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Departamento de hanseníase

INVESTIGAÇÃO CLÍNICA, EPIDEMIOLÓGICA, LABORATORIAL E TERAPÊUTICA

Departamento de hanseníase

P5 - Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase em um centro de referência na região nordeste do Brasil

Gomes CCD; Penna GO; Aires MAP; Gonçalves HS

Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia (CDERM) - Fortaleza, CE

OBJETIVOS: Descrever as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes diagnosticados com hanseníase no ano de 2004 em um Centro de Referência da região nordeste do Brasil.

MATERIAL E MÉTODO: Foram avaliados prontuários de pacientes que deram entrada no registro ativo do Centro de Dermatologia Dona Libânia (CDERM), em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro a dezembro de 2004.

RESULTADOS: Dos 967 casos que deram entrada no CDERM naquele ano, 909 foram casos novos. Cerca de 7,7% eram pacientes entre zero e 14 anos de idade. A maioria apresentava a forma dimorfa (54,6%) e 82,2% dos pacientes eram provenientes de Fortaleza/CE.

CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos, observamos que são bastante expressivos para alertar os gestores das grandes dificuldades em se conseguir alcançar a meta estabelecida pela OMS de eliminar a hanseníase em 2005.

P6 - Distribuição espacial da hanseníase no município de Mossoró/RN, utilizando o sistema de informação geográfica (SIG)

Dias MCFS; Dias GH; Nobre ML

Gerência Municipal de Saúde - Mossoró, RN

FUNDAMENTOS/OBJETIVOS: A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa com elevada incidência no município de Mossoró/RN. A taxa de detecção vem aumentando nos últimos anos, sob influência de fatores operacionais (número de profissionais treinados, unidades implantadas, realização de campanhas anuais, entre outros), e passou de 59 casos novos no ano de 1998 para 111 casos novos em 2002, quando atingiu um coeficiente de 4,85 doentes para cada 10.000 habitantes (considerado hiperendêmico pelos parâmetros nacionais). O registro de casos novos vem ocorrendo em toda a zona urbana, porém com maior concentração em alguns bairros. Tendo em vista que a distribuição geográfica das doenças pode ser mapeada e analisada usando-se o sistema de informações geográficas (SIG), esse trabalho foi realizado utilizando-se o SIG com o objetivo de determinar a localização espacial dos casos de hanseníase no município de Mossoró, buscando um melhor entendimento da epidemiologia dessa endemia.

MATERIAL E MÉTODOS/CASUÍSTICA: Trata-se de um estudo de campo, realizado na área urbana do município, utilizando como bases cartográficas o mapa cadastral da cidade e imagem de satélite Ikonos, além do banco de dados do Sistema Nacional de Informações (SINAN). Foram selecionados 358 casos novos de hanseníase, diagnosticados entre os anos de 1998 e 2002, para georreferenciamento dos seus endereços, usando-se um aparelho GPS (Magellan 320). O software utilizado para análise geográfica foi o ArcView 9.0.

RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram localizados os endereços de 281 pacientes (78,5% do total), observando-se uma grande concentração de casos nos bairros de Barrocas (69 casos - 25%), Santo Antônio e Bom Jardim (39 casos cada - 14%). Esse mapeamento serviu de base para a realização de uma campanha de detecção da hanseníase em abril de 2005, especialmente direcionada para áreas identificadas como mais endêmicas, obtendo-se como resultado final o diagnóstico de 30 casos novos da doença em apenas uma semana, o que corresponde a 27% de todos os casos novos detectados na área total do município no ano de 2004.

CONCLUSÃO: O SIG é um sistema que armazena informações geográficas e as correlaciona com dados tabulares (planilhas, tabelas, gráficos), podendo determinar a localização espacial de doenças e a análise gráfica dos indicadores epidemiológicos. Seu uso na hanseníase se mostrou extremamente eficaz, proporcionando o entendimento espacial da distribuição e expansão da doença no município e direcionando a execução de ações de controle. O estudo possibilitou a realização de busca ativa de casos novos com importante redução de custos, porém com um número recorde de casos diagnosticados.

