Acessibilidade / Reportar erro

Influência da suplementação de creatina sobre a massa óssea de ratos espontaneamente hipertensos

Resumos

INTRODUÇÃO: Recentes evidências indicam que a suplementação de creatina (Cr) é capaz de aumentar a densidade mineral óssea (DMO) no fêmur de ratos saudáveis em crescimento. Entretanto, há poucos estudos que testam a efetividade da suplementação desse nutriente em condições de perda óssea. OBJETIVO: Investigar o efeito da suplementação de Cr na DMO e no conteúdo mineral ósseo (CMO) de ratos espontaneamente hipertensos (SHR), um modelo experimental de baixa massa óssea. MATERIAIS E MÉTODOS: Dezesseis ratos SHR machos com 8 meses de idade foram randomizados em dois grupos experimentais pareados pelo peso corporal, a saber: 1) Pl: SHR tratados com placebo (água destilada; n = 8); e 2) Cr: SHR tratados com Cr (n = 8). Após nove semanas de suplementação os animais foram eutanasiados e o fêmur e a coluna vertebral (L1-L4) foram analisados por densitometria óssea (Dual Energy X-Ray Absorptiometry). RESULTADOS: Não houve diferença significativa na DMO (Pl = 0,249 ± 0,003 g/cm² vs. Cr = 0,249 ± 0,004 g/cm²; P = 0,95) e no CMO (Pl = 0,509 ± 0,150 g vs. Cr = 0,509 ± 0,017 g; P = 0,99) da coluna vertebral e na DMO (Pl = 0,210 ± 0,004 g/cm² vs. Cr = 0,206 ± 0,004 g/cm2;P = 0,49) e no CMO (Pl = 0,407 ± 0,021 g vs. Cr = 0,385 ± 0,021 g; P = 0,46) do fêmur total entre os grupos experimentais. CONCLUSÃO: Neste estudo, usando um modelo experimental de baixa massa óssea, a suplementação de Cr não afetou a massa óssea.

osteoporose; creatina; densidade mineral óssea


INTRODUCTION: Recent evidence has suggested that creatine supplementation (Cr) can increase the bone mineral density (BMD) of the femur in healthy growing rats. Nevertheless, studies assessing the efficacy of the Cr supplementation in conditions characterized by bone mass loss are scarce. OBJECTIVE: To investigate the effect of Cr supplementation on BMD and bone mineral content (BMC) in spontaneously hypertensive rats (SHRs), an experimental model of osteoporosis. MATERIALS AND METHODS: Sixteen 8-month-old male SHRs were randomly allocated into two groups matched by body weight: 1) Pl group: SHRs treated with placebo (distilled water; n = 8); and 2) Cr group: SHRs treated with Cr (n = 8). After nine weeks of supplementation, the animals were euthanized and their femur and spine (L1-L4) were analyzed by use of densitometry (Dual Energy X-Ray Absorptiometry). RESULTS: No significant difference was observed between the groups regarding either the spine or the total femur measures as follows: spine - BMD (Pl = 0.249 ± 0.003 g/cm² vs. Cr = 0.249 ± 0.004 g/cm²; P = 0.95) and BMC (Pl = 0.509 ± 0.150 g vs. Cr = 0.509 ± 0.017 g; P > 0.99); and total femur - BMD (Pl = 0.210 ± 0.004 g/cm² vs. Cr = 0.206 ± 0.004 g/cm²; P > 0.49) and BMC (Pl = 0.407 ± 0.021 g vs. Cr = 0.385 ± 0.021 g; P > 0.46). CONCLUSION: In this study, using the experimental model of osteoporosis, Cr supplementation had no effect on bone mass.

osteoporosis; creatine; bone mineral density


COMUNICAÇÃO BREVE

Influência da suplementação de creatina sobre a massa óssea de ratos espontaneamente hipertensos

