Acessibilidade / Reportar erro

Efeito da cinesioterapia na qualidade de vida, função sexual e sintomas climatéricos em mulheres com fibromialgia Trabalho feito no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e na Universidade Potiguar (Laureate International Universities), Natal, RN, Brasil.

Resumos

Objetivo:

Avaliar e comparar o efeito da cinesioterapia na qualidade de vida, função sexual e sintomas climatéricos em mulheres climatéricas com e sem fibromialgia.

Métodos:

Participaram 90 mulheres climatéricas, divididas em dois grupos: fibromialgia (47) e controle (43). As pacientes foram avaliadas nas variáveis: qualidade de vida (Utian Quality of Life [UQOL]), função sexual (questionário do quociente sexual/versão feminina [QS-F]) e intensidade dos sintomas climatérios (Índice Menopausal de Blatt-Kupperman [IMBK]). Os grupos fizeram cinesioterapia para o assoalho pélvico, composto de 20 sessões, duas vezes por semana. Análise estatística foi feita por meio dos testes t de Student pareado, análise de variância de delineamento misto e Kappa de Cohen.

Resultados:

Na qualidade de vida, foi observada melhoria em ambos os grupos para todos os domínios avaliados. Na análise intergrupo foi evidenciada diferença nos domínios emocional (p = 0,01), saúde (0,03) e sexual (p = 0,001) com ganhos mais expressivos para o grupo controle. Na função sexual, foi verificada melhoria nos grupos, após a intervenção; na análise intergrupo as fibromiálgicas apresentaram escores inferiores ao grupo controle (p < 0,001). Em relação aos sintomas climatéricos não houve diferença na análise intergrupo pós-intervenção (p = 0,73). Entretanto, ambos os grupos apresentaram redução significativa da sintomatologia após a intervenção (p < 0,001).

Conclusões:

A cinesioterapia do assoalho pélvico exerce efeito benéfico sobre os domínios da qualidade de vida, função sexual e sintomatologia climatérica em mulheres com e sem fibromialgia na fase do climatério. Entretanto, a fibromialgia parece ser fator limitante para melhores resultados em alguns aspectos avaliados

Fibromialgia; Qualidade de vida; Sexualidade; Abordagem sexual; Climatério


Objective:

To evaluate the effect of the kinesiotherapy in the quality of life, sexual function and menopause-related symptoms and compare in climacteric women with and without fibromyalgia (FM).

Methodology:

The group was composed of 90 climacteric women divided in 2 groups: FM (47) and control (43). The patients were analyzed on their quality of life (Utian Quality of Life [UQoL]), sexual function (Sexual Quotient-Female Version [SQ-F] questionnaire) and intensity of the climacteric symptoms (Blatt–Kupperman menopausal index [BKMI]). Both groups performed pelvic floor kinesiotherapy, composed of 20 sessions, twice a week. Statistical analysis was performed using Student's t-test, mixed-design analysis of variance (ANOVA) and Cohen's Kappa.

Results:

In the quality of life, an improvement was noticed in both groups for all domains analyzed. In the comparison between groups it was noticed a difference in the emotional (p = 0.01), health (p = 0.03) and sexual (p = 0.001) domains with considerable gains verified in the control group. Improvement was also noticed in the sexual function. In the analysis between groups, FM group showed a lower score compared to the control group (p < 0.001). With respect to the climacteric symptoms, there was no difference in the analysis between groups after the intervention (p < 0.001).

Conclusions:

The pelvic floor kinesiotherapy promotes a positive effect in the domains of quality of life, sexual function and climacteric symptoms in women with and without fibromyalgia in the climacteric period; however, fibromyalgia seems to be a limiting factor to achieve better results in some of the aspects evaluated.

Fibromyalgia; Quality of life; Sexuality; Sexual approach; Climacteric


Introdução

A fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes, cuja característica principal é a dor musculoesquelética difusa e crônica.1Wolfe F, Ross K, Anderson J, Russell IJ. Aspects of fibromyalgia in the general population: sex, pain threshold, and fibromyalgia symptoms. J Rheumatol. 1995;22:151–6.,2Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL, et al. The American College of Rheumatology 1990 criteria for classification of fibromyalgia: report of the multicenter criteria committee. Arthritis Rheum. 1990;33:160–72. Além do quadro doloroso, os pacientes costumam queixar-se de fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, parestesias de extremidades, sensação subjetiva de edema, distúrbios cognitivos, alterações uroginecológicas e diminuição da libido. Pouco ainda é conhecido sobre a etiologia e patogênese da fibromialgia, que é reconhecida como uma entidade clínica complexa e heterogênea, dependente não somente de mecanismos biológicos como também de influências do contexto psicossocial.3Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI). Assessment and management of chronic pain. Bloomington (MN): Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI); 2007.87 p.,4Hooten WM, Smith JM, Eldrige JS, Olsen DA, Mauck WD, Moeschler SM. Pain severity is associated with muscle strength and peak oxygen uptake in adults with fibromyalgia. J Pain Res. 2014;3:237–42. Seu diagnóstico ainda permanece um desafio complexo para os clínicos, por abranger uma variedade de aspectos, incluindo o fato de ser baseado exclusivamente na percepção dos sintomas pelo paciente, pela ausência de um teste objetivo para confirmar ou negar o diagnóstico e pela resposta imprevisível aos vários tratamentos existentes. O que se sabe é que, na maioria dos pacientes, a dor e os sintomas associados determinam impacto negativo na qualidade de vida.3Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI). Assessment and management of chronic pain. Bloomington (MN): Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI); 2007.87 p.

