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Como se escreveu a história do Brasil nas primeiras décadas do século XX

As the history of Brazil was written in the first decades of the century XX

Resumos

Com o objetivo de compreender a tradição de estudos voltados para a narrativa da "descoberta do Brasil pelos brasileiros", o presente artigo parte de duas obras publicadas na década de 20 por Afonso de Taunay e percorre as referências mais diretas que possibilitaram o desenvolvimento da temática e, principalmente, da concepção de história. O texto apresenta a relevância de Alfredo de Taunay e Capistrano de Abreu para a fundamentação dessa escrita da história, a recepção que essas obras tiveram no período e elementos das concepções de verdade, método, importância dos documentos, enfim algumas motivações do fazer histórico nas primeiras décadas do século XX.

História; História do Brasil; Historiografia


Seeking to understand the tradition of studies sent for the narrative of the discovery of Brazil by the Brazilians, the present article is based of two works published in the decade of 20 by Afonso of Taunay and it travels the most direct references than they facilitated the development of the thematic and, mainly, of the history conception. The text presents the relevance of Alfredo of Taunay and Capistrano of Abreu to endorse of that writing of the history, the reception that those works really had in the period and elements of the conceptions of the true , method, importance of the documents, finally some motivations of doing historical in the first decades of the century XX.

History; Brazilian History; Historiography


ARTIGOS

Como se escreveu a história do Brasil nas primeiras décadas do século XX* * Artigo recebido em 16/09/2004; Aprovado em 18/12/2004. 1 1 O presente texto foi apresentado como trabalho de conclusão do curso "História e Literatura", ministrado pela Profª. Drª. Susani Silveira Lemos França, na Pós-Graduação em História da UNESP-Franca durante o primeiro semestre de 2004, a quem agradeço por marcar de forma definitiva minha visão de mundo.

As the history of Brazil was written in the first decades of the century XX

Karina Anhezini

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História da UNESP-Franca. Bolsista FAPESP. R. Major Claudiano, n.º 1.488 - CEP 14400-690 - Franca - SP kanhezini@terra.com.br

RESUMO

Com o objetivo de compreender a tradição de estudos voltados para a narrativa da "descoberta do Brasil pelos brasileiros", o presente artigo parte de duas obras publicadas na década de 20 por Afonso de Taunay e percorre as referências mais diretas que possibilitaram o desenvolvimento da temática e, principalmente, da concepção de história. O texto apresenta a relevância de Alfredo de Taunay e Capistrano de Abreu para a fundamentação dessa escrita da história, a recepção que essas obras tiveram no período e elementos das concepções de verdade, método, importância dos documentos, enfim algumas motivações do fazer histórico nas primeiras décadas do século XX

Palavras-chave: História, História do Brasil, Historiografia

ABSTRACT

Seeking to understand the tradition of studies sent for the narrative of the discovery of Brazil by the Brazilians, the present article is based of two works published in the decade of 20 by Afonso of Taunay and it travels the most direct references than they facilitated the development of the thematic and, mainly, of the history conception. The text presents the relevance of Alfredo of Taunay and Capistrano of Abreu to endorse of that writing of the history, the reception that those works really had in the period and elements of the conceptions of the true , method, importance of the documents, finally some motivations of doing historical in the first decades of the century XX

Key words: History, Brazilian History, Historiography

Avizinhava-se a década de 20 quando Afonso de Escragnolle Taunay escreveu São Paulo nos primeiros anos e São Paulo no século XVI.2 2 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. São Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituição social; São Paulo no século XVI: história da vila piratiningana. São Paulo: Paz e Terra, 2003. Inaugurava, com essas obras, a sua narrativa da epopéia paulista3 3 Ver: FERREIRA, Antonio Celso. A epopéia bandeirante: letrados, instituições, invenção histórica (1870-1940). São Paulo: Editora UNESP, 2002. Nessa obra, o autor apresenta as narrativas de vários letrados que, desde o final do século XIX, tiveram a epopéia paulista como temática privilegiada. a partir da "reconstituição" do cotidiano de homens que enfrentaram "a selva aspérrima",4 4 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. São Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituição social, p. 16. imbuídos da missão de constituir um "posto avançado da civilização" e expandir os limites do território pelo "oeste infindo".5 5 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. São Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituição social, p. 31.

