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Adaptação cultural de um instrumento para avaliar a satisfação no trabalho

Cultural adaptation of a job satisfaction assessment tool

Resumo

Introdução: o trabalho ocupa um lugar importante na vida do indivíduo e, dependendo da forma como é organizado e executado, pode gerar satisfações ou insatisfações. O método mais utilizado para avaliar a satisfação no trabalho tem sido a aplicação de instrumentos de medida.

Objetivo: realizar a adaptação cultural do instrumento Job Satisfaction Survey para utilização no contexto dos trabalhadores brasileiros.

Método: o procedimento de adaptação cultural do instrumento constou das seguintes etapas: (1) Tradução independente por dois tradutores; (2) Síntese das traduções por um terceiro tradutor e especialistas; (3) Retrotradução por outros dois tradutores independentes; (4) Revisão por um comitê de especialistas; (5) Verificação do Índice de Validade de Conteúdo; (6) Pré-teste com trabalhadores de Enfermagem; (7) Adequações finais do instrumento.

Resultados: foram obtidas as equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual entre a versão traduzida e a versão original e observou-se facilidade de entendimento e aceitação dos itens do questionário no contexto dos trabalhadores da Enfermagem.

Conclusão: a análise do comitê de especialistas e o pré-teste demonstraram que os itens são pertinentes à cultura brasileira e avaliam a dimensão proposta pelo instrumento original.

Palavras-chave:
satisfação no trabalho; saúde do trabalhador; estudos de validação

Abstract

Introduction: work plays an important role in people’s life and depending on its organization and execution it can generate satisfaction or dissatisfaction. The most widely used method to assess job satisfaction has been the application of measuring instruments.

Objective: to perform the cultural adaptation of the Job Satisfaction Survey for use in the context of Brazilian’s workers.

Method: the instrument cultural adaptation consisted of the following steps: (1) Translation by two independent translators; (2) Proofreading by a third translator and specialists; (3) Back-translation by two independent translators; (4) Review by a committee review; (5) Verification of the Content Validity Index; (6) Pre-test with nursing personnel; (7) Latest adjustments.

Results: semantic, idiomatic, cultural and conceptual equivalence between the translated version and the original version were obtained and it was observed ease of understanding and acceptance of the items of the questionnaire in the context of the nursing personnel.

Conclusion: the analysis of the experts committee and the pre-test showed the items are relevant to Brazilian culture and to assess the scale proposed by the original instrument.

Keywords:
job satisfaction; occupational health; validation studies

Introdução

Atualmente, os desgastes físico e emocional relacionados ao trabalho têm proliferado entre trabalhadores de diversas profissões. A temática satisfação no trabalho vem se destacando nos últimos anos em contextos organizacionais, nos quais é valorizada como determinante do sucesso profissional (SPAGNOLI et al., 2011Spagnoli, P.; Caetano, A.; Santos, S. C. Satisfaction with job aspects: do patterns change over time? Journal of Business Research, Athens, v. 65, n. 5, p. 609-616, 2011. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2011.02.048.
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). Trata-se de um indicador de qualidade de vida no trabalho e sua medida tem sido utilizada em estudos no Brasil e no exterior (SUHONEN et al., 2012Suhonen, R. et al. Caregivers’ work satisfaction and individualised care in care settings for older p eople.Journal of Clinical Nursing, Oxford, v. 22, n. 3-4, p. 479-490, 2012. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2702.2011.04052.x. PMid:22564089.
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; LORETTO; CALDAS JUNIOR; COELHO JUNIOR, 2013Loretto, N. R.; Caldas JUNIOR, A.; Coelho JUNIOR, L. G. T. M. Job satisfaction among dental assistants in Brazil. Brazilian Dental Journal, Ribeirão Preto, v. 24, n. 1, p. 53-58, 2013. http://dx.doi.org/10.1590/0103-6440201301944.
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).