Christiano Robles Rodrigues AlvesI; Igor Hisashi MuraiI; Pamella RamonaII; Humberto NicastroIII; Lilian TakayamaIV; Fabiana GuimarãesV; Antonio Herbert Lancha JuniorVI; Maria Claudia IrigoyenVII; Rosa Maria Rodrigues PereiraVIII; Bruno GualanoIX

IAluno de Graduação em Educação Física, Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo - EEFE/USP

IIMestranda em Fisiopatologia Experimental, Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo - InCor-HCFM/USP

IIIDoutorando em Educação Física, EEFE/USP

IVEspecialista do Laboratório de Metabolismo Ósseo, FMUSP

VMestranda em Ciências, EEFE/USP

VIDoutor em Nutrição Experimental, Faculdade de Ciências Farmacêuticas - FCM/USP; Professor Titular, EEFE/USP

VIIDoutora em Fisiologia Cardiovascular, USP; Professora do Departamento de Cardiopneumologia, FMUSP

VIIIDoutora em Reumatologia, FMUSP; Pós-Doutorado em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Célula Óssea, Connecticut University; Professora-Associada da Divisão de Reumatologia, FMUSP

IXProfessor Doutor do Departamento de Biodinâmica do Movimento Humano, EEFE/USP

Correspondência para Correspondência para: Bruno Gualano Av. Prof. Mello Moraes, 65 - Cidade Universitária CEP: 05508-030. São Paulo, SP, Brasil E-mail: gualano@usp.br

RESUMO

INTRODUÇÃO: Recentes evidências indicam que a suplementação de creatina (Cr) é capaz de aumentar a densidade mineral óssea (DMO) no fêmur de ratos saudáveis em crescimento. Entretanto, há poucos estudos que testam a efetividade da suplementação desse nutriente em condições de perda óssea.

OBJETIVO: Investigar o efeito da suplementação de Cr na DMO e no conteúdo mineral ósseo (CMO) de ratos espontaneamente hipertensos (SHR), um modelo experimental de baixa massa óssea.

MATERIAIS E MÉTODOS: Dezesseis ratos SHR machos com 8 meses de idade foram randomizados em dois grupos experimentais pareados pelo peso corporal, a saber: 1) Pl: SHR tratados com placebo (água destilada; n = 8); e 2) Cr: SHR tratados com Cr (n = 8). Após nove semanas de suplementação os animais foram eutanasiados e o fêmur e a coluna vertebral (L1-L4) foram analisados por densitometria óssea (Dual Energy X-Ray Absorptiometry).

RESULTADOS: Não houve diferença significativa na DMO (Pl = 0,249 ± 0,003 g/cm2vs. Cr = 0,249 ± 0,004 g/cm2; P = 0,95) e no CMO (Pl = 0,509 ± 0,150 g vs. Cr = 0,509 ± 0,017 g; P = 0,99) da coluna vertebral e na DMO (Pl = 0,210 ± 0,004 g/cm2vs. Cr = 0,206 ± 0,004 g/cm2;P = 0,49) e no CMO (Pl = 0,407 ± 0,021 g vs. Cr = 0,385 ± 0,021 g; P = 0,46) do fêmur total entre os grupos experimentais.

CONCLUSÃO: Neste estudo, usando um modelo experimental de baixa massa óssea, a suplementação de Cr não afetou a massa óssea.

Palavras-chave: osteoporose, creatina, densidade mineral óssea.

INTRODUÇÃO

O rato espontaneamente hipertenso (SHR) tem sido considerado o modelo genético de hipertensão arterial que mais se assemelha à hipertensão primária observada em seres humanos.1,2 Diversas evidências indicam redução da densidade mineral óssea (DMO) nesse modelo, decorrente de alterações no metabolismo do cálcio que provocam um aumento da reabsorção óssea.3-5 Enquanto ratos Sprague Dawley saudáveis apresentam o pico de massa óssea por volta de 30-36 semanas de idade, ratos SHR estabilizam seu crescimento ósseo com apenas 18 semanas. Além disso, o valor de pico de massa óssea é cerca de 40 mg/cm2 menor nos ratos SHR em comparação aos ratos saudáveis.6 Portanto, ratos SHR são considerados um modelo experimental para o estudo de osteoporose.7

