Acessibilidade / Reportar erro

Alterações fisiológicas e bioquímicas durante o armazenamento de sementes de Tabebuia serratifolia

Physiological and biochemical properties changes during storage of Tabebuia Serratifolia seeds

Resumos

A espécie Tabebuia serratifolia (ipê-amarelo) é utilizada para reflorestamento de áreas degradadas, além de possuir propriedades medicinais e madeireiras. Sua propagação é por sementes, as quais podem apresentar problemas de conservação, como alterações no seu potencial fisiológico ao longo do armazenamento. Para investigar a ocorrência dessas alterações fisiológicas e bioquímicas de sementes de ipê-amarelo, durante o armazenamento sob condições de câmara fria e ambiente, foram realizadas avaliações trimestrais da germinação, viabilidade, vigor, teor de água, de polifenóis e proteínas resistentes ao calor, em sementes armazenadas por doze meses. Para sementes armazenadas em câmara fria foram observados resultados superiores de germinação e vigor quando comparados com os obtidos na condição ambiente. Ocorreram decréscimos nos teores de polifenóis ao longo do armazenamento, já as proteínas resistentes ao calor mantiveram a mesma intensidade de bandas. Na condição ambiente, a germinação torna-se nula aos nove meses; enquanto que, em câmara fria, as sementes permanecem viáveis durante 12 meses de armazenamento.

Ipê-amarelo; Handroanthus serratifolius; longevidade


The species Tabebuia serratifolia (ipê amarelo) is used for reclamation of degraded areas, in addition it possess medicinal and timber properties. Its propagation is by seeds, which present problems of conservation, as changes in the percentage of germination throughout the storage. To investigate the possible changes in some physiological and biochemistry behaviors of "ipê-amarelo" seeds during the storage the germination, viability, vigor, protein content of resistant to heat and polyphenols were evaluated. The seeds were stored under environmental and cold chamber conditions for 12 months. Evaluations were made every 3 months. For seeds stored in cold chamber higher germination and vigor were observed as compared to the environmental condition. There were decreases in the levels of polyphenols during storage, but the heat shock proteins kept the same intensity of bands. In the environmental condition the germination becomes null on the 9th month, while in cold chamber the seeds remain viable during the 12 months of storage.

Yellow-ipe; Handroanthus serratifolius; longevity


Alterações fisiológicas e bioquímicas durante o armazenamento de sementes de Tabebuia serratifolia

Physiological and biochemical properties changes during storage of Tabebuia Serratifolia seeds

Débora Gabriela SilvaI; Maria Laene Moreira de CarvalhoII; Marcela Carlota NeryIII; Luciana Magda de OliveiraIV; Carla Massimo CaldeiraV

IEngenheira Agrônoma, Especialista Florestal - Rua General Carneiro, 683, Centro - 18300-260 - Capão Bonito, SP - debora.gabriela@fibria.com.br

IIEngenheira Agrônoma, Professora Dra. em Agronomia- Departamento de Agricultura/DAG - Universidade Federal de Lavras/UFLA - Cx.P.3037- 37200-000 - Lavras, MG - mlaenemc@ufla.dag.br

IIIEngenheira Agrônoma, Professora Dra. em Agronomia - Departamento de Agronomia - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM - Campus JK - Rodovia MGT 367, Km 583, nº 5000 - Alto da Jacuba - Diamantina, MG - nery.marcela@gmail.com

IVEngenheira Florestal, Professora Dra. em Fitotecnia/Sementes - Departamento de Engenharia Florestal - Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC - Av. Luis de Camões, 2090 - 88520-000 - Lages, SC - luciana@cav.udesc.br

VDoutoranda em Agronomia - Departamento Agricultura/DAG - Universidade Federal de Lavras/UFLA - Cx. P. 3037 - 37200-000 - Lavras, MG - carlaufla@yahoo.com.br

RESUMO

A espécie Tabebuia serratifolia (ipê-amarelo) é utilizada para reflorestamento de áreas degradadas, além de possuir propriedades medicinais e madeireiras. Sua propagação é por sementes, as quais podem apresentar problemas de conservação, como alterações no seu potencial fisiológico ao longo do armazenamento. Para investigar a ocorrência dessas alterações fisiológicas e bioquímicas de sementes de ipê-amarelo, durante o armazenamento sob condições de câmara fria e ambiente, foram realizadas avaliações trimestrais da germinação, viabilidade, vigor, teor de água, de polifenóis e proteínas resistentes ao calor, em sementes armazenadas por doze meses. Para sementes armazenadas em câmara fria foram observados resultados superiores de germinação e vigor quando comparados com os obtidos na condição ambiente. Ocorreram decréscimos nos teores de polifenóis ao longo do armazenamento, já as proteínas resistentes ao calor mantiveram a mesma intensidade de bandas. Na condição ambiente, a germinação torna-se nula aos nove meses; enquanto que, em câmara fria, as sementes permanecem viáveis durante 12 meses de armazenamento.

