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A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório

Adolescent's identity construction: an exploratory study

Resumos

De acordo com a teoria psicossocial de Erikson, a tarefa mais importante da adolescência é a construção da identidade. Partindo desse pressuposto, este estudo, abrangendo 25 estudantes (de 15 a 17 anos) de Ensino Médio, comparou empiricamente informações fornecidas pela GIDS - The Groningen Identity Development Scale (escala que avalia o desenvolvimento de identidade) e pelo YSR - Young Self Report (checklist auto-aplicável que rastreia problemas mentais). A maioria dos adolescentes encontrava-se nos estados iniciais no desenvolvimento da identidade: difusão e execução de identidade. Foi ainda observada uma relação significativa do ponto de vista estatístico entre baixo comprometimento e problemas de comportamento.

adolescência; identidade; problemas de comportamento


According to Erikson's psychosocial theory, the most important task during adolescence is identity construction. Based on this assertion, this study, undertaken with 25 high school students (15 to 17 years old), compared the Groningen Identity Development Scale (GIDS), a identity evolution scale, with the Youth Self-Report (YSR), a screening mental problems checklist. Most of the teenagers were on two initial identity phases: diffusion and foreclosure. A significant relationship between low commitment and behavior problems was also found.

adolescence; identity; behavior problems


ARTIGOS

A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório1 1 Este artigo apresenta uma parte dos resultados obtidos na dissertação de mestrado da primeira autora, orientada pela terceira e co-orientada pela segunda. Teresa Helena Schoen-Ferreira, mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo, é professora na Faculdade Paulista de Educação e Comunicação e no Instituto Superior de Educação de Ibiúna. Maria Aznar-Farias, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo, é professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo. Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo, é professora titular do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP e bolsista do CNPq. Endereço para correspondência: Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente, Rua Botucatu, 715, CEP 04023-062, São Paulo/SP, Brasil. Tel.: (11) 5576-4360 - 5579.7387, E-mail: adolescenc.dped@epm.br

Adolescent's identity construction: an exploratory study

Teresa Helena Schoen-FerreiraI; Maria Aznar-FariasI; Edwiges Ferreira de Mattos SilvaresII

IUniversidade Federal de São Paulo

IIUniversidade de São Paulo

RESUMO

De acordo com a teoria psicossocial de Erikson, a tarefa mais importante da adolescência é a construção da identidade. Partindo desse pressuposto, este estudo, abrangendo 25 estudantes (de 15 a 17 anos) de Ensino Médio, comparou empiricamente informações fornecidas pela GIDS - The Groningen Identity Development Scale (escala que avalia o desenvolvimento de identidade) e pelo YSR - Young Self Report (checklist auto-aplicável que rastreia problemas mentais). A maioria dos adolescentes encontrava-se nos estados iniciais no desenvolvimento da identidade: difusão e execução de identidade. Foi ainda observada uma relação significativa do ponto de vista estatístico entre baixo comprometimento e problemas de comportamento.

Palavras-chave: adolescência, identidade, problemas de comportamento.

ABSTRACT

According to Erikson's psychosocial theory, the most important task during adolescence is identity construction. Based on this assertion, this study, undertaken with 25 high school students (15 to 17 years old), compared the Groningen Identity Development Scale (GIDS), a identity evolution scale, with the Youth Self-Report (YSR), a screening mental problems checklist. Most of the teenagers were on two initial identity phases: diffusion and foreclosure. A significant relationship between low commitment and behavior problems was also found.

Key-words: adolescence; identity; behavior problems.

A construção da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante da adolescência, o passo crucial da transformação do adolescente em adulto produtivo e maduro.

Construir uma identidade, para Erikson (1972), implica em definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direções que deseja seguir pela vida. O autor entende que identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.

A formação da identidade recebe a influência de fatores intrapessoais (as capacidades inatas do indivíduo e as características adquiridas da personalidade), de fatores interpessoais (identificações com outras pessoas) e de fatores culturais (valores sociais a que uma pessoa está exposta, tanto globais quanto comunitários).

Este sentimento de ter uma identidade pessoal dá-se de duas formas: a primeira é perceber-se como sendo o mesmo e contínuo no tempo e no espaço; e a segunda é perceber que os outros reconhecem essa semelhança e continuidade.

Kimmel e Weiner (1998) afirmam que, quanto mais desenvolvido o sentimento de identidade, mais o indivíduo valoriza o modo em que é parecido ou diferente dos demais e mais claramente reconhece suas limitações e habilidades. Quanto menos desenvolvida está a identidade, mais o indivíduo necessita o apoio de opiniões externas para avaliar-se e compreende menos as pessoas como distintas.

