Acessibilidade / Reportar erro

Neuropeptídeos na pele

Neuropeptides in the skin

Resumos

Há evidências crescentes de que a inervação cutânea é capaz de modular uma variedade de fenômenos cutâneos agudos e crônicos, interagindo com as células da pele e seus componentes imunes. Essa forma de sinalização local entre tecido nervoso e tecido cutâneo ocorre especialmente por meio dos neuropeptídeos, uma numerosa família de neurotransmissores de natureza química comum e nomenclatura heterogênea presentes em todo o sistema nervoso e secretados pelas fibras nervosas cutâneas. São alvo desta revisão os neuropeptídeos substância P (SP), o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), o peptídeo vasoativo intestinal (VIP), o peptídeo ativador da adenilato-ciclase pituitária (PACAP), o neuropeptídeo Y (NPY) e a somatostatina (SOM). Serão discutidas suas ações sobre as células da pele e sistema imune, bem como estudos recentes que sugerem a participação dos neuropeptídeos nas respostas inflamatórias cutâneas, nas reações de hipersensibilidade e em dermatoses humanas, notadamente na psoríase, dermatite atópica, hanseníase e alopecia.

alopecia; dermatite atópica; fatores de crescimento neural; hanseníase; hipersensibilidade; neuropeptídeos; pele; psoríase


There is increasing evidence that cutaneous nerve fibers play a modulatory role in a variety of acute and chronic skin processes. Local interactions between skin cells, skin immune components and neuronal tissues occur specially through neuropeptides, a large family of chemically-related neurotransmitters exhibiting a heterogeneous nomenclature. Neuropeptides are ubiquitous in central and peripheral nervous systems, being directly released in skin by cutaneous nerve fibers. This review is focused on the actions of substance P (SP), calcitonin gene-related peptide (CGRP), vasointestinal peptide (VIP), pituitary adenylate cyclase-activating polypeptide (PACAP), neuropeptide Y (NPY) and somatostatin (SOM). Neuropeptide-related functions on skin and immune cells are also discussed, as well as recent findings implicating nerve fibers in cutaneous inflammatory responses, hypersensitivity reactions and dermatoses, namely psoriasis, atopic dermatitis, leprosy and alopecia.

alopecia; dermatitis; nerve growth factors; leprosy; hypersensitivity; neuropeptides; skin; psoriasis


ARTIGO DE REVISÃO

Neuropeptídeos na pele* * Trabalho realizado na Universidade Federal Fluminense, como monografia final de curso.

Neuropeptides in the skin* * Trabalho realizado na Universidade Federal Fluminense, como monografia final de curso.

Pedro Kalil-Gaspar

Médico formado pela Universidade Federal Fluminense

Endereço para correspondência E ndereço para correspondência Pedro Kalil-Gaspar Rua Souza Dias, nº 1 - Vital Brasil Niterói RJ 24230-400 Tel/Fax: (21) 2610-4337 E-mail: pedroivo@emilioribas.sp.gov.br

RESUMO

Há evidências crescentes de que a inervação cutânea é capaz de modular uma variedade de fenômenos cutâneos agudos e crônicos, interagindo com as células da pele e seus componentes imunes. Essa forma de sinalização local entre tecido nervoso e tecido cutâneo ocorre especialmente por meio dos neuropeptídeos, uma numerosa família de neurotransmissores de natureza química comum e nomenclatura heterogênea presentes em todo o sistema nervoso e secretados pelas fibras nervosas cutâneas. São alvo desta revisão os neuropeptídeos substância P (SP), o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), o peptídeo vasoativo intestinal (VIP), o peptídeo ativador da adenilato-ciclase pituitária (PACAP), o neuropeptídeo Y (NPY) e a somatostatina (SOM). Serão discutidas suas ações sobre as células da pele e sistema imune, bem como estudos recentes que sugerem a participação dos neuropeptídeos nas respostas inflamatórias cutâneas, nas reações de hipersensibilidade e em dermatoses humanas, notadamente na psoríase, dermatite atópica, hanseníase e alopecia.

Palavras-chave: alopecia; dermatite atópica; fatores de crescimento neural; hanseníase; hipersensibilidade; neuropeptídeos; pele; psoríase.

SUMMARY

There is increasing evidence that cutaneous nerve fibers play a modulatory role in a variety of acute and chronic skin processes. Local interactions between skin cells, skin immune components and neuronal tissues occur specially through neuropeptides, a large family of chemically-related neurotransmitters exhibiting a heterogeneous nomenclature. Neuropeptides are ubiquitous in central and peripheral nervous systems, being directly released in skin by cutaneous nerve fibers. This review is focused on the actions of substance P (SP), calcitonin gene-related peptide (CGRP), vasointestinal peptide (VIP), pituitary adenylate cyclase-activating polypeptide (PACAP), neuropeptide Y (NPY) and somatostatin (SOM). Neuropeptide-related functions on skin and immune cells are also discussed, as well as recent findings implicating nerve fibers in cutaneous inflammatory responses, hypersensitivity reactions and dermatoses, namely psoriasis, atopic dermatitis, leprosy and alopecia.

Key words: alopecia; dermatitis, atopic; nerve growth factors; leprosy; hypersensitivity; neuropeptides; skin; psoriasis.

INTRODUÇÃO

As vias de interação entre as células imunes e as células da pele constituem base teórica comum na dermatologia moderna. A proposta desta revisão é abordar estudos que mostram que a inervação da pele possui um variado repertório de sinalização local com o tecido cutâneo e as células imunes, revelando funções que excedem seu histórico papel sensorial e complementam o conhecimento atual da fisiologia cutânea e etiopatogenia das doenças dermatológicas. A concepção de que fibras nervosas cutâneas, células imunes e células da pele possuem formas de interação recíprocas compõe o que alguns autores têm denominado sistema neuroimunocutâneo.

A PELE DENERVADA

As fibras nervosas sensoriais e autonômicas da pele demonstram possuir propriedades modulatórias tróficas e imunes. Estudos mostram que as células da pele dependem continuamente de uma inervação intacta e que a região cutânea que sofreu denervação apresenta alterações morfológicas e adaptativas importantes, que se revertem com a reinervação. Em período variável de 24 a 48 horas após secção do nervo ciático em animais experimentais, as fibras nervosas da epiderme da pata ipsilateral degeneram e desaparecem. Durante esse período, há uma redução drástica da proliferação de ceratinócitos, que culmina na redução da espessura da epiderme em cerca de 30% no prazo médio de sete dias, em comparação ao lado contralateral. Na pele denervada, células de Langerhans passam a expressar um marcador antes específico de células nervosas, a ubiquitina-hidrolase PGP9.5 (protein gene product 9.5). Tais alterações mantêm-se até a regeneração das fibras, quando a pele recupera sua espessura original, e a expressão de PGP9.5 em células de Langerhans desaparece.1,2

O significado da expressão do marcador PGP9.5 em células de Langerhans permanece incerto. Por sua vez, as alterações na inervação são capazes de afetar de modo semelhante a capacidade de regeneração e cicatrização. A ressecção cirúrgica de nervos cutâneos resulta em atraso no tempo de cicatrização e na contração das feridas.3,4 Isso é confirmado pelo fato de pacientes com déficits sensoriais devidos a lesão hansênica, lesão de medula espinhal ou neuropatia diabética desenvolverem úlceras que falham em cicatrizar, por vezes, a despeito de esforços radicais de proteção e curativos.5 A capacidade de responder à agressão externa também diminui, pois modelos experimentais demonstram diminuição significativa das contagens de células T e macrófagos em feridas na pele denervada.6 A comunicação entre ambos os tecidos, cutâneo e nervoso, também parece possuir mecanismos compensatórios. Resultados em animais mostram que, conquanto a pele não seja completamente denervada, apenas uma pequena fração das fibras C cutâneas, de cerca de 30%, já é suficiente para garantir a cicatrização normal das feridas experimentais.7

A INFLAMAÇÃO NEUROGÊNICA

A expressão inflamação neurogênica8 descreve, na pele, um fenômeno de vasodilatação arteriolar originado pelas fibras nervosas locais, com aumento do fluxo sangüíneo e conseqüente edema por extravasamento de plasma da vênula pós-capilar. Quando bem localizado, o evento traduz-se na formação de uma pápula com eritema. Essa reação, que na língua inglesa é denominada wheal and flare (wheal = pápula urticariana; flare = eritema característico, que pode acompanhá-la ou não), ocorre pela presença local de neuropeptídeos, que são liberados por duas subpopulações de fibras nervosas cutâneas, assim chamadas peptidérgicas: as fibras do tipo C (aferentes não mielinizados ou nociceptores polimodais C) e, em menor quantidade, as fibras A-delta (pequenas fibras mielinizadas). Juntas, elas desempenham as funções autonômicas e de nocicepção na pele. Eis por que a participação da inervação nos processos cutâneos pode ser mais bem compreendida nos eventos inflamatórios agudos, em que dor e/ou prurido são acompanhados de eritema e edema como sinais e sintomas mais evidentes.