Palavras-chave: Ipê-amarelo, Handroanthus serratifolius, longevidade.

ABSTRACT

The species Tabebuia serratifolia (ipê amarelo) is used for reclamation of degraded areas, in addition it possess medicinal and timber properties. Its propagation is by seeds, which present problems of conservation, as changes in the percentage of germination throughout the storage. To investigate the possible changes in some physiological and biochemistry behaviors of "ipê-amarelo" seeds during the storage the germination, viability, vigor, protein content of resistant to heat and polyphenols were evaluated. The seeds were stored under environmental and cold chamber conditions for 12 months. Evaluations were made every 3 months. For seeds stored in cold chamber higher germination and vigor were observed as compared to the environmental condition. There were decreases in the levels of polyphenols during storage, but the heat shock proteins kept the same intensity of bands. In the environmental condition the germination becomes null on the 9th month, while in cold chamber the seeds remain viable during the 12 months of storage.

Key words: Yellow-ipe, Handroanthus serratifolius, longevity.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

4 REFERÊNCIAS

(recebido: 15 de outubro de 2009; aceito: 27 de setembro de 2010)

  • ALFENAS, A. C.; PETERS, I.; BRUCE, W.; PASSADOS, G. C. Eletroforese de proteínas e isoenzimas de fungos e essências florestais. Viçosa, MG: UFV, 1991. 242 p.
  • ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITICAL CHEMISTS. Methods of the association of official analitical chemists. Washington, 1990. 684 p.
  • BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds: physiology of development and germination. New York: Plenum, 1994. 445 p.
  • BLACKMAN, S. A.; WETTLAUFER, S. H.; OBENDORF, R. L.; LEOPOLD, A. C. Maturation proteins associated with desiccation tolerance in soybean. Plant Physiology, Rockville, v. 96, n. 3, p. 868-874, July 1991.
  • BORBA FILHO, A. B.; PEREZ, S. C. J. G. A. Armazenamento de sementes de ipê-branco e ipê-roxo em diferentes embalagens e ambientes. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 31, n. 1, p. 259-269, 2009.
  • BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes Brasília: SNDA/DNDV/ CLAV, 1992. 365 p.
  • CABRAL, E. L.; BARBOSA, D. C. de A.; SIMABUKURO, E. A. Armazenamento e germinação de sementes de Tabebuia áurea (Manso) Benth. & Hook. F. Ex. S. Moore. Acta Botânica Brasileira, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 609-617, 2003.
  • CARVALHO, M. L. M. de; NERY, M. C.; OLIVEIRA, L. M.; HILHORST, H. W. M.; GUIMARÃES, R. M. Morphophysiological development of Tabeluia serratifolia Vahl Nich. seeds. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 65, n. 6, p. 43-651, 2008.
  • CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileira: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRAPA/CNPF, 1994. 640 p.
  • CENTRO AGRONÓMICO TROPICAL DE INVESTIGACIÓN Y ENSEÑANZA. Proyecto de semillas forestales: laboratorio para analizar de 2000 a 5000 muestras de semillas. Turrialba, 2000. 99 p. (Serie técnica, manual técnico, 37).
  • CHUNJIE, L.; YANRONG, W.; TINGHENG, Z.; LING, Y. Response of alfafa seed to stress storage conditions. Yingyong-Shengtai-Xuebao, Lanzhou, v. 13, n. 8, p. 957-961, 2002.
  • FERREIRA, D. F. SISVAR 4. 3 -Sistema de Analises Estatísticas Lavras: UFLA, 1999.
  • FIGLIOLIA, M. B.; SILVA, A.; JARDIM, D. C. P.; IWANE, M. S. S. Viabilidade de sementes liofilizadas de essências florestais nativas. Silvicultura em São Paulo, São Paulo, v. 20/22, p. 47-55, 1988.