Estudos têm relatado que cerca de 80% a 90% dos casos de fibromialgia ocorrem na população feminina4Hooten WM, Smith JM, Eldrige JS, Olsen DA, Mauck WD, Moeschler SM. Pain severity is associated with muscle strength and peak oxygen uptake in adults with fibromyalgia. J Pain Res. 2014;3:237–42.,5Gran JT. The epidemiology of chronic generalized musculoskeletal pain. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2003;17:547–61. e que as mulheres apresentam significativamente mais sintomas do que os homens.6Ostensen M, Rugelsjøen A, Wigers SH. The effect of reproductive events and alterations of sex hormone levels on the symptoms of fibromyalgia. Scand J Rheumatol.1997;26:355–60. Considerando que a maior prevalência da doença se dá entre 50 a 65 anos,7Cavalcante AB, Sauer JF, Chalot SD, Assumpção A, Lage LV, Matsutani LA, et al. The prevalence of fibromyalgia: a literature review. Rev Bras Reumatol. 2006;46:40–8.,8Martinez JE, Atra E, Ferraz MB, Silva PSB. Fibromialgia: aspectos clínicos e socioeconômicos. Rev Bras Reumatol. 1992;32:225–30. o que coincide com o período do climatério, alguns sinais e sintomas da fibromialgia podem frequentemente ser confundidos com aqueles relacionados à síndrome climatérica. Com isso, é frequente que muitas pacientes procurem inicialmente assistência médica com generalistas e ginecologistas, o que vem reforçar a importância de se investigar a associação entre climatério e fibromialgia.9Yunus M, Masi AT, Calabro JJ, Miller KA, Feigenbaum SL. Primary fibromyalgia (fibrositis): clinical study of 50 patients with matched normal controls. Seminars in Arthritis and Rheumatism. 1981;11:151–71.,1010 Blümel JE, Palacios S, Legorreta D, Vallejo MS, Sarra S. Is fibromyalgia part of the climacteric syndrome? Maturitas. 2012;73:87–93.

Estudos que analisam essa associação têm sugerido que os distúrbios hormonais do climatério podem estar diretamente envolvidos na gênese de sintomas associados à fibromialgia em mulheres de meia-idade.1010 Blümel JE, Palacios S, Legorreta D, Vallejo MS, Sarra S. Is fibromyalgia part of the climacteric syndrome? Maturitas. 2012;73:87–93. No entanto, por haver mulheres com fibromialgia não inseridas na fase do climatério, é notório que o déficit hormonal não é o único mecanismo fisiopatológico envolvido na etiopatogênese dessa doença.1010 Blümel JE, Palacios S, Legorreta D, Vallejo MS, Sarra S. Is fibromyalgia part of the climacteric syndrome? Maturitas. 2012;73:87–93.,1111 Baldursdóttir S. Juvenile primary fibromyalgia syndrome-review. Laeknabladid. 2008;94:463–72.

A despeito da frequente associação entre climatério e fibromialgia, a literatura ainda é deficiente de evidências advindas de estudos que se preocuparam em analisar e comparar alguns aspectos relacionados, como é o caso dos sinais e sintomas climatéricos, qualidade de vida e função sexual. Essas lacunas científicas são ainda mais evidentes no que tange ao impacto de abordagens terapêuticas complementares como a cinesioterapia. Diante do exposto, o presente estudo teve o propósito de analisar o efeito da cinesioterapia do assoalho pélvico nos sinais e sintomas climatéricos, qualidade de vida e função sexual de mulheres com fibromialgia na fase do climatério.

Métodos

Foi feito ensaio clínico com 90 mulheres no período do climatério, entre 45 e 65 anos, sem distinção de etnia e religião, encaminhadas, após triagem médica, pelos ambulatórios de assistência ao climatério (Centro de Saúde Reprodutiva Leide Morais e Maternidade Escola Januário Cicco; Natal, RN) e de Reumatologia (Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Clínica Integrada da Saúde da Universidade Potiguar; Natal, RN). O projeto foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Potiguar, sob o número de protocolo 250/2010 e número do CAAE 0252.0.052.000-10. Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme as normas do Conselho Nacional de Saúde, resolução 196/1996. A pesquisa foi conduzida de acordo com a Declaração de Helsinque revisada em 2008.

Pelo fato de o desenho do estudo envolver estimativas de frequência e médias de escores, foram aplicadas técnicas de amostragem com procedimentos estatísticos e adotaram-se alfa de 5% e poder estatístico de 80%. Considerando o efeito do desenho e a ocorrência de recusas e perdas, optou-se por aumentar a estimativa encontrada para dar margem de segurança a possíveis perdas.