De modo geral, qualquer dano tecidual ou estímulo doloroso pode desencadear a inflamação neurogênica. Vários eventos são capazes de ativar nervos sensoriais na pele, incluindo: 1) estímulos diretos, como calor, isquemia, eventos mecânicos, aumento da concentração de íons potássio por lise celular, baixo pH e estimulação elétrica; 2) mediadores inflamatórios liberados no local ou trazidos à pele pela circulação sistêmica, como a histamina, metabólitos do ácido araquidônico, bradicinina e serotonina; 3) alérgenos e; 4) extratos de plantas, como a capsaicina, capazes de ligar-se a receptores específicos nas fibras nervosas e causar a liberação maciça de neuropeptídeos.

De maneira análoga, pode-se inibir o extravasamento de plasma e vasodilatação neurogênicos com diversas abordagens, como: 1) bloqueio da condução nervosa (anestésicos locais), estabilização de mastócitos (com cromoglicato de sódio), bloqueio de receptores da capsaicina (com capsazepina), bloqueio de canais iônicos (com vermelho de rutênio); 2) antiinflamatórios esteróides; 3) depleção de neurotransmissores (tratamento crônico com capsaicina ou análogos); 4) inibição pré-sináptica (opióides).9

Eventos agudos não excluem, entretanto, crescente volume de achados que demonstram a contribuição contínua da inervação da pele em sua homeostasia e manutenção, e, em especial, a participação de elementos de origem neural em afecções cutâneas, como será discutido adiante.

OS NEUROPEPTÍDEOS

As taquicinas e a substância P

As taquicininas compõem uma família de peptídeos que possuem uma seqüência C-terminal Fe-X-Gli-Leu-MetNH2. Foram assim denominadas por produzir rápida contração de vísceras animais, em oposição à bradicinina, um peptídeo de origem plasmática, que provoca contração intestinal de desenvolvimento lento.10 Em mamíferos, o gene prepro-taquicinina A (PPT-A) codifica, por splicing diferencial, os peptídeos substância P (SP), a neurocinina A (NKA) e suas variantes (NP-K e NP-gama). Um gene distinto, prepro-taquicinina B (PPT-B) codifica a neurocinina B (NKB).11 Existem três receptores identificados, NK-1, NK-2 e NK-3, todos acoplados à proteína G, cada um com variada distribuição entre tecidos e tipos celulares. As taquicininas interagem com os três receptores, porém com afinidades, mecanismos de sensibilização e dessensibilização distintos.12,13 Já existem vários agentes farmacológicos para estudo desses receptores.

A substância P (SP), o principal membro da família das taquicininas e mais importante na pele, é um peptídeo de 11 aminoácidos, que recebeu essa denominação por parte de seus descobridores meramente devido à forma como era extraída, em pó (do inglês powder).10 A SP está freqüentemente presente num mesmo neurônio com o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP - ver adiante), e a liberação de SP pode provocar a co-liberação de CGRP ou, adicionalmente, mais SP.14 É um dos mais potentes vasodilatadores conhecidos, sendo 100 vezes superior à histamina em idênticas concentrações molares.15 Ela é encontrada nas fibras da derme e epiderme, glândulas sudoríparas, em corpúsculos de Meissner, nervos perivasculares e células de Merkel. Pode, ainda, ser sintetizada em células do sistema imune, como monócitos, mastócitos e eosinófilos.16,17,18 A presença de SP de origem neural na pele parece fortemente controlada pela disponibilidade do fator de crescimento neural (NGF) sintetizado pelas células da pele, especialmente por ceratinócitos.19,20,21

Acreditou-se durante muitos anos que a SP fosse um potente liberador da histamina e um mediador clássico da nocicepção. No entanto, estudos recentes na pele humana mostram que os efeitos da SP em concentrações fisiológicas sobre a liberação de histamina são discutíveis, sendo mais importantes suas ações sobre a vasculatura e sobre a resposta imune. Além disso, nessas concentrações, a SP não parece ser capaz de induzir a uma resposta nociceptiva, o que coloca em dúvida sua capacidade de estimulação de nociceptores, salvo em condições patológicas.22 Por sua vez, a injeção intradérmica de SP induz à formação de uma pápula e de um halo de eritema, ambos dose-dependentes e semelhantes aos achados da prova da histamina realizada em pacientes normais. A SP libera óxido nítrico de células endoteliais,23 e exerce vasodilatação e extravasamento de plasma, especificamente via ativação de receptores NK-1.22,24,25 A formação de pápula à injeção intradérmica decorre de efeito direto sobre a vasculatura. A SP é capaz, ainda, de estimular a proliferação de células de musculatura lisa arterial e de fibroblastos,26,27,28,29 a proliferação de células endoteliais e a neovascularização in vivo.30,31 Seus efeitos positivos sobre a proliferação de ceratinócitos em cultura, entretanto, parecem depender da ação indutiva do peptídeo vasoativo intestinal (VIP).32

Mastócitos possuem receptores para taquicininas. Em concentrações superiores a 10uM, a SP liga-se ao receptor NK-1 na membrana mastocitária,33 com liberação de histamina,34 leucotrienos35 e TNF-alfa,33,36 sem afetar, no entanto, sua produção de IL-3 ou IL-6. A SP é, ainda, um peptídeo notavelmente proinflamatório, podendo influenciar diversas ações do sistema imune: ela ativa células endoteliais para aumentarem a expressão de VCAM-1, ICAM37,38,39 e de IL-8,40 e regula para cima a produção de IL-1alfa, IL-1beta e IL-8 em ceratinócitos. A injeção intradérmica de SP induz à infiltração de neutrófilos e eosinófilos via translocação de selectina P e expressão de ELAM-1 nas células endoteliais.41,42 A SP é quimiotática para células T, aumenta a proliferação e função de células T e B,43 induz a expressão de IL-1 e IL-6 por células T,44,45 aumenta a produção de imunoglobulinas16 e a atividade de células natural-killer.46 Ela ativa macrófagos, aumentando sua produção de IL-1, IL-6, TNF-alfa e PGE2b via receptor NK-1.16,47 Enquanto a captação neuronal de NGF produzido por células da pele é determinante na síntese de SP,19,21 a via inversa também ocorre, isto é, a inflamação neurogênica ou a presença de SP são capazes de induzir ao aumento da concentração de NGF na pele, demonstrando uma forma de comunicação trófica mútua, cuja importância ainda está sendo investigada.48

Peptídio relacionado ao gene da calcitonina (CGRP)

O peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) possui 37 aminoácidos e é codificado pelo mesmo gene que o hormônio calcitonina, daí seu nome: a formação de um ou de outro é tecido-específica, por splicing diferencial do RNA.49 É o neuropeptídeo mais abundante na pele e pode coexistir num mesmo neurônio com taquicininas, neuropeptídeo Y (NPY - ver adiante) ou com somatostatina (SOM - ver adiante).13,50,51 Está presente em duas subpopulações de fibras C: uma é SP+, e a outra, SOM+.52 Sua produção, assim como a produção de SP, também é condicionada à disponibilidade de NGF sintetizado na pele.19,21 Pode ser liberado junto com a SP, mas sua ação é mais lenta, progressiva e de maior duração,13 induzindo a uma intensa vasodilatação em pequenos e grandes vasos.12 Sua habilidade para liberar histamina de mastócitos na pele humana é fraca ou mesmo nula.22,34 Dois receptores específicos já foram propostos, CGRP1R E CGRP2R, ambos acoplados à proteína G.53a,53b,54 O CGRP é encontrado na inervação da derme, epiderme e glândulas sudoríparas, em corpúsculos de Meissner, nervos perivasculares, e células de Merkel.16,17,18,52

A infusão ou injeção intradérmica de CGRP provocam a formação de pápula e eritema, resultantes da vasodilatação arteriolar, que não envolve extravasamento de proteína e que ocorre mediante mecanismos tanto dependentes quanto independentes de óxido nítrico.22,23,55,56 O CGRP, mesmo em concentrações 1.000 vezes maiores do que aquelas suficientes para provocar vasodilatação, não é capaz de estimular respostas de prurido ou dor na pele humana, e sua função na estimulação de nociceptores cutâneos tem sido questionada. Em contrapartida, seus efeitos tróficos e imunomodulatórios já foram descritos em concentrações bem menores do que aquelas necessárias ao efeito de vasodilatação.22 O CGRP é conhecido como proinflamatório e vasodilatador, mas, paradoxalmente, pode atuar de forma antiinflamatória sobre a resposta imune celular.