A delimitação do conceito de satisfação profissional é uma tarefa complexa e subjetiva, uma vez que está intrinsecamente relacionada com a forma como o indivíduo sente-se no trabalho e com suas características pessoais. A literatura contempla várias definições de satisfação profissional e sua conceituação depende do referencial teórico adotado (PRON, 2013Pron, A. L. Job satisfaction and perceived autonomy for nurse practitioners working in nurse-managed health centers. Journal of the American Association of Nurse Practitioners, Malden, v. 25, n. 4, p. 213-221, 2013. http://dx.doi.org/10.1111/j.1745-7599.2012.00776.x. PMid:24218239.
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). Apesar da complexidade do tema e de não existir consenso em relação à definição de satisfação no trabalho, existem diversas teorias que abordam a satisfação sob diferentes perspectivas.

Um dos conceitos clássicos da satisfação no trabalho é a Teoria de Locke. Essa teoria considera a satisfação no trabalho uma função da relação entre o que um indivíduo quer de seu trabalho e o que ele percebe que obtém. A satisfação profissional pode ser considerada um estado emocional prazeroso, resultante da avaliação do trabalho em relação aos valores do indivíduo (LOCKE, 1976Locke, E. A. The nature and causes of job satisfaction. In: DUNNETTE, M. D. (Org.). Handbook of industrial and organizational psychology. Chicago: Rand McNally, 1976.). Entre os referenciais teóricos existentes na literatura, o modelo de Locke é amplamente aceito e divulgado no meio científico por contemplar aspectos psicossociais do trabalho (KUMAR; SINGH, 2011Kumar, N.; Singh, V. Job satisfaction and its correlates. International Journal of Research in Economics & Social Sciences, Lueneburg, v. 1, n. 2, p. 11-24, 2011.).

Pesquisadores têm investigado, cada vez mais, os efeitos da satisfação do indivíduo com o seu trabalho, uma vez que a satisfação profissional reflete-se diretamente na produtividade, bem como no desempenho, na saúde, no bem-estar e na satisfação do indivíduo (LORBER; SAVIČ, 2012Lorber, M.; Savič, B. S. Job satisfaction of nurses and identifying factors of job satisfaction in Slovenian Hospitals. Croatian Medical Journal, Zagreb, v. 53, n. 3, p. 263-270, 2012. http://dx.doi.org/10.3325/cmj.2012.53.263. PMid:22661140.
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). A insatisfação no trabalho pode levar o trabalhador a desenvolver síndromes ou doenças ocupacionais, como estresse, doenças cardíacas, alérgicas e burnout (GOVARDHAN; PINELLI; SCHNATZ, 2012Govardhan, L.; PINELLI, V.; SCHNATZ, P. F. Burnout, depression and job satisfaction in obstetrics and gynecology residents. Connecticut Medicine, New Haven, v. 76, n. 7, p. 389-395, 2012. PMid:23248861.).

A satisfação profissional pode ser mensurada por diversas técnicas, que vão desde atividades lúdicas a pesquisas qualitativas e quantitativas. Entre os métodos utilizados para avaliar a satisfação no trabalho, a aplicação de instrumentos de medida tem sido o mais utilizado (MELO; BARBOSA; SOUZA, 2011Melo, M. B.; Barbosa, M. A.; Souza, P. R. Satisfação no trabalho da equipe de enfermagem: uma revisão integrativa. Revista Latino-americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 19, n. 4, p. 1407-1055, 2011.). Para avaliação da satisfação profissional existem diversos instrumentos disponíveis na literatura internacional. Em uma revisão sistemática, alguns desses instrumentos destacam-se por apresentarem propriedades psicométricas confiáveis e válidas e por poderem ser utilizados em diferentes populações (VAN SAANE et al., 2003Van Saane, N. et al. Reliability and validity of instruments measuring job satisfaction: a systematic review. Occupational Medicine, London, v. 53, n. 3, p. 191-200, 2003. http://dx.doi.org/10.1093/occmed/kqg038. PMid:12724553.
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), são eles: o Job Descriptive Index (JDI), o Job Diagnostic Survey (JDS), o Minnesota Satisfaction Questionnaire (MSQ), o Job Satisfaction Survey (JSS) e o Job in General Scale (JIG).