As voluntárias foram divididas em dois grupos: fibromialgia (n = 47) e controle (n = 43). Foram considerados como critérios de inclusão no grupo fibromialgia (FM): (a) ter diagnóstico de FM estabelecido por médico reumatologista, de acordo com critérios de 1990 do American College of Rheumatology (ACR);2Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL, et al. The American College of Rheumatology 1990 criteria for classification of fibromyalgia: report of the multicenter criteria committee. Arthritis Rheum. 1990;33:160–72. (b) capacidade cognitiva de entender o intuito da pesquisa e de responder aos questionários; (c) não estar fazendo, há pelo menos um mês, qualquer tratamento fisioterapêutico. Para o grupo controle (C) foram obedecidos todos os critérios de inclusão citados, excluindo-se o diagnóstico de FM. Como critérios de exclusão para ambos os grupos destacam-se: (a) presença de limitações físicas e/ou orgânicas; (b) história prévia de ooforectomia; (c) portadoras de doenças difusas do tecido conjuntivo, dor pélvica crônica e síndrome do cólon irritável.

As voluntárias foram submetidas a avaliações nos períodos pré e pós-intervenção, por meio da aplicação de questionários por avaliadores treinados na aplicação dos instrumentos de pesquisa, de forma individual e em local reservado. As avaliações foram cegas e feitas por avaliadores diferentes daqueles que fizeram a intervenção fisioterapêutica. A coleta de dados constou de um questionário semiestruturado para avaliação das características demográficas (idade, anos de estudo, ocupação, renda familiar e estado civil), além de instrumentos validados para mensuração da qualidade de vida específica no climatério, gravidade dos sinais e sintomas climatéricos e função sexual.

A qualidade de vida foi avaliada com o questionário Utian Quality of Life (UQOL), traduzido e validado no Brasil por Galvão et al. (2007),1212 Galvão, LLLF. Tradução, Adaptação e Validação da Versão Brasileira do Questionário Utian Quality Of Life (UQOL) Para Avaliação da Qualidade de Vida no Climatério. Dissertação [Mestrado] em Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN. Natal/RN, 2007. o qual demonstra ser um instrumento útil para quantificar uma avaliação subjetiva de qualidade de vida e bem-estar em mulheres na peri e pós-menopausa. O instrumento contém 23 perguntas que compreendem quatro domínios distintos de qualidade de vida, a saber: ocupacional, saúde, sexual e emocional. Cada pergunta do UQOL é respondida por meio de uma escala tipo Likert que varia de 1 a 5, em que os valores máximos e mínimos variam em cada domínio e quanto maior o escore atribuído, melhor será a qualidade de vida.

A gravidade dos sinais e sintomas climatéricos foi mensurada pelo Índice Menopausal de Blatt-Kupperman (IMBK),1313 Sousa RL, Sousa ESS, Silva JCB, Filizola RG. Fidedignidade do teste-reteste na aplicação do índice menopausal de Blatt e Kupperman. Rev Bras Ginecol Obstet. 2000;22:481–7. instrumento amplamente empregado tanto na prática clínica quanto em pesquisas para monitorar os efeitos dos diversos tratamentos usados na fase do climatério e que demonstra alto poder de fidedignidade teste-reteste. É composto por 11 sintomas, para os quais a paciente atribui pontuações conforme a intensidade de cada sintoma (0 – não apresenta o sintoma; 1 – leve; 2 – moderada e 3 – acentuada). O escore final é estabelecido pela soma das respectivas graduações dos sintomas supracitados, após multiplicação por fatores de conversão, com o objetivo de mensurar quantitativamente a intensidade da sintomatologia climatérica.

A função sexual das participantes foi avaliada por meio do questionário do Quociente Sexual versão feminina (QS-F), construído e validado na língua portuguesa por Abdo (2006),1414 Abdo CHN. Elaboração e validação do quociente sexual-versão feminina: uma escala para avaliar a função sexual damulher. Rev Bras Med. 2006;63:477–82. com perguntas sobre vários domínios da atividade sexual da mulher (desejo, excitação, orgasmo e seus respectivos correlatos psicofísicos) pontuados de 0 a 100, em que quanto mais próximo de 100, melhor é a função sexual.

Após a avaliação pré-intervenção, as participantes iniciaram o tratamento proposto, o qual foi executado em 10 semanas consecutivas e envolveu 20 sessões de cinesioterapia para o assoalho pélvico, feitas duas vezes por semana, com duração diária de uma hora, conduzidas por uma das pesquisadoras. A conduta proposta obedeceu à sequência de percepção, dissociação abdominoperineal, contração voluntária e automatização do assoalho pélvico associado a posturas facilitadoras, mobilização de pelve e treino respiratório no momento das contrações do assoalho pélvico. Cada exercício foi feito com uma série de dez repetições; cada contração foi sustentada por cinco segundos, com 10 segundos de repouso entre as contrações, e evoluiu para sustentação de 10 segundos com 20 segundos de repouso após 10 sessões.

Após finalizado o período da intervenção, as pacientes passaram por uma reavaliação com os mesmos instrumentos de pesquisa aplicados no período pré-intervenção.