Como proinflamatório, ele potencializa a formação de edema induzida por IL-1 e IL-8, aumenta a expressão e síntese de IL-8 em células endoteliais,37 é quimiotático para neutrófilos57 e aumenta a translocação de selectina P e a expressão de ELAM-1.23 O CGRP estimula, ainda, a proliferação de células endoteliais23,58 e de melanócitos in vitro.59 Como antiinflamatório, entretanto, o CGRP é capaz de inibir muitas funções das células de Langerhans. Usando-se a linhagem de células de Langerhans XS52, demonstra-se que o CGRP eleva o AMPc e aumenta a síntese e a liberação de IL-10 induzidas por lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) e GM-CSF (resultando em inibição de B7-2). Nessas células, ele ainda suprime a indução de IL-12 e IL-1beta por LPS e GM-CSF.61,62,63,64a,64b Ele também é capaz de inibir significativamente a indução de hipersensibilidade de contato, agindo localmente;65-69 porém o mecanismo de ação ainda é pouco compreendido. Já foi também descrito que o CGRP inibe a atividade de células natural-killer70 e a proliferação de células T, e diminui sua produção de IL-2 e a expressão de TNF-alfa, TNF-beta e IFN-gama.71 O CGRP também é capaz de bloquear as ações promotoras de edema da histamina, leucotrieno B4 e serotonina na pele humana.72

Peptídeo vasoativo intestinal (VIP)

O peptídeo vasoativo intestinal (VIP) contém 28 aminoácidos e é membro da mesma família à qual também pertencem secretina, glucagon, gastrina, polipeptídeo ativador da adenilato-ciclase pituitária (PACAP - ver adiante) e peptídeo inibidor gástrico. O RNAm preproVIP codifica ainda o peptídeo histidina-metionina (PHM), também presente na pele, porém de funções desconhecidas. Junto com o CGRP e PHM, o VIP é um dos mais abundantes peptídeos da pele,73 coexistindo com a acetilcolina em fibras parassimpáticas pós-ganglionares, e sendo encontrado também no suor.13 Estudos comprovam que a liberação de VIP e acetilcolina pode ser independente e condicionada à freqüência de estimulação da fibra nervosa.74 Ele está presente em grande quantidade no fluido de bolhas espontâneas da pele inflamada.14 O VIP é liberado na inervação da derme e epiderme, folículos pilosos, glândulas sudoríparas, células de Merkel e em nervos perivasculares.16,75 Mastócitos, leucócitos polimorfonucleares e eosinófilos também são fontes de VIP na pele.16 O VIP e o polipeptídeo ativador da adenilato-ciclase pituitária (PACAP - ver adiante) interagem com vários receptores em comum, tanto na pele quanto em outros sistemas, com afinidade variável.76

A aplicação intradérmica de VIP induz à formação de pápula via liberação de histamina mastocitária77 e vasodilatação por relaxamento da musculatura lisa de vasos sangüíneos.13,78 Mastócitos respondem ao VIP com rápida liberação de histamina (independente de IgE), porém mínima liberação de PGD2 e leucotrieno C4.79,80 A pápula eritematosa formada após injeção intradérmica é comparável àquela obtida com SP.34 Essa injeção de VIP é capaz de inibir reações de hipersensibilidade tardia.81 O VIP está presente no epitélio de glândulas sudoríparas, sugerindo-se que estimule diretamente células secretórias e a secreção de suor via AMPc.82,83,84 Ele também é capaz de estimular a migração e proliferação de ceratinócitos.85,86,87 No sistema imune da pele, o VIP diminui a produção de IFN-gama e a atividade de células NK, e inibe a proliferação de células em linfonodos estimulada por antígenos. Outros estudos mostram que ele é capaz de inibir a produção de IgA e atuar sobre células de Langerhans, aumentando o AMPc e inibindo a função apresentadora de antígeno.77,88,89

Polipeptídeo ativador da adenilato-ciclase pituitária (PACAP)

Peptídeo de 27 a 38 aminoácidos pertencente à mesma família do VIP, originalmente isolado no hipotálamo ovino e caracterizado como potente ativador da adenilato-ciclase de células cultivadas da hipófise anterior, participando na regulação da produção e secreção de hormônios pela glândula pituitária, glândula tireóide, trato gastrointestinal e pâncreas, além de indutor de vasodilatação endotélio-independente.90,91,92,93 O PACAP é liberado na pele pelas fibras C cutâneas.13 Como já citado, vários receptores interagem tanto com o PACAP quanto com o VIP, porém o receptor PACAP1 possui grande afinidade com o primeiro.76 O PACAP já foi demonstrado na pele humana em fibras na junção dermoepidérmica, em folículos pilosos, vasos e glândulas sudoríparas. Ele coexiste com o VIP (e ocasionalmente com neuropeptídeo Y) em fibras parassimpáticas, ou com SP e CGRP em fibras C. Parece presente em pequena quantidade na pele humana, sendo também encontrado no fluido de bolhas da pele inflamada.13,94,95 A injeção intradérmica de PACAP gera eritema progressivo semelhante àquele produzido pelo CGRP13 e provoca a liberação da histamina de mastócitos, tanto em animais de laboratório quanto em humanos, com intensidade semelhante à do VIP.96 A pele humana mostra-se sítio preferencial de aumento do fluxo sangüíneo na administração sistêmica de PACAP.93 Seus efeitos nas células do sistema imune são comumente associados àqueles do VIP.

Neuropeptídeo Y (NPY)

Peptídeo de 36 aminoácidos pertencente à mesma família do peptídeo tirosina-tirosinamida e do polipeptídeo pancreático.13,16 A maioria dos estudos com NPY até o momento concentra-se no sistema nervoso central, no qual o NPY se mostra envolvido quanto ao estímulo à ingestão de alimentos e água, à regulação do humor e ao controle central do sistema nervoso autônomo. Na periferia, o NPY está envolvido na manutenção do tono vascular, produzindo ação vasoconstritora longa e potente. Possui vários receptores já isolados, especialmente os receptores Y1 e Y2, já descritos com detalhes e ligados à proteína G.97 O NPY é liberado na inervação da derme e epiderme, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e por nervos perivasculares.16 Ele coexiste com a noradrenalina em fibras simpáticas e com o VIP em uma subpopulação de fibras parassimpáticas; a liberação para o NPY é maior em freqüências de estímulo altas e maior para a noradrenalina em freqüências de estímulo baixas. Ele é normalmente considerado um potencializador dos efeitos da adrenalina e noradrenalina,98 modulando a neurotransmissão adrenérgica por mecanismo endotélio-dependente.99

A presença de NPY causa vasoconstrição longa e potente de artérias e arteríolas, mas não do sistema venoso.13,16 Essa vasoconstrição não é antagonizada por alfa-bloqueadores,100 evidenciando o NPY como provável responsável pelo componente vasoconstritor simpático-resistente a alfa-bloqueadores.101 Estudos mostram que, na pele, quando em injeções equimolares com noradrenalina, o NPY diminui a palidez induzida por noradrenalina, sugerindo que certas ações dessas duas substâncias podem não ser sinergísticas.13 A injeção de NPY é capaz de liberar histamina de mastócitos,102 e o NPY pode ainda ser achado no fluido de bolhas espontâneas na pele inflamada.98

Somatostatina (SOM)

Peptídeo de 14 ou 28 aminoácidos originalmente isolado no hipotálamo, assim denominado devido à capacidade de inibir a liberação de hormônio do crescimento. Apenas a forma de 14 aminoácidos parece presente na pele, sendo liberada na inervação da derme, epiderme e glândulas sudoríparas. Além disso, sua presença já foi detectada em monócitos e células de Langerhans, ceratinócitos e células de Merkel.103-106 Cinco receptores já foram identificados (SSTR-1 a 5), todos eles acoplados à proteína G, e a presença na pele de um tipo específico está em investigação.107,108 É um potente inibidor da proliferação celular. A injeção de SOM na pele gera uma pápula eritematosa mais discreta do que aquela observada à injeção de SP, podendo haver sinergia entre elas na formação da pápula. É também capaz de liberar histamina de mastócitos via AMPc, sendo achada no fluido de bolhas na pele inflamada.13,109

DEGRADAÇÃO DOS NEUROPEPTÍDEOS

As ações de neuropeptídeos na pele são influenciadas por mecanismos envolvidos em sua remoção do meio extracelular. Apesar de o reaproveitamento de neuropeptídeos poder ocorrer via processos de endocitose, o mais comum é sua degradação por diversas enzimas. Na pele, duas zinco-metaloproteinases têm papel preponderante. Uma delas é a enzima conversora de angiotensina (também chamada ECA, EC 3.4.15.1, dipeptidil carboxipeptidase I ou peptidil dipeptidase A), largamente estudada em seu papel na regulação da pressão arterial sistêmica. A outra enzima é a endopeptidase neutra (NEP ou neprilisina, também denominada encefalinase, EC 3.4 24.11, antígeno de superfície CD10 ou common acute lymphoblastic antigen - CALLA), localizada na superfície celular. Ambas já foram detectadas em células endoteliais, fibroblastos e ceratinócitos, e são capazes de degradar taquicininas, encefalinas e bradicinina.