O autor desses textos vinha se dedicando à "investigação histórica" desde 1910, ano da publicação de seu primeiro livro vinculado à "trama da alma brasileira"6 6 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Leonor de Ávila: romance brasileiro seiscentista. São Paulo: Irmãos Ferraz Editores, 1926. O romance histórico, Chronica do tempo dos Philippes,7 7 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Chronica do tempo dos Philippes. Tours: Imprimerie E. Arrault et Cie, 1910. em razão do esforço de pesquisa, foi considerado suficiente para sua entrada, em 1911, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. A exceção aberta nessa eleição, já que pelos regulamentos desses institutos apenas seriam eleitos autores com trabalhos científicos nas áreas de história, geografia e afins, marcou o ingresso institucional desse engenheiro civil na seara da história.

Os compromissos da confraria possibilitaram um contato mais estreito com as temáticas privilegiadas no período, além de criarem um espaço de discussão e publicação dos textos. Assim, nos próximos anos, 1914 e 1915, ele publicaria dois estudos a respeito daqueles que considerava os primeiros historiadores do bandeirismo, Pedro Taques8 8 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Pedro Taques, RIHGSP, São Paulo, v.19, 1915. e Frei Gaspar da Madre de Deus,9 9 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Frei Gaspar da Madre de Deus, RIHGSP, São Paulo, v.20, 1915. nos quais pôde apresentar suas aproximações iniciais do tema que o consagraria no cenário intelectual: a narrativa da "conquista do Brasil pelos brasileiros"10 10 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Um grande bandeirante: Bartolomeu Paes de Abreu (1674 - 1738). Exploração do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso; a conquista de Goiás. Anais do Museu Paulista, tomo I, p.419, 1922.

Essa significou uma mudança fundamental na perspectiva historiogr áfica, não apenas uma virada temática, mas uma guinada, sobretudo, no tipo de história que se queria produzir a respeito do Brasil. Verdade e método entraram na ordem do dia como grandes questões para os escritores das primeiras décadas do século XX.

A herança ibérica e a obra administrativa da coroa imperial que ocupavam a primeira cena na história político-administrativa e biográfica realizada por Robert Southey e por Francisco Adolfo Varnhagen dão lugar aos indígenas, à miscigenação, aos costumes, ao clima e à conquista do sertão em Capítulos de história colonial.11 11 ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. São Paulo: Publifolha, 2000. Caracterizado como revisionista e criador de um mundo novo,12 12 RODRIGUES, José Honório. História e historiadores do Brasil. São Paulo: Fulgor, 1965. redescobridor do Brasil,13 13 REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. símbolo da influência cientificista, ao menos em sua primeira fase,14 14 WEHLING, Arno. Estado, História, Memória: Varnhagen e a construção da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. representante de uma nova concepção de verdade na historiografia brasileira,15 15 ARAÚJO, Ricardo Benzaquen. Ronda noturna: narrativa crítica e verdade em Capistrano de Abreu. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº.1, p.28-54, 1988. ora positivista, ora historicista, João Capistrano de Abreu, ao se interessar pelo método crítico das ciências do espírito, talvez acreditasse que o historiador devesse "reconstituir" a vida integralmente.16 16 REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 3ªed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.

Muitos anos antes de a historiografia formular tais análises de sua obra, Capistrano avaliou e escreveu, certa vez, a Afonso de Taunay: "Quando as críticas se apurarem, reconhecerão que seu pai foi o primeiro dentre nós que descreveu os sertões de experiência e autópsia, não de chic: antes dele só houvera estrangeiros".17 17 Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, Rio de Janeiro, 9 de jan. de 1923. In: RODRIGUES, José Honório. Correspondência de Capistrano de Abreu. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: INL, v. 3, 1956, p. 80.

