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Concepções de juventude e política: produção acadêmica em periódicos científicos brasileiros (2002 a 2011)

Conceptions of youth and politics: academic production in Brazilian journals (from 2002 to 2011)

Concepciones de la juventud y de la política: la producción académica en revistas científicas brasileñas (2002-2011)

Resumos

O objetivo deste trabalho foi mapear a produção acadêmica sobre Juventude e Política em periódicos brasileiros de 2002 a 2011, colocando em cena o modo pelo qual o jovem vem sendo apresentado nestas produções, e como a política vem sendo significada no âmbito da juventude contemporânea. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, utilizando a Biblioteca Eletrônica do SciELO (Scientific Electronic Library Online) como base de dados. Neste trabalho, trataremos um total de 33 artigos, sendo 16 da unidade temática Formação do Sujeito Político, 13 que abordam Juventude e Participação Política e quatro acerca das Contribuições teóricas sobre juventude e política. Os resultados nos trazem cinco categorias de análise para o conceito de juventude e quatro categorias de análise do conceito de política, as quais se constituem hegemônicas, mostrando maiores e menores graus de complexidade.

pesquisa bibliográfica; juventude; sujeito político; participação política


The aim of this study was to map the academic production on Youth and Politics in Brazilian journals from 2002 to 2011, putting into play the way the young man is being presented in these productions, as well as the policy has been signified in the context of contemporary youth. It is a literature search using the Electronic Library of the SciELO (Scientific Electronic Library Online) as a database. In this work, we will treat a total of 33 articles, 16 of thematic unity Formation of Political Subject, 13 addressing Youth and Political Participation and 4 about the theoretical contributions on youth and politics. The results bring us five categories of analysis for the concept of youth and four categories of analysis of the concept of politics, which constitute hegemonic, showing greater and lesser degrees of complexity.

bibliographic research; youth; political subject; political participation


El objetivo de este estudio fue correlacionar la producción académica sobre la juventud y política en revistas brasileñas desde 2002 hasta 2011 poniendo en juego la forma en que el joven se presenta en estas producciones, y de que manera la política se ha manifestado en el contexto de la juventud contemporánea. Este estudio se caracteriza por una investigación bibliográfica, en que la base de datos utilizada fue la Biblioteca Electrónica de la colección SciELO (Scientific Electronic Library Online). En este trabajo, vamos analizar un total de 33 artículos, 16 de los cuales se refieren a la unidad temática de Formación del Sujeto Político, 13 sobre Juventud y Participación Política y 4 de las concepciones teóricas sobre la juventud y la política. Los resultados indican cinco categorías de análisis para el concepto de juventud y cuatro categorías de análisis de la concepción de la política que se constituyen hegemónicas, revelando mayor o menor grado de complejidad.

investigación bibliográfica; juventud; sujeto político; participación política


DOSSIÊ JUVENTUDE E POLÍTICA

Concepções de juventude e política: produção acadêmica em periódicos científicos brasileiros (2002 a 2011)

Conceptions of youth and politics: academic production in Brazilian journals (from 2002 to 2011)

Concepciones de la juventud y de la política: la producción académica en revistas científicas brasileñas (2002-2011)

Kátia MaheirieI; Apoliana Regina GroffI; Gabriel BuenoII; Laura Kemp de MattosIII; Dâmaris Oliveira Batista da SilvaIV; Flora Lorena MüllerV

IUniversidade Federal de Santa Catarina

IIPsicólogo

IIIUniversidade Federal de Santa Catarina

IVUniversidade Federal do Sul de Santa Catarina

VPsicóloga

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi mapear a produção acadêmica sobre Juventude e Política em periódicos brasileiros de 2002 a 2011, colocando em cena o modo pelo qual o jovem vem sendo apresentado nestas produções, e como a política vem sendo significada no âmbito da juventude contemporânea. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, utilizando a Biblioteca Eletrônica do SciELO (Scientific Electronic Library Online) como base de dados. Neste trabalho, trataremos um total de 33 artigos, sendo 16 da unidade temática Formação do Sujeito Político, 13 que abordam Juventude e Participação Política e quatro acerca das Contribuições teóricas sobre juventude e política. Os resultados nos trazem cinco categorias de análise para o conceito de juventude e quatro categorias de análise do conceito de política, as quais se constituem hegemônicas, mostrando maiores e menores graus de complexidade.