Estudos indicam que, das duas, a NEP parece ser a principal enzima capaz de degradar SP e CGRP na pele humana, e sua inibição aumenta as ações desses neuropeptídeos na pele, resultando em edema, extravasamento de plasma e outros efeitos já citados. A NEP localiza-se precisamente na camada basal da epiderme, endotélio de vasos e anexos (folículos pilosos, glândulas sebáceas e écrinas e bainha perineural de nervos), enquanto a ECA concentra-se mais na superfície luminal de vasos. A NEP tem sua presença estendida a todas as camadas da epiderme em feridas experimentais durante a cicatrização, sugerindo sua participação no processo e reforçando o papel da inflamação neurogênica na reparação tecidual. Os estudos com NEP sugerem que essas enzimas podem ser úteis no futuro, na abordagem de certas afecções cutâneas em que haja alteração da presença de neuropeptídeos. Além disso, evidencia-se a necessidade de novos estudos das reações cutâneas no uso de medicamentos inibidores da ECA.12,110-114

A CAPSAICINA

A capsaicina (trans-8-metil-N-vanilil-6-nonenamida) é a molécula ativa responsável pela ardência da pimenta vermelha, do gênero capsicum. Sua importância no estudo de neuropeptídeos na pele deve-se a sua capacidade de despolarizar fibras C ou A-delta, ligando-se a um receptor denominado vanilóide, que abre canais iônicos gerando um influxo de cálcio na fibra nervosa.8,115,116 Estudos sugerem haver não só um, mas uma família de receptores vanilóides, porém seus ligantes endógenos ainda não foram isolados. A aplicação tópica ou injeção intradérmica de capsaicina provoca liberação imediata e depleção de taquicininas, CGRP e/ou VIP das fibras nervosas, provocando inicialmente uma sensação de ardência e hiperalgesia, com inflamação e uma pápula eritematosa indistinta daquela obtida por injeção de SP ou histamina. Após aplicações repetidas por período variável, o local apresenta diminuição da sensibilidade e bloqueio a estímulos dolorosos, resultando em dessensibilização e taquifilaxia (reversíveis com a suspensão da droga) ou lesão irrerversível da fibra, dependendo das doses e da duração da exposição. Isso é útil em alguns estados dolorosos crônicos, em que o tratamento com capsaicina visa depletar os mediadores da dor. As indicações terapêuticas tópicas incluem o prurido, a neuralgia pós-herpética e a psoríase, mas permanecem limitadas, devido ao forte desconforto associado e à necessidade de aplicações numerosas. Análogos mais potentes do que a capsaicina, como a resiniferatoxina, ainda permanecem em estudo para aplicação terapêutica.16,116-119

LUZ ULTRAVIOLETA E NEUROPEPTÍDEOS

A irradiação ultravioleta da pele provoca tanto inflamação quanto alterações em suas funções imunes. Há dados experimentais sugerindo que neuropeptídeos desempenham um papel na formação de edema e eritema, na modulação da hiperalgesia, e na reparação tecidual pós-irradiação. Os neuropeptídeos SP e CGRP são liberados sob exposição ao UV. O uso do antagonista da SP, espantida do antagonista de receptores NK-1R, CP-96 345 e do antagonista CGRP(8-37) atenua o fluxo sangüíneo, a vasodilatação e o edema formados após irradiação em animais experimentais.120,121 Animais deficientes em NEP, a enzima que degrada neuropeptídeos, também demonstram resposta exagerada ao UV. Além disso, o CGRP parece ser capaz de induzir ceratinócitos a secretar fatores melanogênicos.122,123,124 Isso reforça um papel desempenhado pela SP e pelo CGRP, ambos neuropeptídeos de origem neural, na resposta à irradiação UV, atuando junto a outros peptídeos produzidos na pele, como o hormônio melanócito-estimulante alfa (alfa-MSH) e demais derivados da proopiomelanocortina.

NEUROPEPTÍDEOS NAS DERMATOSES HUMANAS

Psoríase

A patogênese da psoríase ainda permanece desconhecida, e a inervação da pele tem sido alvo de vários estudos devido a algumas peculiaridades da doença: 1) há uma simetria comum das lesões psoriásicas; 2) foram relatadas remissões de lesões em áreas de denervação traumática com persistência das lesões contralaterais; 3) a doença tem uma exacerbação após episódios de estresse. Nesse quadro, o fator de crescimento neural (NGF) tem ganho especial atenção, devido a suas características como fator de crescimento autócrino de ceratinócitos e sua capacidade de controlar a síntese peptidérgica nas fibras C da pele.20,21,48,125 Ceratinócitos humanos secretam NGF, que estimula de forma autócrina a proliferação de mais ceratinócitos. O NGF está presente em quantidades aumentadas na pele psoriásica e tem sido implicado como um indutor-chave da doença proliferativa observada na moléstia.126,127 Além disso, ele afeta diretamente a produção de neuropeptídeos proinflamatórios que são trazidos à pele, especialmente SP e CGRP, que por sua vez podem agravar vários eventos observados na psoríase. De fato, a expressão aumentada de fibras SP-positivas na pele psoriásica é significativa, e aumentos da presença de fibras CGRP- e VIP-positivas parecem ser um achado freqüente, esses neuropeptídeos implicando sua etiopatogenia.128

Outros estudos ainda demonstram aumento de PACAP na pele lesada e aumento de SOM de origem imune.94,106 Neuropeptídeos, em especial a SP, estariam envolvidos na hiperproliferação de ceratinócitos, no crescimento vascular e na atração e modulação de células inflamatórias, principalmente leucócitos polimorfonucleares. De forma contraditória, os achados de maior número de fibras nervosas positivas para um neuropeptídeo em especial não significam aumento total das fibras na derme e epiderme. O que se observa no início da doença, provavelmente por ação do NGF, é uma hiperinervação local, que acompanha a hiperproliferação de ceratinócitos. No entanto, a progressão para lesões maduras, com persistência de condições inflamatórias e alterações graves da arquitetura histológica da pele parece provocar uma degeneração de fibras intralesionais, que resulta em uma diminuição significativa do número total de fibras e uma dissociação da comunicação entre fibras cutâneas e células imunes. Isso demonstra que neuropeptídeos podem ter um papel definido e específico em algumas fases do curso temporal da doença e explicar resultados contraditórios de estudos anteriores quanto ao aumento ou não da inervação na pele psoriásica e da ação de neuropeptídeos.129,130,131

Reações de hipersensibilidade

Reações de hipersensibilidade do tipo tardio (HTT) e dermatites de contato (DC) são reações imunes tardias mediadas por células T que ocorrem na pele após uma primeira estimulação com antígeno, seguida de um segundo contato com o hapteno. A reação alérgica depende da função apresentadora de antígeno desempenhada por células de Langerhans, que estão em íntimo contato com fibras sensoriais contendo neuropeptídeos. A SP, até o momento, tem sido apontada como um estimulador de reações de hipersensibilidade devido a sua capacidade de liberação de histamina, recrutamento de leucócitos e formação de edema, o que foi corroborado pelo uso de capsaicina, denervação, uso do antagonista espantida e em animais deficientes em NEP.12 No entanto, deve-se mencionar que isso é uma generalização e que há resultados de efeitos inibitórios da SP em altas concentrações sobre a resposta de células T em modelos de HTT in vitro que podem ser de alguma relevância in vivo.132 O CGRP, por sua vez, tem sido intensamente estudado em sua capacidade de inibir as reações de HTT por suprimir a apresentação de antígeno por células de Langerhans (vide acima, na descrição do peptídeo). Na pele, há fibras imunorreativas para o CGRP em íntimo contato com células de Langerhans.60,68,133 Foi proposto que o CGRP dificulta a apresentação de antígeno nas reações de HTT e dermatite de contato mediante a regulação para cima de IL-10 e da supressão de citocinas proinflamatórias (IL-1 e IL-12), e de molécula co-estimulatória CD86, prevenindo a ativação de células T.61-64 O papel de outros neuropeptídeos de origem neural nas reações de HTT, como o VIP, permanece não esclarecido.

Dermatite Atópica

O peptídeo vasoativo intestinal (VIP) e a acetilcolina coexistem em fibras simpáticas pós-ganglionares envolvidas no controle da secreção de suor e foram implicados no prurido característico pós-sudorese na pele lesada dos pacientes com dermatite atópica (DA), sendo a ação do VIP dependente de histamina mastocitária. Esses neurotransmissores parecem estimular sinergicamente o prurido ao entrar em contato com fibras nociceptoras sensibilizadas na pele cronicamente inflamada dos pacientes com DA.134 Além disso, foi observado que a SP está presente em quantidades aumentadas nas fibras da pele lesada na DA e que tem um papel na liberação de IFN-gama e IL-4, exercendo um discreto efeito proinflamatório na resposta de células T.135,136 Outras alterações na pele intralesional na DA incluem um aumento de fibras contendo CGRP e um desaparecimento das fibras SOM+.137,138

Hanseníase

A hanseníase é caracterizada por alterações de sensibilidade na pele lesada e pelo envolvimento inflamatório de nervos periféricos. Nesse quadro, foram encontradas alterações significativas de SP, CGRP, NPY e VIP, bem como na quantidade de fibras cutâneas em pacientes com hanseníase tanto virchowiana quanto tuberculóide ou indeterminada.139 Estudos também foram realizados com SOM e outros neuropeptídeos, sem terem sido encontradas diferenças em relação à pele normal.140 Os distúrbios funcionais entre células imunes e fibras nervosas na doença ainda permanecem não determinados.