Capistrano de Abreu ressaltou a primazia de Alfredo de Escragnolle Taunay no desbravamento dos sertões, conferindo destaque à visão apresentada nas narrativas. O autor de Visões do sertão,18 18 TAUNAY, Visconde de. Visões do Sertão. São Paulo: Oficina Gráfica Monteiro Lobato, 1923. Outra obra da mesma temática é Dias de Guerra e de Sertão. São Paulo: Edição da "Revista do Brasil", 1920. somente após minucioso estudo realizado quando voltava da campanha que o tornou conhecido - A retirada da laguna19 19 TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. A retirada da Laguna: episódio da guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. A primeira versão da obra foi publicada em francês em 1871. -, pôde descrever as facetas daquele mundo novo que observou. A partir dessa leitura apresentada por Capistrano e tomando um dos sentidos da palavra "autópsia"20 20 A palavra autópsia é formada por aut(o): antepositivo do grego autos, (eu) mesmo, e por opsia: pospositivo do grego ópsis, ação de ver, vista, visão. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. empregada para qualificar a obra de Alfredo Taunay é possível compreender aquilo que se distinguia nessas obras: o elemento que mereceu destaque na avaliação de Capistrano foi o "exame de si mesmo" feito pelo autor de Inocência,21 21 TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. Inocência. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1936. ou seja, descreveu os sertões como parte do Brasil, num momento em que integrava uma campanha cujo objetivo era defender as fronteiras diante do inimigo paraguaio. Não era mais um estrangeiro acentuando o exótico do mundo alheio ao dele e nem mesmo mais um escritor que na década de 20 enveredava por este tema para aproveitar-se da "moda" vigente.

Mesmo contemplando as diferenças existentes entre o "mundo externo ao sertão" e o "sertão paradisíaco e inóspito", Alfredo Taunay analisou o sertão sentindo-se parte dele e, portanto, relacionando-se com o objeto de análise não como o "outro", mas como o "mesmo" ainda desconhecido que deveria vir à luz para os brasileiros, principalmente para os parlamentares cujos projetos políticos, muitas vezes, eram inadequados, na opinião dele, devido ao desconhecimento do território.

Com o correr dos anos, a crítica apurada não reputou a Alfredo Taunay o primado desta investida na análise do sertão. A primazia foi destinada a Capistrano de Abreu, que encaminharia Afonso de Taunay para os rumos desses sertões trilhados por Alfredo.

Dessa forma, antes mesmo de redefinir os caminhos da história no início do século, a perspectiva historiográfica de Capistrano de Abreu representou elemento decisivo frente às escolhas de Afonso de Taunay e de um grande rol de escritores do período. Após um primeiro contato ocorrido em 1888 durante algumas lições particulares, em uma visita, já em 1902, Taunay confessou-lhe o desejo de escrever história, fato narrado aos sócios do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo em 1939, ano em que assumiu a presidência honorária desta instituição:

- Se você está em São Paulo e quer escrever história, - aconselhou-me certa vez o meu querido e saudosíssimo mestre Capistrano de Abreu, - faça uma coisa: estude as bandeiras.

- Mas, isto é muito trabalhoso demais, - objetei-lhe - A vida de um homem não dá para tanto.

- Você ainda é moço e quem não tem coragem não amarra canhembora no mato, segundo afirma um prolóquio de minha terra, - retrucou-me o mestre cearense, em rude comparação de seu feitio de sinceridade absoluta.

- Preferiria algum assunto mais fácil, menos extenso e mais à mão, por exemplo o período dos Capitães-Generais.

Aí se agastou o autoritário amigo, apaixonado da franqueza e da ausência de rebuços:

- É mais fácil e mais à mão, com efeito! E assim também mais facilmente conseguirá você dar uma demonstração de rara ininteligência! Deixará um episódio máximo dos nossos anais, máximo e quase virgem na consolidação de seus fastos, para cuidar de uma relação quase sempre de meros atos burocráticos de um período de depressão e decadência. Parabéns pelo brilhantismo da escolha!