Marcia (1966) apresenta duas dimensões essenciais na formação de qualquer identidade pelo adolescente: uma crise ou exploração e um comprometimento ou compromisso.

Por crise ou exploração, Marcia (1966) entende o período de tomada de decisão, quando antigos valores e antigas escolhas são reexaminados, podendo ser de forma tumultuada ou ocorrer gradualmente.

Estudos posteriores, como os de Matteson (1972) e Bosma (1994), reconhecem que a palavra crise foi bem definida por Erikson (1972) e Marcia (1966), mas que muitas vezes é utilizada focalizando uma rebeldia contra os pais, dentro do ponto de vista estereotipado de que a adolescência é um período de tempestade e tensão. Neste sentido julgam preferível utilizar a palavra exploração. No decorrer deste trabalho aparecerão as palavras crise e exploração como sinônimos.

Na segunda dimensão, comprometimento ou compromisso, Marcia (1966) supõe que o indivíduo tenha realizado uma escolha relativamente firme, servindo como base ou guia para sua ação. O resultado desejado da exploração é o comprometimento com algum papel específico, alguma determinada ideologia. O comprometimento é medido pelo grau de investimento pessoal que o indivíduo expressa (Marcia, 1966, 1967). Os compromissos correspondem às questões que o indivíduo mais valoriza e com as quais mais se preocupa, refletindo o sentimento de identidade pessoal.

Kimmel e Weiner (1998) resumem os compromissos com que as pessoas estão implicadas em três atitudes: atitudes ideológicas (valores e crenças que guiam as ações); atitudes ocupacionais (objetivos educativos e profissionais); e atitudes interpessoais (orientação de gênero que influencia as amizades e relacionamentos amorosos).

Medindo as duas variáveis - crise e comprometimento - Marcia (1966) questionou os adolescentes sobre três temas: escolha profissional, religião e política. Como resultado de seu estudo, propôs quatro estados de identidade: execução, moratória, difusão e construção.

No estado de Execução, o adolescente persegue metas ideológicas e profissionais eleitas por outros (pais, figuras de autoridade etc.). Não experimenta uma crise de identidade. Pode ser o estado inicial do processo de formação da identidade adulta, partindo dos valores infantis (Stephen, Fraser & Marcia, 1992).

No estado de Moratória, os comprometimentos são postergados e o adolescente debate-se com temas profissionais ou ideológicos. Está passando por uma crise de identidade e não definiu suas escolhas.

No estado de Construção de identidade, o jovem faz suas escolhas e persegue metas profissionais ou ideológicas. Atravessou a crise e chegou ao comprometimento.

No estado de Difusão de identidade, o adolescente não está em meio a uma crise, embora possa ter havido uma no passado, e não chegou a nenhum comprometimento. Pode ter tentado lidar com estes temas ou os ignorado, mas não tomou decisões e não está particularmente preocupado em aceitar compromissos. Difusão de identidade pode representar um estágio inicial no processo de aquisição da identidade, no período da adolescência inicial, ou o fracasso em chegar a um comprometimento depois de um período de exploração.

Com os seus estudos, Marcia (1966, 1967) considerou os estados de moratória e construção de identidade os mais elevados no processo de desenvolvimento da identidade pessoal, pois estes podem realmente ser considerados autoconstruídos. Estão associados com características positivas, por exemplo, alta auto-estima ou maior autonomia, e, principalmente, "abertura para as mudanças na sociedade e as mudanças nas relações" (Stephen, Fraser & Marcia, 1992, p. 285).

Segundo os autores acima, os estados iniciais da identidade podem ser difusão ou execução. Posteriormente o jovem começa a explorar as alternativas, ingressando no estado de moratória, movendo-se para o próximo, construção da identidade, quando assume compromissos. Afirmam ainda que não são todas as pessoas que seguem este mesmo caminho. O desenvolvimento da identidade pessoal pode seguir caminhos diferentes de acordo com características individuais e sociais (Meeus, Iedema, Helsen, & Vollebergh, 1999).

Segundo Matteson (1972), na adolescência não ocorre uma única crise de identidade. Os jovens vão se confrontando com diversas alternativas, no princípio da adolescência, mais voltadas às mudanças corporais e, no final, mais voltadas às ideologias. Em cada época que se medir o estado de identidade pode haver mudanças no mesmo indivíduo que está em desenvolvimento.

Matteson (1972) alerta para o efeito de três fatores no processo de formação de identidade: a época em que ocorre a exploração e o comprometimento, o tipo de alternativas que foram exploradas e o grau de comprometimento do indivíduo. Bosma (1992) afirma ser necessária uma avaliação separada da exploração e do comprometimento para melhor perceber a dinâmica evolutiva da formação de identidade.