  • GEMAQUE, R. C. R. Maturação, tolerância à dessecação e alterações na qualidade fisiológica em sementes de ipêroxo (Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl.) envelhecidas artificialmente. 1999. 93 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1999.
  • GOLDSTEIN, J. L.; WAIL, T. Changes in tannin in ripening fruits. Phytochemistry, Oxford, v. 2, n. 4, p. 371-382, 1963.
  • HENDRICK, J. P.; HARTL, F. U. The role of molecular chaperones in protein folding. The FASEB Journal, v. 9, p. 1559-1569, 1995.
  • KAGEYAMA, P. Y.; SANCHEZ, S. P. A.; FERRAZ, E. M.; SOUZA, L. M. C. Armazenamento de sementes de três espécies nativas (Tabebuia heptaphylla,Erytrhina verna e Chorisia speciosa). Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 4, p. 435-439, 1992.
  • MAGUIRE, J. D. Seed of germination, aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v. 2, p. 176-177, 1962.
  • MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas Piracicaba: FEALQ, 2005. 495 p.
  • MARTINS, L.; LAGO, A. A.; SALES, W. R. M. Conservação de sementes de ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A. DC.) Standl.) em função do teor de água das sementes e da temperatura do armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 31, n. 2, p. 86-95, 2009.
  • MIYASAKI, J. M.; CÂNDIDO, J. F. Secagem de sementes de ipê amarelo (Tabebuia serratifolia Vall/Don). Seiva, v. 38, n. 85, p. 12-17, 1978.
  • MYCOCK, D. J.; BERJAK, P. The implication of seed-associated mycoflora during storage. In: KIGEL, J.; GALILI, G. Seed development and germination New York: M. Dekker, 1995. p. 747-766.
  • OLIVEIRA, L. M. Avaliação da qualidade de semente de Tabebiua serratifolia Vahl Nich. E Tabebuia impetiginosa (Martius Ex A. P. De Candolle Standley) envelhecidas natural e artificialmente. 2004. 160 p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2004.
  • OLIVEIRA, O. S. Tecnologia de sementes florestais Curitiba: UFPR, 2007. 185 p.
  • SANTOS, D. S. B.; TILLNAM, M. A. A.; PETERS, J. A. Presença de inibidores e efeito de glumas na embebição de sementes de sorgo sacarino. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 26, n. 7, p. 989-993, jul. 1991.
  • SCHMIDT, L. Guide to handling of tropical and subtropical forest seed Danida: Forest Seed Centre, 2000. 511 p.
  • SILVA, A. da; FIGLIOLIA, M. B.; AGUIAR, I. B.; PERECIN, D. Liofilização e armazenamento de sementes de ipê-rosa (Tabebuia heterophylla (A.P. Cabdolle) Britton) - Bignoniaceae. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 23, n. 1, p. 252-259, 2001.
  • SOUZA, S. M.; PIRES, I. E.; LIMA, P. C. F. Influência da embalagem e condições de armazenamento na longevidade de sementes florestais. In: ______. Pesquisa florestal no nordeste semi-árido: sementes e mudas. Petrolina: Embrapa-CPTSA, 1980. p. 15-24. (Boletim de pesquisa, 2).
  • SOUZA, V. C.; BRUNO, R. L. A.; ANDRADE, L. A. Vigor de sementes armazenadas de ipê amarelo Tabebuia serratifolia (Vahl.) Nich. Revista Árvore, Viçosa, v. 29, n. 6, p. 833-841, 2005.
  • VIDAL-TESSIER, A. M. Sur de quiñónez lipophiles du bois de tronc de Tabebuia serratifoilia (Vahl.) Nichols. Annales Pharmaceutiques Françaises, Paris, v. 46, n. 1, p. 55-57, 1988.
  • VIERLING, E. The role of heat shock proteins in plants. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, Palo Alto, v. 42, p. 579-620, 1991.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Set 2014
  • Data do Fascículo
    Mar 2011

Histórico

  • Recebido
    15 Out 2009
  • Aceito
    27 Set 2010
UFLA - Universidade Federal de Lavras Universidade Federal de Lavras - Departamento de Ciências Florestais - Cx. P. 3037, 37200-000 Lavras - MG Brasil, Tel.: (55 35) 3829-1706, Fax: (55 35) 3829-1411 - Lavras - MG - Brazil
E-mail: cerne@dcf.ufla.br