Deixou-me tão rude franqueza abalado ao desperdir-me, em meados de 1902, da visita feita no Rio de Janeiro a quem tão categoricamente se exprimia.22 22 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto. RIHGSP, v.37, p.10-11, 1939.

A conversa narrada daria origem à carta, fartamente citada pelos biógrafos de Afonso de Taunay, em que Capistrano reafirma as opiniões expostas pessoalmente ao discípulo.

A sua idéia de escrever uma história dos capitães-generais de S. Paulo é simplesmente infeliz. Que lembrança desastrada a de preferir um período desinteressante, quando a grande época dos paulistas é o século XVII! Deixe este encargo ao... ou ao... Isto lhes vai a calhar. Que encham as páginas da Revista com tão desenxabido assunto.

Reserve você para si o melhor naco, deixe os miúdos para quem deles gostar.23 23 Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, dia de S. Bertoldo e S. Columbado [1904?]. In: RODRIGUES, José Honório. Correspondência de Capistrano de Abreu, p.276.

Quando escreveu essa carta Capistrano estava prestes a iniciar a redação de Capítulos de história colonial, encomendado pelo Centro Industrial do Brasil em 1905. Esta seria a concretização de um projeto idealizado ainda nas décadas finais do século XIX, período em que Alfredo Taunay publicava suas incursões pelo sertão. A idéia de escrever a história dos capitães-generais corroborava as escolhas temáticas de Varnhagen, deixando Capistrano um pouco desapontado. No entanto, instigado e convencido de que poderia ser um caminho promissor, Taunay alteraria seus planos, dedicando-se à história das bandeiras. "Comecei a obedecer ao mestre, a me introduzir numa camisa, não de onze, mas de cento e dez varas, que é a ventilação dos fastos bi-seculares do epos bandeirante",24 24 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto. RIHGSP, v.37, p.11, 1939. rememorava no discurso de posse em que retraçou sua própria trajetória conferindo a Capistrano o lugar de mestre, orientador, tanto das escolhas de temas quanto da abordagem de grande parte de sua produção.

"Faltam documentos para escrever a história das bandeiras",25 25 ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. São Paulo: Publifolha, 2000, p. 129. escreveu Capistrano nos Capítulos em 1907. "Que mina, e que mina virgem, a dos arquivos que dormiam",26 26 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto, p. 12. disse Taunay. E foi por meio da descoberta destas "minas virgens" que os textos a respeito de São Paulo colonial, "berço da civilização nas Américas", na visão de Taunay, foram escritos. Voltemos, então, a esses textos.

Ponto de partida da trama inventada por Afonso de Taunay parece ser a pergunta: que Brasil começa a se formar a partir de São Paulo no século XVI? Esta questão é desenvolvida capítulo após capítulo com a inserção gradativa de elementos e argumentos que procuram responder à interrogação e, sobretudo, provar a tese apresentada em tal indagação.

Concomitantemente a esta pergunta, uma outra se desenvolve: qual a melhor forma de "reconstituir" este passado? Outros estudiosos produziram obras a respeito do passado colonial brasileiro, mas essas narrativas pareceram insuficientes no século XX, pois não foram realizadas "em prol do esclarecimento destes feitos da vida comum de todos os brasileiros".27 27 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto, p.14. No entanto, vem se constituindo uma tradição de estudos voltados para este espírito, desde meu pai, diria Taunay, depois com Capistrano, meu mestre, e agora, com essas obras publicadas na década de 1920, a partir do acordar dessas minas que dormiam, "obedecendo à norma essencial e inflexível, de que onde não há documentos não há história",28 28 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto, p.14. daria Taunay continuidade à trama da alma brasileira.

Os coetâneos tomaram contato com os resultados de pesquisa, apresentados em São Paulo nos primeiros anos (1920), durante o ano de 1917, nas colunas do Correio Paulistano e, logo no próximo ano, puderam ler, no mesmo periódico, as versões preliminares de São Paulo no século XVI (1921).