Para Bosma (1994), a adolescência é o período de desenvolvimento da identidade pelas mudanças que ela comporta. Só com um funcionamento cognitivo adulto é que o indivíduo pode tratar questões abstratas como escolha profissional, filosofia de vida, relacionamentos amorosos e estilos de vida. "O adolescente torna-se progressivamente consciente da irreversibilidade de um bom número de escolhas com as quais ele é confrontado" (p. 292).

Zacarés (1997) entende que a identidade desenvolve-se durante todo o ciclo vital, mas é no período da adolescência que ocorrem as transformações mais significantes. A preocupação com a identidade torna-se mais consciente e intensa por vários fatores, entre os quais o autor destaca a "maturação biológica, o desenvolvimento cognitivo alcançado e as demandas sociais para comportamentos mais responsáveis" (p. 2). Segundo o mesmo autor, é a "primeira etapa da vida em que estão reunidos todos os ingredientes para a construção de uma identidade pessoal" (p. 2).

Problemas de comportamento são uma preocupação constante em estudos envolvendo adolescentes. Uma pesquisa realizada em dois momentos por Wires, Barocas e Hollenbeck (1994) relacionou problemas de comportamento aos adolescentes no processo de construção de identidade, ou seja, no período da crise, em que o adolescente está explorando as diversas possibilidades ao seu alcance. Porém, ao se analisar os dois momentos do estudo, os problemas de comportamento persistiram somente nos adolescentes em difusão de identidade.

Weerman, Bosma e Timmerman (1994) estudaram 225 adolescentes, divididos em três grupos, a saber: adolescentes não-delinqüentes, adolescentes com alguns comportamentos delinqüentes e adolescentes delinqüentes, com comportamentos socialmente hostis. Não houve diferenças significativas em relação à exploração e ao comprometimento de maneira geral, porém, ao analisar os domínios separadamente, observaram-se vagos comprometimentos com a escola ou trabalho pelos adolescentes delinqüentes e muita hostilidade em relação à sociedade e aos adultos, com um relacionamento mais distante entre pais e filhos. Os não-delinqüentes apresentaram altos escores tanto em exploração quanto em comprometimento em relação ao domínio religião/política, apresentando atitudes mais positivas em relação ao trabalho e à escola.

Diferentemente da América do Norte e Europa, não existem pesquisas empíricas brasileiras sobre os estados de identidade. Embora o conceito não seja desconhecido no Brasil, este construto bastante difundido nos trabalhos brasileiros não se baseia na teoria Psicossocial de Erikson e nem nos estudos de Marcia.

O presente trabalho é um estudo preliminar a respeito do desenvolvimento da identidade pessoal, interessado em conhecer o processo de formação da identidade na adolescência, uma vez que a literatura mostra este estágio como o mais importante do processo.

Método

Participantes

Participaram deste estudo 25 estudantes do Ensino Médio de uma escola particular na cidade de São Paulo, SP, sorteados de um universo de 168 estudantes, distribuídos pelas três séries do Ensino Médio. Destes, treze eram do sexo feminino e doze do sexo masculino, com idades variando de 15 a 17 anos. Onze adolescentes freqüentavam a 1a série do Ensino Médio; oito, a 2a série; e seis, a 3a série. Da primeira série, foram entrevistados seis estudantes do sexo masculino e cinco do sexo feminino; da segunda série, foram entrevistados quatro estudantes de cada sexo; e da terceira série participaram do estudo dois estudantes do sexo masculino e quatro do sexo feminino.

Instrumentos

Foram utilizados dois instrumentos: a adaptação brasileira da Groningen Identity Development Scale – GIDS (Bosma, 1985), que foi respondida em entrevista individual, gravada; o Young Self Report – YSR (Achenbach, 1991a), auto-aplicável, além de uma ficha de dados pessoais construída especialmente para o presente estudo.

GIDS

A Groningen Identity Development Scale, de origem holandesa, é composta de três partes: (1) um questionário abrangendo seis domínios, (2) a formulação de compromissos por domínio e (3) uma escala de Likert para avaliar o grau de comprometimento e exploração em cada domínio. Os domínios abrangidos são: (1) filosofia de vida (religião, política, ideologias); (2) pais; (3) amizade; (4) escola, trabalho e tempo livre; (5) características pessoais; e (6) relações amorosas.