A demanda energética das células ósseas para sobreviver, proliferar, diferenciar-se e sintetizar matriz extracelular é sabidamente alta.8 Há evidências indicando que parte da energia necessária para esses processos é proveniente da creatina (Cr; ácido α-metil guanidínico acético), que exerce papel central na manutenção dos níveis de ATP e ADP em diversos tecidos, tais como musculoesquelético, cerebral, testicular, cartilaginoso e ósseo (para uma recente e abrangente revisão sobre o tema, ver Wallimann et al.9).

A hipótese de que a Cr poderia exercer importante participação no metabolismo ósseo foi primeiramente sugerida com base na identificação de isoformas da creatina quinase (CK), enzima responsável pela reação reversível: creatina fosfato + ADP + H+ creatina + ATP no osso.9,10 Além disso, ensaios in vitro indicam que estímulos capazes de induzir o desenvolvimento da massa óssea [p. ex., fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1) e hormônio paratireoidiano] elevam concomitantemente a atividade da CK, sugerindo que o sistema Cr/CK está associado ao processo de remodelamento ósseo.11,12 De fato, um estudo demonstrou que a incubação de Cr em meio de cultura com osteoblastos primários promove efeitos estimulatórios sobre diferenciação, atividade metabólica e mineralização óssea, elevando a razão fosforilcreatina/Cr e preservando a ultraestrutura e a função mitocondrial de osteoblastos.8

Evidências in vivo13,14 corroboram esses achados. Sabe-se que a suplementação de Cr pode aumentar a DMO e ocasionar adaptações biomecânicas benéficas no fêmur de ratos saudáveis.15 Em humanos, há evidências preliminares de que a suplementação de Cr pode prevenir a perda de massa óssea em pacientes com distrofia de Duchenne14 e em idosos submetidos a treinamento físico.16

Claramente, entretanto, o papel da suplementação alimentar com Cr permanece pouco explorado. Com o objetivo de aumentar a compreensão sobre os efeitos da Cr em possíveis condições de perda de massa óssea, o presente estudo investigou o efeito desse nutriente sobre a DMO e o conteúdo mineral ósseo (CMO) de ratos SHR.

MATERIAIS E MÉTODOS

Amostra

A amostra foi composta por 16 ratos SHR machos com 8 meses de idade. Os animais foram alocados no biotério do Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora (Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo - EEFE/USP) e mantidos em gaiolas plásticas (três a quatro animais por caixa), a uma temperatura ambiente de 22,0 ºC-24,0 ºC e em ciclo de 12 horas (claro:escuro invertido). Água e ração foram oferecidas de modo irrestrito, com dieta normoproteica (12% de proteínas).

Desenho experimental

Os animais foram randomizados em dois grupos experimentais pareados pelo peso corporal, a saber: 1) Pl: ratos SHR tratados com placebo (n = 8); e 2) Cr: ratos SHR tratados com Cr (n = 8). Após nove semanas de intervenção os animais foram eutanasiados por decapitação. As peças ósseas (fêmur direito e coluna vertebral L1-L4) foram removidas com auxílio de material cirúrgico, imersas em soro fisiológico 0,9% e congeladas a -80 ºC para posterior análise da DMO.

Os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EEFE/USP sob o protocolo 2011/10.

Suplementação de creatina

O grupo Cr foi suplementado diariamente com Cr (Ethika, Ribeirão Preto, SP, Brasil) por meio de gavagem, durante nove semanas. A Cr em pó foi diluída em água (temperatura ambiente) na proporção de 200 g para cada litro de água, e a dosagem utilizada foi de 5 g/kg peso/dia.13 Os animais foram pesados diariamente para as correções necessárias. O grupo Pl recebeu água destilada via gavagem para mimetizar o estresse imposto ao grupo suplementado.

