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T E S E S

O CAMPO MÉDICO HOMEOPÁTICO DO RIO DE JANEIRO NA DÉCADA DE 1990

Este trabalho analisa a estrutura institucional do campo médico homeopático do Rio de Janeiro na década de 1990. As principais referências teóricas são as noções de campo, habitus e conhecimento praxiológico de Bourdieu; o conceito de paradigma de Kuhn no que diz respeito à fase estrutural pré-paradigmática de uma disciplina, e a definição de sistema médico complexo de Luz, desenvolvida no projeto Racionalidades Médicas. Apresentam-se, inicialmente, aspectos históricos da constituição do campo médico homeopático, fazendo referência ao processo de formação das instituições homeopáticas de maior expressão no campo. No segundo capítulo, apresenta-se a constituição do campo médico homeopático através da descrição das atividades de cada uma das instituições estudadas. Isso é feito tendo como ponto de partida as entrevistas e fontes recolhidas, desenvolvendo, com o conceito de campo em Bourdieu, um mapa descritivo da estrutura do campo médico homeopático do Rio de Janeiro. No terceiro capítulo, analisa-se a estrutura do campo médico homeopático segundo suas práticas, estratégias e relações institucionais. Desenvolve, com o conceito de habitus e o conhecimento praxiológico, as especificidades do campo. Com a definição de sistema médico complexo de Luz, analisa-se a estrutura curricular do conhecimento homeo-pático, situado hoje como pós-graduação na área da medicina oficial. No quarto capítulo, analisamos as características estruturais do campo para a produção do conhecimento homeopático, recorrendo a uma comparação do período pré-paradigmático vivido pela física óptica, com o período atual vivido pelo conhecimento homeopático.

O fundamento escolhido para a reflexão sobre as funções institucionais do campo, organizadas atualmente de forma assistemática e indiferenciada entre as entidades, está baseado em uma considerável similitude que o conhecimento homeopático apresenta com relação à descrição que Kuhn faz a respeito do estágio pré-paradigmático de uma disciplina científica. Isso, especialmente devido à estruturação ainda sem consenso metodológico da comunidade de médicos pesquisadores da homeopatia. O conhecimento homeopático é reconhecido neste trabalho como a base da expressão institucional da homeopatia. Ele reflete alto grau de coerência com o tipo de estrutura e organização que as instituições homeopáticas apresentam no Rio de Janeiro, como ‘poderes paralelos’. Reflete também a necessidade de que a estrutura institucional do campo homeopático adquira uma forma sistêmica de funcionamento, ou seja, que as funções institucionais sejam diversificadas pelas entidades, para que a expressão de seu saber seja enraizado de maneira estável e integrada na sociedade.

Tanto o conhecimento homeopático quanto as instituições homeopáticas apresentam as características de um campo social em fase de reconstrução.

Carla Romilda Laucas

Dissertação de mestrado, 1999

Curso de pós-graduação em saúde coletiva

Instituto de Medicina Social/Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ)

Rua Andrade Pertence, 17 apto 62

22220-010 Rio de Janeiro — RJ Brasil

e-mail: fpborges@nutecnet.com.br

A infância do asilo: a institucionalização da velhice no Rio de Janeiro da virada do século

Neste trabalho, abordamos a história da velhice, privilegiando uma questão específica: o surgimento do asilo de velhos no Rio de Janeiro. No Brasil, a institucionalização da velhice, especialmente em termos históricos, é um assunto muito pouco abordado. O foco de nossa pesquisa recai sobre o desenvolvimento de uma instituição, o Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada, desde a sua fundação, em 1890, até 1925. Para entendermos as especificidades deste novo tipo de prática, abordamos diversos aspectos do asilo para velhos, como a sua relação com os poderes públicos e a filantropia, as idéias que norteavam o planejamento das suas instalações, o papel da medicina na assistência à velhice e o perfil dos primeiros asilados. Além disso, o surgimento do Asilo São Luiz foi motivo para uma série de reportagens nos jornais da época. Acompanhando essa faceta pública da institucionalização da velhice, procuramos vislumbrar o surgimento de uma série de imagens sociais a ela associadas. Lidando com essas imagens, mostramos como o asilo se tornou uma peça importante no processo de construção social da velhice, pois tornava homogênea e visível uma população até então heterogênea.

Daniel Groisman

Dissertação de mestrado em saúde coletiva

Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ)

e-mail: dgroisman@openlink.com.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Maio 2006
  • Data do Fascículo
    Jun 1999
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