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Discussão sobre a existência da forma unilesional de micose fungóide

CORRESPONDÊNCIA

Discussão sobre a existência da forma unilesional de micose fungóide* * Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG), Brasil.

Luciana Baptista Pereira

Mestrado - Professora Assistente de Dermatologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG), Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Luciana Baptista Pereira Rua Domingos Vieira, 300 sala 505 Santa Efigênia Belo Horizonte 30150-240 Minas Gerais Brasil

Foi com interesse que li o caso descrito na Sessão "Qual o seu diagnóstico', publicado em novem bro/dezembro de 2010. Os autores relataram uma paciente com lesão única diagnosticada como micose fungóide (MF) unilesional.

Segundo o consenso WHO-EORTC, publicado em 20051, MF é definida como linfoma cutâneo primário de células T, de curso indolente, formado clinicamente pela presença de patches, placas e eventualmente tumores. Quando há apenas tumores, sem patches e/ou placas precedentes, o diagnóstico de MF torna-se altamente improvável e outro linfoma cutâneo de células T primário deve ser considerado.

Dentre as variantes e subtipos da MF, considerados ter características clínico-patológicas distintos, poderíamos pensar na reticulose pagetóide, que pode apresentar como uma lesão única, mas caracteriza-se histologicamente pela proliferação de células T neoplásicas intraepidérmicas, sem linfócitos atípicos na derme como descritos no caso em questão.

Considerando a informação que os linfócitos do caso são CD30 negativos, classificaria esta lesão no grupo dos linfomas cutâneos primários de células T periféricas, sem outra especificação. Este grupo é formado por neoplasias heterogêneas que não se encaixam em outros subtipos bem definidos de linfomas cutâneos de células T.

Em 2008 a Organização Mundial de Saúde publicou novo consenso de tumores de tecidos hematopoiéticos e linfóides.2 Também define que o termo MF só deve ser usado para os casos clássicos caracterizados pela evolução de patches, placas e tumores.

Considero que a classificação do subtipo de linfoma cutâneo desta paciente deve ser reavaliado, com um estudo imunoistoquímico mais amplo.

Suporte Financeiro: nenhum

Conflito de Interesses: nenhum

  • 1. Willemze R, Jaffe ES, Burg G, Cerroni L, Berti E, Swerdlow SH, et al. WHO-EORTC classification for cutaneous lymphoma. Blood. 2005;105:3768-85.
  • 2. Swerdlow SH, Campo E, Harris NL, Jaffe ES, Pileri SA, Stein H, eds., et al. WHO classification of tumours of haematopoietic and lymphoid tissues. 4th ed. Lyon, France: IARC Press; 2008.
  • Endereço para correspondência:
    Luciana Baptista Pereira
    Rua Domingos Vieira, 300 sala 505 Santa Efigênia
    Belo Horizonte 30150-240 Minas Gerais Brasil
  • *
    Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte (MG), Brasil.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      16 Maio 2011
    • Data do Fascículo
      Abr 2011
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