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Órtese de repouso para fase aguda de artrite reumatóide

Custom-designed hand orthosis in acute rheumatoid arthritis

PAUSA ENTRE CONSULTAS BETWEEN APPOINTMENTS

Órtese de repouso para fase aguda de artrite reumatóide

Custom-designed hand orthosis in acute rheumatoid arthritis

Johanna NoordhoekI; Fabricia Quintão LoschiavoII

ITerapeuta ocupacional, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenadora do Projeto de Extensão Programa de Orientação aos Indivíduos Acometidos por Doenças Reumáticas

IITerapeuta ocupacional e supervisora clínica do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Johanna Noordhoek Rua Mármore, 362, ap. 404, Santa Tereza CEP 31010-220, Belo Horizonte, MG e-mail: johannanoord@yahoo.com.br

Os indivíduos com doenças reumáticas, dentre elas a artrite reumatóide (AR), terão graus variados de comprometimento em sua performance nas atividades de vida diárias (AVDs), trabalho e lazer, resultando em limitações de seu desempenho e baixa de auto-estima(1,2).

A intervenção da terapia ocupacional em pacientes com AR tem como principais objetivos melhora da performance nas AVDs, prevenção das perdas de função, manutenção da função manual, atuando, diretamente, na manutenção da qualidade de vida dessas pessoas(3). Dessa maneira, faz parte da abordagem terapêutica ocupacional, além dos programas de educação do paciente quanto às orientações de proteção articular, treino de habilidades para a performance nas AVDs, manejo da fadiga e técnicas cinesioterápicas, indicação/confecção de órteses(3). O emprego de órteses tem como metas a sustentação das articulações acometidas em uma posição ideal para a função e a redução da inflamação, proporcionando, assim, repouso articular(1), sendo o tratamento mais efetivo para diminuição da dor(4). Em concordância com a International Standards Organization in Redford (1995)(5), a órtese é um equipamento aplicado externamente ao corpo humano para modificar as características funcionais ou estruturais do sistema musculoesquelético. Tendo como objetivo principal, dentre outros, a aplicação ou diminuição de forças sobre o corpo, de maneira controlada, visando à proteção do segmento corporal e à possibilidade de cicatrização de estruturas(5).

Durante o quadro álgico(4), as articulações dolorosas da mão assumem a posição antálgica, o que, por sua vez, contribui para o aumento do estresse articular e, por conseguinte, para a piora da dor. Dessa maneira, o repouso articular é de fundamental importância; as articulações inflamadas devem ser deixadas em repouso, evitando-se posições viciosas antálgicas, sendo tal objetivo alcançado por meio do uso de órteses, que, além de melhorarem o quadro álgico, atuam na redução do espasmo muscular.

A órtese estática de apoio ventral (Figura 1) mantém os tecidos em um estado antiestresse, visando à facilitação do processo cicatricial e um mínimo de atrito na região(5). Conforme ilustrado na Figura 1, a correta posição do punho na órtese é 30° de extensão sem dor (quando esta se encontrar presente, a extensão deverá ser de 20º), com 5º a 10º de desvio ulnar (sendo este o alinhamento funcional do punho normal). As articulações metacarpofalangeanas (MCF) devem estar a 35º a 45º de flexão. As interfalangeanas proximais (IFP) devem ser posicionadas em ligeira flexão ou 45º de flexão, enquanto as interfalangeanas distais (IFD), em ligeira flexão. Já a articulação do polegar deve se encontrar em abdução palmar e em oposição(6).


O material adequado para a confecção da órtese é o termo moldável. Entretanto, caso este não se encontre disponível, devido ao seu elevado valor comercial, o splint pode ser feito de gesso, forrado com algodão ortopédico e recoberto por malha tubular, com tiras de velcro para o fechamento, conforme explicitado na Figura 1.

É relevante considerar, ainda, os aspectos concernentes à educação e à orientação do paciente, uma vez que o splint tem somente valor quando é usado corretamente. Assim, orientar, informar e fornecer instruções ao paciente sobre o uso adequado e sobre como colocar e tirar o aparelho, bem como os métodos de higienização deste, é essencial(6).

Declaramos a inexistência de conflitos de interesse.

REFERÊNCIAS

1. Buckner WS: Artrite. In: Pedretti W, Early MB: Terapia ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas. São Paulo: Roca, 2004.

2. Noordhoek J, Loschiavo FQ: Intervenção da terapia ocupacional no tratamento de indivíduos com doenças reumáticas utilizando a abordagem da proteção articular. Rev Bras Reumatol 45(4): 242-44, 2005.

3. Hammond A, Young A, Kidao R: A randomised controlled trial of occupation therapy for people with early rheumatoid arthritis. Ann Rheum Dis 63: 23-30, 2004.

4. Moreira C, Carvalho MA: Noções Práticas de Reumatologia. Belo Horizonte: Livraria e Editora Health, 1996. cap. 32.

5. Rodrigues A: Estudo de Materiais e Desenvolvimento de Técnicas para Serem Utilizados no Processo de Confecção de Órteses de Membros Superiores. (f.) 106. Belo Horizonte: Escola de Engenharia, UFMG, 2002.

6. Melvin JL, Ferrell KM: Rheumatology Rehabilitation Series. Adult Rheumatic Diseases. The American Occupational Therapy Association, Inc, 2000. inc. www.aota.org

Responsável: Saul Shaf

Departamento de Terapia Ocupacional da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.

  • Endereço para correspondência:
    Johanna Noordhoek
    Rua Mármore, 362, ap. 404, Santa Tereza
    CEP 31010-220, Belo Horizonte, MG
    e-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Jul 2007
    • Data do Fascículo
      Abr 2007
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