Palavras-chave: pesquisa bibliográfica; juventude; sujeito político; participação política.

ABSTRACT

The aim of this study was to map the academic production on Youth and Politics in Brazilian journals from 2002 to 2011, putting into play the way the young man is being presented in these productions, as well as the policy has been signified in the context of contemporary youth. It is a literature search using the Electronic Library of the SciELO (Scientific Electronic Library Online) as a database. In this work, we will treat a total of 33 articles, 16 of thematic unity Formation of Political Subject, 13 addressing Youth and Political Participation and 4 about the theoretical contributions on youth and politics. The results bring us five categories of analysis for the concept of youth and four categories of analysis of the concept of politics, which constitute hegemonic, showing greater and lesser degrees of complexity.

Keywords: bibliographic research; youth; political subject; political participation.

RESUMEN

El objetivo de este estudio fue correlacionar la producción académica sobre la juventud y política en revistas brasileñas desde 2002 hasta 2011 poniendo en juego la forma en que el joven se presenta en estas producciones, y de que manera la política se ha manifestado en el contexto de la juventud contemporánea. Este estudio se caracteriza por una investigación bibliográfica, en que la base de datos utilizada fue la Biblioteca Electrónica de la colección SciELO (Scientific Electronic Library Online). En este trabajo, vamos analizar un total de 33 artículos, 16 de los cuales se refieren a la unidad temática de Formación del Sujeto Político, 13 sobre Juventud y Participación Política y 4 de las concepciones teóricas sobre la juventud y la política. Los resultados indican cinco categorías de análisis para el concepto de juventud y cuatro categorías de análisis de la concepción de la política que se constituyen hegemónicas, revelando mayor o menor grado de complejidad.

Palabras clave: investigación bibliográfica; juventud; sujeto político; participación política.

Este trabalho visa mapear a produção acadêmica sobre Juventude e Política em periódicos brasileiros de 2002 a 2011, colocando em cena o modo pelo qual o jovem vem sendo apresentado nestas produções, e como a política vem sendo significada no âmbito da juventude contemporânea. Nesta direção, algumas questões movimentam este trabalho: Juventude e Política, que conhecimentos têm sido produzidos em periódicos brasileiros em torno desta interface nos últimos 10 anos? Que metodologias vêm sendo utilizadas nas pesquisas e estudos? Que concepções de Juventude e de Política circulam nestas produções?

Borelli e Oliveira (2010) analisam as práticas políticas dos jovens no Brasil e o campo teórico e as escolhas metodológicas das investigações sobre juventude no período de 1960 a 2000. Nos anos sessenta, segundo as autoras, a juventude é colocada como um segmento de forte participação política e conectada à militância estudantil, sendo que nesta década os jovens aparecem como protagonistas de ações culturais significativas que marcaram este período no país de forma emblemática em sua história. Borelli, Rocha, Oliveira e Lara (2009) também apontam que:

(...) a produção acadêmica brasileira na década de 1960 contribuiu para disseminar, no campo do conhecimento, uma noção de juventude que, de fato, se restringe a um segmento bastante específico da população juvenil; nada a ver com o jovem, trabalhador/estudante das camadas subalternas, ou dos adolescentes e jovens dos ensinos primários e secundários, ou mesmo de jovens vivendo fora da escola. (p.378)

Isto é, o segmento juvenil militante dos anos 60 eram, sobretudo, estudantes universitários de classe média e alta. E na década de setenta, ainda permanece nas produções acadêmicas "a associação entre juventude, condição de estudante e práticas políticas, mas agora a juventude encontra-se correlacionada a outras temáticas, tais como urbanização, lazer e educação" (Borelli & Oliveira, 2010, p.63). No entanto, neste período algumas produções apontam para um esvaziamento do campo político por parte da juventude, onde certa apatia era vivida em comparação com os anos de efervescência da década anterior e com isso, os anos 70 se caracterizaram como "tempos de vazio político e cultural, de carência de participação, de ausência de projetos de intervenção e de projeção para o futuro, marcos históricos imprescindíveis na caracterização da década anterior" (Borelli et al., 2009, p.379).