Densitometria mineral óssea

As análises da DMO e do CMO da coluna vertebral (L1-L4) e do fêmur total (o fêmur inteiro, incluindo a diáfise e as epífises) foram realizadas por densitometria óssea (Dual Energy X-Ray Absorptiometry; DXA). Para tal, utilizou-se o aparelho Discovery-A SN: 80999 Hologic (Bedford, MA, EUA) no modo high resolution, com auxílio do programa small animal, oferecido pelo mesmo fabricante. A precisão do DXA para análise da DMO foi previamente analisada pela mensuração do coeficiente de variação, expresso na porcentagem da média.17,18 O coeficiente de variação foi de 1,9% para a coluna vertebral e de 0,6% para o fêmur total. Em conjunto, esses dados indicam um alto nível de precisão nas medidas.

Análises estatísticas

Os dados foram expressos em média ± desvio padrão. Empregou-se o teste t não pareado para comparar a DMO e o CMO dos grupos experimentais e ANOVA de dois fatores para avaliar semanalmente o peso corporal. O nível de significância adotado para rejeição da hipótese nula foi de P < 0,05.

RESULTADOS

Apenas um rato (Pl) morreu ao longo do seguimento. O peso corporal não apresentou diferenças significativas entre os dois grupos experimentais durante todo o estudo (P = 0,48; Figura 1).


Não houve diferença significativa entre os grupos experimentais para a DMO (Pl = 0,249 ± 0,003 g/cm2vs. Cr = 0,249 ± 0,004 g/cm2; P = 0,95; Figura 2A) e o CMO (Pl = 0,509 ± 0,150 g vs. Cr = 0,509 ± 0,017 g; P > 0,99; Figura 2B) da coluna vertebral, bem como para a DMO (Pl = 0,210 ± 0,004 g/cm2vs. Cr = 0,206 ± 0,004 g/cm2; P > 0,49; Figura 3A) e o CMO (Pl = 0,407 ± 0,021 g vs. Cr = 0,385 ± 0,021 g; P > 0,46; Figura 3B) do fêmur total.





DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da suplementação de Cr na massa óssea de ratos SHR, um modelo experimental bem-descrito para estudo de baixa massa óssea.3-5 Nossos achados vêm de encontro aos obtidos por Antolic et al.,15 que observaram efeitos benéficos da suplementação de Cr na massa óssea de ratos Sprague Dawley. Algumas diferenças metodológicas podem explicar os resultados contraditórios. Antolic et al.15 demonstraram benefícios da suplementação de Cr em ratos em fase de crescimento, ao passo que, no presente estudo, foram usados ratos adultos. O processo de crescimento e desenvolvimento ósseo é caracterizado por alto turnover ósseo, período mais suscetível a influências ambientais sobre a massa óssea.19 Possivelmente, os ganhos com a suplementação de Cr poderiam ter sido acentuados nessa fase. Além disso, é importante ressaltar que o modelo SHR apresenta sabidamente alta reabsorção óssea e, por conseguinte, baixa massa óssea. Em contrapartida, o modelo Sprague Dawley estudado por Antolic et al.15 não apresenta alterações no metabolismo ósseo. Com base nas diferenças dos modelos experimentais, é possível especular que a suplementação de Cr seja mais eficaz em potencializar o ganho de massa óssea em ratos saudáveis em fase de crescimento que atenuar a perda de massa óssea em ratos em processo de perda de massa óssea.

Este trabalho apresenta algumas limitações. Em primeiro lugar, não avaliamos a captação tissular de Cr a fim de garantir o sucesso da suplementação. Contudo, a dosagem empregada neste estudo (5 g/kg peso/dia) tem sido considerada alta na literatura20,21 e efetiva em aumentar o conteúdo musculoesquelético de Cr em ratos Wistar.21 Estudos futuros precisam avaliar se a suplementação de Cr é capaz de elevar as concentrações desse substrato também no tecido ósseo. Por fim, é importante ressaltar que apenas ratos machos foram avaliados em nosso estudo. Sabendo que o gênero é um fator que influencia diretamente na resposta da massa óssea22 e, portanto, dada a impossibilidade de generalização desses dados para ambos os gêneros, novos estudos devem também avaliar o potencial terapêutico da Cr no remodelamento da massa óssea em fêmeas.

