Notes on Pantopoda

Zilberberg, Frida

doi:10.1590/S0373-55241963000200002

Abstract

Rhynchothorax mediterraneus Costa 1861 e Anoplodactylus robustus (Dohrn) 1881 dragados em fundo de Lithothamnion na região da Ilha da Trindade (20º30'S-29º22'W), são descritos. Três espécimes imaturos, em seqüência de desenvolvimento, pertencem ao gênero Rhynchothorax Costa 1861, pela primeira vez assinalado em águas brasileiras. Espécime mais jovem - apresenta tubérculo ocular semelhante a cone truncado, giba dorsal na proboscis, palpo sem o número definitivo de artículos, ovígero ausente, quarto par de pernas ambulatórias sem tarso. Comprimento: 660 micra. Espécime intermediário - ovígero presente, representado por um botão; quarto par de pernas ambulatórias com todos os artículos. Comprimento:1.215 micra. Espécime mais desenvolvido - semelhante ao adulto descrito por Dohrn (1881, p. 211-215), apresenta tubérculo ocular em forma de espora, giba dorsal na proboscis ausente, palpo com o número definitivo de artículos; ovígero 10-articulado; gônadas e glândulas de cimento ausentes. Comprimento : 1.290 micra. A ausência de olhos nos exemplares sugere a possibilidade deste material representar variedade cega de Rhynchothorax mediterraneus Costa 1861. Anoplodactylus robustus (Dohrn) 1881, descrito anteriormente como Halosoma robustus (Marcus 1940, p. 68), diverge deste último na ausência de segmentação, ovígero 6-articulado, desembocadura das glândulas argamassadoras em protuberância dorsal localizada no fémur de todas as patas ambulatórias. Caracteres anatômicos fundamentam a inclusão da espécie em Anoplodactylus (Stock 1954, p. 70).

Notes on Pantopoda

Frida Zilberberg

RESUMO

Rhynchothorax mediterraneus Costa 1861 e Anoplodactylus robustus (Dohrn) 1881 dragados em fundo de Lithothamnion na região da Ilha da Trindade (20º30'S-29º22'W), são descritos.

Três espécimes imaturos, em seqüência de desenvolvimento, pertencem ao gênero Rhynchothorax Costa 1861, pela primeira vez assinalado em águas brasileiras.

Espécime mais jovem - apresenta tubérculo ocular semelhante a cone truncado, giba dorsal na proboscis, palpo sem o número definitivo de artículos, ovígero ausente, quarto par de pernas ambulatórias sem tarso. Comprimento: 660 micra.

Espécime intermediário - ovígero presente, representado por um botão; quarto par de pernas ambulatórias com todos os artículos. Comprimento:1.215 micra.

Espécime mais desenvolvido - semelhante ao adulto descrito por Dohrn (1881, p. 211-215), apresenta tubérculo ocular em forma de espora, giba dorsal na proboscis ausente, palpo com o número definitivo de artículos; ovígero 10-articulado; gônadas e glândulas de cimento ausentes. Comprimento : 1.290 micra.

A ausência de olhos nos exemplares sugere a possibilidade deste material representar variedade cega de Rhynchothorax mediterraneus Costa 1861.

Anoplodactylus robustus (Dohrn) 1881, descrito anteriormente como Halosoma robustus (Marcus 1940, p. 68), diverge deste último na ausência de segmentação, ovígero 6-articulado, desembocadura das glândulas argamassadoras em protuberância dorsal localizada no fémur de todas as patas ambulatórias. Caracteres anatômicos fundamentam a inclusão da espécie em Anoplodactylus (Stock 1954, p. 70).

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ACKNOWLEDGEMENTS

I wish to express my gratitude to Prof. Dr. E. Marcus for reading the manuscript and for helpful suggestions; to Dr. Marta Vannucci for the very stimulating discussions during the elaboration of this paper and for the most valuable improvements, and to Dr. Liliana Forneris for suggestions and criticism. Mrs. M. C. Catunda helped in the English text.

(Received 18/6/63)

(With two plates)

Publ. nº 184 do Inst. Ocean. da USP.