Como sinal de gratidão pela possibilidade de pesquisa desta documenta ção garantida pelo então governador do Estado de São Paulo, Washington Luis Pereira de Souza, que revigorou o Arquivo Público do Estado fazendo publicar as Atas e o Registro Geral da Câmara paulistana de 1562 até o século XX, após o restauro e transcrição realizada por Francisco Escobar e Manuel Alves de Souza, Afonso de Taunay lhe dedicou o primeiro estudo realizado a partir destas fontes.

Estas obras tratavam de questões caras aos contemporâneos e, portanto, despertaram grande interesse. Até o exigente mestre que, muitas vezes, criticava seus trabalhos, principalmente pelo estilo com o qual escrevia, enviou-lhe uma carta em abril de 1920, reconhecendo seus méritos e, como era de costume, fazendo correções:

Grande parte do dia de ontem empreguei lendo seu livro sobre São Paulo quinhentista. Já estou no meio e hoje ou amanhã devo terminar. V. proporcionou- me horas agradáveis e a mesma sensação proporcionará aos leitores. Seu método de exposição tornará popular a leitura e é bem possível que a tornem mais atrativa as perífrases, alusões, etc., [...] Depois de completar a leitura, exporei algumas dúvidas. Há uma distração curiosa em seu livro: sup õe as câmaras do tempo regidas pelos Filipinos. No trabalho sobre as atas, que comecei, o primeiro artigo devia intitular-se A Câmara de S. Paulo, sobre as Ordenações Manuelinas.29 29 Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, Três Corações,12 de abril de 1920. In: RODRIGUES, José Honório. Correspondência de Capistrano de Abreu, p.308-309.

Alberto Rangel - autor de D. Pedro I e a Marquesa de Santos30 30 RANGEL, Alberto. D. Pedro I e a Marquesa de Santos. Rio de Janeiro: Liv. Francisco Alves, 1916. - foi o responsável pela publicação na França dos dois livros a respeito de São Paulo e, em 1920, dizia-se orgulhoso por participar dos bastidores de tal feito. Foi ele que, ao final da impressão de S. Paulo nos primeiros anos, enviou um exemplar a Lisboa com o fim de presentear João Lúcio de Azevedo, o historiador português cujo intercâmbio com Afonso de Taunay iniciou-se por meio de Capistrano de Abreu. A impressão causada pela obra deixou Taunay bastante agradecido, pois, em carta de novembro de 1920, comentou o historiador lisboeta:

Prende a atenção como um romance, e a gente sente-se viver no seio daquele Brasil rudimentar, que assim seria em todos os novos povoadores, com os seus esforços pela vida, os interesses em conflito, aquele renovar de uma ilha de Robinson, onde se tivesse reproduzido o náufrago descobridor tenho o seu livro por fundamental para a história do Brasil, descobrindo-nos a célula primitiva de onde saiu S. Paulo grande e o Rio de Janeiro maior. Quando contei as folhas li até página 90; na sessão seguinte fui até o fim. Que mais precisaria dizer-lhe31 31 Carta de João Lúcio D'Azevedo a Afonso Taunay, Lisboa, 19 de novembro de 1920, APMP/FMP, 3ª entrada, pasta 295.

Fazer o leitor sentir-se "tal como" se vivesse naquele tempo; maior recompensa não haveria de ter alguém cuja meta era "reconstituir" o passado. "Reconstituir" o passado, não qualquer um, mas aquele social, cotidiano, passado dos costumes, da vida dos homens que viveram naquele período, porque este era o passado "tal como" aconteceu, "análogo" àquilo que o "constituiu". Portanto, se o objetivo é "contar a verdade", não se pode tratar de outra coisa, a não ser daquilo que nos "mostram" os documentos, os "rastros" daqueles que "constituíram" a história.

Podemos afirmar que este é o sentido assumido pelos textos escritos por Taunay. Um historiador de ofício, um prático da história que aprendeu o fazer historiográfico no cotidiano. Foi orientado a respeito dos temas mais relevantes para historiar, empreendeu uma busca incessante de documentos sempre preocupado com os rumos da historiografia brasileira.