Embora existam evidências de que a suplementação de Cr poderia promover importantes efeitos terapêuticos, incluindo aumento de massa óssea,23 nossos achados indicam que ratos SHR suplementados com Cr não apresentam tais ganhos. Tendo em vista a evidente dificuldade em se realizar grandes ensaios clínicos longitudinais, outros modelos que se caracterizam por perda de massa óssea (p. ex., ratos policísticos ou tratados com corticoides) devem ser investigados, a fim de se avaliar com maior profundidade o potencial terapêutico da Cr sobre a preservação da DMO em condições de baixa massa óssea. Contudo, cabe ressaltar que o metabolismo da Cr parece diferir substancialmente entre espécies, razão pela qual estudo em humanos deve ser conduzido com o intuito de comprovar todos os achados pré-clínicos.

REFERÊNCIAS

1. Trippodo NC, Frohlich ED. Similarities of genetic (spontaneous) hypertension. Man and rat. Circ Res 1981;48(3):309-19.

2. Bing OH, Brooks WW, Robinson KG, Slawsky MT, Hayes JA, Litwin SE et al. The spontaneously hypertensive rat as a model of the transition from compensated left ventricular hypertrophy to failure. J Mol Cell Cardiol 1995;27(1):383-96.

3. Bastos MF, Brilhante FV, Bezerra JP, Silva CA, Duarte PM. Trabecular bone area and bone healing in spontaneously hypertensive rats: a histometric study. Braz Oral Res 2010;24(2):170-6.

4. Wright GL, DeMoss D. Evidence for dramatically increased bone turnover in spontaneously hypertensive rats. Metabolism 2000; 49(9):1130-3.

5. Metz JA, Karanja N, Young EW, Morris CD, McCarron DA. Bone mineral density in spontaneous hypertension: differential effects of dietary calcium and sodium. Am J Med Sci 1990;300(4):225-30.

6. Inoue T, Moriya A, Goto K, Tanaka T, Inazu M. What is the difference of bone growth in SHR and SD rats? Clin Exp Pharmacol Physiol Suppl 1995;22(1):S242-3.

7. Yamori Y, Fukuda S, Tsuchikura S, Ikeda K, Nara Y, Horie R. Stroke-prone SHR (SHRSP) as a model for osteoporosis. Clin Exp Hypertens A 1991;13(5):755-62.

8. Gerber I, ap Gwynn I, Alini M, Wallimann T. Stimulatory effects of creatine on metabolic activity, differentiation and mineralization of primary osteoblast-like cells in monolayer and micromass cell cultures. Eur Cell Mat 2005;10:8-22.

9. Wallimann T, Tokarska-Schlattner M, Schlattner U. The creatine kinase system and pleiotropic effects of creatine. Amino Acids 2011;40(5):1271-96.

10. Wallimann T, Hemmer W. Creatine kinase in non-muscle tissues and cells. Mol Cell Biochem 1994; 133-134:193-220.

11. Sömjen D, Kaye AM, Rodan GA, Binderman I. Regulation of creatine kinase activity in rat osteogenic sarcoma cell clones by parathyroid hormone, prostaglandin E2, and vitamin D metabolites. Calcif Tissue Int 1985;37(6):635-8.

12. Sömjen D, Kaye AM. Stimulation by insulin-like growth factor-I of creatine kinase activity in skeletal-derived cells and tissues of male and female rats. J Endocrinol 1994;143(2):251-9.

13. Chilibeck PD, Chrusch MJ, Chad KE, Shawn Davison K, Burke DG. Creatine monohydrate and resistance training increase bone mineral content and density in older men. J Nutr Health Aging 2005;9(5):352-3.