BESNARD, W. 1951. Resultados científicos do cruzeiro do "Baependi" e do "Vega" à Ilha da Trindade. Contribuição para o conhecimento da plataforma insular da I. da Trindade. Bol. Inst. Paul. Ocean., vol. 2, n.ş 2, p. 37-53.
DAWYDOFF, C. 1928. Traité d'embryologie comparée des invertébrés. Paris, Masson, xiv + 930 p.
DELAMARE DEBOUTTEVILLE, C. 1960. Biologie des eaux souterraines littorales et continentales. Suppl. n.ş 9 a Vie et Milieu, 740 p. Lab. Arago.
DOHRN, A. 1881. Die Pantopoden des Golfes von Neapel und der angrenzenden Meeres-Abschnitte. Fauna des Golfes von Neapel, Mon. 3, 252 p. 18 pls.
HEDGPETH, J. W. 1951. Pycnogonids from Dillon Beach and vicinity, California, with description of two new species. Wassmann Jour. Biol., vol. 9, n.ş 1, p. 105-117.
HELFER, H. & SCHLOTTKE, E. 1935. Pantopoda. Bronn Klass. & Ordn. Tierr., vol. 5, Abtlg. 4, p. 1-134. Leipzig.
HODGSON, T. V. 1907. Pycnogonida. Nat. Ant. Exp., 1901-1904, Nat. Hist., V. 3, 72 p. 10 pls.
MACHADO, L. DE B. 1951. Resultados científicos do cruzeiro do "Baependi" e do "Vega" à Ilha da Trindade. Oceanografia Física. Contribuição para o conhecimento das características físicas e químicas das águas. Bol. Inst. Paul. Ocean., vol. 2, n.ş 2, p. 73-118.
MARCUS, E. 1940. Os Pantopoda brasileiros e os demais sul-americanos. Bol. Fac. Fil. Ciên. Letr. Univ. S. Paulo, Zool. n.ş 4, p. 3-179, 17 pls.
OLIVEIRA, L. P. H. DE 1951. Nota prévia sobre a fauna e flora marinha bentônica da Ilha da Trindade. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, vol. 49, p. 443-456.
STOCK, J. H. 1954. Pycnogonida from Indo West Pacific Australian and New Zealand waters. Vidensk. Medded. Dansk. Naturh., Foren., vol. 116, p. 1-168, figs. 1-81.
STOCK, J. H. 1955. Pycnogonida from the West Indies, Central America and the Pacific coast of North America. Vidensk. Medded. Dansk. Naturh. Foren., vol. 117, p. 209-266, figs. 1-26.

Publication Dates

Publication in this collection
13 June 2012
Date of issue
1963

History

Received
18 June 1963

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

[1] BESNARD, W. 1951. Resultados científicos do cruzeiro do "Baependi" e do "Vega" à Ilha da Trindade. Contribuição para o conhecimento da plataforma insular da I. da Trindade. Bol. Inst. Paul. Ocean., vol. 2, n.ş 2, p. 37-53.

[2] DAWYDOFF, C. 1928. Traité d'embryologie comparée des invertébrés. Paris, Masson, xiv + 930 p.

[3] DELAMARE DEBOUTTEVILLE, C. 1960. Biologie des eaux souterraines littorales et continentales. Suppl. n.ş 9 a Vie et Milieu, 740 p. Lab. Arago.

[4] DOHRN, A. 1881. Die Pantopoden des Golfes von Neapel und der angrenzenden Meeres-Abschnitte. Fauna des Golfes von Neapel, Mon. 3, 252 p. 18 pls.

[5] HEDGPETH, J. W. 1951. Pycnogonids from Dillon Beach and vicinity, California, with description of two new species. Wassmann Jour. Biol., vol. 9, n.ş 1, p. 105-117.

[6] HELFER, H. & SCHLOTTKE, E. 1935. Pantopoda. Bronn Klass. & Ordn. Tierr., vol. 5, Abtlg. 4, p. 1-134. Leipzig.

[7] HODGSON, T. V. 1907. Pycnogonida. Nat. Ant. Exp., 1901-1904, Nat. Hist., V. 3, 72 p. 10 pls.

[8] MACHADO, L. DE B. 1951. Resultados científicos do cruzeiro do "Baependi" e do "Vega" à Ilha da Trindade. Oceanografia Física. Contribuição para o conhecimento das características físicas e químicas das águas. Bol. Inst. Paul. Ocean., vol. 2, n.ş 2, p. 73-118.

[9] MARCUS, E. 1940. Os Pantopoda brasileiros e os demais sul-americanos. Bol. Fac. Fil. Ciên. Letr. Univ. S. Paulo, Zool. n.ş 4, p. 3-179, 17 pls.

[10] OLIVEIRA, L. P. H. DE 1951. Nota prévia sobre a fauna e flora marinha bentônica da Ilha da Trindade. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, vol. 49, p. 443-456.

[11] STOCK, J. H. 1954. Pycnogonida from Indo West Pacific Australian and New Zealand waters. Vidensk. Medded. Dansk. Naturh., Foren., vol. 116, p. 1-168, figs. 1-81.

[12] STOCK, J. H. 1955. Pycnogonida from the West Indies, Central America and the Pacific coast of North America. Vidensk. Medded. Dansk. Naturh. Foren., vol. 117, p. 209-266, figs. 1-26.

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