Ocorrência e danos de Hybolabus amazonicus Voss e Hybolabus columbinus (Erichson) (Coleoptera: Attelabidae) em castanheira, na Região Amazônica

Occurrence and damage of Hybolabus amazonicus Voss and Hybolabus columbinus (Erickson) (Coleoptera: Attelabidae) on Brazil nut, in the Amazon Region

Insecta; Lecythidaceae; Bertholietia excelsa

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Ocorrência e danos de Hybolabus amazonicus Voss e Hybolabus columbinus (Erichson) (Coleoptera: Attelabidae) em castanheira, na Região Amazônica

Occurrence and damage of Hybolabus amazonicus Voss and Hybolabus columbinus (Erickson) (Coleoptera: Attelabidae) on Brazil nut, in the Amazon Region

Marcos V.B. Garcia^I; Beatriz Ronchi-Teles^II; Ricardo Andreazze^II; Ana M.S.R. Pamplona^I

^IEMBRAPA/CPAA, Caixa postal 319, 69011-970, Manaus, AM

^IIINPA-CPEN, Caixa postal 478, 69011-970, Manaus, AM

ABSTRACT

The occurrence of Hybolabus amazonicus Voss and Hybolabus columbinus (Erickson) damaging leaves of the Brazil nut (Bertholietia excelsa, Lecythidaceae) is reported. Adults fed on the surface of the leaves causing damage, and females cut and rolled the young leaves for nest construction. Injuries were more visible in young plants than in old ones.

Key words: Insecta, Lecythidaceae, Bertholietia excelsa.

Fêmeas dos besouros da família Attelabi dae destacam-se pelo hábito de recortar e enrolar folhas de diversas plantas (Bondar 1937, 1947, Machado 1924, Costa Lima 1936,1956, Sakurai 1985,1986,1988a,b, Howden & Gill 1992, Couturier& Delgado 1995), produzindo um pequeno charuto, onde depositam os ovos. As larvas alimentam-se do limbo da folha enrolada e dentro destes "ninhos" completam o ciclo, enquanto os adultos alimentam-se no lado superior das folhas. Embora sejam conhe cidos 15 gêneros da família Attelabidae e 12 espécies do gênero Hybolabus (Voss 1925, Wibmer & O' Brien 1986), estudos sobre a bio logia de Hybolabus são escassos (Bondar 1937, 1947, Costa Lima 1956). Fazolin et al.(1995), observaram no período de um ano, a flutuação populacional de Hybolabus amazonicus Voss em castanheira (Bertholletia excelsa), em Rio Branco, no Estado do Acre.

Em cultivos de castanheira, no Estado do Amazonas foram observadas H. amazonicus e Hybolabus columbinus (Erickson), enquanto no Acre, próximo ao município de Nova Califórnia, apenas H. columbinus foi encontrado. Estas observações foram citadas anteriormente (B. Ronchi-Teles et al., não publicado). O comportamento de H. amazonicus foi observado em um plantio de 2 anos no Km 24 da rodovia Am-010 próximo a Manaus. Em laboratório, ninhos foram abertos para exame e outros mantidos para emergência dos adultos. H. columbinus foi observado na Fazenda Aruanã, em plantio comercial de castanheira de 15 anos, localizado no km 215 da rodovia Am-010, próximo ao município de Itacoatiara, AM. Adultos destas espécies danificam a superfície superior das folhas novas e maduras. As fêmeas destroem as folhas jovens durante a construção do ninho recortando um lado do limbo foliar até a nervura central, e a partir do ápice da folha enrola-a, como um pequeno charuto, onde depositam seus ovos. Partindo do ápice da folha, a fêmea enrola com as pernas, e dobra a parte do limbo cortada sobre a outra. Quando o ninho ganha a forma cilíndrica a fêmea prossegue enrolando-o a partir de suas extremidades, um pouco em cada um dos lados. Esta seqüência é interrompida quando a fêmea abre uma cavidade na superfície do ninho onde coloca um ovo e prossegue enrolando-o repetindo este comportamento a cada postura. A maioria das espécies de Attelabidae usualmente depositam um ou dois ovos por ninho (Bondar 1947, Sakurai 1986). Fêmeas de H. amazonicus depositam de 1 a 20 ovos (6,25 ± 3,97; n=59) em cada ninho. No interior do ninho, as larvas alimentam-se do limbo foliar, empupam e emergem como adultos. A maioria dos ninhos caem ao chão após construídos e destes emergem de 1 a 14 adultos (5,35 ±3,43; n=28). Em alta infestação estes besouros causam prejuízos sérios, mais visíveis em plantas jovens que em árvores adultas com maior massa foliar. Sugere-se o monitoramento desta espécie em cultivos jovens (plantas de 2,5-3,0 m de altura), a retirada dos ninhos presos às folhas, coleta daqueles que se encontram no chão, e eventualmente, pulverizações com inseticidas químicos, a fim de evitar o crescimento populacional.

Agradecimentos

Agradecemos ao Dr. Roberts W. Hamilton (Loyola University Chicago, EUA) pela identificação das espécies de Hybolabus.

Literatura Citada

Recebido em 23/03/96. Aceito em 27/02/97.

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  23 Mar 2007
• Data do Fascículo
  Abr 1997

Histórico

• Aceito
  27 Fev 1997
• Recebido
  23 Mar 1996