14. Louis M, Lebacq J, Poortmans JR, Belpaire-Dethiou MC, Devogelaer JP, Van Hecke P et al. Beneficial effects of creatine supplementation in dystrophic patients. Muscle Nerve 2003;27(5):604-10.

15. Antolic A, Roy BD, Tarnopolsky MA, Zernicke RF, Wohl GR, Shaughnessy SG et al. Creatine monohydrate increases bone mineral density in young Sprague-Dawley rats. Med Sci Sports Exerc 2007;39(5):816-20.

16. Candow DG, Chilibeck PD. Potential of creatine supplementation for improving aging bone health. J Nutr Health Aging 2010;14(2):149-53.

17. Gala Paniagua J, Díaz-Curiel M, de la Piedra Gordo C, Castilla Reparaz C, Torralbo García M. Bone mass assessment in rats by dual energy X-ray absorptiometry. Br J Radiol 1998;71(847):754-8.

18. Patullo IM, Takayama L, Patullo RF, Jorgetti V, Pereira RM. Influence of ovariectomy and masticatory hypofunction on mandibular bone remodeling. Oral Dis 2009;15(8):580-6.

19. Guadalupe-Grau A, Fuentes T, Guerra B, Calbet JA. Exercise and bone mass in adults. Sports Med 2009; 39(6):439-68.

20. Nicastro H, Gualano B, de Moraes WM, de Salles Painelli V, da Luz CR, Dos Santos Costa A et al. Effects of creatine supplementation on muscle wasting and glucose homeostasis in rats treated with dexamethasone. Amino Acids 2011 Mar 5 [Epub ahead of print].

21. Aoki MS, Lima WP, Miyabara EH, Gouveia CH, Moriscot AS. Deleteriuos effects of immobilization upon rat skeletal muscle: role of creatine supplementation. Clin Nutr 2004;23(5):1176-83.

22. Felson DT, Zhang Y, Hannan MT, Anderson JJ. Effects of weight and body mass index on bone mineral density in men and women: the Framingham study. J Bone Miner Res 1993;8(5):567-73.

23. Gualano B, Artioli GG, Poortmans JR, Lancha Junior AH. Exploring the therapeutic role of creatine supplementation. Amino Acids 2010;38(1):31-44.

Recebido em 30/05/2011.

Aprovado, após revisão, em 05/03/2012.

Os autores declaram a inexistência de conflitos de interesse.

Comitê de Ética: 2011/10.

Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo - EEFE/USP.

