços (PCTPS). Com base em modelos referenciais existentes de Gestão do Processo de Desenvolvimento de Produtos, incorporaram-se no framework conceitos, práticas e princípios nas áreas de evolução e desenvolvimento de empresas de base tecnológica, modelo de negócios, gestão tecnológica e engenharia de sistemas. O foco compreende o empreendimento, não apenas de um departamento funcional ou de uma única empresa do empreendimento. Como resultado, gera, não somente processos, serviços e produtos, mas também a evolução do modelo de negócios. O último artigo deste número de G&P é de Carla Regina Mazia Rosa (PUC-PR), Maria Teresinha Arns Steiner (PUC-PR) e João Carlos Colmenero (Universidade Federal Tecnológica do Paraná). O trabalho avalia as alternativas para a definição de um Centro de Distribuição (CD) por meio da utilização de um processo multicritério de apoio à decisão – mais especificamente, o Processo de Análise Hierárquica (Analytic Hierarchy Process – AHP) – para a atribuição e ponderação dos níveis de importância para a estruturação de CDs. Para melhor ilustrar o processo, o trabalho utilizou dados de uma empresa multinacional do ramo alimentício e identificou a melhor estrutura dentre três possíveis alternativas - que foram avaliadas a partir da definição dos critérios e subcritérios voltados a esse contexto de decisão.

Boa Leitura.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2015
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