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Síndrome antifosfolípide: uma causa de neuropatia periférica?

Antiphospholipid syndrome: a cause of peripheral neuropathy?

Resumos

Síndrome antifosfolípide ou síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) é uma desordem auto-imune sistêmica, que se apresenta com trombose arterial ou venosa de repetição e complicações obstétricas, na presença de anticorpos antifosfolípides (aFL), seja anticardiolipina (aCL), anti-[beta]2glicoproteína I (anti-[beta]2GpI) ou anticoagulante lúpico (aL), todos envolvidos na sua patogênese. As manifestações clínicas incluem alterações cutâneas, cardíacas, pulmonares, renais e hematológicas, além de envolvimento do sistema nervoso. Várias manifestações neurológicas têm sido atribuídas à SAF. AVC (acidente vascular cerebral) é a complicação mais freqüente e de maior impacto clínico. Relato e série de casos, em diferentes publicações, têm descrito a associação entre neuropatia periférica, particularmente a síndrome de Guillain-Barré (SGB), e SAF. Faltam estudos com enfoque na neurocondução. O impacto que essas outras manifestações terão em futuras revisões para classificação dependerá de investigação clínico-epidemiológica, com desenho apropriado, para responder a essas questões.

síndrome antifosfolípide; neuropatia periférica; estudos de neurocondução


Antiphospholipid syndrome (APS) or antiphospholipid antibodies syndrome is an autoimmune systemic disorder, associated with recurrent arterial and venous thrombosis and obstetric complications, in the presence of antiphospholipid antibodies. Either anti-cardiolipin, anti-[beta]2glicoprotein I (anti-[beta]2GpI) antibodies or the presence of the lupus anticoagulant phenomenon can be related to its pathogenesis. The clinical manifestations include skin disease, cardiac, pulmonary, renal and hematologic features, and neurologic involvement. A large number of neurologic manifestations has been described in association with APS. The most common and serious complication is stroke. Case reports and case series have pointed out the relationship between peripheral neuropathy syndromes, particularly Guillain-Barré, and APS. Studies on nerve conduction in APS are lacking. Their impact in the next classification of APS will depend on the development of appropriated clinical-epidemiologic studies.

antiphospholipid syndrome; peripheral neuropathy; nerve conduction studies


ARTIGO DE REVISÃO REVIEW ARTICLE

Síndrome antifosfolípide: uma causa de neuropatia periférica?

Antiphospholipid syndrome: a cause of peripheral neuropathy?

Mário Sérgio Ferreira SantosI; Cícero Ricardo Torres da CostaII; Ronnielly Melo TavaresII; Marcus Vinicius Mendes de SousaII

IPós-graduando da Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

IIGraduandos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Piauí (Facime/Uespi)

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Mário Sérgio Ferreira Santos Av. Kenedy, 4.560, casa 13, Cond. Terra dos Pássaros CEP 64062-100, Teresina, PI, Brasil e-mail: m.cla@uol.com.br

RESUMO

Síndrome antifosfolípide ou síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) é uma desordem auto-imune sistêmica, que se apresenta com trombose arterial ou venosa de repetição e complicações obstétricas, na presença de anticorpos antifosfolípides (aFL), seja anticardiolipina (aCL), anti-[beta]2glicoproteína I (anti-[beta]2GpI) ou anticoagulante lúpico (aL), todos envolvidos na sua patogênese. As manifestações clínicas incluem alterações cutâneas, cardíacas, pulmonares, renais e hematológicas, além de envolvimento do sistema nervoso. Várias manifestações neurológicas têm sido atribuídas à SAF. AVC (acidente vascular cerebral) é a complicação mais freqüente e de maior impacto clínico. Relato e série de casos, em diferentes publicações, têm descrito a associação entre neuropatia periférica, particularmente a síndrome de Guillain-Barré (SGB), e SAF. Faltam estudos com enfoque na neurocondução. O impacto que essas outras manifestações terão em futuras revisões para classificação dependerá de investigação clínico-epidemiológica, com desenho apropriado, para responder a essas questões.

Palavras-chave: síndrome antifosfolípide, neuropatia periférica, estudos de neurocondução.

ABSTRACT

Antiphospholipidsyndrome (APS) or antiphospholipid antibodies syndrome is an autoimmune systemic disorder, associated with recurrent arterial and venous thrombosis and obstetric complications, in the presence of antiphospholipid antibodies. Either anti-cardiolipin, anti-[beta]2glicoprotein I (anti-[beta]2GpI) antibodies or the presence of the lupus anticoagulant phenomenon can be related to its pathogenesis. The clinical manifestations include skin disease, cardiac, pulmonary, renal and hematologic features, and neurologic involvement.