A primeira parte, o questionário, é respondida através de uma entrevista gravada, em que sempre se começa com questões a respeito do significado do tema para o participante, como o maneja; seguido de questões comparando o participante com outras pessoas (pais, amigos). Há também questões enfocando as dúvidas e incertezas sobre o tema, mudanças de opinião e formas de sustentar suas opiniões. A segunda parte é uma frase que melhor expresse a opinião do participante sobre o tema desenvolvido durante o questionário. A terceira parte é uma escala do tipo Likert, em que o participante responde sobre a frase formulada na segunda parte.

Este instrumento permite que o entrevistador classifique as opiniões em cada área em categorias diferentes em função do seu conteúdo (segunda parte). Também permite o cálculo das pontuações médias para as escalas C (compromisso) e E (exploração) para cada grupo de adolescentes em cada domínio (terceira parte), com vistas a comparações e análises de diferenças por meio de provas estatísticas. Por fim, é possível a realização de perfis individuais, que, nos casos mais homogêneos, poderiam servir para situar o participante em um dos estados de identidade (primeira e terceira partes).

YSR

O Young Self Report é um inventário de comportamentos, auto-aplicável, para jovens dos 11 aos 18 anos, derivado do Child Behavior Check List (CBCL). Foi estruturado para obter respostas do adolescente a respeito de suas próprias competências e problemas (Achenbach, 1991a).

É composto por duas partes: a primeira contém sete questões a respeito de comportamentos sociais (amizade, escola), formando a escala de competência, e a segunda, itens que avaliam problemas de comportamento e comportamentos socialmente desejáveis, formando as escalas de distúrbio total e síndromes. A palavra síndrome refere-se aos problemas que tendem a ocorrer juntos (Achenbach, 1991b). Os adolescentes podem ser avaliados nas escalas individuais e também em relação ao distúrbio total, e o resultado é ajustado ao sexo e à idade do participante.

Para responder ao YSR, o manual sugere que o adolescente tenha uma idade mental equivalente a dez anos ou leitura equivalente à 5a série (Achenbach, 1991a). As respostas do participante devem referir-se somente aos últimos seis meses, contados a partir da data do preenchimento. O YSR está estruturado para que o adolescente gaste em torno de 15 minutos para responder ao instrumento. Os itens estão escritos na primeira pessoa do presente do indicativo.

A somatória dos escores obtidos na segunda parte permite ao avaliador traçar um perfil comportamental do adolescente, derivado da análise de nove agrupamentos de itens ou síndromes: I – Retraimento; II – Queixas Somáticas; III – Ansiedade/Depressão; IV – Problemas com o Relacionamento Social; V – Problemas com o Pensamento; VI – Problemas com a Atenção; VII – Comportamento Delinqüente; VIII – Comportamento Agressivo; IX - Autodestruição ou Problemas de Identidade. Esta última síndrome é restrita aos adolescentes do sexo masculino. O agrupamento das três primeiras síndromes forma a Escala de Internalização e o agrupamento das síndromes VII e VIII forma a Escala de Externalização, detectadas e nomeadas desta forma a partir de várias análises multivariadas de problemas emocionais.

Procedimentos

Foram sorteados alunos para participar da pesquisa e solicitada autorização ao responsável para o adolescente participar da entrevista individual e gravada em fita cassete. O objetivo da entrevista era permitir que o adolescente, ao responder as perguntas da entrevista, refletisse sobre as seis áreas. A seguir, era solicitado que o adolescente escrevesse uma frase que resumisse suas idéias a respeito do que foi conversado. Por exemplo, após ter sido entrevistado a respeito do tema 'filosofia de vida', um adolescente resumiu da seguinte forma suas respostas: "religião é a base de tudo, o único caminho para a vida". Outro, após ter sido entrevistado a respeito do tema 'pais', escreveu a seguinte frase: "meus pais são muito importantes para mim". Estas frases configuram-se como formulação de um compromisso, a respeito do qual o adolescente respondia, logo em seguida, uma escala tipo Likert, a fim de se quantificar o compromisso e a exploração.

A aplicação da GIDS, em geral, ocorreu em dois encontros de quarenta e cinco minutos cada. Alguns adolescentes necessitaram de três, ou por serem mais falantes ou por terem idéias mais claras sobre os temas. No final do primeiro encontro, o participante recebeu o instrumento YSR para trazer respondido no início do segundo encontro.

Resultados

Quanto às escalas de comprometimento e exploração

Foi analisado o grau de comprometimento e exploração de cada participante nos seis domínios abrangidos pela GIDS e calculada a pontuação média de cada uma dessas variáveis, compromisso e exploração, as quais permitiram categorizar os participantes em um dos quatro estados de identidade de acordo com o paradigma de Marcia (1966), como mostra a Tabela 1.