Tais instrumentos ainda não estão disponíveis para utilização no contexto brasileiro, porém, existem outros que foram elaborados ou adaptados para uso no Brasil. Entre eles, o Questionário de Medida de Satisfação no Trabalho (QMST) (SIQUEIRA, 1978Siqueira, M. M. Satisfação no trabalho. 1978. 81 f. Dissertação (Mestrado). Universidade de Brasília, Brasília, 1978.), o Questionário de Satisfação no Trabalho S20/23 (CARLOTTO; CÂMARA, 2008Carlotto, M. S.; Câmara, S. G. Propriedades psicométricas do Questionário de Satisfação no Trabalho (S20/23). Psico-USF, Bragança Paulista, v. 13, n. 2, p. 203-210, 2008.), a Escala de Satisfação no Trabalho do Occupational Stress Indicator (OSI) (SWAN; MORAES; COOPER, 1993Swan, J. A.; Moraes, L. F. R.; Cooper, C. L. Developing the occupational stress indicator (OSI) for use in Brazil: a report on the reliability and validity of the translated OSI. Stress Medicine, Chichester, v. 9, p. 247-253, 1993.) e a Escala de Satisfação no Trabalho (EST) (MARTINS; SANTOS, 2006Martins, M. C. F.; Santos, G. E. Adaptação e validação de construto da Escala de Satisfação no Trabalho. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 11, n. 2, p. 195-205, 2006. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712006000200008.
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).

Embora esses instrumentos tenham sido submetidos a processos de validação, algumas de suas características tendem a limitar sua aplicação. O QMST possui um número elevado de questões, 80 itens, o que pode desencorajar a cooperação dos sujeitos (BELL, 2005Bell, J. Doing your research project: a guide for first time researches in education, health and social science. 4. ed. New York: Open University Press, 2005.). O Questionário S20/23 utiliza expressões de difícil compreensão para trabalhadores de baixa escolaridade, como “instâncias superiores”, “propiciador” e “periodicidade”. Já o EST possui frases que podem não condizer com a situação real do trabalhador, como “Ver que meu chefe gosta de corrigir a gente só para chatear”. Se essa frase não corresponder a atual situação do sujeito, nenhuma das alternativas de resposta será adequada. Quanto ao OSI, embora existam poucos estudos no Brasil, tem sido utilizado em diversos países (BELKIĆ; SAVIĆ, 2008Belkić, K.; Savić, Č. The occupational stress index - an approach derived from cognitive ergonomics applicable to clinical practice. Scandinavian Journal of Work Environment and Health, Helsinki, n. 6, p. 169-176, 2008.; RAO; CHANDRAIAH, 2012Rao, J. V.; Chandraiah, K. Occupational stress, mental health and coping among information technology p rofessionals.Indian Journal of Occupational and Environment Medicine, Mumbai, v. 16, n. 1, p. 22-26, 2012. http://dx.doi.org/10.4103/0019-5278.99686. PMid:23112503.
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).

Verifica-se, assim, que os instrumentos atualmente disponíveis no Brasil para o estudo da satisfação no trabalho apresentam limitações que demandam ou o aperfeiçoamento dos recursos já existentes ou a necessidade de encontrar instrumentos que já tenham sido desenvolvidos para o mesmo fim em outros países e que possuam adequadas qualidades psicométricas, com o intuito de realizar a adaptação cultural. Tal procedimento permite a comparação de resultados entre populações de diferentes localidades do mundo, além de ser uma forma eficaz de adquirir medidas confiáveis e válidas (BEATON et al., 2007Beaton, D. et al. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Canada: Institute for Work & Health, 2007. Disponível em: <http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm>. Acesso em agosto de 2013.
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).

O instrumento selecionado para ser traduzido e adaptado para a língua portuguesa do Brasil foi o Job Satisfaction Survey (JSS), originalmente desenvolvido nos Estados Unidos. Esse instrumento fundamenta-se na comparação entre condições de trabalho atuais e condições almejadas pelos indivíduos. O referencial teórico que embasou sua construção foi a Teoria de Locke (SPECTOR, 1985Spector, P. Measurement of human service staff satisfaction: development of the job satisfactionn survey. American Journal of Community Psychology, New York, v. 13, n. 6, p. 693-713, 1985. http://dx.doi.org/10.1007/BF00929796. PMid:4083275.
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).

