EDITORIAL
A revista Cerâmica, para ser editada na atual forma, depende exclusivamente dos recursos financeiros dos órgãos de fomento. A partir deste número contamos pelo período de um ano com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de S. Paulo - FAPESP, na edição e impressão de artigos de autores do Estado de São Paulo, em complementação aos recursos anuais concedidos pelo CNPq e pela CAPES.
Em 2013 teremos no país pelo menos três eventos para a apresentação de trabalhos técnico-científicos na área de materiais cerâmicos: o 57º Congresso Brasileiro de Cerâmica & 5º Congresso Ibero-Americano de Cerâmica, organizado pela Associação Brasileira de Cerâmica de 19 a 22 de Maio em Natal, Rio Grande do Norte, www.metallum.com.br/57cbc, já aberto para submissão de resumos; o XII Encontro da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais - SBPMat, de 29 de Setembro a 3 de Outubro em Campos de Jordão, São Paulo, www.sbpmat.org.br, aberto para submissão de simpósios temáticos; e o International Congress on Electroceramics - IEC2013, de 9 a 13 de Novembro em João Pessoa, Paraíba, www.ice2013.net.
A seguir, mais uma contribuição, a convite do Editor, do Prof. Dr. Elson Longo, Diretor do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos - CMDMC, um dos Centros de Ensino, Pesquisa, Inovação de Difusão - CEPID da FAPESP e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Materiais Nanoestruturados - INCTMN, um dos Institutos de Ciência e Tecnologia financiados pelos órgãos de fomento FAPESP-CNPq.
O Editor
Breves comentários sobre pesquisa em cerâmica no Brasil
Segundo uma brevíssima análise o Brasil passou, nos últimos quarenta anos, por três estágios: cerâmica clássica, cerâmica moderna e cerâmica pós-moderna.
No primeiro estágio havia grupos de empresários e pesquisadores que buscavam uma interação visando à criação de um setor cerâmico avançado. Após muitas reuniões e discussões, teve inicio a pesquisa tendo como parâmetros a obtenção de zircônia-estabilizada e alumina de alta densificação, bem como, outras reflexões, todavia, sem grandes definições. Em seguida, os cursos de pós-graduação no Brasil formaram especialistas nas áreas da cerâmica avançada, paralelamente algumas indústrias multinacionais associadas as já estabelecidas, estruturaram-se no país produzindo semi-condutores cerâmicos.
No segundo estágio houve um forte avanço nas pesquisas das cerâmicas clássicas, principalmente, destinadas à produção de pisos-azulejos e materiais refratários. Neste mesmo período as indústrias de semi-condutores e materiais de alto desempenho se deslocaram para a Ásia e para a região amazônica, ofuscando o brilho da cerâmica avançada, restando, assim um parque de alta tecnologia reduzido.
O terceiro estágio corresponde à cerâmica clássica mais bem fortalecida chegando mesmo a concorrer com os produtores internacionais devido ao seu bom desempenho. E a cerâmica avançada? Qual o seu lugar hoje? Continua girando em circulo com pequenas e médias indústrias, procurando o seu espaço no mundo globalizado. Assim sendo, estamos no momento certo para implantarmos no país uma indústria forte de semi-condutores para produzirmos os insumos básicos para a indústria eletro-eletrônica.
Prof. Dr. Elson Longo
Instituto de Química
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Araraquara, SP
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
23 Jan 2013 -
Data do Fascículo
Dez 2012