Usando a média da nossa amostra como ponto de corte, os adolescentes foram divididos em dois grupos baseados no grau de exploração e comprometimento: alto (maior que a média) e baixo (menor que a média). Desta forma, foram classificados em alta exploração doze adolescentes e em baixa exploração, treze; em alto comprometimento, nove adolescentes e em baixo comprometimento, catorze.

Partindo do pressuposto de que meninos e meninas constróem sua identidade de maneira diferente, analisamos o grau de exploração e comprometimento de ambos os sexos, utilizando o Teste Exato de Fisher e adotando um nível de significância de 0,05. Não houve diferença significativa em nenhuma das duas variáveis em relação ao sexo. Para a variável exploração foi encontrado p = 0,238; e para a variável comprometimento, p = 0,411. Esse resultado não-significativo pode ser devido à participação de somente 25 adolescentes. Pode-se concluir, também, que o resultado total de exploração e compromisso não exprime o processo de construção de identidade, devendo-se estudar cada área separadamente.

Quanto ao estado de identidade

Foi traçado o perfil individual de cada adolescente do estudo, baseado no grau de comprometimento e exploração, situando-os em um dos estados de identidade de acordo com o paradigma de Marcia (1966). Foram encontrados três adolescentes em construção de identidade, sete em moratória, seis em execução, e nove em difusão de identidade.

Uma extensão do Teste Exato de Fisher foi utilizada para verificar a significância entre o estado de identidade e as variáveis trabalhadas, sexo, idade e série escolar. O tratamento estatístico não evidenciou diferenças em relação aos três aspectos. Novamente pode ter sido devido ao baixo número de participantes ou ser conseqüência da pequena variação da idade (somente 3 anos: 15, 16 e 17) e série escolar (somente três: 1a, 2a e 3a séries do Ensino Médio), já que o processo de construção de identidade é bastante longo.

Quanto aos resultados do YSR

O resultado da segunda parte do Youth Self Report foi analisado em relação ao escore total dos problemas de comportamento. No presente estudo, os problemas de comportamento foram medidos através do escore total da segunda parte do YSR. Os adolescentes, a partir das respostas dadas ao instrumento, foram divididos em dois grupos: clínicos e não-clínicos. Desse modo, 14 adolescentes foram considerados não-clínicos e 11 adolescentes, clínicos – três limítrofes com os oito clínicos.

Os três adolescentes que se encontravam em construção de identidade foram considerados não-clínicos. Após tratar os dados com uma extensão do Teste Exato de Fisher, os resultados mostraram uma tendência (p = 0,103) para mais problemas de comportamento entre os estudantes em moratória, ou seja, entre aqueles que apresentam comprometimentos vagos e estão explorando as alternativas. Com este resultado, foi realizada uma análise separada das variáveis que compõem o estado de identidade – exploração e comprometimento (ver Tabela 2).

Não foi encontrado resultado significativo através do Teste Exato de Fisher entre exploração e problemas de comportamento (p = 0,428). Foi observado que a falta de comprometimento tinha relação positiva com a presença de problemas de comportamento medido pelo YSR (p = 0,033).

Discussão

É consenso entre os autores que a adolescência começa com a puberdade. O início da adolescência é marcado pelas mudanças corporais. O fim da adolescência parece ser marcado pelas mudanças sociais, ou seja, quando o indivíduo completa as tarefas desenvolvimentais do período. Pensando assim, entendemos porque, no estudo da identidade, há numerosos trabalhos com estudantes universitários. A construção da identidade não fica limitada ao período cronológico da adolescência (com final entre 18 ou 20 anos), mas prolonga-se até que o indivíduo consiga, pelo menos, algumas tarefas, como a carreira e a independência econômica.

Em geral, é a incapacidade para decidir uma identidade ocupacional o que mais perturba os jovens (Erikson, 1972). Desenvolver uma identidade madura supõe identificar-se com uma ocupação determinada e com um núcleo de relações interpessoais relativamente estáveis. Por isso, ao entrevistarmos os adolescentes, separamos os domínios, porém os analisamos de uma forma global, entendendo a identidade como um construto multidimensional.

Apesar de ser aceito na literatura que os adolescentes questionam os valores e conceitos estabelecidos, os estudantes entrevistados pareceram concordar com a formação que receberam de seus pais. Os resultados obtidos neste estudo sugerem que os conflitos entre pais e filhos restringem-se mais às questões cotidianas, como horários, roupas, corte de cabelo, dever de casa, estudo para provas, do que aos valores transmitidos pela família. Os adolescentes da amostra não negaram os valores dos pais nem os fornecidos pela escola, apenas enfatizaram a necessidade da individuação.