Não foi um teórico da história. Acreditava que os passos do fazer história eram simples, mas muito havia para ser feito, muito havia que se trabalhar e cada vez um maior número de pessoas deveria dedicar horas de suas vidas debruçados sobre documentos para possibilitar o conhecimento de mais e mais passado.

Passado por decifrar, por desvendar, por descobrir. Poucos estudos ainda a respeito dos tempos longínquos da formação do Brasil e estes, não bastasse, ainda direcionados por uma mesma perspectiva, a da história batalha. Assim, muito trabalho por fazer em direção à história dos costumes.

Esses textos responderam a uma série de interpretações que também concebiam o passado como referente. No entanto, esses estudos referiam-se a um passado que não mais interessava ao presente, não trataram do passado que permaneceu preservado nos vestígios que naquele momento se descobriram e ganharam relevância.

Diante das novas descobertas, era indispensável ao historiador a crítica externa e interna do documento, pois diversos termos dessas fontes eram "insinceros", era preciso estar atento e compreender o "espírito dos tempos".32 32 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. São Paulo no século XVI, p.344 e 356. A "investigação cuidadosa" dos fatos levaria a esta compreens ão mais cuidadosa, e Capistrano foi sempre considerado o autor que, com maior acuidade, conseguia desvendar esse espírito, enquanto outros, segundo Taunay, por ignorarem fontes ou por acreditarem demasiadamente naquelas consultadas, negavam a "verdade histórica".33 33 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. São Paulo no século XVI, p.400.

Na aula inaugural do curso de História da Civilização Brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, onde assumiu a cátedra em 1934, Taunay conclamava os alunos enfatizando a importância da descoberta das novas fontes, pois muito do nosso passado, dizia ele, ainda nos é contado pelos viajantes estrangeiros, com "sua desvantagem de origem, causada pelas diferenças fundamentais de mentalidade"34 34 TAUNAY, Afonso de Escragnolle A propósito do curso de História da Civilização Brasileira na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Anuário da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, p.130, 1934. e, assim, enfatizava o ofício como profissão de fé:

Soberbo campo de estudos se antolha aos pesquisadores de boa vontade no conjunto da enorme documentação virgem oferecida aos estudiosos da história da civilização brasileira. Assim atraia ele a maior cópia destes interpretadores de documentos, para que o avolumamento de tal bibliografia permita dentro em breve apanhados, por enquanto assas falhos, por deficiência de indispensáveis pontos de apoio dos elementos exigidos para a construção das sínteses.35 35 TAUNAY, Afonso de Escragnolle A propósito do curso de História da Civilização Brasileira, p.131, 1934.

A tão sonhada síntese somente seria possível a partir de um grande número de trabalhos, por isso "todos à obra (...) como si fôramos os soldados de um antigo terço - que realmente somos os membros da bandeira que do Passado procura fazer, em múltipla, em contínuas entradas, o descimento das verdades históricas".36 36 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Os quatro primeiros lustros de vida do Instituto. RIHGSP, v.19, p.13, 1914.

As bases da disciplina histórica foram inventadas, novas tendências foram modificando algumas concepções, os temas privilegiados se alteraram, as teorias e metodologias mais aceitas tomaram configurações diversas, mas o esforço empreendido nessas primeiras décadas do século XX mudaria os rumos da escrita da história do Brasil.