Apesar de no início dos anos 80 a juventude ter realizado significativas mobilizações em torno do voto direto para presidente, às produções acadêmicas desta década apontam para uma retração dos movimentos estudantis e, com isso, ocorre uma fragmentação temática e conceitual sobre juventude devido à busca de pesquisadores e estudiosos em compreender as razões da falta de participação política dos jovens (Borelli & Oliveira, 2010).

Sobre a retração na participação dos jovens na esfera política, Borelli e Oliveira (2010) ainda explicam que "a produção acadêmica revela um deslocamento dos jovens dos espaços mais institucionalizados de ações políticas, para formas de subjetivações e aderência às micropolíticas do cotidiano, entre elas um eixo voltado para a inserção dos jovens nos grandes centros urbanos" (p.63).

Os caras-pintadas, no início dos anos 90, afetaram a história política do país com mobilizações nas ruas contra a corrupção e pelo o impeachment do presidente Collor. Sobre esta década, Borelli e Oliveira (2010) apontam que "comportamentos e estilos juvenis, tidos como contestadores, marcam as tendências das pesquisas acadêmicas nos anos noventa" (p. 64); há também neste período um grande número de estudos em torno das políticas públicas voltadas à juventude; e a diversificação nas produções em torno da temática juvenil neste período deu condições para emergência de uma concepção de juventude no plural (Borelli & Oliveira, 2010).

Já os primeiros anos de 2000 são apontados pelas autoras como um período que mobilizou os jovens brasileiros por meio dos encontros do Fórum Social Mundial. Os três primeiros encontros aconteceram no Brasil, na cidade de Porto Alegre/RS e tiveram como marca a heterogeneidade de participantes e de movimentos como, por exemplo, grupos feministas, ecologistas, de direitos humanos, estudantis, dentre outros (Borelli & Oliveira, 2010).

Boghossian e Minayo (2009) em uma revisão de literatura língua inglesa e portuguesa entre 1997 e 2007 sobre participação juvenil, constataram na produção bibliográfica deste período dois aspectos predominantes: o baixo engajamento político e a emergência de novas formas de participação. Estes aspectos se aproximam das literaturas pesquisadas por Borelli e Oliveira (2010) já na década de 80, o que nos aponta indícios de um processo de mudança na forma de participação dos jovens na esfera política que vem acontecendo pelo menos há 20 anos. Tal transformação implica em compreender, talvez, não a falta de participação, mas as novas formas de fazer política, de constituir coletivos e de se fazer ver e ouvir, nos mais diferentes contextos. E como ressaltam Boghossian e Minayo (2009) jovens de diferentes países tem combatido os preconceitos que os afetam por meio "de expressões e conexões que se multiplicam na arte, no pensamento ecológico, no campo da espiritualidade e na valorização da diversidade e do pluralismo social." (p. 421)

Como nosso intuito é o de compreender a relação entre juventude e política em periódicos brasileiros dos anos 2002 a 2011, este olhar retrospectivo e atual proporcionado pelos trabalhos aqui citados nos ajuda a analisar e problematizar as concepções de juventude, de política e de participação na literatura aqui pesquisada.

Método

A pesquisa que envolveu a produção deste artigo caracterizou-se como bibliográfica. Seu objetivo foi mapear e discutir o estado do conhecimento da produção acadêmica sobre juventude e política divulgada em periódicos científicos brasileiros entre 2002 e 2011. Optamos pela Biblioteca Eletrônica do SciELO (Scientific Electronic Library Online) como base de dados. A pesquisa no SciELO foi realizada no mês de agosto de 2012 com os seguintes descritores: jovem e política; jovens e política; jovem e políticas; jovens e políticas; juventude e política; juventudes e política; juventude e políticas; juventudes e políticas. Encontramos 236 artigos, sendo que, dentre estes, 63 estavam repetidos. Selecionamos então, os 173 artigo1 1 . Quantidade de artigos em relação a cada descritor: jovem e política (11); jovens e política (48); jovem e políticas (08); jovens e políticas (64); juventude e política (16); juventudes e política (00); juventude e políticas (23); juventudes e políticas (03). para serem inicialmente analisados por meio da leitura dos títulos, resumos e palavras-chave. Numa primeira leitura, foram excluídos 76 artigos a partir dos seguintes critérios: artigos que utilizam o descritor jovem e/ou juventude para se referir a uma faixa etária ou categoria investigada sem, no entanto, problematiza-la no campo político que o concerne; artigos com o descritor política mas que não relacionam às discussões em torno da juventude; resumos de teses e dissertações; resenhas de livros.