Tal instrumento foi selecionado para a presente pesquisa por ter apresentado propriedades psicométricas válidas e confiáveis. Trata-se de um instrumento multi-itens de fácil compreensão, que não é excessivamente longo para um instrumento autoaplicável. Além disso, o instrumento avalia a satisfação no trabalho em diferentes aspectos, como remuneração, promoção, supervisão, benefícios, recompensas, condições operacionais, colaboradores, natureza do trabalho e comunicação.

Considerando que os instrumentos de avaliação da satisfação no trabalho disponíveis para uso no contexto brasileiro possuem limitações, constata-se a necessidade de disponibilizar à cultura brasileira um instrumento que seja confiável e válido para mensurar a satisfação profissional. O presente estudo teve como objetivo adaptar culturalmente o Job Satisfaction Survey (JSS) para a língua portuguesa do Brasil.

Metodologia

Trata-se de um estudo do tipo metodológico. Segundo Polit e Beck (2011)Polit, D. F.; Beck, C. T. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 7. ed. Porto Alegre: The Art of Medication, 2011., estudos metodológicos visam investigar os métodos de obtenção, organização e análise de dados por meio da elaboração, validação e avaliação de instrumentos de medida.

Apresentação do instrumento Job Satisfaction Survey (JSS)

O JSS é composto por 36 itens, divididos em nove domínios (remuneração, promoção, supervisão, benefícios, recompensas, condições operacionais, colaboradores, natureza do trabalho e comunicação) que procuram medir a satisfação do indivíduo com o seu trabalho (SPECTOR, 1985Spector, P. Measurement of human service staff satisfaction: development of the job satisfactionn survey. American Journal of Community Psychology, New York, v. 13, n. 6, p. 693-713, 1985. http://dx.doi.org/10.1007/BF00929796. PMid:4083275.
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). Cada domínio possui quatro itens e cada item apresenta uma escala do tipo Likert de seis pontos, que varia de “Discordo muito” a “Concordo muito”. Os escores de cada um dos domínios do instrumento variam de 4 a 24 e o escore total, de 36 a 216.

Os escores dos itens formulados negativamente devem ser revertidos antes de serem somados aos itens formulados positivamente, ou seja, para os itens negativos, 1 = 6, 2 = 5, 3 = 4, 4 = 3, 5 = 2 e 6 = 1. Os itens negativos do JSS são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 19, 21, 23, 24, 26, 29, 31, 32, 34 e 36. Após reversão desses itens, para se obter um escore por domínio somam-se os quatro itens de cada domínio e para encontrar o escore total somam-se todos os itens do instrumento. Se alguns itens deixarem de ser preenchidos, calcula-se a média dos itens respondidos por domínio para encontrar uma pontuação para aquele que não foi assinalado.

O JSS avalia a satisfação no trabalho, que pode variar de baixa (insatisfeito) a alta (satisfeito). Para cada domínio, escores entre 4 e 12 indicam indivíduos insatisfeitos; entre 16 e 24, indivíduos satisfeitos; e entre 13 e 15 os indivíduos não estão satisfeitos nem insatisfeitos. Quanto ao escore total do instrumento, valores entre 36 e 108 indicam insatisfação, de 144 a 216, satisfação e entre 109 e 143 não indicam satisfação nem insatisfação (SPECTOR, 1985Spector, P. Measurement of human service staff satisfaction: development of the job satisfactionn survey. American Journal of Community Psychology, New York, v. 13, n. 6, p. 693-713, 1985. http://dx.doi.org/10.1007/BF00929796. PMid:4083275.
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).

A permissão formal para realização do procedimento de adaptação cultural foi concedida pelo autor do instrumento, Paul Elliot Spector.

Procedimento de adaptação cultural

A adaptação cultural do JSS foi realizada seguindo normas metodológicas conhecidas e recomendadas (BEATON et al., 2007Beaton, D. et al. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Canada: Institute for Work & Health, 2007. Disponível em: <http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm>. Acesso em agosto de 2013.
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). A Figura 1 ilustra o procedimento de adaptação cultural.