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  • ______. A retirada da Laguna: episódio da guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
  • WEHLING, Arno. Estado, História, Memória: Varnhagen e a construçăo da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
  • 2 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Săo Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituiçăo social; Săo Paulo no século XVI: história da vila piratiningana. Săo Paulo: Paz e Terra, 2003.
  • 3 Ver: FERREIRA, Antonio Celso. A epopéia bandeirante: letrados, instituiçőes, invençăo histórica (1870-1940). Săo Paulo: Editora UNESP, 2002.
  • 6 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Leonor de Ávila: romance brasileiro seiscentista. Săo Paulo: Irmăos Ferraz Editores, 1926.
  • 7 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Chronica do tempo dos Philippes. Tours: Imprimerie E. Arrault et Cie, 1910.
  • 8 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Pedro Taques, RIHGSP, Săo Paulo, v.19, 1915.
  • 9 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Frei Gaspar da Madre de Deus, RIHGSP, Săo Paulo, v.20, 1915.
  • 10 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Um grande bandeirante: Bartolomeu Paes de Abreu (1674 - 1738). Exploraçăo do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso; a conquista de Goiás. Anais do Museu Paulista, tomo I, p.419, 1922.
  • 11 ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. Săo Paulo: Publifolha, 2000.
  • 12 RODRIGUES, José Honório. História e historiadores do Brasil. Săo Paulo: Fulgor, 1965.
  • 13 REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 3Ş ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.
  • 14 WEHLING, Arno. Estado, História, Memória: Varnhagen e a construçăo da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
  • 15 ARAÚJO, Ricardo Benzaquen. Ronda noturna: narrativa crítica e verdade em Capistrano de Abreu. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nş.1, p.28-54, 1988.
  • 16 REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 3Şed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.
  • 17 Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, Rio de Janeiro, 9 de jan. de 1923. In: RODRIGUES, José Honório. Correspondęncia de Capistrano de Abreu. Rio de Janeiro: Civilizaçăo Brasileira; Brasília: INL, v. 3, 1956, p. 80.
  • 18 TAUNAY, Visconde de. Visőes do Sertăo. Săo Paulo: Oficina Gráfica Monteiro Lobato, 1923.
  • 20 A palavra autópsia é formada por aut(o): antepositivo do grego autos, (eu) mesmo, e por opsia: pospositivo do grego ópsis, açăo de ver, vista, visăo. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
  • 21 TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. Inocęncia. Săo Paulo: Companhia Melhoramentos, 1936.
  • 22 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidęncia Honorária do Instituto. RIHGSP, v.37, p.10-11, 1939.
  • 24 TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidęncia Honorária do Instituto. RIHGSP, v.37, p.11, 1939.
  • 25 ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. Săo Paulo: Publifolha, 2000, p. 129.
  • 29 Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, Tręs Coraçőes,12 de abril de 1920. In: RODRIGUES, José Honório. Correspondęncia de Capistrano de Abreu, p.308-309.
  • 30 RANGEL, Alberto. D. Pedro I e a Marquesa de Santos. Rio de Janeiro: Liv. Francisco Alves, 1916.
  • 36 TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Os quatro primeiros lustros de vida do Instituto. RIHGSP, v.19, p.13, 1914.
  • *
    Artigo recebido em 16/09/2004; Aprovado em 18/12/2004.
  • 1
    O presente texto foi apresentado como trabalho de conclusão do curso "História e Literatura", ministrado pela Profª. Drª. Susani Silveira Lemos França, na Pós-Graduação em História da UNESP-Franca durante o primeiro semestre de 2004, a quem agradeço por marcar de forma definitiva minha visão de mundo.
  • 2
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    São Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituição social;
    São Paulo no século XVI: história da vila piratiningana. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
  • 3
    Ver: FERREIRA, Antonio Celso.
    A epopéia bandeirante: letrados, instituições, invenção histórica (1870-1940). São Paulo: Editora UNESP, 2002. Nessa obra, o autor apresenta as narrativas de vários letrados que, desde o final do século XIX, tiveram a epopéia paulista como temática privilegiada.
  • 4
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    São Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituição social, p. 16.
  • 5
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    São Paulo nos primeiros anos: ensaio de reconstituição social, p. 31.
  • 6
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    Leonor de Ávila: romance brasileiro seiscentista. São Paulo: Irmãos Ferraz Editores, 1926.