Crescer é um assunto familiar (Kimmel & Weiner, 1998). O crescimento consiste em aprender a ser independente dos pais e de outros adultos significativos. Ao se compreender que o adolescente precisa de liberdade para ser ele mesmo, escolher seus amigos e preservar a intimidade de seus pensamentos e sentimentos, entende-se que ele não luta contra os pais, mas a favor de seu crescimento.

Molpeceres e Zacarés (1999) consideram o grupo de pares constituído na adolescência como um "laboratório social". As relações igualitárias e recíprocas permitem a exploração de diversos tipos de comportamentos, favorecendo o desenvolvimento do adolescente.

Um grande fantasma na adolescência é a "pressão dos pares". Há um grande medo de que os amigos "levem o adolescente para o mau caminho". Segundo Papalia e Olds (2000), os pares realmente exercem forte influência, mas em geral os adolescentes não "caem" num grupo de amigos, mas tendem a escolher amizades que sejam como eles próprios, influenciando-se mutuamente, tornando-se mais parecidos. Os adolescentes associam-se a grupos que compartilham seus valores, atitudes e comportamentos.

Dos vinte e cinco adolescentes entrevistados, vinte e dois adolescentes não estão em construção de identidade. Havighurst (1957) define, como tarefa desenvolvimental do adolescente, a conquista de uma escala de valores que guie seu comportamento. Isto demonstra que ainda há um caminho a percorrer por estes adolescentes para construir sua identidade pessoal.

O estado mais freqüente encontrado neste trabalho foi o de difusão de identidade. Isto pode ser devido à idade dos adolescentes, que ainda não começaram a construir sua identidade, ou mesmo ao grupo social estudado, que permite que os adolescentes posterguem suas escolhas e tomadas de decisão.

Apesar da literatura a respeito da adolescência definir que é neste período que se constrói a identidade, estudos vêm demonstrando que o processo continua no próximo estágio, o do adulto jovem.

Para a lei brasileira, a maioridade plena dá-se aos 21 anos, mas se o adolescente casar ou tiver emprego público antes de completar esta idade, é considerado maior. Ao mesmo tempo, encontramos indivíduos já na maioridade, porém considerados ainda adolescentes, por não terem completado as tarefas desenvolvimentais do período.

Todos os adolescentes que responderam à entrevista demonstraram interesse em prosseguir os estudos, cursando o Ensino Superior. Isto demonstra uma tendência em considerar os estudos um fator importante, em ambos os sexos. Tal projeto, continuação dos estudos, sugere que haja permissão social para que posterguem suas tomadas de decisão.

Durante a entrevista, cinco adolescentes manifestaram a intenção de, após terminar o Ensino Médio, passar um ano fazendo atividades que não estivessem vinculadas a estudos formais, como viajar. Com relação a este grupo, a pressão social para construir uma identidade pessoal é pequena, seguindo a tendência de postergar as decisões e ficar mais tempo na dependência dos pais. Este pode ser um dos fatores que explicam a razão de haver mais adolescentes com baixo comprometimento. Eles precisam de mais tempo para integrar os elementos de identidade (fatores intrapessoais, interpessoais e culturais).

Comprometimento não é apenas uma firme decisão sobre as diversas áreas que formam a identidade. Também é a presença de atividades dirigidas à implementação desta escolha. Observa-se nesta sociedade do novo milênio uma tendência ao descompromisso. Segundo Zacarés (1996), esta perspectiva sociocultural dificulta o processo de formação de identidade pelos adolescentes.

Ao mesmo tempo em que há um aumento na liberdade de escolha e nas opções, há também diminuição das restrições e pressões sociais a respeito das trajetórias da vida adulta que se pode seguir. Da mesma forma que se enfatiza a individualidade e o conhecer-se a si mesmo, não fica claro do que trata esse auto-conhecimento e como conseguir a individuação. Para Zacarés (1996), a sociedade do novo milênio combina um amplo repertório de possibilidades com uma falta de base sólida sobre o qual o indivíduo vai escolher suas opções. Erikson (1972) afirma que é obrigação das gerações mais velhas transmitir valores sólidos sobre os quais os mais novos irão construir sua identidade. Para Bosma (2001), a escolha de compromissos representa um funcionamento psicossocial mais maduro.

Para se construir uma identidade, precisa-se de valores claros que possam ser questionados - exploração - e, então, aceitos ou não - comprometimento. Kalina e Laufer (1974) já sinalizam que as sociedades ocidentais estão promovendo valores e exigências confusos e não-explícitos. Isto, a nosso ver, dificulta o desenvolvimento da identidade pessoal pois, antes de questionar os valores transmitidos pela sociedade e família, o adolescente precisa descobrir quais são.