Os dados foram analisados descritivamente a partir da média e do desvio-padrão para as variáveis contínuas e intervalares e na forma de porcentagem para variáveis categóricas dicotômicas ou ordinais. A fim de responder aos objetivos da pesquisa, foi feita análise da normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para verificar a influência do protocolo de intervenção nos grupos fibromialgia e climatério, aplicou-se teste t de Student pareado, que estimou a diferença antes e após a intervenção. A fim de estimar o tamanho do efeito ou impacto clínico da intervenção foi usado o Kappa de Cohen (d). Valores acima de 0,8 foram considerados um tamanho de efeito forte, entre 0,5 e 0,8 moderado e abaixo de 0,5 fraco. Para detecção da influência da variável grupo desenvolveu-se uma análise de variância (ANOVA) de delineamento misto entre participantes. Esses fatores e suas interações entraram no modelo de predição para as seguintes variáveis dependentes: IMBK, QS-F e UQOL. Todos os dados foram analisados por meio do Statistical Packaged for the Social Science (SPSS), em sua versão 20.0, e adotou-se nível de significância de 5%.

Resultados

Das 90 mulheres selecionadas para participar do estudo, sete desistiram durante a intervenção ou não fizeram 80% das sessões, três do grupo controle e quatro do grupo FM. As razões alegadas para sair do estudo estavam relacionados com problemas pessoais e incompatibilidade de horário, de forma que nenhum efeito adverso foi indicado como causa de interrupção.

Completaram o estudo 83 participantes, das quais 43 faziam parte do grupo fibromialgia e 40 do grupo controle. Na avaliação pré-intervenção, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, com relação aos dados demográficos. Em relação às variáveis estado civil, ocupação e renda, não houve diferença entre os grupos (p > 0,05) e nessa amostra, em geral, 62 (74,7%) participantes tinham parceiro fixo, 43 (51,8%) exerciam algum trabalho extralar e 43 (51,8%) tinham renda familiar entre dois a quatro salários mínimos. Na tabela 1 pode-se observar que os grupos apresentaram-se homogêneos em relação a todas as variáveis contínuas investigadas previamente ao tratamento proposto no estudo. Após o período de estudo, nenhum efeito adverso foi relatado durante o tratamento e a maioria das pacientes demonstrou satisfação com os exercícios propostos.

Tabela 1
Distribuição e análise das características demográficas e clínicas dos grupos fibromialgia e controle no período pré‐intervenção

Em relação aos domínios de qualidade de vida analisados por meio do instrumento UQOL, observou-se que o protocolo cinesioterapêutico possibilitou melhoria estatisticamente significativa tanto para o grupo de fibromialgia como para o grupo controle em todos os domínios, quando se compararam os resultados intragrupo pré e pós-intervenção. Quanto ao efeito ou impacto clínico da intervenção nos domínios da qualidade de vida, pode-se observar que para o grupo climatério todos os domínios do UQOL obtiveram efeito forte: ocupacional (d = 0,72), emocional (d = 1,02), saúde (d =1,49) e sexual (d = 1,69), assim como os do grupo fibromialgia: ocupacional (d = 0,62), emocional (d = 0,62), saúde (d = 0,97) e sexual (d = 1,00). Na avaliação intergrupos pós-tratamento foi observada diferença estatisticamente significativa em três dos quatro domínios do UQOL: ocupacional (p = 0,01), saúde (p = 0,03) e sexual (p ≤ 0,00). A cinesioterapia proporcionou melhores resultados nas mulheres do grupo controle (tabela 2).

Tabela 2
Distribuição e análise da qualidade de vida intragrupos e intergrupos, considerando‐se os períodos pré e pós‐intervenção

Na avaliação da função sexual, observa-se na tabela 3 que, após a intervenção, tanto o grupo fibromialgia (37,48 vs 43,34; p < 0,001; d = 0,36) como o controle (38,80 vs 50,67; p < 0,001; d = 0,67) elevaram seus escores, com diferenças estatisticamente significativas e impacto clínico da intervenção fraco para o grupo fibromialgia e forte para o grupo controle. Na comparação intergrupos foi detectada diferença estatisticamente significativa (p = 0,01). Foi evidenciada melhoria mais evidente no grupo controle.

Tabela 3
Distribuição e análise intra e intergrupos da função sexual por meio do QS‐F e da gravidade dos sinais e sintomas climatéricos, considerando‐se os períodos pré e pós‐intervenção

Ao analisar a intensidade da sintomatologia climatérica por meio do IMBK, observa-se na tabela 3 que o protocolo de cinesioterapia para o assoalho pélvico proporcionou redução significativa nos escores tanto para o grupo FM (34,06 vs 23,23; pré vs pós-intervenção, respectivamente; p < 0,001; d = 1,09) quanto para o grupo controle (30,15 vs 19,20; p < 0,001; d = 1,08), com impacto clínico da intervenção forte para ambos os grupos. Na análise intergrupo não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,73).

Discussão

Nossos dados demonstram que a cinesioterapia do assoalho pélvico em mulheres na fase do climatério é capaz de melhorar a qualidade de vida, função sexual e sintomatologia climatérica. Apesar de muito frequentes as queixas de disfunção sexual, sinais e sintomas climatéricos e repercussão negativa da qualidade de vida em mulheres com fibromialgia1515 Cavalcante A, Sauer J, Chalot S, Assumpção A, Lage L, Matsutani L, Marques A. A prevalência de fibromialgia: uma revisão da literatura. Rev Bras Reumatol. 2006;46:40–8.

16 Campos RP, Vázquez MI. The impact of Fibromyalgia on health-related quality of life in patients according to age. Rheumatol. 2013;33:1419–24.