Alopecia

O folículo piloso humano e dos mamíferos em geral é ricamente inervado por uma população heterogênea de fibras, e um papel para os neuropeptídeos no controle do crescimento do pêlo tem sido buscado por vários autores. Em modelos murinos, o conteúdo de SP e o número de fibras CGRP+ alteram-se de acordo com o ciclo folicular. A SP, quando injetada, pode gerar alopecia discreta. Outros autores verificaram indução do crescimento de pêlo em camundongos C57BL16 pela SP.32,52,114 Estudos mostram ainda que a SP pode estar envolvida na regeneração do folículo piloso após o arrancamento intencional.141 Há ainda relatos de baixos níveis de CGRP na alopecia areata e de crescimento de pêlo em região denervada na pele de um paciente com alopecia universal.142,143 Contudo, um estudo recente em animais experimentais demonstrou não haver a necessidade da presença de inervação intacta para o desenvolvimento normal dos folículos pilosos e indução da fase anagênica, permanecendo inconclusiva a idéia de que os neuropeptídeos sejam essenciais à homeostasia do pêlo nos mamíferos e, em especial, no homem.144

CONCLUSÕES

Mesmo carecendo de trabalhos experimentais definitivos, evidências crescentes sugerem participação ativa da inervação da pele em seus fenômenos homeostáticos e patológicos. Contribuem para essa concepção a onipresença de fibras peptidérgicas na derme e epiderme, e os estudos que demonstram o potencial modulador dos neuropeptídeos sobre processos celulares in vitro e in vivo. No entanto, em contraste com numerosos dados experimentais, um componente neural na etiopatogenia da maioria das dermatoses humanas permanece não elucidado. Relevante também é o fato de ser limitado o repertório terapêutico atual que leve em conta esse sistema à disposição dos dermatologistas. Contudo, as investigações revelam-se promissoras, introduzindo nova complexidade à compreensão da etiopatogenia e terapêutica das doenças dermatológicas.