Não foi possível estabelecer uma relação significativa entre problemas de comportamento e estado de identidade. Porém, houve uma tendência para os estudantes em moratória apresentarem mais problemas de comportamento que os estudantes em outros estados. Este resultado vai ao encontro do estudo formulado por Wires, Barocas e Hollenbeck (1994), que encontraram mais problemas de comportamento entre os estudantes no processo de formação da identidade pessoal. Porém, os problemas se mantiveram apenas nos adolescentes em difusão de identidade.

No estudo citado (Wires, Barocas & Hollenbeck, 1994), os problemas de comportamento - medido pelo número de deméritos recebidos por má conduta na escola - estavam relacionados com a exploração. No presente trabalho, não houve resultado significativo entre exploração e problemas de comportamento - medidos pelo YSR. Com medidas de variáveis diferentes, torna-se difícil comparar os dois estudos. Se analisarmos o baixo grau de comprometimento e problemas de comportamento, verificamos que houve resultado significativo. Justamente esta variável - comprometimento vago - é encontrada nos estados de moratória e difusão de identidade, aqueles que apresentaram maior índice de problemas de comportamento no estudo desenvolvido por Wires, Barocas e Hollenbeck (1994).

Para Bosma (1992), mais importante que estudar os estados de identidade, é estudar o grau de comprometimento e exploração dos adolescentes. Os comprometimentos refletem o sentimento de identidade pessoal. É através deles que o indivíduo se conhece e é conhecido pelos outros.

Como o instrumento utilizado neste estudo para medir problemas de comportamento, o YSR, é um instrumento de rastreamento de problemas mentais, o resultado significante entre baixo comprometimento, medido pela GIDS, e alto escore em problemas de comportamento, medido pelo YSR, vai ao encontro da teoria de Erikson, em que difusão de identidade é uma patologia, o não-cumprimento da tarefa evolutiva deste estágio. Erikson (1979) considera difusão de identidade uma psicopatologia, ou seja, o adolescente não conseguiu cumprir a tarefa desenvolvimental do estágio. Isto pode ser devido aos problemas mentais que o adolescente esteja enfrentando, que dificultam assumir compromissos firmes e acaba num ciclo vicioso, em que, então, a falta de comprometimento agrava seus problemas, e estes dificultam a escolha de compromissos. É um ciclo que se retro-alimenta.

Na difusão de identidade, o jovem não se preocupa com sua falta de comprometimento e, em conseqüência, não explora ativamente as alternativas disponíveis. Os jovens que permanecem no estado de difusão de identidade correm alto risco de desenvolver transtornos psicológicos (Kimmel & Weiner, 1998). Segundo Hoffman, Paris e Hall (1996), é um mito que os transtornos fiquem limitados ao período da adolescência e que desapareçam com o passar do tempo e o amadurecimento dos indivíduos. Os adolescentes que apresentam problemas comportamentais necessitam de ajuda para superá-los. Além disso, mesmo que uma conduta anormal seja transitória, pode ter efeitos duradouros. Por isso é importante o estudo da identidade na adolescência, a fim de prevenir o desenvolvimento de patologias.

A existência de conflitos familiares por causa da adolescência é um grande mito neste período. Papalia e Olds (2000) informam que "conflitos significativos são descritos em apenas 15 a 25% das famílias" (p. 356), afirmando, ainda, que muito provavelmente essas famílias já manifestavam problemas antes dos filhos chegarem à adolescência. Pais e filhos raramente se chocam por causa dos valores familiares (religiosos, políticos, educacionais). A maioria das discussões gira em torno de questões cotidianas, de importância menor, porém de grande desgaste emocional, como tarefas domésticas, deveres de casa, horários ou roupas.

Andrade e Novo (2000) observaram que há uma tendência cada vez mais solidificada de considerar o adolescente como irresponsável, despreocupado com o futuro e interessado exclusivamente em viver o momento presente e ter liberdade. É interessante notar que, quando entrevistados, os adolescentes não se identificam particularmente com tais características. Essa forma de considerar a adolescência é estereotipada, não refletindo a realidade de todos os adolescentes. Porém, os meios de comunicação, assim como as pessoas leigas, vêm contribuindo para a perpetuação desta visão distorcida dos adolescentes.

Cada contexto de desenvolvimento (família, escola, vizinhança, clubes) deve auxiliar a exploração e o compromisso, favorecendo o adolescente a adquirir competências e valores que tenham relevância para sua vida.