17 Kalichman L. Association between fibromyalgia and sexual dysfunction in women. Clinical Rheumatology. 2009;28:365–9.

18 Birttane M, Uzunca K, Tuna H. The evaluation of quality of lifein fibromyalgia syndrome: a comparison with rheumatoidarthritis by using SF-36 Health Survey. Clin Rheumatol.2007;26:679–84.

19 Burckhardt CS, Clark SR, Bennett RM. Fibromyalgia and quality of life: a comparative analysis. Rheumatol. 1993;20:475–9.
-2020 Ferreira CC, Mota LM, Oliveira AC, Carvalho JF, Lima RA, Simaan CK, et al. Frequency of sexual dysfunction in women with rheumatic diseases. Rev Bras Reumatol. 2013;53:41–6. e de estudos prévios mostrarem efeitos positivos da cinesioterapia do assoalho pélvico para essas queixas,2121 Pauls RN, Crisp CC, Novicki K, Fellner AN, Kleeman SD. Impact of physical therapy on quality of life and function after vaginal reconstructive surgery. Female Pelvic Med Reconstr Surg. 2013;19:271–7.,2222 Fan HL, Chan SS, Law TS, Cheung RY, Chung TK. Pelvic floor muscle training improves quality of life of women with urinary incontinence: a prospective study. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2013;53:298–304. até o presente não existiam relatos na literatura sobre o uso dessa intervenção como parte do tratamento de tais disfunções para esse grupo específico de mulheres climatéricas. Portanto, este é o primeiro relato da literatura científica a apontar que o impacto clínico da cinesioterapia do assoalho pélvico é diferente nas mulheres com diagnóstico associado de fibromialgia, o que pode ter implicações importantes na abordagem clínica dessas pacientes.

Em relação aos domínios da qualidade de vida, foi verificada melhoria significativa em ambos os grupos, após as sessões de cinesioterapia do assoalho pélvico, o que corrobora resultados de estudos prévios e demonstra que tal intervenção fisioterapêutica proporciona melhorias significativas na qualidade de vida de mulheres com disfunções do assoalho pélvico.2121 Pauls RN, Crisp CC, Novicki K, Fellner AN, Kleeman SD. Impact of physical therapy on quality of life and function after vaginal reconstructive surgery. Female Pelvic Med Reconstr Surg. 2013;19:271–7.

22 Fan HL, Chan SS, Law TS, Cheung RY, Chung TK. Pelvic floor muscle training improves quality of life of women with urinary incontinence: a prospective study. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2013;53:298–304.
-2323 Stüpp L, Resende AP, Oliveira E, Castro RA, Girão MJ, Sartori MG. Pelvic floor muscle training for treatment of pelvic organ prolapse: an assessor-blinded randomized controlled trial. Int Urogynecol J. 2011;22:1233–9. Estudo recente feito em mulheres nigerianas na fase do climatério, que tinha por objetivo investigar o efeito de um programa de 12 semanas de exercícios físicos e de fortalecimento do assoalho pélvico, mostrou que a intervenção proporcionou melhoria significativa na qualidade de vida em geral.2424 Ogwumike OO, Sanya AO, Arowojolu AO. Endurance exercise effect on quality of life and menopausal symptoms in Nigerian women. Afr J Med. 2011;40:187–95.

Embora a fibromialgia esteja diretamente atrelada a transtornos emocionais e psíquicos,2525 Bernik M, Sampaio TP, Gandarela L. Fibromyalgia comorbid with anxiety disorders and depression: combined medical and psychological treatment. Curr Pain Headache Rep. 2013;17:358. o climatério, por si só, é um período de transição difícil, que envolve um processo complexo de mudanças emocionais e corporais e está sob influência de múltiplos fatores, como história de vida pessoal e familiar, ambiente, cultura, costumes e particularidades pessoais. Tais aspectos repercutem de modo diferente em cada mulher, com interferência direta nos seus sentimentos e na sua qualidade de vida,2626 Freitas KM, Silva ARV, Silva RM. Mulheres vivenciando o climatério. Acta Scientiarium. 2004;26:121–8. fato esse que assemelha e define muitas vezes a sintomatologia do climatério como parte da fibromialgia.1010 Blümel JE, Palacios S, Legorreta D, Vallejo MS, Sarra S. Is fibromyalgia part of the climacteric syndrome? Maturitas. 2012;73:87–93.

Na amostra analisada, o grupo fibromialgia apresentou limitações nos resultados obtidos com a cinesioterapia, em relação aos domínios ocupacional e saúde da qualidade de vida. Tais limitações foram evidenciadas em outro estudo2727 Berber JSS, Kupek E, Berber SC. Prevalência de depressão esua relação com a qualidade de vida em pacientes comsíndrome da fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2005;45:47–54. que se propôs a analisar a dificuldade do trabalho contínuo em mulheres com fibromialgia. Foi observado que as limitações na capacidade física e o aumento da necessidade de descanso, pela cronicidade do processo álgico, foram os principais motivos associados à dificuldade para gerenciar as demandas físicas, psicossociais e organizacionais no trabalho. Sabe-se também que a fibromialgia é caracterizada por desordem persistente e debilitante, causa um efeito negativo na vida das pessoas e afeta sua capacidade de trabalhar e envolver-se em atividades diárias.2828 Oncü J, Başoğlu F, Kuran B. A comparison of impact of fatigueon cognitive, physical, and psychosocial status in patientswith fibromyalgia and rheumatoid arthritis. Rheumatology. 2013;33:3031–7.,2929 Mannerkorpi K, Gard G. Hinders for continued work amongpersons with fibromyalgia. Musculoskeletal Disorders. 2012;13:96. Tais efeitos decorrem, principalmente, do quadro de dor musculoesquelética difusa e crônica, que se apresenta como fator determinante na pioria dos problemas de saúde e limitações na vida diária.3030 Björnsdóttir SV, Jónsson SH, Valdimarsdóttir UA. Functional limitations and physical symptoms of individuals with chronic pain. Scand J Rheumatol. 2013;42:59–70.

