EDITORIAL
RBR indexada no MEDLINE
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Ricardo Fuller Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2.466, conjs. 93-94 São Paulo, SP, Brasil. CEP 01402-000
Comunicamos oficialmente que a nossa RBR, Revista Brasileira de Reumatologia (Brazilian Journal of Rheumatology), foi indexada na base de dados MEDLINE, o que representa um marco histórico para a nossa especialidade no Brasil e propiciará uma visibilidade internacional muito mais ampla.
A partir de agora autores, revisores, pesquisadores e leitores terão a satisfação de poder buscar os artigos da RBR através do MEDLINE. Foram mais de 50 anos de espera e quatro tentativas anteriores frustradas.
A evolução da revista se deu pela dedicação e competência dos muitos e brilhantes editores que ela teve ao longo de toda a sua história, sob o apoio de toda a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Dessa maneira, a revista obteve a indexação no SciELO, Scopus, Index Copernicus e LILACS.
Mas o troféu maior ainda parecia distante. O cenário internacional local não parecia muito promissor. Nas Américas Latina e Central, apenas o México tem um periódico reumatológico recentemente indexado. Ainda assim, trata-se de uma produção binacional, em conjunto com a Espanha.
Mas a tradição e qualidade da RBR seriam o lastro para uma nova tentativa de indexação. Para atingir tal objetivo contamos, em fins de 2008, com o apoio incondicional da então Presidente da SBR, Dra. Ieda Laurindo, assim como de todos os membros da nossa sociedade presentes na reunião estratégica no início do mandato da referida colega. Nesse evento, decidiu-se priorizar todas as medidas necessárias para o pleito. A primeira delas foi a contratação da Elsevier pela sua reconhecida experiência na edição de centenas de periódicos científicos internacionais.
O primeiro fascículo de 2009 já foi editado bilingue e com uma reformulação visual completa, mais atual. Procurou-se dar prioridade para a publicação de artigos originais, que tiveram um aumento de 50%. Também foi necessário enxugar o conteúdo em outros aspectos, suspendendo-se seções da revista que, apesar de interessantes, não iriam contribuir para o processo de aprovação junto ao MEDLINE. O sistema peer review passou a ser realizado em toda a produção da revista.
Criou-se um sistema de submissão online e se estabeleceu uma rotina de procedimentos editoriais visando ao aprimoramento da qualidade e também para que não houvessem atrasos nas edições. A RBR ganhou um site próprio também bilingue, que começou a atrair mais autores estrangeiros. O periódico deveria expandir definitivamente seus limites geográficos, o que foi obtido por uma ampliação do número de revisores internacionais. Além disso, passamos a convidar estrangeiros para escrever artigos para a revista. Ainda no intuito de valorização internacional, a RBR foi exibida nos congressos do ACR e EULAR. A revista foi também apresentada para os editores da Arthritis and Rheumatism, Autoimmunity Reviews e Journal of Clinical Rheumatology que elaboraram cartas de recomendação, exigência da NML (National Medical Library), órgão responsável pela avaliação de periódicos que visam à indexação no MEDLINE.
Para demonstrar que a RBR tinha um escopo que a individualizasse no cenário internacional, procurou-se valorizar a publicação de condições clínicas próprias do Brasil. O ápice dessa atitude foi a edição de um fascículo inteiro somente com artigos sobre a repercussão reumática de doenças infecciosas do nosso meio (exposto no Congresso do ACR).
As normas da RBR também foram revisadas, principalmente no que tange às exigências éticas da NML e ao International Committee of Medical Journal Editors. O processo editorial precisou ser minuciosamente descrito na extensa documentação exigida. Também se passou a cumprir de maneira rigorosa a avaliação cega pelos revisores.
Com a lição de casa feita, em maio de 2010 a RBR foi submetida ao NML. E em novembro deste mesmo ano, a tão esperada notícia. Enfim, o investimento logístico, financeiro e todo o esforço despendido foram recompensados.
Esse upgrade abre novas perspectivas. O número de artigos que chegarão, inclusive internacionais, deve aumentar. E, certamente, a revista também atrairá manuscritos de melhor qualidade, antes destinados a periódicos indexados. Nosso Qualis, que afere a produção científica dos pesquisadores brasileiros passa de B4 para B3 e assim que sair o primeiro índice de impacto, qualquer que seja, para B2.
Para o futuro, a RBR deverá mirar na melhora progressiva de qualidade e na indexação no ISI (Institute for Scientific Information), o que se configurará numa nova batalha editorial. A manutenção da qualidade do periódico para que ele permaneça indexado nessa base de dados exige muito esforço e dedicação - e temos certeza que isso ocorrerá - por parte de todos e particularmente dos editores que agora nos substituem com o apoio irrestrito do presidente da SBR.
Finalmente, agradecemos ao Corpo Editorial e aos revisores ad hoc que foram muito solicitados e responderam prontamente às nossas demandas. Do mesmo modo, o nosso secretário Rogério trabalhou incansavelmente, sempre nos dando o apoio logístico facilitando assim as nossas ações.
Temos total certeza de que a reumatologia brasileira, organizada, produtiva e cientificamente forte que é, vai rechear a RBR com uma produção cada vez de melhor qualidade.
Mittermayer B. Santiago
Ricardo Fuller
Editores da Revista Brasileira de Reumatologia (2008-2010)
Endereço para correspondência:
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
07 Jan 2011 -
Data do Fascículo
Dez 2010