Recebido em 09.09.2001

Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 18.03.2003

  • 1. Hsieh ST, Choi S, Lin WM, Chang YC, McArthur JC, Griffin JW.: Epidermal denervation and its effects on keratinocytes and Langerhans cells. J Neurocytol 1996; 25: 513-24.
  • 2. Hsieh ST, Lin WM.: Modulation of keratinocyte proliferation by skin innervation. J Invest Dermatol 1999; 113:579-86.
  • 3. Kjartansson J, Dalsgaard CJ, Jonsson CE.: Decreased survival of experimental critical flaps in rats after sensory denervation with capsaicin. Plast Reconstr Surg 1987; 79:218-21.
  • 4. Engin C, Demirkan F, Ayhan S, Atabay K, Baran.: Delayed effect of denervation on wound contraction in rat skin. Plast Reconstr Surg 1996; 98:1063-7.
  • 5. Olivari N, Schrudde J, Wahle H.: The surgical treatment of bedsores in paraplegics. Plast Reconstr Surg 1972; 50:477-82.
  • 6. Richards AM, Floyd DC, Terenghi G, McGrouther.: Cellular changes in denervated tissue during wound healing in a rat model. Br J Dermatol 1999; 140:1093-9.
  • 7. Wallengren J, Chen D, Sundler F.: Neuropeptide-containing C-fibres and wound healing in rat skin. Neither capsaicin nor peripheral neurotomy affect the rate of healing. Br J Dermatol 1999; 140:400-8.
  • 8. Jancsó N, Jancsó-Gábor A, Szolcsányi J.: Direct evidence for neurogenic inflammation and its prevention by denervation and by pretreatment with capsaicin. Br J Pharmacol Chemother 1967; 31:138-51.
  • 9. Baluk P.: Neurogenic inflammation in skin and airways. J Invest Dermatol Symp Proc 1997; 2:76-81.
  • 10. Von Euler US, Gaddum JH. An unidentified depressor substance in certain tissue extracts. J Physiol London 1931; 72:74-87.
  • 11. Marchand JE, Zaccheo TS, Connelly CS, Kream RM.: Selective in situ hybridization histochemical analyses of alternatively spliced mRNAs encoding beta- and gamma-preprotachykinins in rat central nervous system. Brain Res 1993; 17:83-94 (Abstract).
  • 12. Scholzen T, Armstrong C, Burnett N, Luger T, Olerud J , Ansel J.: Neuropeptides in the skin: interactions between the neuroendocrine and the skin immune systems. Exp Dermatol 1998; 7:81-96.
  • 13. Wallengren J.: Vasoactive peptides in the skin. J Invest Dermatol Symp Proc 1997; 2:49-55.
  • 14. Wallengren J, Hakánson R.: Effects of substance P, neurokinin A and calcitonin gene-related peptide in human skin and their involvement in sensory-mediated responses. Eur J Pharmacol 1987; 143:267-73.
  • 15. Foreman JC.: Peptides and neurogenic inflammation. Br Med Bulletin 1987; 43(2):386-400.
  • 16. Lotti T, Hautmann G, Panconesi.: Neuropeptides in skin. J Am Acad Dermatol 1995; 33:482-96.
  • 17. Zancanaro C, Merigo F, Crescimano C, Orlandini S, Osculati A.: Immunohistochemical evidence suggests intrinsic regulatory activity of human eccrine sweat glands. J Anat 1999; 194:433-44.
  • 18. Johansson O, Fantini F, Hu H.: Neuronal structural proteins, transmitters, transmitter enzimes and neuropeptides in human Meissner corpuscles: a reappraisal using immunohistochemistry. Arch Dermatol Res 1999; 291:419-24.
  • 19. Amann R, Sirinathsinghji DSJ, Donnerer J, Liebmann I, Schuligoi R.: Stimulation by nerve growth factor of neuropeptide synthesis in the adult rat in vivo: bilateral response to unilateral intraplantar injections. Neurosci Lett 1996; 203:171-4.
  • 20. Donnerer J, Schuligoi R, Stein C.: Increased content and transport of substance P and calcitonin gene-related peptide in sensory nerves innervating inflamed tissue - evidence for a regulatory function of nerve growth factor in vivo. Neuroscience 1992; 49:693-8.
  • 21. Donnerer J, Amann R, Schuligoi R, Skofitsch G.: Complete recovery by nerve growth factor of neuropeptide content and function in capsaicin-impaired sensory neurons. Brain Res 1996; 741:103-8.
  • 22. Weidner C, Klede M, Rukwied R, Lischetzki G, Neisius U, Skov PS, Petersen LJ, Schmelz M.: Acute effects of substance P and calcitonin gene-related peptide in human skin - a microdialysis study. J Invest Dermatol 2000; 115:1015-20.
  • 23. Bull HA, Hothersall J, Chowdhury N, Cohen J, Dowd PM.: Neuropeptides induce release of nitric oxide from human dermal microvascular endothelial cells. J Invest Dermatol 1996; 106:655-60.
  • 24. Bowden JJ, Baluk P, Lefevre PM, Vigna SR, McDonald DM.: Substance P (NK1) receptor immunoreactivity on endothelial cells of the rat tracheal mucosa. Am J Physiol 1996; 270:L404-14.
  • 25. Cao T, Gerard NP, Brain S.: Use of NK1 knockout mice to analyse substance P-induced edema formation. Am J Physiol 1999; 277(2-Pt2):476-81.
  • 26. Hägermark Ö, Hökfelt T, Pernow B.: Flare and itch induced by substance P in human skin. J Invest Dermatol 1978; 71:233-5.
  • 27. Nilsson J, von Euler AM, Dalsgaard CJ.: Stimulation of connective tissue cell growth by substance P and substance K. Nature (Lond.) 1985; 315:61-3 (Abstract).
  • 28. Katayama I, Nishioka K.: Substance P augments fibrogenic cytokine-induced fibroblast proliferation: possible involvement of neuropeptide in tissue fibrosis. J Dermatol Sci 1997; 15:201-6.
  • 29. Crowe R, Parkhouse N, McGrouther D, Burnstock G.: Neuropeptides-containing nerves in painful hypertrophic human scar tissue. Br J Dermatol 1994; 130:444-52.
  • 30. Parenti A, Amerini S, Ledda F, Maggi CA, Ziche M. : The tachychinin NK1 receptor mediates the migration-promoting effect of substance P on human skin fibroblasts in culture. Naunin-Schmiedebergs Arch Pharmacol 1996; 353:475-81.
  • 31. Wiedermann CJ, Auer B, Sitte B, Reinisch N, Schratzberger P, Kahler CM.: Induction of endothelial cell differentiation into capillary-like structures by substance P. Eur J Pharmacol 1996; 298:335-8.
  • 32. Paus R, Heinzelmann T, Robiseck S.: Substance P stimulates murine epidermal keratinocyte proliferation and dermal mast cell degranulation in situ. Arch Dermatol Res 1997; 287:500-2 (Abstract).
  • 33. Ansel JC, Brown JR, Payan DG, Brown MA.: Substance P selectively activates TNF-alpha gene expression in murine mast cells. J Immunol 1993; 150:4478-85.
  • 34. Huttunen M, Harvima I, Ackermann L, Harvima R, Naukkarinen A, Horschmanheimo M.: Neuropeptide- and capsaicin-induced histamine release in skin monitored with the microdialysis technique. Acta Derm Venereol 1996; 76:205-9.
  • 35. Piotrowski W, Foreman JC.: On the actions of substance P, somatostatin and vasoactive intestinal polypeptide on rat peritoneal mast cells and in human skin. Naunin Schmiedebergs Arch Pharmacol 1985; 331:364-8.
  • 36. Columbo M, Horowitz EM, Kagey-Sobotka A, Lichtenstein LM.: Substance P activates the release of histamine from human skin mast cells through a pertussis toxin-sensitive and protein kinase C-dependent mechanism. Clin Immunol Immunopathol 1996; 81:68-73.
  • 37. Ansel JC, Armstrong CA, Song I, Quinlan KL, Olerud JE, Caughman SW, Bunnet NW.: Interactions of the skin and nervous system. J Invest Dermatol Proc 1997; 2:23-6.
  • 38. Quinlan KL, Song IS, Naik SM, Letran EL, Olerud JE, Bunnet NW, Armstrong CA, Caughman SW, Ansel JC.: VCAM-1 expression on human dermal microvascular endothelial cells is directly and specifically up-regulated by substance P. J Immunol 1999; 162:1656-61.
  • 39. Quinlan KL, Naik SM, Cannon G, Armstrong CA, Bunnet NW, Caughman SW, Ansel JC.: Substance P activates coincident NF-AT- and NF-kappaB-dependent adhesion molecule gene expression in microvascular endothelial cells through intracellular calcium mobilization. J Immunol 1999; 163:5656-65.
  • 40. Bozic CR, Lu B, Hopken UE, Gerard C, Gerard NP.: Neurogenic amplification of immune complex inflammation. Science 1996; 273:1722-5.
  • 41. Smith CH, Barker JN, Morris RW, MacDonald DM, Lee TH.: Neuropeptides induce rapid expression of endothelial cell adhesion molecules and elicit granulocytic infiltration in human skin. J Immunol 1993; 151:3274-82 (Abstract).
  • 42. Viac J, Gueniche A, Doutremepuich JD, Reichert U, Claudy A, Schmitt D.: Substance P and keratinocyte activation markers: an in vitro approach. Arch Dermatol Res 1996; 288:85-90.
  • 43. Payan DG, Brewster DR, Missirian-Bastin A, Goetzl EJ.: Substance P recognition by a subset of human T-lymphocytes. J Clin Invest 1984; 74:1532-9. (Abstract).
  • 44. Stanisz AM, Befus D, Bienenstock J.: Differential effects of vasoactive intestinal polypeptide, substance P and somatostatin on immunoglobulin synthesis and proliferation by lymphocytes from Peyer's patches, mesenteric lymphnodes and spleen. J Immunol 1986; 136:152-6.
  • 45. Ramershawar P, Gascon P, Ganea D.: Immuno-regulatory effects of neuropeptides stimulation of interleukin-2 production by substance P. J Neuroimmunol 1992; 37:65-74 (Abstract).
  • 46. Croitoru K, Ernst PB, Bienenstock J, Padol I, Stanisz AM.: Selective modulation of the natural killer cell activity of murine intestinal intraepithelial leucocytes by the neuropeptide substance P. Immunology 1990; 71:196-201.
  • 47. Lotz M, Vaughan JH, Carson DA.: Effects of neuropeptides on production of inflammatory cytokines by human monocytes. Science 1989; 241:1218-21 (Abstract).
  • 48. Amann R, Egger T, Schuligoi R.: The tachykinin NK1 receptor antagonist SR140333 prevents the increase of nerve growth factor in rat paw skin induced by substance P or neurogenic inflammation. Neuroscience 2000; 100(3):611-5.