31 Bennett RM. Clinical manifestations. Diagnosis of fibromyalgia. Rheum Dis Clin North Am. 2009;35:215–32.
-3232 Mendonça LLF, Marques AP, Matsutani LA, Ferreira EAG. Exercícios de alongamento para pacientes com fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2002;42:49–50.

A função sexual atualmente é considerada como elemento fundamental para o bem-estar geral e a qualidade de vida em mulheres de meia-idade e sofre influência de variáveis sociodemográficas, biológicas e comportamentais pertinentes à fase da vida em que as mulheres se encontram.3333 Lindau ST, Gavrilova N. Sex, health, and years of sexually active life gained due to good health: evidence from two US population based cross sectional surveys of ageing. BMJ. 2010;340:810.,3434 Valadares AL, Pinto-Neto AM, Osis MJ, Conde DM, Sousa MH, Costa-Paiva L. Sexuality in Brazilian women aged 40 to 65 years with 11 years or more of formal education: associated factors. Menopause. 2008;15:264–9. Estudos prévios feitos na investigação das disfunções sexuais puderam observar que essa queixa é bastante frequente em mulheres na fase do climatério3535 Chedraui P, Pérez-López FR, Sánchez H, Aguirre W, Martínez N, Miranda O, et al. Assessment of sexual function of mid-aged Ecuadorian women with the 6-item Female Sexual Function Index. Maturitas. 2012;71:407–12.,3636 Cabral PU, Canário AC, Spyrides MH, Uchôa SA, Eleutério J Jr, Gonçalves AK. Determinants of sexual dysfunction among middle-aged women. Int J Gynaecol Obstet. 2013;120:271–4. e quando investigado em mulheres com doenças reumáticas observou-se que as mulheres com fibromialgia apresentam maior frequência em comparação com as outras doenças.2020 Ferreira CC, Mota LM, Oliveira AC, Carvalho JF, Lima RA, Simaan CK, et al. Frequency of sexual dysfunction in women with rheumatic diseases. Rev Bras Reumatol. 2013;53:41–6.

O treinamento dos músculos do assoalho pélvico proporciona uma estabilização, resistência e força dessa musculatura, aumento do tônus vaginal e consequentemente uma melhoria na função sexual, por possibilitar melhor conscientização, e possivelmente impactos positivos tanto no orgasmo como na função de excitação.3737 Athanasios GZ, Maria VK, Polyanthi DP. Pelvic floor muscle training improves sexual function of women with stress urinary incontinence. International Urogynecology Journal. 2008;19:401–6.

38 Lowenstein L, GruenwaldI. Gartman I, Vardi Y. Can strongerpelvic muscle floor improve sexual function. Int Urogynecol J.2010;21:553–6.
-3939 Stafne SN, Salvesen KÅ, Romundstad PR, Torjusen IH, Mørkved S. Does regular exercise including pelvic floor muscle training prevent urinary and anal incontinenceduring pregnancy. A randomised controlled trial BJOG. 2012;119:1270–80. Em nosso estudo, os efeitos observados no grupo fibromialgia foram inferiores aos observados nas mulheres climatéricas sem fibromialgia. Tal achado pode ser atribuído ao fato de que sintomas psiquiátricos, como a depressão, são bastante frequentes nas mulheres com fibromialgia, o que poderia exercer uma influência direta no comprometimento da função sexual dessas mulheres e dificultar dessa forma respostas terapêuticas mais significativas.4040 Aydin G, Başar MM, Keleş I, Ergün G, Orkun S, Batislam E. Relationship between sexual dysfunction and psychiatric status in premenopausal women with fibromyalgia. Urology. 2006;67:156–61.

Os sinais e sintomas do climatério, decorrentes de alterações hormonais como o hipoestrogenismo, influenciam negativamente na qualidade de vida e funcionalidade das mulheres que vivenciam essa fase.4141 Pamuk ON, Cakir N. The variation in chronic widespread pain and other symptoms in fibromyalgia patients. The effects of menses and menopause Clin Exp Rheumatol. 2005;23:778–82. A terapêutica com exercícios de cinesioterapia para o assoalho pélvico, apesar de não relacionada em estudos prévios como forma terapêutica de amenizar a intensidade dos sinais e sintomas climatéricos, possibilitou diminuição nos índices do IMBK para ambos os grupos de forma homogênea e evidenciou que o diagnóstico de fibromialgia não interfere diretamente no impacto do programa de exercícios sobre a sintomatologia climatérica. Com base nesses resultados, é plausível sugerir que até mesmo as pacientes com fibromialgia se beneficiariam da cinesioterapia do assoalho pélvico em relação à melhoria da sintomatologia climatérica. A despeito disso, estudo recente enfatiza que as mulheres com fibromialgia apresentam hipersensibilidade à dor e agravamento dos sinais e sintomas relacionados à fase do climatério quando comparadas a mulheres saudáveis, por consequência do início precoce da menopausa e da consequente redução do tempo de exposição dessas mulheres ao estrogênio.4242 Martínez-Jauand M, Sitges C, Femenia J, Cifre I, González S, Chialvo D, et al. Age-of-onset of menopause is associated with enhanced painful and non-painful sensitivity in fibromyalgia. Clin Rheumatol. 2013;32:975–81.