  • 7
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    Chronica do tempo dos Philippes. Tours: Imprimerie E. Arrault et Cie, 1910.
  • 8
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Pedro Taques,
    RIHGSP, São Paulo, v.19, 1915.
  • 9
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Frei Gaspar da Madre de Deus,
    RIHGSP, São Paulo, v.20, 1915.
  • 10
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Um grande bandeirante: Bartolomeu Paes de Abreu (1674 - 1738). Exploração do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso; a conquista de Goiás.
    Anais do Museu Paulista, tomo I, p.419, 1922.
  • 11
    ABREU, Capistrano de.
    Capítulos de história colonial. São Paulo: Publifolha, 2000.
  • 12
    RODRIGUES, José Honório.
    História e historiadores do Brasil. São Paulo: Fulgor, 1965.
  • 13
    REIS, José Carlos.
    As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.
  • 14
    WEHLING, Arno.
    Estado, História, Memória: Varnhagen e a construção da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
  • 15
    ARAÚJO, Ricardo Benzaquen. Ronda noturna: narrativa crítica e verdade em Capistrano de Abreu.
    Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº.1, p.28-54, 1988.
  • 16
    REIS, José Carlos.
    As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 3ªed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.
  • 17
    Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, Rio de Janeiro, 9 de jan. de 1923. In: RODRIGUES, José Honório.
    Correspondência de Capistrano de Abreu. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: INL, v. 3, 1956, p. 80.
  • 18
    TAUNAY, Visconde de.
    Visões do Sertão. São Paulo: Oficina Gráfica Monteiro Lobato, 1923. Outra obra da mesma temática é
    Dias de Guerra e de Sertão. São Paulo: Edição da "Revista do Brasil", 1920.
  • 19
    TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle.
    A retirada da Laguna: episódio da guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. A primeira versão da obra foi publicada em francês em 1871.
  • 20
    A palavra
    autópsia é formada por aut(o): antepositivo do grego autos, (eu) mesmo, e por opsia: pospositivo do grego ópsis, ação de ver, vista, visão. HOUAISS, Antonio.
    Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
  • 21
    TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle.
    Inocência. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1936.
  • 22
    TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto.
    RIHGSP, v.37, p.10-11, 1939.
  • 23
    Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, dia de S. Bertoldo e S. Columbado [1904?]. In: RODRIGUES, José Honório.
    Correspondência de Capistrano de Abreu, p.276.
  • 24
    TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto.
    RIHGSP, v.37, p.11, 1939.
  • 25
    ABREU, Capistrano de.
    Capítulos de história colonial. São Paulo: Publifolha, 2000, p. 129.
  • 26
    TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto, p. 12.
  • 27
    TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto, p.14.
  • 28
    TAUNAY, Afonso. Discurso de posse na Presidência Honorária do Instituto, p.14.
  • 29
    Carta de Capistrano de Abreu a Afonso Taunay, Três Corações,12 de abril de 1920. In: RODRIGUES, José Honório.
    Correspondência de Capistrano de Abreu, p.308-309.
  • 30
    RANGEL, Alberto.
    D. Pedro I e a Marquesa de Santos. Rio de Janeiro: Liv. Francisco Alves, 1916.
  • 31
    Carta de João Lúcio D'Azevedo a Afonso Taunay, Lisboa, 19 de novembro de 1920, APMP/FMP, 3ª entrada, pasta 295.
  • 32
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    São Paulo no século XVI, p.344 e 356.
  • 33
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle.
    São Paulo no século XVI, p.400.
  • 34
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle A propósito do curso de História da Civilização Brasileira na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
    Anuário da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, p.130, 1934.
  • 35
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle A propósito do curso de História da Civilização Brasileira, p.131, 1934.
  • 36
    TAUNAY, Afonso de Escragnolle. Os quatro primeiros lustros de vida do Instituto.
    RIHGSP, v.19, p.13, 1914.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      13 Mar 2009
    • Data do Fascículo
      Jul 2005

    Histórico

    • Aceito
      18 Dez 2004
    • Recebido
      16 Set 2004
    Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antônio Carlos, 6627 , Pampulha, Cidade Universitária, Caixa Postal 253 - CEP 31270-901, Tel./Fax: (55 31) 3409-5045, Belo Horizonte - MG, Brasil - Belo Horizonte - MG - Brazil
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