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Correspondência sobre a iconografia "Dermatologia comparativa: lesão de ataque por caravela"

CORRESPONDÊNCIA

Correspondência sobre a iconografia "Dermatologia comparativa: lesão de ataque por caravela" *

Vidal Haddad Junior

Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista e Hospital Vital Brazil - Instituto Butantan - SP

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Vidal Haddad Junior Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Instituto Butantan - SP Tele/fax: +55 14 3882 49 22 e-mail: haddadjr@fmb.unesp.br

Prezados Editores dos Anais Brasileiros de Dermatologia

Com relação ao artigo de Iconografia "Dermatologia Comparativa: lesão de ataque por caravela", parabenizo os autores pela idéia do relato e pela bela imagem enviada. Tenho, porém, algumas considerações para adicionar aos conceitos divulgados e que julgo serem importantes para os leitores da revista. Estes estão numerados a seguir:

1. Gêneros e espécies de animais e plantas são grafados em itálico. Famílias, Filos e Classes não o são. Assim, filo Cnidária, classe Hydrozoa, Physalia physalis (gênero e espécie). A nomenclatura zoológica é fundamental para a citação e busca bibliográfica do artigo.

2. O termo "ataque" jamais poderia ser utilizado nos acidentes por cnidários. È mais que óbvio que o acidente é precipitado pelo banhista que entra em contato com os tentáculos do animal, nunca o contrário. Assim, deve-se falar em "acidentes" e não "ataques".

3. Não existem soros antiveneno de cnidários no Brasil. Nunca existiram, nem sendo aventada a hipótese de produção, seja pelo Ezequiel Dias, pelo Vital Brazil ou pelo Instituto Butantan. O único soro antiveneno contra um cnidário é produzido na Austrália contra a cubomedusa Chironex fleckeri, responsável por centenas de óbitos na região do Indo-Pacífico. Creio que este reparo deva ser citado aos colegas leitores da revista.

4. O tratamento atual utiliza apenas medidas de primeiros socorros e prevê apenas água do mar gelada (água doce dispara nematocistos por osmose). Não há nenhum risco de usar água do mar. As infecções são raríssimas. Os banhos de vinagre também podem ser úteis. Não há nenhuma indicação de álcool isopropílico, talco, bicarbonato, creme de barbear ou atrito no local. Os corticosteróides não têm indicação na fase aguda, pois é um envenenamento e não um processo alérgico. Não há tampouco razão de se usar corticóides tópicos ou sistêmicos para minimizar as reações adversas ao antídoto, pois não há antídoto disponível.

5. Sugiro a divulgação e utilização do material didático sobre tratamento de acidentes por cnidários presente no site da SBD para informações adicionais e fixação de conceitos:

http://www.sbd.org.br/down/ANIMAISmarinhosfolheto.pdf

  • Endereço para correspondência:

    Vidal Haddad Junior
    Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Instituto Butantan - SP
    Tele/fax: +55 14 3882 49 22
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Set 2011
    • Data do Fascículo
      Ago 2011
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