Foi realizada a leitura do texto integral dos 97 artigos restantes, sendo os mesmos caracterizados em relação aos seguintes aspectos: a) titulação e instituição dos autores, ano de publicação e área de concentração dos periódicos; b) tipo de produção a que o artigo se refere, método e referencial teórico, objetivos, resultados e conclusões, concepções de juventude e de política. Com esta leitura, verificamos a necessidade de excluir outros seis artigos por conta de serem textos que, apesar de enunciarem no resumo que tratariam das temáticas juventude e política, estas não eram trabalhadas.

Os 91 artigos restantes foram agregados em quatro unidades temáticas de análise, criadas posteriormente a leitura dos mesmos, sejam elas: Juventude e Políticas Públicas; Formação do Sujeito Político; Juventude e Participação Política; Contribuições Teóricas sobre Juventude e Política. No entanto, às informações sobre o tipo de produção, método e referencial teórico, objetivos, resultados e conclusões, concepções de juventude e de política serão apresentados somente aos artigos vinculados às três últimas unidades mencionadas acima, pois a temática Juventude e Políticas Públicas por englobar um total de 58 artigos terá sua discussão exposta em publicação específica. Desta forma, quanto às reflexões que seguem, estas refletem as análises realizadas com um total de 33 artigos, sendo 16 artigos da unidade temática Formação do Sujeito Político, 13 artigos que abordam Juventude e Participação Política e quatro sobre Contribuições teóricas sobre juventude e política. Porém, quanto aos dados relativos à titulação e instituição dos autores, ano de publicação e área de concentração dos periódicos serão apresentados o resultado dos 91 artigos analisados.

Resultados

Os 91 artigos publicados sobre juventude e política entre 2002 e 2011 estão apresentados de acordo com o ano de publicação na Figura 1.


Encontramos apenas um artigo publicado em 2002 e oito trabalhos em 2006 sobre a temática investigada. Assim, observase um crescimento significativo do número de artigos a partir de 2007. Destaca-se 2008 com 17 publicações e 2009 com 16 publicações. Nos anos de 2010 e 2011 pode-se observar uma ligeira diminuição: foram encontrados 12 artigos para cada ano.

Com relação aos periódicos em que os artigos foram publicados, observa-se na Figura 2 uma prevalência de trabalhos na área da Educação com 28 artigos no total.


Em seguida destacam-se os periódicos relacionados às Ciências Sociais com 21 trabalhos e à Psicologia com 20 artigos. A área da Saúde também aparece em destaque com 11 artigos publicados. Foram encontrados ainda quatro trabalhos em periódicos de Estudos de Gênero, três em periódicos de esportes e dois em periódicos de Estudos Populacionais. Compõem a categoria Outros, dois trabalhos de áreas diferentes: um de Serviço Social e outro de Estudos Afro-Asiáticos.

No que tange a titulação dos 190 autores dos artigos, destaca-se a prevalência de Doutores. Encontramos 127 autores doutores, 27 mestres e 16 doutorandos. Observa-se ainda que quatro autores são mestrandos, 12 com ensino superior completo e quatro graduandos. E quanto às áreas de titulação destes, encontramos 56 autores da área da psicologia, seguidos por 49 autores da área da educação. Há 34 trabalhos de autores das ciências sociais e 28 das ciências da saúde. Outras áreas como economia, administração e educação física, por exemplo, somadas correspondem a 10% das titulações dos autores. Foram ainda encontrados três autores cuja titulação não foi identificada.

Em relação às instituições nas quais os autores estão vinculados, pode-se verificar que grande parte delas são universidades. A Figura 3 apresenta as instituições que tiveram mais de três trabalhos vinculados.