Diante dos achados evidenciados no presente estudo, pode-se sugerir que a cinesioterapia para o assoalho pélvico proporciona melhorias significativas na qualidade de vida, nos domínios ocupação, emocional, saúde e sexual, como também nos sinais e sintomas climatéricos e na função sexual. Entretanto, quando comparada a melhoria do grupo com diagnóstico de fibromialgia com a do grupo controle, observa-se que a fibromialgia exerce efeito limitante na melhoria nos domínios saúde, ocupacional e sexual da qualidade de vida e na função sexual em mulheres na fase do climatério.

  • Trabalho feito no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e na Universidade Potiguar (Laureate International Universities), Natal, RN, Brasil.

Referências

  • 1
    Wolfe F, Ross K, Anderson J, Russell IJ. Aspects of fibromyalgia in the general population: sex, pain threshold, and fibromyalgia symptoms. J Rheumatol. 1995;22:151–6.
  • 2
    Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL, et al. The American College of Rheumatology 1990 criteria for classification of fibromyalgia: report of the multicenter criteria committee. Arthritis Rheum. 1990;33:160–72.
  • 3
    Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI). Assessment and management of chronic pain. Bloomington (MN): Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI); 2007.87 p.
  • 4
    Hooten WM, Smith JM, Eldrige JS, Olsen DA, Mauck WD, Moeschler SM. Pain severity is associated with muscle strength and peak oxygen uptake in adults with fibromyalgia. J Pain Res. 2014;3:237–42.
  • 5
    Gran JT. The epidemiology of chronic generalized musculoskeletal pain. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2003;17:547–61.
  • 6
    Ostensen M, Rugelsjøen A, Wigers SH. The effect of reproductive events and alterations of sex hormone levels on the symptoms of fibromyalgia. Scand J Rheumatol.1997;26:355–60.
  • 7
    Cavalcante AB, Sauer JF, Chalot SD, Assumpção A, Lage LV, Matsutani LA, et al. The prevalence of fibromyalgia: a literature review. Rev Bras Reumatol. 2006;46:40–8.
  • 8
    Martinez JE, Atra E, Ferraz MB, Silva PSB. Fibromialgia: aspectos clínicos e socioeconômicos. Rev Bras Reumatol. 1992;32:225–30.
  • 9
    Yunus M, Masi AT, Calabro JJ, Miller KA, Feigenbaum SL. Primary fibromyalgia (fibrositis): clinical study of 50 patients with matched normal controls. Seminars in Arthritis and Rheumatism. 1981;11:151–71.
  • 10
    Blümel JE, Palacios S, Legorreta D, Vallejo MS, Sarra S. Is fibromyalgia part of the climacteric syndrome? Maturitas. 2012;73:87–93.
  • 11
    Baldursdóttir S. Juvenile primary fibromyalgia syndrome-review. Laeknabladid. 2008;94:463–72.
  • 12
    Galvão, LLLF. Tradução, Adaptação e Validação da Versão Brasileira do Questionário Utian Quality Of Life (UQOL) Para Avaliação da Qualidade de Vida no Climatério. Dissertação [Mestrado] em Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN. Natal/RN, 2007.
  • 13
    Sousa RL, Sousa ESS, Silva JCB, Filizola RG. Fidedignidade do teste-reteste na aplicação do índice menopausal de Blatt e Kupperman. Rev Bras Ginecol Obstet. 2000;22:481–7.
  • 14
    Abdo CHN. Elaboração e validação do quociente sexual-versão feminina: uma escala para avaliar a função sexual damulher. Rev Bras Med. 2006;63:477–82.
  • 15
    Cavalcante A, Sauer J, Chalot S, Assumpção A, Lage L, Matsutani L, Marques A. A prevalência de fibromialgia: uma revisão da literatura. Rev Bras Reumatol. 2006;46:40–8.
  • 16
    Campos RP, Vázquez MI. The impact of Fibromyalgia on health-related quality of life in patients according to age. Rheumatol. 2013;33:1419–24.
  • 17
    Kalichman L. Association between fibromyalgia and sexual dysfunction in women. Clinical Rheumatology. 2009;28:365–9.
  • 18
    Birttane M, Uzunca K, Tuna H. The evaluation of quality of lifein fibromyalgia syndrome: a comparison with rheumatoidarthritis by using SF-36 Health Survey. Clin Rheumatol.2007;26:679–84.
  • 19
    Burckhardt CS, Clark SR, Bennett RM. Fibromyalgia and quality of life: a comparative analysis. Rheumatol. 1993;20:475–9.
  • 20
    Ferreira CC, Mota LM, Oliveira AC, Carvalho JF, Lima RA, Simaan CK, et al. Frequency of sexual dysfunction in women with rheumatic diseases. Rev Bras Reumatol. 2013;53:41–6.
  • 21
    Pauls RN, Crisp CC, Novicki K, Fellner AN, Kleeman SD. Impact of physical therapy on quality of life and function after vaginal reconstructive surgery. Female Pelvic Med Reconstr Surg. 2013;19:271–7.