Figura 1
Fluxograma do procedimento de adaptação cultural do instrumento Job Satisfaction Survey (JSS)

Na etapa inicial, o JSS foi traduzido para o português do Brasil por dois tradutores bilíngues, de modo independente, com fluência na língua inglesa e que possuíam como língua materna o português do Brasil. Um dos tradutores tinha experiência na área da saúde e foi informado sobre os objetivos e conceitos do instrumento e o outro tradutor não tinha experiência na área da saúde e não foi informado sobre os conceitos abordados pelo instrumento.

As duas versões do instrumento foram analisadas e comparadas por um terceiro tradutor independente. Em conjunto com os pesquisadores, foram analisadas as discrepâncias das traduções e obteve-se um consenso produzindo-se, desse modo, uma única versão. Essa versão foi traduzida de volta para o inglês, por outros dois tradutores bilíngues, cuja língua materna era o inglês e que não fizeram parte da primeira etapa do estudo. Com isso, originaram-se as retrotraduções 1 e 2. Além disso, não foram informados sobre o propósito do instrumento e realizaram as retrotraduções de forma independente.

Após as retrotraduções serem concluídas, foi organizado um comitê, composto por oito pessoas fluentes nas línguas portuguesa e inglesa, além de especialistas em adaptação cultural e/ou na área de conhecimento do instrumento. Sua composição compreendeu: duas linguistas; uma fisioterapeuta com experiência no procedimento de adaptação cultural; duas enfermeiras, sendo uma especialista em Saúde Ocupacional e outra exercendo cargo de chefia, ambas com experiência em adaptação cultural, e três docentes de Enfermagem com experiência no procedimento de adaptação cultural de instrumentos. O objetivo dessa fase foi elaborar a versão pré-final do instrumento adaptado, baseando-se em todas as versões de traduções, síntese e retrotraduções para avaliar a validade de conteúdo do instrumento.

Cada membro do comitê recebeu uma carta-convite e um instrumento com instruções específicas para que avaliassem individualmente as equivalências semântico-idiomáticas, culturais e conceituais da versão proposta do questionário. Equivalência semântica refere-se ao significado das palavras, considerando-se o vocabulário e a gramática. A equivalência idiomática considera as expressões idiomáticas e coloquiais, que devem ser correspondentes em ambos os idiomas. Na equivalência cultural, as situações retratadas nos itens da versão original devem corresponder às vivenciadas na cultura-alvo, ou seja, na cultura brasileira. A equivalência conceitual engloba a validade do conceito explorado e os eventos experimentados pelos sujeitos inseridos na cultura de destino do questionário (BEATON et al., 2007Beaton, D. et al. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Canada: Institute for Work & Health, 2007. Disponível em: <http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm>. Acesso em agosto de 2013.
http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm...
).

Após a avaliação do comitê de especialistas, verificou-se o índice de validade de conteúdo (IVC) de cada um dos itens do instrumento, conforme Equação 1. Esse índice mede a proporção ou porcentagem de juízes que estão em concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens. Esse método consiste em uma escala do tipo Likert com pontuação de 1 a 4, em que 1 = item não equivalente; 2 = item necessita de grande revisão para ser avaliada a equivalência; 3 = item equivalente, mas necessita de pequenas alterações; e 4 = item absolutamente equivalente (ALEXANDRE; COLUCI, 2011Alexandre, N. M. C.; Coluci, M. Z. O. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 7, p. 3061-3068, 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006.
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).