Destaca-se a Universidade de São Paulo com 17 autores dos artigos analisados, seguida pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com nove trabalhos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal Fluminense com oito artigos cada. Outros 31 artigos analisados são vinculados a instituições com menos de 10% dos autores, tais como as Universidades Federais de Santa Catarina, de Goiás, Brasília, do Paraná, de Minas Gerais e Universidades Estaduais de Campinas e do Rio de Janeiro e a Universidade Católica de Pelotas.

Esse conjunto de informações possibilita afirmar: o crescente interesse dos pesquisadores pela temática juventude e política; que as universidades configuram-se como lócus privilegiado de produção de conhecimentos no Brasil; a concentração da produção em instituições das regiões sul e sudeste do país; a consonância das áreas de concentração dos periódicos bem como das áreas de titulação dos autores que produzem conhecimentos sobre a interface juventude e política, a saber, Psicologia, Educação, Ciências Sociais e Saúde.

Formação do sujeito político

Dentre o conjunto de artigos selecionados a partir dos descritores anteriormente referidos, 16 versaram sobre a temática Formação do Sujeito Político, enfatizando dimensões objetivas e subjetivas constitutivas da condição política dos jovens. Dois dos artigos desta temática consistem em ensaios: um deles pautou-se no diálogo com autores do campo da política, como Chantal Mouffe, Hannah Arendt e Ernesto Laclau para discutir a atualidade da noção de socialização política (Castro, 2009). O outro ensaio, cujo objetivo consistiu em refletir sobre o sentido político da transformação do jovem em estudante, apoiou-se em referencial marxista para dialogar com "pesquisas atuais acerca da juventude, em especial naquilo que concerne às suas interpretações sobre a participação política dos jovens e às comparações que fazem entre diferentes épocas e contextos da política estudantil" (Mortada, 2009, p.373).

Dos 14 artigos cujas discussões pautaram-se em pesquisas de campo, os recursos metodológicos utilizados foram diversos: documentos, entrevistas, questionários. Dois artigos analisaram documentos, ambos focando produções estéticas, a saber, letras de rap, que teve como objetivo analisar a representação social da mulher no movimento hip-hop sob a ótica da teoria das representações sociais e de gênero (Matsunaga, 2008), e um seriado televisivo, com objetivo de compreender as condições de emergência, de produção e os discursos sobre os jovens de periferia por meio do pensamento arqueológico de Michel Foucault (Schwertner, 2007).

Afirmam utilizar como estratégia metodológica entrevistas três outros artigos: Ribeiro (2007) analisou dados de 1149 entrevistas tipo survey realizadas com jovens brasileiros de 15 a 25 anos visando avaliar o impacto das instituições democráticas sobre estes. Pesquisa de opinião a partir de entrevistas e grupos de diálogo foi realizada por Dayrell, Gomes e Leão (2010) com 1000 jovens na faixa etária de 15 a 24 anos, visando analisar as representações juvenis sobre a participação social e discutir o papel da escola como fomentadora dessas experiências participativas. Damico e Meyer (2010), por sua vez, entrevistaram 10 jovens com idades entre 17 a 30 anos da periferia de Paris para analisar os processos de constituição de identidades juvenis masculinas naquele contexto. As discussões e análises fundamentaram-se nos estudos de gênero, em teorias pós-estruturalistas, na antropologia política e nas contribuições de Michel Foucault.

Questionários foram utilizados em outra pesquisa referida como survey, realizada com 351 alunos de ensino médio de Belo Horizonte com o objetivo analisar os fatores ambientais e os atributos individuais que contribuem para a apropriação do conhecimento sobre política (Fuks & Pereira, 2011). Sá, Oliveira, Castro, Vetere e Carvalho (2009), por sua vez, aplicaram 834 questionários com habitantes do Rio de Janeiro de três diferentes faixas etárias, sendo 432 jovens de 15 a 21 anos. O objetivo desta pesquisa consistiu em descrever e analisar comparativamente as memórias históricas sobre o regime militar dos jovens, adultos e idosos, tendo como referencial a teoria das representações sociais.