A large number of neurologic manifestations has been described in association with APS. The most common and serious complication is stroke. Case reports and case series have pointed out the relationship between peripheral neuropathy syndromes, particularly Guillain-Barré, and APS. Studies on nerve conduction in APS are lacking. Their impact in the next classification of APS will depend on the development of appropriated clinical-epidemiologic studies.

Keywords: antiphospholipid syndrome, peripheral neuropathy, nerve conduction studies.

INTRODUÇÃO

E crescente o interesse pelo tema síndrome antifosfolípide (SAF). Apresentação clínica variada, diversidade de anticorpos, patogênese ainda pouco conhecida, tudo concorre para torná-la cada vez mais alvo de protocolos de pesquisa, na tentativa de ampliar seu espectro de compreeensão, seja no plano diagnóstico, com reconhecimento mais precoce e validação de outros aspectos de apresentação clínica, seja passando pelo papel patogênico dos anticorpos, com foco nos mecanismos de ativação endotelial. As manifestações clínicas incluem tromboses arterial e venosa de pequenos e grandes vasos, complicações obstétricas, alterações cutâneas, hematológicas, cardíacas e pulmonares, além do envolvimento do sistema nervoso(1).

Os critérios preliminares para classificação da SAF foram publicados em 1999, a partir de um simpósio realizado em Sapporo, no Japão(2). A revisão desses critérios, em janeiro de 2006, trouxe poucas modificações, ressaltando-se a adição da presença dos anticorpos anti[beta]2glicoproteína I (anti[beta]2GPI) IgG e IgM, como critério laboratorial, e a elevação dos valores de corte para os anticorpos anticardiolipina (aCL) IgG e IgM, agora necessários em títulos moderados ou altos (acima de 40 unidades G ou M)(3).

Existem diferenças nos testes para detecção dos anticorpos antifosfolípides (aFL). A detecção dos anticorpos aCL IgG, IgM e anti[beta]2GPI é feita por ensaio imunoenzimático (ELISA). O anticoagulante lúpico (aL) é pesquisado por testes de coagulação e alguns desses anticorpos podem reagir com outros fosfolípides que não cardiolipina e outras proteínas diferentes da b2-glico-proteína I. Adicionalmente, não raramente, amostras com anticorpos aCL e anti[beta]2GPI não apresentam atividade de anticoagulante lúpico. Também diferem quanto à sensibilidade e à especificidade diagnóstica. O aL é mais específico, e o anticorpo aCL, mais sensível. A especificidade desse último é tanto maior, quanto mais alto for o título do isotipo IgG(4).

O envolvimento do sistema nervoso central (SNC) na SAF é bem conhecido, com destaque para o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Mas pouco se sabe sobre o envolvimento do sistema nervoso periférico (SNP) nessa síndrome. Tampouco existem estudos, com desenho epidemiológico apropriado, para investigar tal correlação. Com esse propósito, estamos conduzindo um protocolo de pesquisa, um desenho de estudo de corte transversal, no qual avaliamos a neurocondução de indivíduos com SAF primária, na Pós-graduação da Disciplina de Reumatologia da FMUSP. Este artigo de revisão explora a vinculação entre SAF e neuropatia periférica, a partir de busca na base de dados Medline, utilizando suas diversas estratégias, simples e avançadas. Apatogênese e os critérios revisados para classificação dessa síndrome também serão apresentados.

PATOGÊNESE

Os anticorpos aFL estão envolvidos na indução do estado trombofílico da SAF. A maioria dos componentes do sistema de coagulação parece interferir na sua patogenia, incluindo a própria cascata de coagulação, a ativação e agregação plaquetária(5). O que não se sabe é como esses anticorpos produzem essa modificação na homeostase do sistema de coagulação, levando à formação do trombo. Acredita-se que interagindo com as plaquetas, provoquem a liberação de constituintes dessas células, conduzindo à formação do coágulo. Em outro caminho patogenético, os anticorpos aFL, em contato com a célula endotelial, acabariam criando um estado de reatividade entre essa célula e a circulação sangüínea, com desfecho semelhante ao citado anteriormente. O fosfolípide da célula endotelial é normalmente ligado à b2-Gpl e à protrombina. Essa conformação é importante para a manutenção do estado de normalidade do endotélio. Na SAF, os anticorpos aFL ocupariam os espaços do complexo b2-GpI-protrombina, com a conseqüente ativação endotelial, abrindo caminho para a diátese da coagulação sangüínea(6).