Para calcular o escore do IVC basta somar as respostas “3” e “4” dos participantes do comitê de especialistas em cada item do instrumento e dividir essa soma pelo número total de respostas, conforme mostrado na fórmula a seguir. Os itens que receberem pontuação “1” ou “2” devem ser revisados ou eliminados. A fórmula para avaliar cada item é a seguinte:

I V C = N º d e r e s p o s t a s " 3 " o u " 4 " N º t o t a l d e r e s p o s t a s (1)

Para que a taxa de concordância entre os membros do comitê de especialistas fosse considerada aceitável, o IVC deveria ser superior a 0,80 (POLIT; BECK, 2006Polit, D. F.; Beck, C. T. The content validity index: are you know what’s being reported? Critique and recommendations. Research in Nursing and Health, New York, v. 29, n. 5, p. 489-497, 2006.). Após as sugestões dos membros do comitê, obteve-se a versão pré-final do instrumento, utilizada para o pré-teste.

Essa versão foi aplicada a uma amostra por conveniência de 30 trabalhadores da Enfermagem. Os dados foram coletados individualmente em março de 2013 e os instrumentos foram autoaplicados. Os trabalhadores também preencheram uma ficha para caracterização dos sujeitos (idade, sexo e categoria profissional) e um questionário para avaliação da praticabilidade do JSS.

O Questionário de Avaliação da Praticabilidade foi desenvolvido e validado no Brasil e seu objetivo é verificar o tempo gasto para o preenchimento de instrumentos de medida e a facilidade com que os sujeitos os respondem (COLUCI; ALEXANDRE, 2009Coluci, M. Z. O.; Alexandre, N. M. C. Development of a questionnaire to evaluate the usability of assessment instruments. Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 378-382, 2009.).

Posteriormente à administração do Job Satisfaction Survey, os sujeitos foram entrevistados individualmente quanto ao entendimento dos itens do instrumento e dificuldades para seu preenchimento. Depois da realização do pré-teste, alguns itens do instrumento que ocasionaram dificuldades de compreensão foram avaliados pela pesquisadora juntamente com membros do comitê de especialistas. Adequações foram feitas, obtendo-se uma versão final do JSS.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local (parecer n. 172.257/2012). Todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme Resolução CNS 466/12.

Resultados

Os resultados das avaliações do comitê de especialistas demonstraram equivalência semântico-idiomática, cultural e conceitual entre o instrumento original e as traduções e retrotraduções.

No Quadro 1 são apresentados os valores de IVC de cada um dos itens do instrumento. Os itens que receberam pontuação do IVC = 1 não sofreram nenhuma modificação. Quanto às demais questões, foram necessárias pequenas alterações de ordem gramatical, como inversão de palavras em frases ou substituição de alguns termos por sinônimos, conforme sugestões dos membros do Comitê de Especialistas. A fim de facilitar a compreensão dos itens pela população, optou-se por acatar as sugestões dos membros do comitê, mesmo aquelas relacionadas às questões que obtiveram IVC = 0,87. As alterações realizadas estão dispostas no Quadro 2.

Quadro 1
Índices de validade de conteúdo (IVC*) de todos os itens da versão brasileira do instrumento Job Satisfaction Survey (JSS)
Quadro 2
Descrição dos itens que foram alterados após avaliação do comitê de especialistas e após pré-teste da versão brasileira pré-final do instrumento Job Satisfaction Survey (JSS)

Dos 36 itens do JSS, 22 (61,1%) não sofreram nenhuma alteração. Outros nove itens (25,0%) tiveram poucas alterações e cinco (13,9%) foram os que tiveram mais alterações, sendo que quatro foram alterados após avaliação pelo Comitê de Especialistas (itens 10, 20, 26 e 34) e um item foi modificado após realização do pré-teste (item 15).

No item 10 foi acrescida a palavra “salariais” para auxiliar a compreensão da palavra “aumentos” e também houve o acréscimo da expressão “entre si”. Dessa forma, o item 10 passou a ser “Os aumentos salariais são poucos e distantes entre si”.

O item 20 apresentou um problema na tradução e teve de ser reformulado. A frase “Chega-se mais longe na carreira aqui do que em outros lugares” foi substituída por “Sobe-se na carreira aqui tão rápido quanto em outros lugares”, modificando o sentido da síntese da tradução.

Quanto ao item 26, a expressão “não estou a par” foi alterada para “não sei” e o item passou a: “Eu sinto, muitas vezes, que não sei o que está se passando dentro da organização”. Já o item 34, após discussão com o autor do instrumento, foi modificado para: “Existem muitas discussões sem importância e conflitos no trabalho”, uma vez que a palavra fighting havia sido traduzida no sentido de briga e não no sentido de conflito e divergência.