  • 22
    Fan HL, Chan SS, Law TS, Cheung RY, Chung TK. Pelvic floor muscle training improves quality of life of women with urinary incontinence: a prospective study. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2013;53:298–304.
  • 23
    Stüpp L, Resende AP, Oliveira E, Castro RA, Girão MJ, Sartori MG. Pelvic floor muscle training for treatment of pelvic organ prolapse: an assessor-blinded randomized controlled trial. Int Urogynecol J. 2011;22:1233–9.
  • 24
    Ogwumike OO, Sanya AO, Arowojolu AO. Endurance exercise effect on quality of life and menopausal symptoms in Nigerian women. Afr J Med. 2011;40:187–95.
  • 25
    Bernik M, Sampaio TP, Gandarela L. Fibromyalgia comorbid with anxiety disorders and depression: combined medical and psychological treatment. Curr Pain Headache Rep. 2013;17:358.
  • 26
    Freitas KM, Silva ARV, Silva RM. Mulheres vivenciando o climatério. Acta Scientiarium. 2004;26:121–8.
  • 27
    Berber JSS, Kupek E, Berber SC. Prevalência de depressão esua relação com a qualidade de vida em pacientes comsíndrome da fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2005;45:47–54.
  • 28
    Oncü J, Başoğlu F, Kuran B. A comparison of impact of fatigueon cognitive, physical, and psychosocial status in patientswith fibromyalgia and rheumatoid arthritis. Rheumatology. 2013;33:3031–7.
  • 29
    Mannerkorpi K, Gard G. Hinders for continued work amongpersons with fibromyalgia. Musculoskeletal Disorders. 2012;13:96.
  • 30
    Björnsdóttir SV, Jónsson SH, Valdimarsdóttir UA. Functional limitations and physical symptoms of individuals with chronic pain. Scand J Rheumatol. 2013;42:59–70.
  • 31
    Bennett RM. Clinical manifestations. Diagnosis of fibromyalgia. Rheum Dis Clin North Am. 2009;35:215–32.
  • 32
    Mendonça LLF, Marques AP, Matsutani LA, Ferreira EAG. Exercícios de alongamento para pacientes com fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2002;42:49–50.
  • 33
    Lindau ST, Gavrilova N. Sex, health, and years of sexually active life gained due to good health: evidence from two US population based cross sectional surveys of ageing. BMJ. 2010;340:810.
  • 34
    Valadares AL, Pinto-Neto AM, Osis MJ, Conde DM, Sousa MH, Costa-Paiva L. Sexuality in Brazilian women aged 40 to 65 years with 11 years or more of formal education: associated factors. Menopause. 2008;15:264–9.
  • 35
    Chedraui P, Pérez-López FR, Sánchez H, Aguirre W, Martínez N, Miranda O, et al. Assessment of sexual function of mid-aged Ecuadorian women with the 6-item Female Sexual Function Index. Maturitas. 2012;71:407–12.
  • 36
    Cabral PU, Canário AC, Spyrides MH, Uchôa SA, Eleutério J Jr, Gonçalves AK. Determinants of sexual dysfunction among middle-aged women. Int J Gynaecol Obstet. 2013;120:271–4.
  • 37
    Athanasios GZ, Maria VK, Polyanthi DP. Pelvic floor muscle training improves sexual function of women with stress urinary incontinence. International Urogynecology Journal. 2008;19:401–6.
  • 38
    Lowenstein L, GruenwaldI. Gartman I, Vardi Y. Can strongerpelvic muscle floor improve sexual function. Int Urogynecol J.2010;21:553–6.
  • 39
    Stafne SN, Salvesen KÅ, Romundstad PR, Torjusen IH, Mørkved S. Does regular exercise including pelvic floor muscle training prevent urinary and anal incontinenceduring pregnancy. A randomised controlled trial BJOG. 2012;119:1270–80.
  • 40
    Aydin G, Başar MM, Keleş I, Ergün G, Orkun S, Batislam E. Relationship between sexual dysfunction and psychiatric status in premenopausal women with fibromyalgia. Urology. 2006;67:156–61.
  • 41
    Pamuk ON, Cakir N. The variation in chronic widespread pain and other symptoms in fibromyalgia patients. The effects of menses and menopause Clin Exp Rheumatol. 2005;23:778–82.
  • 42
    Martínez-Jauand M, Sitges C, Femenia J, Cifre I, González S, Chialvo D, et al. Age-of-onset of menopause is associated with enhanced painful and non-painful sensitivity in fibromyalgia. Clin Rheumatol. 2013;32:975–81.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2015

Histórico

  • Recebido
    15 Maio 2014
  • Aceito
    26 Ago 2014
Sociedade Brasileira de Reumatologia Av Brigadeiro Luiz Antonio, 2466 - Cj 93., 01402-000 São Paulo - SP, Tel./Fax: 55 11 3289 7165 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: sbre@terra.com.br