Completam esse conjunto de 16 artigos que versaram sobre a temática Formação do Sujeito Político, sete relatos de pesquisas que mesclaram diferentes procedimentos metodológicos. Dois desses trabalhos, autodenominados etnográficos, tiveram como foco: analisar, sob a ótica de Michel Foucault, como a conduta sexual de jovens se tornou objeto de investimento político e instrumento de tecnologia de governo (Altmann, 2007); a outra pesquisa buscou compreender as relações raciais e de gênero em contextos de pobreza (Pinho, 2007). Ambos estudos foram desenvolvidos com jovens da cidade do Rio de Janeiro e discutiram questões relacionadas à sexualidade. Um artigo, de autoria de Lobo e Cassoli (2006), relata uma pesquisa que mesclou entrevistas e observações para, a partir de Foucault, Nietzsche e Bakhtin, analisar as possibilidades de inclusão social de jovens de periferia via artes circenses.

Outras duas pesquisas utilizaram entrevistas, análise de documentos e observações para discutir as relações entre jovens, política e religião: a primeira objetivou investigar o papel desempenhado pelos jovens em movimentos religiosos diversos (Mariz, 2005); e a segunda, olhou para o modo pelo qual a passagem "pelo militantismo político em movimentos de juventude católica (Juventude Universitária Católica e Juventude Estudantil Católica) se constituiu em um lócus de socialização importante para os mentores dos primeiros dispositivos que contribuíram para a institucionalização da produção filosófica universitária no Brasil" (Ferreira, 2009, p. 113). Outra pesquisa com temática semelhante foi realizada por Fernandes (2011), na qual a pesquisadora entrevistou 543 jovens evangélicos e 158 jovens católicos da baixada fluminense, visando analisar as relações entre juventude, religião e política para estes sujeitos. Por fim, Mota (2005) analisou documentos e entrevistas realizadas com professores de sociologia do ensino médio para, fundamentado em autores da pedagogia crítica, compreender a contribuição do ensino dessa disciplina na formação escolar dos jovens.

Juventude e participação política

Dos 13 artigos analisados que tratam da temática de Juventude e Participação Política, nove são estudos empíricos, um realiza uma análise de experiência, outro trabalha com análise de documentos e, ainda, dois são ensaios. Dentre os estudos empíricos, o trabalho de Fuks (2011) utilizou uma pesquisa tipo survey, onde foi empregada uma amostra não aleatória de 351 casos, para "entender o processo mediante o qual os jovens se tornam cidadãos participativos" (p. 175). Por meio de entrevistas aprofundadas, Moreno e Almeida (2009b) investigam a trajetória de jovens integrantes do Movimento Hip-Hop de Campinas. Também utilizando entrevistas e observações, Moreno e Almeida (2009a) se valem das contribuições de Guillot, Pierre Bourdieu e Michel Offerlé, para compreender como se formou uma associação militante integrada por jovens rappers. Vicentin (2011), tendo como referencial o pensamento foucaultiano, realiza um estudo acerca de duas experiências de sofrimento ético-político vivenciado por jovens que cumpriam medida de internação. A relação entre esfera pública e internet foi abordada por Coutinho e Safatle (2009), onde os autores analisaram sites da internet e utilizaram duas pesquisas do IBOPE sobre as fontes de informações para os eleitores. Pinho (2005), à luz das contribuições de Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault e da análise de estudos de cunho etnográfico discutiu a consolidação do brau: "uma figura social que habita o mapa das representações de identidade da Salvador reafricanizada." (Pinho, 2005, p. 127).

Iriart e Bastos (2007) fizeram grupos focais com a participação de 7 a 16 jovens de ambos os sexos e inscritos voluntariamente na pesquisa, além de entrevista semiestruturada com quatro educadores, coordenadores e/ou técnicos e ainda entrevistas em profundidade com quatro jovens em diferentes contextos da cidade de Salvador, visando discutir o lugar social dos mesmos e suas (im)possibilidades de construção de rotas de inserção legítimas na dinâmica social. Florentino (2008), a partir de dados da PNAD 2005 e o Índice de Desenvolvimento Juvenil da UNESCO sobre a caracterização da juventude de Brasília e dados do TSE sobre o alistamento eleitoral facultativo entre jovens, realiza pesquisa de opinião (quantitativa) e grupos de diálogo (qualitativa) baseados na metodologia Choice Work Dialogue Methodology, objetivando mostrar a relação da juventude brasiliense com a política institucional. O artigo de Castro (2008) traz um estudo qualitativo com cerca de 25 jovens, baseado em entrevistas realizadas tanto com jovens militantes de organizações estudantis e partidos políticos como com aqueles que se engajam no trabalho social voluntário, com o objetivo de analisar a relação entre juventude e política no contemporâneo, tendo como foco de discussão o processo de subjetivação política.