Após alterações, a versão pré-final do instrumento foi submetida ao pré-teste para avaliação da compreensão dos sujeitos. Participaram dessa etapa 30 trabalhadores da enfermagem, com média de idade de 30,6 (±7,8) anos, sendo 26 (86,7%) do sexo feminino e quatro (13,3%) do masculino. A maioria dos sujeitos era Auxiliar de Enfermagem (73,3%).

Após a aplicação dos questionários foi solicitado aos participantes que descrevessem o significado de alguns itens do instrumento, bem como explicassem suas respostas e indicassem problemas no preenchimento do questionário.

Durante o pré-teste, dois sujeitos (6,7%) não entenderam o item 15 do questionário, “Meus esforços para realizar um bom trabalho são raramente bloqueados pela burocracia”. Por isso, apesar de ter obtido IVC = 1, o item 15 sofreu modificações após a aplicação do pré-teste. Os entrevistados não compreenderam o sentido da frase e tiveram dificuldades para entender a palavra “bloqueados”. Para facilitar a compreensão, foi realizada inversão de palavras na frase e substituição de alguns termos por sinônimos, e o item passou a: “A burocracia raramente impede que eu faça um bom trabalho”.

Quanto à praticabilidade do instrumento, o tempo médio de preenchimento do JSS foi de oito minutos. Para todos os itens, a maior resposta percentual foi para a opção concordo totalmente, conforme Tabela 1. No que diz respeito à facilidade de compreensão das instruções de preenchimento do instrumento, 60% dos indivíduos relataram que foram facilmente compreendidas e 70% consideraram os itens de fácil entendimento. A maioria dos sujeitos (73,4%) avaliou como de fácil preenchimento os itens do instrumento.

Tabela 1
Praticabilidade* * Respostas ao Questionário de Avaliação de Praticabilidade (COLUCI; ALEXANDRE; 2009). da versão brasileira do instrumento Job Satisfaction Survey (JSS) segundo participantes** ** 30 trabalhadores de Enfermagem. do pré-teste de avaliação de compreensão

Discussão

O processo de tradução e adaptação cultural do JSS para uso no Brasil foi realizado de forma sistematizada e seguiu todas as etapas preconizadas para adaptação cultural de instrumentos de medida. A utilização de normas metodológicas internacionalmente aceitas para realização da adaptação cultural facilita a reprodutibilidade dos resultados e possibilita a comparação entre diferentes populações (BEATON et al., 2007Beaton, D. et al. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Canada: Institute for Work & Health, 2007. Disponível em: <http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm>. Acesso em agosto de 2013.
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).

A adaptação cultural do JSS teve como finalidade encontrar equivalência entre a versão original do instrumento e a versão brasileira, uma vez que esse processo é complexo e fortemente influenciado por diferenças linguísticas e culturais (ADOLFSSON; LARSSON, 2006Adolfsson, A.; Larsson, P. G. Translation of the short version of the Perinatal Grief Scale into Swedish. Scandinavian Journal of Caring Sciences, Stockholm, v. 20, n. 3, p. 269-273, 2006. http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.2006.00404.x. PMid:16922980.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.20...
).

O significado das palavras, as expressões e os conceitos nas línguas e culturas de origem e de destino do instrumento devem ser cuidadosamente considerados, pois uma tradução apenas literal pode resultar em um instrumento que não funciona da mesma forma para as diferentes populações (BECK; BERNAL; FROMAN, 2003Beck, C. T.; Bernal, H.; Froman, R. D. Methods to document semantic equivalence of a translated scale. Research in Nursing & Health, New York, v. 26, n. 1, p. 64-73, 2003. http://dx.doi.org/10.1002/nur.10066. PMid:12532368.
http://dx.doi.org/10.1002/nur.10066...
).