Este estudo apresenta algumas limitações. Observamos que, dentre os adolescentes entrevistados, onze foram considerados clínicos. Não podemos afirmar que seja uma característica dos adolescentes, visto não termos normas brasileiras para o YSR. Pode ser que os adolescentes que aceitaram participar do estudo tivessem um viés, estando interessados em ajuda psicológica. Para eliminar esta dúvida, seria necessário aplicar o instrumento a mais adolescentes, ou a todo o universo da escola. Com isto, poder-se-ia, até mesmo, verificar mais conclusivamente se há relação entre estado de identidade e problemas de comportamento. Isto porque diversos autores (e.g., Bosma, 2001; Erikson, 1972) concordam que o firme comprometimento com as escolhas levadas a efeito demonstra um comportamento psicossocial mais maduro. Os autores do presente estudo concordam com aqueles acerca deste ponto e também com o fato de que estudos da natureza proposta precisam ser realizados dentro do contexto de cada adolescente.

Deve-se acrescentar que os resultados da GIDS apresentados neste trabalho não devem ser generalizados para outras populações, pois identidade é a resultante de um processo que ocorre dentro de um contexto sociocultural (Bosma, 2001). Mudanças de contexto, ou mesmo de grupos dentro do mesmo contexto, podem implicar em mudanças na natureza da identidade. É conveniente assinalar que este é um estudo piloto e que, portanto, apresenta uma amostra bastante reduzida e homogênea de adolescentes, limitando as conclusões que se poderiam tirar dos resultados obtidos. Além do que, os dados foram analisados apenas nos resultados totais, tanto da GIDS, quanto do YSR; seria recomendável uma análise dos resultados de cada escala da GIDS, assim como das diferentes síndromes do YSR.

Como resultado deste estudo, temos dados preliminares que servirão como referência para novas pesquisas sobre formação de identidade. Ressaltamos que, apesar do instrumento ser de demorada aplicação, os adolescentes apreciaram respondê-lo e afirmaram ter o instrumento permitido a eles refletir sobre diversos assuntos.

Os dados obtidos põem em evidência a importância do aprofundamento de pesquisas a respeito dos mitos sobre a adolescência. Isto porque se acredita que cumprir a tarefa de construir uma identidade pessoal é contrária à idéia da adolescência ser um período marcado por intensa instabilidade emocional e haver um grande abismo entre as gerações. Parece difícil desenvolver uma identidade madura sem ter tido sucesso nas tarefas desenvolvimentais anteriores e sem um fundamento de valores sólidos.

O estudo da formação da identidade pessoal permite a avaliação do desenvolvimento do indivíduo, oportunizando o reconhecimento de possíveis desvios e a atuação preventiva.

Compreende-se a importância da área interpessoal no desenvolvimento da identidade. Observamos que na prática, pouco valor se dá a ela, deixando-se as pessoas se desenvolverem sozinhas nesta área, com pouca orientação, se compararmos com as atitudes ideológicas ou ocupacionais. É preciso que as escolas comecem a se preocupar mais com os relacionamentos, não só com o conteúdo.

Observa-se uma falta de valores em nossa sociedade que está afetando nossos jovens. Os valores das gerações passadas estão sendo desconsiderados, sem se colocar nenhum outro no lugar.

Num mundo globalizado, em que os meios de comunicação e a facilidade dos meios de transporte ampliam nossa visão, trazendo valores os mais diversos, torna-se necessário educar procurando valores comuns, universais e propor uma educação que considere a dignidade humana. Nesse processo, a escola tem papel fundamental, pois junto com seus conteúdos programáticos, pode permitir a exploração nos diversos domínios, favorecendo ao indivíduo procurar compromissos firmes, sobre os quais paute a sua vida, e que o ajude a ser útil à sociedade.

Recebido em 01.04.02

Revisado em 10.09.02

Aceito em 28.04.03

Nota

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  • 1
    Este artigo apresenta uma parte dos resultados obtidos na dissertação de mestrado da primeira autora, orientada pela terceira e co-orientada pela segunda.
    Teresa Helena Schoen-Ferreira, mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo, é professora na Faculdade Paulista de Educação e Comunicação e no Instituto Superior de Educação de Ibiúna.
    Maria Aznar-Farias, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo, é professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo.
    Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo, é professora titular do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP e bolsista do CNPq.
    Endereço para correspondência: Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente, Rua Botucatu, 715, CEP 04023-062, São Paulo/SP, Brasil. Tel.: (11) 5576-4360 - 5579.7387, E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      22 Out 2003
    • Data do Fascículo
      Abr 2003

    Histórico

    • Aceito
      28 Abr 2003
    • Recebido
      01 Abr 2002
    • Revisado
      10 Set 2002
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