PP7 - Dinâmica de transmissão da hanseníase em área urbana: estudo de 20 focos familiares no município de Duque de Caxias - Rio de Janeiro

Guedes LS; Durães S; Cunha MD; Cavalieri F; Oliveira MLW

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro, RJ

FUNDAMENTOS/OBJETIVOS: A hanseníase é uma doença transmitida pelo Mycobacterium leprae, tendo como porta de entrada principal as vias aéreas superiores. Os contatos domiciliares dos pacientes multibacilares estão sob risco 5 a 10 vezes maior que a população geral de adquirir a doença. Quando há concomitância de outro caso no domicílio (situação de co-prevalência), o risco de adoecer é ainda maior. O objetivo deste trabalho é conhecer a dinâmica da transmissão familiar numa área endêmica urbana.

MATERIAL E MÉTODOS/CASUÍSTICA: Realizamos inquérito domiciliar (exame dermato-neurológico) a partir de casos de hanseníase notificados (casos índice) no período de 1998 a 2002 residentes no segundo distrito de Duque de Caxias. Foram selecionados 20 domicílios que apresentavam mais de um caso domiciliar.

RESULTADOS/DISCUSSÃO: Nas famílias avaliadas apenas duas apresentaram casos restritos a uma única geração, sendo que em 13 houve acometimento de 2 gerações e em 5 de 3 gerações. Ressaltamos o acometimento em graus de parentesco distintos. Observou-se que nem sempre o caso índice foi a fonte de infecção. Verificamos que 30,1% (p=0,02) dos consangüíneos manifestavam a doença contra 13,3% (p=0,02) de não consangüíneos.

CONCLUSÃO: Embora existam outros fatores de risco envolvidos na transmissão da hanseníase (fatores ambientais, sociais, epidemiológicos) não abordados nesta apresentação, a consangüinidade mostra associação estatística positiva. Uma observação qualitativa também considerada é o menor número de cônjuges (3) afetados em comparação ao de filhos (14) acometidos pela doença. Estes são dados parciais de um inquérito de 420 casos índice.

PP8 - Positividade sorológica em contatos domiciliares e peridomiciliares de hanseníase em área urbana

Vieira AG; Calado KLS; Durães SMB; Duarte MC; de Oliveira MLWDR

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro, RJ

FUNDAMENTOS: No momento várias pesquisas buscam avaliar o valor preditivo (risco de adoecimento) de testes que discriminam pessoas infectadas pelo Mycobacterium leprae (M. leprae). Entre eles a sorologia, que detecta anticorpos contra um antígeno específico da parede do M. leprae (PGL-1). Um desses estudos brasileiros, na periferia da região metropolitana do Rio de Janeiro, acompanha uma coorte de contatos de hanseníase. Os resultados de algumas variáveis de interesse do estudo aqui apresentados correspondem ao diagnóstico inicial da primeira sorologia.

OBJETIVOS: Estimar a taxa de infecção em contatos intra e peridomiciliares, estabelecer relação de soropositividade com: sexo, domicílio/peridomicílio, idade, relação de parentesco e forma clínica dos casos índice de hanseníase.

MATERIAL E MÉTODOS: Inquérito soroepidemiológico em contatos domiciliares e peridomiciliares de todos os casos notificados como hanseníase no período de 1998 a 2002 no 2º distrito do município de Duque de Caxias, RJ, utilizando o teste sorológico rápido-ML flow (ELISA).

CASUÍSTICA: 2.130 contatos de 410 casos índices de hanseníase submetidos a teste sorológico em 2003.

RESULTADOS: Em 390 domicílios de casos de hanseníase notificados no período do estudo foram identificados 2.130 contatos e examinados 1.889 (11% de perda). A soropositividade foi de 13,7%; 55% no domicílio e 44% no peridomicílio. A relação da positividade sorológica com o sexo foi de 54% F e 45% M. Duas variáveis merecem destaque: a relação com o caso índice, 2 vezes maior com os casos MB (54%) em relação aos PB (26%) p=0,0019, e a relação com o grau de parentesco: 70,38% dos positivos eram parentes de 1º ou 2º grau. Nota-se que cônjuges, cunhados, sogros, enteado, filho adotivo etc., não pertencem a esse grupo (parentes de 3º grau).

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: Os dados permitem concluir pelo fator genético na susceptibilidade à infecção pelo M. leprae, o que será melhor elucidado pela pesquisa, quanto ao polimorfismo genético. Da mesma forma o possível maior risco de desenvolvimento da doença clínica nessas pessoas infectadas, que serão acompanhadas pelo tempo médio de 6 anos (2008).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Ago 2007
  • Data do Fascículo
    Ago 2005
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