  • 1
    Trippodo NC, Frohlich ED. Similarities of genetic (spontaneous) hypertension. Man and rat. Circ Res 1981;48(3):309-19.
  • 2
    Bing OH, Brooks WW, Robinson KG, Slawsky MT, Hayes JA, Litwin SE et al The spontaneously hypertensive rat as a model of the transition from compensated left ventricular hypertrophy to failure. J Mol Cell Cardiol 1995;27(1):383-96.
  • 3
    Bastos MF, Brilhante FV, Bezerra JP, Silva CA, Duarte PM. Trabecular bone area and bone healing in spontaneously hypertensive rats: a histometric study. Braz Oral Res 2010;24(2):170-6.
  • 4
    Wright GL, DeMoss D. Evidence for dramatically increased bone turnover in spontaneously hypertensive rats. Metabolism 2000; 49(9):1130-3.
  • 5
    Metz JA, Karanja N, Young EW, Morris CD, McCarron DA. Bone mineral density in spontaneous hypertension: differential effects of dietary calcium and sodium. Am J Med Sci 1990;300(4):225-30.
  • 6
    Inoue T, Moriya A, Goto K, Tanaka T, Inazu M. What is the difference of bone growth in SHR and SD rats? Clin Exp Pharmacol Physiol Suppl 1995;22(1):S242-3.
  • 7
    Yamori Y, Fukuda S, Tsuchikura S, Ikeda K, Nara Y, Horie R. Stroke-prone SHR (SHRSP) as a model for osteoporosis. Clin Exp Hypertens A 1991;13(5):755-62.
  • 8
    Gerber I, ap Gwynn I, Alini M, Wallimann T. Stimulatory effects of creatine on metabolic activity, differentiation and mineralization of primary osteoblast-like cells in monolayer and micromass cell cultures. Eur Cell Mat 2005;10:8-22.
  • 9
    Wallimann T, Tokarska-Schlattner M, Schlattner U. The creatine kinase system and pleiotropic effects of creatine. Amino Acids 2011;40(5):1271-96.
  • 10
    Wallimann T, Hemmer W. Creatine kinase in non-muscle tissues and cells. Mol Cell Biochem 1994; 133-134:193-220.
  • 11
    Sömjen D, Kaye AM, Rodan GA, Binderman I. Regulation of creatine kinase activity in rat osteogenic sarcoma cell clones by parathyroid hormone, prostaglandin E2, and vitamin D metabolites. Calcif Tissue Int 1985;37(6):635-8.
  • 12
    Sömjen D, Kaye AM. Stimulation by insulin-like growth factor-I of creatine kinase activity in skeletal-derived cells and tissues of male and female rats. J Endocrinol 1994;143(2):251-9.
  • 13
    Chilibeck PD, Chrusch MJ, Chad KE, Shawn Davison K, Burke DG. Creatine monohydrate and resistance training increase bone mineral content and density in older men. J Nutr Health Aging 2005;9(5):352-3.
  • 14
    Louis M, Lebacq J, Poortmans JR, Belpaire-Dethiou MC, Devogelaer JP, Van Hecke P et al Beneficial effects of creatine supplementation in dystrophic patients. Muscle Nerve 2003;27(5):604-10.
  • 15
    Antolic A, Roy BD, Tarnopolsky MA, Zernicke RF, Wohl GR, Shaughnessy SG et al Creatine monohydrate increases bone mineral density in young Sprague-Dawley rats. Med Sci Sports Exerc 2007;39(5):816-20.
  • 16
    Candow DG, Chilibeck PD. Potential of creatine supplementation for improving aging bone health. J Nutr Health Aging 2010;14(2):149-53.
  • 17
    Gala Paniagua J, Díaz-Curiel M, de la Piedra Gordo C, Castilla Reparaz C, Torralbo García M. Bone mass assessment in rats by dual energy X-ray absorptiometry. Br J Radiol 1998;71(847):754-8.
  • 18
    Patullo IM, Takayama L, Patullo RF, Jorgetti V, Pereira RM. Influence of ovariectomy and masticatory hypofunction on mandibular bone remodeling. Oral Dis 2009;15(8):580-6.
  • 19
    Guadalupe-Grau A, Fuentes T, Guerra B, Calbet JA. Exercise and bone mass in adults. Sports Med 2009; 39(6):439-68.
  • 21
    Aoki MS, Lima WP, Miyabara EH, Gouveia CH, Moriscot AS. Deleteriuos effects of immobilization upon rat skeletal muscle: role of creatine supplementation. Clin Nutr 2004;23(5):1176-83.
  • 22
    Felson DT, Zhang Y, Hannan MT, Anderson JJ. Effects of weight and body mass index on bone mineral density in men and women: the Framingham study. J Bone Miner Res 1993;8(5):567-73.
  • 23
    Gualano B, Artioli GG, Poortmans JR, Lancha Junior AH. Exploring the therapeutic role of creatine supplementation. Amino Acids 2010;38(1):31-44.
  • Correspondência para:

    Bruno Gualano
    Av. Prof. Mello Moraes, 65 - Cidade Universitária
    CEP: 05508-030. São Paulo, SP, Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Maio 2012
    • Data do Fascículo
      Jun 2012

    Histórico

    • Recebido
      30 Maio 2011
    • Aceito
      05 Mar 2012
    Sociedade Brasileira de Reumatologia Av Brigadeiro Luiz Antonio, 2466 - Cj 93., 01402-000 São Paulo - SP, Tel./Fax: 55 11 3289 7165 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: sbre@terra.com.br