  • 49. Amara SG, Evans RM, Rosenfeld MG.: Calcitonin/calcitonin gene-related peptide transcription unit: tissue-specific expression involves selective use of alternative polyadenylation sites. Mol Cell Biol 1984; 4:2151-60.
  • 50. Wallengren J, Ekman R, Sundler F.: Occurrence and distribution of neuropeptides in human skin. An immunocytochemical study on normal skin and blister fluid from inflammed skin. Acta Derm Venereol (Stockh) 1987; 67:185-92. (Abstract).
  • 51. Gibbins IL, Wattchow D, Coventry B.: Two immunohistochemically identified populations of calcitonin gene-related peptide (CGRP)-immunoreactive axons in human skin. Brain Res 1987; 414:143-8.
  • 52. Hordinsky MK, Ericson MA.: Relationship between follicular nerve supply and alopecia. Dermatol Clinics 1996; 14(4):651-60.
  • 53a. Aiyar N, Rand K, Elshourbagy NA.: A cDNA encoding the calcitonin gene-related peptide type 1 receptor. J Biol Chem 1996; 271:11325-9.
  • 53b. Luebke AE, Dahl GP, Roos BA, Dickerson IM.: Identification of a protein that confers calcitonin gene-related peptide responsiveness to oocytes by using a cystic fibrosis transmembrane conductance regulator assay. Proc Natl Acad Sci USA 1996; 93:2455-60.
  • 54. Naghashpour M, Rosenblatt MI, Dickerson IM, Dahl GP.: Inhibitory effect of calcitonin gene-related peptide on myometrial contractility is diminished at parturition. Endocrinology 1997; 138:4207-14.
  • 55. Goldsmith PC, Leslie TA, Hayes NA, Level NJ, Dowd PM, Foreman JC.: Inhibitors of nitric oxide in human skin. J Invest Dermatol 1996; 106:113-8.
  • 56. Ralevic V, Khalil Z, Dusting GJ, Helme RD.: Nitric oxide and sensory nerves are involved in the vasodilator response to acetylcholine but not calcitonin gene-related peptide in rat skin microvasculature. Br J Pharmacol 199 (ano?); 106:650-5.
  • 57. Cappugi P, Gerini G, Verrone C, et al: Esperienze preliminari sulláttivitá del CGRP con lo skin window test. G Ital Dermatol Venereol 1990; 125:135-8 (Abstract).
  • 58. Haegerstrand A, Dalsgaard CJ, Jonzon B, et al: Calcitonin gene-related peptide stimulates proliferation of human endothelial cells. Proc Natl Acad Sci 1990; 87:3299-303 (Abstract).
  • 59. Hara M, Toyoda M, Yaar M et al: Innervation of melanocytes in human skin. J Exp Med 1996; 184:1385-95.
  • 60. Asahina A, Moro O, Hosoi J, Lerner EA, Xu S, Takashima A, Granstein RD.: Specific induction of cAMP in Langerhans cells by calcitonin gene-related peptide: relevance and functional effects. Proc Natl Acad Sci 1992; 92:8323-7.
  • 61. Torii H, Yan Z, Hosoi J, Granstein R.: Expression of neurotrofic factors and neuropeptide receptors by epidermal Langerhans cells and the Langerhans cell-like line XS52: further support for a functional relationship between Langerhans cells and epidermal nerves. J Invest Dermatol 1997; 109:586-91.
  • 62. Torii H, Hosoi J, Beissert S et al: Regulation of cytokine expression in macrophages and the Langerhans cell-line XS52 by calcitonin gene-related peptide. J Leucocyte Biol 1997; 61:216-23.
  • 63. Torii H, Tamaki K, Granstein RD.: The effect of neuropeptides/hormones on Langerhans cells. J Dermatol Sci 1999; 20:21-8.
  • 64b. Fox FE, Kubin M, Cassin M et al: Calcitonin gene-related peptide inhibits proliferation and antigen presentation by human peripheral blood mononuclear cells: effects on B7, interleukin 10, and interleukin 12. J Invest Dermatol 1997; 108:43-8.
  • 64. Torii H, Hosoi J, Asahina A, Granstein RD.: Calcitonin gene-related peptide and Langerhans cell function. J Invest Dermatol Symp Proc 1997; 2:82-6.
  • 65. Girolomoni G, Tigelaar RE.: Capsaicin-sensitive primary sensory neurons are potent modulators of murine delayed-type hypersensitivity reactions. J Immunol 1990; 145:1105-12.
  • 66. Ek L, Theodorsson E.: Tachykinins and calcitonin gene-related peptide in oxazolone-induced allergic contact dermatitis in mice. J Invest Dermatol 1990; 94:761-3.
  • 67. Clementi G, Amico-Roxas M, Caruso A et al.: Effects of CGRP om different models of mouse ear inflammation. Life Sci 1994; 54:PL119-24 (Abstract).
  • 68. Asahina A, Hosoi J, Beissert S, Stratigos A, Granstein RD.: Inhibition of the induction of delayed-type and contact hypersensitivity by calcitonin gene-related peptide. J Immunol 1995; 154:3056-61.
  • 69. Misery L.: Langerhans cells in the neuro-immuno-cutaneous system. J Neuroimmunol 1998; 89:83-7.
  • 70. Umeda Y.: Inhibition of immune responses by calcitonin gene-related peptide. Ann NY Acad Sci 1992; 657:552-4.
  • 71. Wang F, Millet I, Bottomly K, Virgnery A.: Calcitonin gene-related peptide inhibits interleukin-2 production by murine T lymphocytes. J Biol Chem 1988; 154:227-35 (Abstract).
  • 72. Raud J, Lundeberg T, Brodda-Jansen, et al.: Potent anti-inflammatory action of calcitonin gene-related peptide. Biochem Biophys Res Commun 1991; 180:1429-35.
  • 73. Misery L.: Skin, Immunity and the nervous system. Br J Dermatol 137:843-50, 1997
  • 74. Fahrenkrug, J.: VIP and autonomic neurotransmission. Pharmacol Ther 1989; 41:515-34 (Abstract).
  • 75. Hartschuh W, Weihe E, Yanaihara N, Reinecke M.: Immunohistochemical localization of vasoactive intestinal polypeptide (VIP) in Merkel cells of various mammals: evidence for a neuromodulator function of the Merkel cell. J Invest Dermatol 1983; 81:361-4 (Abstract).
  • 76. Harmar T, Lutz E.: Multiple receptors for PACAP and VIP. Trends Pharmacol Sci 1994; 15:97-9.
  • 77. Lowman MA, Benyon RC, Church MK. Characterization of neuropeptide-induced histamine release from human dispersed skin mast cells. Br J Pharmacol 1988; 95:121-30.
  • 78. Nilsson SPE, Mäepea O.: Comparison of the vasodilatory effects of vasoactive intestinal polypeptide (VIP) and peptide HI (PHI) in the rabbit and the cat. Acta Physiol Scand 1987; 129:17-26.
  • 79. Williams TJ.: Vasoactive intestinal polypeptide is more potent than prostaglandin E2 as a vasodilator and oedema potentiator in rabbit skin. Br J Pharmacol 1982; 77:505-9.
  • 80. Church MK, Lowman MA, Robinson C, et al: Interaction of neuropeptides with mast cells. Int Arch Allergy Appl Immunol 1989; 88:70-8.
  • 81. Girolomoni G, Tigelaar RE.: Peptidergic neurons and vasoactive intestinal peptide modulate experimental delayed type hypersensitivity reactions. Ann NY Acad Sci 1992; 650:9-12.
  • 82. Eedy DJ, Shaw C, Armstrong EP, Johnston SF, Buchanan KD.: Vasoactive intestinal peptide (VIP) and peptide histidine methionine (PHM) in human eccrine sweat glands: demonstration of innervation, specific binding sites and presence in secretions. Br J Dermatol 1990; 123:65-76.
  • 83. Eedy DJ, Shaw C, Johnston SF, Buchanan KD.: The regional distribution of neuropeptides in human skin as assessed by radioimmunoassay and high-performance liquid chromatography. Clin Exp Dermatol 1994; 19:463-72.
  • 84. Sato K, Sato F.: Effect of VIP on sweat secretion and cAMP accumulation in isolated simian eccrine glands. Am J Physiol 1987; 253:R935-41.
  • 85. Haegerstrand A, Dalsgaard CJ, Jonzon B, et al: Vasoactive intestinal polypeptide stimulates cell proliferation and adenylate cyclase activity of cultured human keratinocytes. Proc Natl Acad Sci 1989; 86:5993-6.
  • 86. Pincelli C, Fantini F, Romualdi P, et al: Substance P is diminished and vasoactive intestinal peptide is augmented in psoriatic lesions and these peptides exert disparate effects on the proliferation of cultured human keratinocytes. J Invest Dermatol 1992; 98:421-7 (Abstract).
  • 87. Wollina U, Huschenbeck J, Knoll B, Sternberg B, Hipler UC.: Vasoactive intestinal peptide supports induced migration of human keratinocytes and their colonization of an artificial polyurethane matrix. Regul Pept 1997; 70:29-36 (Abstract).
  • 88. Taylor AW, Streilen JW, Cousins SW.: Immunoreactive vasoactive intestinal peptide contributes to the immuno-suppressive activity of normal aqueous humor. J Immunol 1994; 153:1080-6.
  • 89. Stanisz AM, Scicchitano R, Biennenstoch J.: The role of vasoactive instestinal peptide and other neuropeptides in the regulation of immune responses in vitro and in vivo. Ann NY Acad Sci 1988; 527:478-85.
  • 90. Narita M, Dun SL, Dun NJ, Tseng LF.: Hyperalgesia induced by pituitary adenylate cyclase-activating polypeptide in the mouse spinal cord. Eur J Pharmacol 1996; 311:121-6.
  • 91. Warren JB, Cockroft JR, Larkin SW, Kajekar R, Macrae A, Ghatei MA, Bloom SR.: Pituitary adenylate cyclase activating polypeptide is a potent vasodilator in humans. J Cardiovasc Pharmacol 1992; 20:83-7 (Abstract).
  • 92. May V, Braas KM: Pituitary adenylate cyclase activating polypeptide (PACAP). Regulation of sympathetic neuron neuropeptide Y and catecholamine expression. J Neurochem 1995; 65:978-87.
  • 93. Dorner GT, Wolzt M, Eichler HG, Schmetterer L.: Effect of pituitary adenylate cyclase activating polypeptide 1-27 on ocular, cerebral and skin blood flow in humans. Naunyn-Schmiedeberg's Arch Pharmacol 1998; 358:657-62.
  • 94. Steinhoff M, MacGregor GP, Radleff-Schlimme A, Steinhoff A, Jarry H, Schmidt WE.: Identification of pituitary adenylate cyclase activating polypeptide (PACAP) and PACAP type 1 receptor in human skin: expression of PACAP-38 is increased in patients with psoriasis. Regul Peptides 1999; 80:49-55.
  • 95. Odum L, Petersen LJ, Skov PS, Ebskov LB.: Pituitary adenylate cyclase activating polypeptide (PACAP) is localized in human dermal neurons and causes histamine release from skin mast cells. Inflamm Res 1998; 47:488-92.
