Resumos
Os autores apresentam imagens de dermatoscopia em uma fruta (manga-rosa), contaminada pela antracnose, mostrando sua semelhança com o melanoma extensivo superficial.
Colletotrichum; Dermoscopia; Melanoma
The authors present images from a dermatoscopy performed in a fruit (mango) that was contaminated by anthracnosis, showing its similarity to superficial spreading melanona.
Colletotrichum; Dermoscopy; Melanoma
ICONOGRAFIA
Dermatologia comparativa: dermatoscopia em melanoma cutâneo * * Trabalho realizado no Hospital Fundação Napoleão Laureano (Hospital do Câncer) João Pessoa (PB), Brasil. Conflito de interesse: Nenhum Suporte financeiro: Nenhum Como citar este artigo: Lopes OS, Egito EP. Dermatologia comparativa: dermatoscopia em melanoma cutâneo.
Comparative dermatology: dermatoscopy of cutaneous melanoma
Otávio Sérgio LopesI; Edílson Pinheiro EgitoII
IEspecialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD AMB) Chefe da Oncologia Cutânea do Hospital Fundação Napoleão Laureano João Pessoa (PB), Brasil
IIEspecialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD AMB) Coordenador científico da Oncologia Cutânea do Hospital Fundação Napoleão Laureano João Pessoa (PB), Brasil
Endereço para correspondência Endereço para correspondência Edílson Pinheiro do Egito Rua: Rejane Freire Correia, 200 - Jd. Cidade Universitária 58052 197 - João Pessoa - PB Tel: 83 - 32252818 E-mail: edilsonegito@hotmail.com
RESUMO
Os autores apresentam imagens de dermatoscopia em uma fruta (manga-rosa), contaminada pela antracnose, mostrando sua semelhança com o melanoma extensivo superficial.
Palavras-chave: Colletotrichum; Dermoscopia; Melanoma
ABSTRACT
The authors present images from a dermatoscopy performed in a fruit (mango) that was contaminated by anthracnosis, showing its similarity to superficial spreading melanona.
Keywords: Colletotrichum; Dermoscopy; Melanoma
O melanoma cutâneo constitui neoplasia maligna de caráter altamente agressivo, sendo por isso considerado o tumor cutâneo mais importante quanto à diagnose precoce. O prognóstico de cura ou sobrevida do paciente estando intimamente relacionado à profundidade da lesão (índice de Breslow), sua detecção preventiva é de suma importância; nesse sentido o exame de fotodermatoscopia bem realizado e interpretado é imprescindível como método semiológico para decisões de tratamentos cirúrgicos imediatos.1 Sua incidência está crescendo mundialmente e de maneira assustadora, já constituindo a principal causa de morte em dermatologia. Trata-se de neoplasia predominantemente originária da pele ou mucosas (esôfago, área ano-genital, podendo também surgir em olhos e meninges.2
O melanoma cutâneo pode apresentar-se sob diversas formas clinicopatológicas, sendo as principais o lentigo maligno melanoma, o melanoma extensivo superficial, o melanoma nodular e o acral lentiginoso. Há ainda outras formas como o melanoma amelanótico e o melanoma desmoplásico, porém esses dois tipos não se apresentam à dermatoscopia pelo método de análise de padrões achados mais característicos, geralmente pela ausência de pigmentação melanínica. O caso exposto é de paciente jovem, do sexo feminino, em região anterior do tronco, que evoluiu de nevo melanocítico prévio. Foi classificado como melanoma extensivo superficial já apresentando invasão vertical (Figura 1A). A fotodermatoscopia digital realizada na lesão e analisada pelo método de análise de padrões caracterizava-se por presença de rede melanocítica terminal com projeções bulbosas (pseudópodes), véu azul-acinzentado, presença de glóbulos e pontos enegrecidos3 (Figura 1B).
Em seguida, demonstra-se imagem de uma espécie frutífera, do reino plantae, família botânica Anacardiaceae, a Mangifera indica L, (nome popular, manga-rosa) contaminada por espécie de fungo demáceo e que pelas características morfológicas, trata-se da doença encontrada na cultura da mangueira denominada antracnose (Figura 2A). O fruto da mangueira, variedade rosa, a Mangifera indica L, é de tamanho médio, com peso variável de 350 a 400g e de cultivo rotineiro em toda a América Latina. Esses frutos são freqüentemente afetados depois da colheita por fungos, sendo as espécies do gênero Colletotrichum as mais encontradas, causando a doença vegetal conhecida por antracnose. Essa praga botânica é bastante susceptível de ser encontrada nessa variedade de fruto, e sua patogênese é afetada pelo clima úmido e armazenamento inadequado depois da colheita; sua sintomatologia caracteriza-se por apresentar na epiderme (casca) do fruto, lesões do tipo manchas escuras, necróticas, às vezes com centro deprimido, que na realidade são massas de conídios do fungo4 (Figura 2A). As imagens da fotodermatoscopia digital realizadas no fruto são vistas nas figuras 2B e 2C (com tomada em zoom).
Recebido em 30.06.2008.
Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 01.08.2008
- 1. Mackie RM. Malignant melanoma. In: Champion RH, Burton JL, Burns DA, Breathnach SM. Textbook of dermatology. Oxford: Osney Mead; 1998. p. 1737-52.
- 2. Azulay L, Bonalumi A, Azulay DR, Fabiano L. Atlas de dermatologia: da semiologia ao diagnóstico. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. p. 470-5.
- 3. Rezze GG, Sá BCS, Neves RI. Atlas de dermatoscopia aplicada. São Paulo: Lemar; 2004.
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4Embrapa [homepage]. Manejo integrado de doenças. [acesso 03 Jun 2008]. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/ Manga/CultivodaMangueira/doencas.htm
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
06 Jan 2009 -
Data do Fascículo
Out 2008
Histórico
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Recebido
30 Jun 2008 -
Aceito
01 Ago 2008