O ensaio de Soares e Petarnella (2009) versa sobre a contribuição de intelectuais franceses para o debate acerca de Maio de 1968. Já o ensaio de Wade (2003) possui um caráter histórico e analisa os termos "África" e "negritude" através da música popular colombiana das décadas de 1920 a 1950, bem como a presença de grupos de jovens negros que se identificam com a cultura negra. Os nove artigos pautados em pesquisas empíricas tiveram recursos metodológicos diversos, como entrevistas, questionários, documentos e articulação com outros estudos de referência.

O artigo de Haddad (2009) realizou uma análise de documentos relativos a participação da sociedade civil no contexto da VI Conferência Internacional de Educação de Adultos (CONFINTEA) e as questões trazidas no seu processo preparatório. O artigo que trata de um relato de experiência (Di Giovanni, 2003) focou na Marcha Mundial das Mulheres no III Acampamento Intercontinental da Juventude o ponto de partida para refletir sobre a construção do movimento de mulheres e do feminismo sob a ótica da juventude.

Contribuições teóricas sobre juventude e política

A partir de uma abordagem materialista histórico dialética, Canetti e Maheirie (2010) elaboraram uma revisão bibliográfica sobre juventude e violência. Contextualizam os conceitos e as condições históricas que os forjaram e, num ensaio crítico, propõe pensar as implicações éticas e políticas de se adotar um ou outro conceito acerca da juventude e da violência. Na produção do texto, as autoras abordam juventude como sendo uma construção social, e por assim ser, "vista de diferentes maneiras conforme os períodos históricos ou sociedades na qual foi analisada" (Canetti & Maheirie, 2010, p. 575) e ainda, problematizam que a própria visão vigente que relaciona juventude às práticas violentas pode ser não natural, mas engendrada nas relações histórico-culturais.

No artigo de Gadea e Scherer-Warren (2005), Touraine é analisado e apresentado com o objetivo de considerar suas contribuições acerca de temas como modernidade, democracia, política em geral e as mudanças culturais latino-americanas. A partir do estudo de Touraine, as autoras estabelecem possíveis compreensões sobre feminismo, movimentos jovens, movimento dos sem-teto, movimento ecológico, para citar alguns exemplos. Jovem e juventude são citados no texto em diversas manifestações, e considerados como "sujeitos-atores de resistência no plano das desigualdades econômicas e das discriminações culturais" (Gadea & Scherer-Warren, 2005, p. 44).

Hannah Arendt aparece em dois dos quatro artigos aqui considerados como construídos sobre um foco mais teórico. Na produção de César e Duarte (2010), pressupostos e conceitos de Arendt se fazem o meio pelo qual os autores compreendem fenômenos como a crise da educação, a crise política da modernidade e, quanto à juventude, propõem que as já citadas crises estão contribuindo com a formação de jovens e adultos infantilizados. No artigo de Correia (2010), os aportes de Arendt também fundamentam teoricamente o autor nas reflexões sobre a formação política, mas considera que a família é a responsável pela dimensão privada da formação dos sujeitos, enquanto que à escola é delegado o papel de corresponder à dimensão pública da educação.

Discussões: Concepções de juventude e política

Em relação ao modo como os jovens ou a categoria juventude é apresentada nos textos das unidades Formação do Sujeito Político e Juventude e Participação Política, foi possível agregalos em cinco categorias de análise: 1) Jovem como suscetível aos investimentos que visam sua formação política; 2) Há uma subjetividade juvenil comum aos jovens contemporâneos; 3) Compreensão crítica da categoria juventude ou dos jovens; 4) Jovens e formas de participação política; 5) Artigos que não problematizam o conceito de jovem ou juventude.