  • 96. Schmidt-Choudhury A, Furuta GT, Galli SJ, Schmidt WE, Wershil BK.: Mast cells contribute to PACAP-induced dermal oedema in mice. Regul Peptides 1999; 82:65-9.
  • 97. Hashim MA, Tadepalli AS.: Cutaneous vasomotor effects of neuropeptide Y. Neuropeptides 1995; 29:263-71 (Abstract).
  • 98. Sundler F, Hákanson R, Ekblad E, Uddman R.: Neuropeptide Y in the peripheral adrenergic and enteric nervous systems. Int Rev Cytol 1986; 102:243-69.
  • 99. Daly RN, Hieble JP.: Neuropeptide Y modulates adrenergic neurotransmission by an endothelium dependent mechanism. Eur J Pharmacol 1987; 138:445-6.
  • 100. Zukowska-Grojec Z, Culman J, Kopin IJ.: Noradrenergic prazosin resistant splanchnic vasoconstriction during immobilization stress in rat: possible role for neuropeptide Y. Am J Physiol 1987; 123:765-71 (Abstract).
  • 101. Edvinsson L, Ekblad E, Hakanson R, et al: Neuropeptide Y potentiates the effect of various vasoconstrictor agents on rabbit blood vessels. Br J Pharmacol 1983; 5:84-7.
  • 102. Emadi-Khiav B, Mousoli M, Bronner Ch, Landry Y: Human and rat cutaneous mast cells: involvement of a G protein in the response to peptidergic stimuli. Eur J Pharmacol 1995; 272:97-102.
  • 103. Brazeau P, Vale W, Burgus R, Ling N, Butcher M, Rivier J, Guillemin R.: Hypothalamic polypeptide that inhibits the secretion of immunoreactive pituitary growth hormone. Science 1973; 179:77-9.
  • 104. Johansson O, Hilliges M, Wang L.: Somatostatin-like immunoreactivity is found in dendritic guard cells of human sweat ducts. Peptides 1993; 14:401-3.
  • 105. Gaudillere A, Misery L, Bernard C, Souchier C, Claudy A, Schmitt D.: Presence of somatostatin in normal human epidermis. Br J Dermatol 1997; 137:376-80.
  • 106. Talme T, Schultzberg M, Sundqvist KG, Marcusson JA.: Colocalization of somatostatin- and HLA-DR-like immunoreactivity in dendritic cells of psoriatic skin. Acta Derm Venereol (Stockh) 1997; 77:338-42.
  • 107. Hoyer D, Bell GI, Berelowitz M et al: Classification and nomenclature of somatostatin receptors. Trends Pharmacol Sci 1995; 16:86-8.
  • 108. Lopez F, Esteve JP, Buscail L et al: Molecular mechanisms of antiproliferative effect of somatostatin: involvement of a tyrosine phosphatase. Metabolism 1996; 45:14-6 (Abstract).
  • 109. Montminy M, Brindle P, Arias J, Ferreri K, Armstrong R.: Regulation of somatostatin gene transcripyion by cyclic adenosine monophosphate. Metabolism 1996; 45:4-7 (Abstract).
  • 110. Olerud JE, Usui ML, Seckin D, Chiu DS, Haycox CL, Song IS, Ansel JC, Bunnet NW.: Neutral endopeptidase expresssion and distributions in human skin wounds. J Invest Dermatol 1999; 112:873-81.
  • 111. Smallridge RC, Gamblin GT, Eil C.: Angiotensin-converting enzyme: characteristics in human skin fibroblasts. Metabolism 1986; 35:899-904 (Abstract).
  • 112. Muns G, Vishwanatha JK, Rubinstein I.: Effects of smokeless tobacco on chemically transformed hamster oral keratinocytes: role of angiotensin I-converting enzyme. Carcinogenesis 1994; 15:1325-7 (Abstract).
  • 113. Matucci-Cerinic M, Iannone F, Carossino A, Pignone A, Leoncini G, Generini S, Lapadula G, Cagnoni M.: Discrepant expression of neprylisin on fibroblasts in diffuse systemic sclerosis. J Rheumatol 1999; 26:347-51.
  • 114. Paus R, Heinzelmann T, Schultz KD, Furkert J, Fechner K, Czarnetzki BM: Hair growth induction by substance P. Lab Invest 1994; 71:134-40 (Abstract).
  • 115. Caterina MJ, Schumacher MA, Tominaga M et al: The capsaicin receptor: a heat-activated ion channel in the pain pathway. Nature 1997; 389:816-24.
  • 116. Biro T, Acs G, Acs P, Modarres S, Blumberg PM.: Recent advances in understanding vanilloid receptors: a therapeutic target for treatment of pain and inflammation in skin. J Invest Dermatol Symp Proc 1997; 2:56-60.
  • 117. Norton SA.: Useful plants in dermatology. V. Capsicum and capsaicin. J Am Acad Dermatol 1998; 39:626-8.
  • 118. Costa SKP, De Nucci G, Antunes E, Brain SD.: Involvement of vanilloid receptors and purinoceptors in the Phoneutria nigriventer spider venon-induced plasma extravasation in rat skin. Eur J Pharmacol 2000; 391:305-15.
  • 119. Reinmann S, Luger T, Metze D.: [Topical capsaicin for the treatment of itch and pain in dermatological patients]. Hautarzt 2000; 51:164-72.
  • 120. Benrath J, Eschenfelder C, Zimmerman M, Gillardon F.: Calcitonin gene-related peptide, substance P and nitric oxide are involved in cutaneous inflammation following ultraviolet radiation. Eur J Pharmacol 1995; 293:87-96.
  • 121. Benrath J, Zimmerman M, Gillardon F.: Substance P and nitric oxide mediate wound healing of ultraviolet photodamaged rat skin: evidence for an effect of nitric oxide on keratinocyte proliferation. Neurosci Lett 1995; 200:17-20 (Abstract).
  • 122. Scholzen TE, Brzoska T, Kalden DH, O'Reilly F, Armstrong CA, Luger TA, Ansel JC.: Effect of ultraviolet light on the release of neuropeptides and neuroendocrine hormones in the skin: mediators of photodermatitis and cutaneous inflammation. J Invest Dermatol Symp Proc 1999; 4:55-60.
  • 123. Toyoda M, Luo Y, Makino T, Matsui C, Morohashi M.: Calcitonin gene-related peptide upreggulates melanogenesis and enhances melanocyte dendricity via induction of keratinocyte-derived melanotrophic factors. J Invest Dermatol Symp Proc 1999; 4:116-25.
  • 124. Misery L.: The neuro-immuno-cutaneous system and ultraviolet radiation. Photodermatol Photoimmunol Photomed 2000; 16:78-81.
  • 125. Di Marco E, Marchisio PC, Bondanza S, Franzi AT, Cancedda R, De Luca M.: Growth-regulated synthesis and secretion of biologically active nerve growth factor by human keratinocytes. J Biol Chem 1991; 266:21718-22.
  • 126. Raychadhuri S, Jiang WY, Farber EM.: Psoriatic keratinocytes express high levels of nerve growth factor. Acta Derm Venereol 1998; 78:84-6.
  • 128. Chan J, Smoller BR, Raychaudhuri S, Jiang WY, Farber EM.: Arch Dermatol Res 1997; 289:611-16.
  • 129. Pergolizzi S, Vaccaro M, Magaudda L, Mondello MR, Arco A, Bramanti P, Cannavò SP, Guarneri B.: Immunohistochemical study or epidermal nerve fibres in involved and uninvolved psoriatic skin using confocal laser scanning microscopy. Arch Dermatol Res 1998; 290:483-9.
  • 130. Krogstad AL, Lönroth P, Larson G, Wallin BG.: Nerve-induced histamine release is of little importance in psoriatic skin. Br J Dermatol 1998; 139:403-9.
  • 131. Artemi P, Seale P, Satchell P, Ware S.: Cutaneous cascular response to calcitonin gene-related peptide in psoriasis and normal subjects. Australasian J Dermatol 1997; 38:73-6.
  • 132. Staniek V, Misery L, Peguet-Navarro J et al: Binding and in vitro modulation of human epidermal Langerhans cell functions by substance P. Arch Dermatol Res 1997; 289:285-91 (Abstract).
  • 133. Hosoi J, Murphy GF, Egan CL et al: Regulation of Langerhans cell function by nerves containing calcitonin gene-related peptide. Nature 1993; 363:159-63 (Abstract).
  • 134. Rukwied R, Heyer G.: Administration of acetylcholine and vasoactive intestinal polypeptide to atopic eczema patients. Exp Dermatol 1999; 8:39-45.
  • 135. Wallengren J, Ekman R, Moller H.: Substance P and vasoactive intestinal peptide in bullous and inflammatory disease. Acta Derm Venereol (Stockh) 1986; 66:23-8 (Abstract).
  • 137. Tobin D, Nabarro G, De La Faille HB.: Increased number of nerve fibers in atopic dermatitis. J Allergy Clin Immunol 1992; 90:613-22.
  • 138. Pincelli C, Fantini F, Massimi P et al: Neuropeptides in skin from patients with atopic dermatitis: an immunohistochemical study. Br J Dermatol 1990; 122:745-50.
  • 139. Karanth SS, Springall DR, Lucas S, Levy D, Aschby P, Levene MM et al: Changes in nerves and neuropeptides in skin from 100 leprosy patients investigated by immunocytochemistry. J Pathol 1989; 157:15-26.
  • 140. Antunes SLG, Sarno EN, Holmkvist G, Johansson O.: Immunohistochemical screening of neuropeptides in cutaneous macular lesions of leprosy (Correspondence). Acta Derm Venereol (Stockh) 1993; 74:235-6.
  • 141. Hordinsky M, Ericson M, Snow D, Boeck C, Lee WS.: Peribulbar innervation and substance P expression following nonpermanent injury to the human scalp hair follicle. J Invest Dermatol Symp Proc 1999; 4:316-9.
  • 142. Daly T.: Alopecia areata has low plasma levels of the vasodilator/immunomodulator calcitonin gene-related peptide. Arch Dermatol 1998; 134:1164-5.
  • 143. Atkin DH, Levine N, Walter FG.: Single patch of hair at a denervated site in a patient with alopecia universalis. J Am Acad Dermatol 1997; 37:796-7.
  • 144. Maurer M, Peters EMJ, Botchkarev VA, Paus R.: Intact hair follicle innervation is not essential for anagen induction and development. Arch Dermatol Res 1998; 290:574-8.
  • E
    ndereço para correspondência
    Pedro Kalil-Gaspar
    Rua Souza Dias, nº 1 - Vital Brasil
    Niterói RJ 24230-400
    Tel/Fax: (21) 2610-4337
    E-mail:
  • *
    Trabalho realizado na Universidade Federal Fluminense, como monografia final de curso.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Nov 2003
    • Data do Fascículo
      Ago 2003

    Histórico

    • Recebido
      09 Set 2001
    • Aceito
      18 Mar 2003
    Sociedade Brasileira de Dermatologia Av. Rio Branco, 39 18. and., 20090-003 Rio de Janeiro RJ, Tel./Fax: +55 21 2253-6747 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
    E-mail: revista@sbd.org.br