A observação (in vitro) da estimulação e expressão da atividade do fator tecidual da célula endotelial, a partir do soro de pacientes com SAF, estabelece um vínculo entre os aFL e o evento trombótico(7), mas não define por meio de qual mecanismo isso ocorre. A ativação do complemento surge como um possível mediador dessa via patogenética: tanto a deleção genética de C3 quanto o bloqueio da ativação do complemento, usando um inibidor da C3 convertase, foram capazes de prevenir complicações gestacionais (induzidas por aFL) em animais de laboratório(8). Shinzato et al.(9) demonstraram alta freqüência de fixação do complemento no soro de pacientes com SAF, observação notada indistintamente naqueles com altos títulos de aCL, sem evento trombótico. Os mesmos autores demonstraram que essa propriedade (fixação do complemento pelo aCL) é particularmente notada na trombose venosa, discriminando-a da oclusão arterial. Camundongos com deficiência nos componentes C3 e C5 do complemento apresentaram resistência à indução de trombose e ativação endotelial mediada por aFL(10).

Os anticorpos aFL também teriam um efeito patogenético direto, ligando-se a células gliais, bainha de mielina e neurônios, modificando a função dessas estruturas(11-13).

REVISÃO DOS CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DA SAF

Os critérios para classificação e diagnóstico da SAF foram revisados recentemente e publicados em janeiro de 2006(3) (Tabela 1). O diagnóstico requer a presença de pelo menos um critério clínico e um critério laboratorial.

MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS NA SAF

Os quadros neurológicos tradicionalmente atribuídos à SAF incluem acidente isquêmico transitório (AIT), AVC, doenças oclusivas arterial e venosa da retina, cefaléia do tipo migrânea, síndrome de Guillain-Barré (SGB), síndrome de Sneddon, doença de Degos, coréia, convulsão, neurite óptica, esclerose lupóide, pseudotumor cerebral com hipertensão intracraniana por trombose do seio venoso, além de mielopatia e paraparesia espástica tropical (Tabela 2)(14).

MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS PERIFÉRICAS NA SAF

O SNP divide-se (considerando-se sua organização anatômica e funcional) em dois grandes componentes: o componente somático e o componente autonômico (formados pelas fibras nervosas somáticas e autonômicas, respectivamente). Os nervos periféricos que se dirigem ao tronco e membros são constituídos principalmente de fibras somáticas, que são responsáveis pela motricidade esquelética e transmitem a sensação superficial e a profunda, além de fornecerem informações sobre os receptores musculares e tendíneos. As fibras autonômicas são, em geral, parte do contingente populacional das fibras que trafegam nos nervos periféricos e controlam funções como sudorese e fluxo sangüíneo da musculatura esquelética(15).

O início do SNP coincide com a emergência das radículas dorsais e ventrais, a partir da medula espinal. Essas radículas fundem-se para formar as raízes dorsais e ventrais. Cada par de raízes se junta para formar os nervos espinais, que deixam o canal vertebral e quase imediatamente se dividem em ramos dorsal e ventral. O ramo dorsal dirige-se posteriormente e in erva os músculos paraespinais e a pele ao longo da área central da região cervical, tronco e glúteos. Os ramos ventrais dos segmentos cervical, lombar e sacral formam os plexos, que originam a maioria dos nervos para os membros superiores e inferiores, bem como para as cinturas escapulares e pélvicas(15). O neurônio motor com seu axônio e as fibras musculares que ele inerva compõem a unidade motora(16).

As evidências patogenéticas ligando os aFL às estruturas do sistema nervoso, seja pela via trombofílica, como demonstrado em modelos animais(17), seja a partir da ligação desses anticorpos com a bainha de mielina, num mecanismo de reação cruzada(18), fornecem os elementos necessários para a suspeição de uma relação de causa e efeito entre os aFL e desordens do SNP. Diferentemente do SNC, a abordagem das desordens neurológicas periféricas sempre ocupou um papel secundário e, por isso mesmo, estas são subdiagnosticadas e cercadas pela barreira do desconhecimento. A eletroneuromiografia (ENMG) é, ao mesmo tempo, sensível e específica para validar o diagnóstico de neuropatia periférica(19,20).