Na avaliação das equivalências semântico-idiomáticas, conceituais e culturais, realizada pelo comitê de especialistas, foi possível identificar que entre o JSS e sua versão brasileira os itens do instrumento apresentaram maior divergência quanto à equivalência semântico-idiomática. Algumas palavras e expressões idiomáticas foram modificadas a fim de facilitar o entendimento pelos sujeitos.

Os itens do JSS quando traduzidos para o português do Brasil não apresentaram problemas quanto às equivalências culturais e conceituais. Pesquisadores afirmam que para uma tradução adequada a equivalência cultural é importante para que os termos utilizados no instrumento sejam coerentes com a realidade vivenciada pela população-alvo, dentro de seu contexto cultural. Caso esse termo se encontre fora do contexto ou da vivência daquela população, o mesmo deve ser modificado (BEATON et al., 2007Beaton, D. et al. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Canada: Institute for Work & Health, 2007. Disponível em: <http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm>. Acesso em agosto de 2013.
http://www.dash.iwh.on.ca/translate2.htm...
).

Durante o procedimento de adaptação cultural do JSS foi possível realizar alterações que respeitassem as particularidades da população-alvo do instrumento, com o intuito de que ele seja bem compreendido. O JSS foi traduzido, adaptado e apresentou valores satisfatórios de validade de conteúdo.

No presente estudo, verificou-se que as etapas de adaptação cultural foram bem-sucedidas e as equivalências semântico-idiomáticas, culturais e conceituais foram obtidas. O comitê de especialistas concluiu que os conceitos do instrumento são pertinentes à cultura brasileira e os itens são relevantes aos domínios avaliados pelo instrumento. Dessa forma, não houve eliminação de nenhum dos itens do questionário original.

No pré-teste do instrumento, realizado com 30 trabalhadores de Enfermagem, evidenciaram-se uma boa aceitação e uma facilidade de compreensão pela equipe. O fato de alguns participantes terem apresentado apenas uma dúvida quanto ao entendimento dos itens do instrumento, durante o pré-teste, indica que o rigor metodológico do presente estudo possibilitou tradução e adaptação cultural adequadas. A adoção de uma linguagem clara, simples e de fácil acesso também possibilitou o rápido entendimento do instrumento pelos sujeitos da pesquisa.

As avaliações realizadas pelo comitê de especialistas e durante o pré-teste contribuíram para essa facilidade na compreensão dos itens do instrumento. As alterações realizadas, como inversões de palavras em frases e substituições de alguns termos por sinônimos permitiram a melhoria no entendimento de alguns itens.

Os resultados demonstram que a versão adaptada do instrumento foi bem compreendida e adequada para a verificação de suas propriedades psicométricas na população-alvo. A versão brasileira do JSS encontra-se em processo de avaliação das propriedades psicométricas. Após a finalização do processo, o instrumento estará disponível para ser utilizado no Brasil.

Conclusão

O procedimento de adaptação cultural e de validação de conteúdo do JSS foram conduzidos de acordo com o recomendado pela literatura. A análise do comitê de especialistas e a realização do pré-teste demonstraram que os itens são pertinentes à cultura brasileira e avaliam a dimensão proposta pelo instrumento original.

Foram obtidas as equivalências semânticas, idiomáticas, culturais e conceituais entre a versão traduzida e a versão original. Diante de tais resultados, novos estudos estão sendo realizados para avaliação das propriedades psicométricas desse instrumento, a fim de viabilizar a sua utilização no Brasil.

Espera-se que a adaptação cultural do JSS possa preencher algumas lacunas ainda existentes quanto à avaliação da satisfação profissional, e que ele sirva de incentivo para outras pesquisas na área de saúde do trabalhador.

Contribuições de autoria

  • Trabalho baseado em tese de doutorado de Ana Cláudia de Souza intitulada “Adaptação cultural e avaliação psicométrica do Job Satisfaction Survey para o contexto brasileiro”, defendida em 2014 na Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.
  • Este trabalho não foi apresentado em evento científico.
  • O trabalho foi subvencionado pela Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes) por meio de bolsa de pós-graduação.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    06 Abr 2015
  • Revisado
    05 Jul 2015
  • Aceito
    10 Jul 2015
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