Ainda não existem estudos, com delineamento apropriado, utilizando estudos de neurocondução na SAF. A neurocondução é a etapa da ENMG sem o exame com agulha. Esses estudos possuem a vantagem de ser não invasivos, estandartizados e, na avaliação das polineuropatias, são incomparavelmente mais informativos que o exame com agulha (miografia)(21).

A desconfiança de que haja uma vinculação patogenética entre SAF e neuropatia periférica pode ser levantada a partir do relato de casos de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e aquela manifestação clínica. Este é o caso de um estudo retrospectivo(22) realizado num grupo de 35 crianças com LES. Quatro delas apresentavam neuropatia periférica, e todas possuíam, concomitantemente, aCL IgG e IgM em títulos moderados ou altos, detectados em duas ocasiões, separadas pelo intervalo de 6 semanas. Esses pacientes eram negativos para aL. Outras causas de neuropatia periférica, tais como infecciosa, tóxica, metabólica ou genética, foram excluídas com base em história, exame físico, hemograma, testes de funções hepática e renal, além da avaliação dos níveis de ácido fitânico, ácidos graxos de cadeia longa, vitamina B12, vitamina E, lactato e piruvato. Biópsia do nervo sural em um paciente com SAF catastrófica revelou neuropatia periférica isquêmica, com degeneração axonal(23). O mecanismo etiopatogênico viria da condição trombofílica produzida pela SAF no ambiente do vasa nervorum.

A SGB, uma polineuropatia inflamatória aguda mediada imunologicamente, é a desordem do SNP mais freqüentemente relacionada à SAF. Num estudo prospectivo, controlado e não randomizado, os aFL das classes IgA, IgM e IgG foram encontrados no grupo de pacientes com SGB, mas em nenhum dos nove pacientes do grupo controle(24). O estudo ENMG dos pacientes revelou polineuropatia desmielinizante aguda. Desordens auto-imunes associadas com a SGB, como LES, esclerodermia, síndrome sicca e reação enxerto versus hospedeiro, foram excluídas, posto que algumas delas também apresentam aFL circulantes. Os autores avaliaram a resposta dos níveis de anticorpos em face da intervenção terapêutica com g-globulina. Em um primeiro momento (1 hora após a administração), houve incremento de anticorpos IgG para cardiolipina e outros fosfolípides (fosfatidilcolina, fosfatidilinositol e ácido fosfatídico), evento atribuído à atividade antifosfolípide da g-globulina. Um dia após a mesma intervenção, notou-se queda dos níveis de aFL, possivelmente relacionada ao bloqueio desses anticorpos, pela g-globulina circulante.

Em outro estudo prospectivo de 92 pacientes com SGB, os aCL IgA foram detectados em 23% dos casos, todos negativos para aCL IgM e IgG. O grupo controle constou de 82 indivíduos normais, pareados por sexo e idade, sendo 4% deles positivos para aCL IgA(18).

Gilburd et al.(25), estudando o soro de pacientes com SGB, também verificaram positividade para vários aFL. Ainda não se sabe qual o papel desses anticorpos na SGB, se são a causa da desmielinização, via ativação do complemento, ou se surgem como conseqüência do dano à bainha de mielina(14).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O envolvimento do SNP ainda não foi apropriadamente estudado na SAF. As atenções têm se dirigido ao SNC, provavelmente porque o impacto clínico é maior, ou porque existem mais ferramentas propedêuticas para sua aferição. Os estudos de neurocondução abrem uma janela de oportunidade diagnóstica para examinar se pacientes com SAF apresentam ou não envolvimento do SNP nas suas diferentes formas de apresentação. Eles têm a vantagem de ser não invasivos (prescindindo do exame com agulha, um complicador em pacientes anti-coagulados), estandartizados e oferecer um alto grau de sensibilidade.

Recebido em 05/10/06.

Aprovado, após revisão, em 13/05/07.

Declaramos a inexistência de conflitos de interesse.

Estudo realizado no Setor de Pós-Graduação em Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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  • Endereço para correspondência:
    Mário Sérgio Ferreira Santos
    Av. Kenedy, 4.560, casa 13, Cond. Terra dos Pássaros
    CEP 64062-100, Teresina, PI, Brasil
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Out 2007
    • Data do Fascículo
      Ago 2007

    Histórico

    • Recebido
      05 Out 2006
    • Aceito
      13 Maio 2007
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