A categoria "Jovem como suscetível aos investimentos que visam sua formação política" congrega estudos que discutem a juventude como um momento da vida propício para a formação política visando a inserção dos jovens na vida pública. Essa formação é destacada nesses estudos, através de instituições religiosas (Fernandes, 2011; Ferreira, 2009) e de ensino (Fuks & Pereira, 2011; Mortada, 2009) e a "transmissão intergeracional da participação política" (Fuks, 2011, p. 167) enfatizando que a participação política dos pais é um elemento decisivo para participação política dos jovens.

O estudo desenvolvido por Mariz (2005), categorizado em virtude da afirmação de uma "subjetividade juvenil comum aos jovens contemporâneos", destaca que, apesar dos jovens pertencerem a distintos estratos sociais, compartilham características sociais em comum decorrentes da afinidade com as experiências radicais contemporâneas.

A categoria "Compreensão crítica da categoria "Juventude" ou dos jovens" congrega a maioria dos estudos da unidade Formação do Sujeito Político. Apesar das diferenças em termos de referenciais teóricos e metodológicos de análise, destacamse nesses estudos a afirmação da condição dos jovens como social e historicamente produzida, nas vivências em contextos específicos, no embate com posições, lugares sociais e discursos hegemônicos (Altmann, 2007; Castro, 2009; Damico & Meyer, 2010; Dayrell et al., 2010; Lobo & Cassoli, 2006; Matsunaga, 2008; Mota, 2005; Pinho, 2007; Schwertner, 2007). De certo modo, estes estudos criticam perspectivas a-históricas e naturalistas de se compreender o ser jovem, sendo a própria categoria juventude foco de problematização.

Já na categoria "Jovens e formas de participação política", encontramos os estudos de Moreno e Almeida (2009b) que discutem o envolvimento de jovens na militância política e ações coletivas; de Vicentin (2011) que destaca os modos de resistência dos jovens em medidas de internação; Soares e Petarnella (2009) que enfatizam a participação dos jovens estudantes no Maio de 1968 na França; Pinho (2005) tecendo articulações sobre as questões de gênero envolvidas na figura do brau, e a reinvenção de "uma visualidade/corporalidade negra" (p. 127) em Salvador; Wade (2003) que coloca os jovens negros como sujeitos participantes e produtores da cultura negra na cidade de Cáli na Colômbia.

Alguns artigos não problematizam o conceito de jovem ou juventude. Nessas produções, o termo jovem é utilizado em referência a uma faixa etária específica ou como caracterização de um determinado tempo de vida (Coutinho & Safatle, 2009; Haddad, 2009; Moreno & Almeida, 2009a; Ribeiro, 2007; Sá et al., 2009).

Em relação à concepção de política foi possível agrega-los em quatro categorias de análise: 1) A política como campo de luta social marcado por tensões; 2) Política como exercício de poder e dominação via demarcadores sociais; 3) Política como campo ideológico institucionalizado; 4) A política como dimensão do vivido, porém não problematizada e/ou conceituada.

A primeira categoria congrega estudos que afirmam a política como campo de luta social marcado por tensões. As lutas referidas nesses estudos são compreendidas ora como ações coletivas (Castro, 2009; Damico & Meyer, 2010; Dayrell et al., 2010); ora como embates políticos via produção e circulação de discursos (Matsunaga, 2008; Pinho, 2007); ou em sua dimensão micropolítica, destacando as características estéticas dessas lutas (Lobo & Cassoli, 2006; Mota, 2005). Já Vicentin (2011) trabalha as questões políticas em termos de biopolítica, destacando a construção de linhas de fuga dos jovens submetidos às medidas de internação. As lutas estudantis e proletárias são o foco do trabalho de Soares e Petarnella (2009) que destacam as tensões entre os marcos sociais estabelecidos e a possibilidade de uma ruptura e construção de novas sociedades.

A participação dos jovens nessas lutas é referida de modo diferenciado nesses estudos: Damico e Meyer (2010), Castro (2009) e Lobo e Cassoli (2006) destacam os jovens como participantes ativos desse campo de lutas. Dayrell et al. (2010), Mortada (2009), Fuks e Pereira (2011) e Ferreira (2009) enfatizam os espaços institucionais como fundamentais para a aprendizagem e o debate entre os jovens sobre a participação social e as lutas políticas.

Um segundo conjunto de textos, agregado na categoria "Política como exercício de poder e dominação via demarcadores sociais" enfatiza questões de gênero, raça, classe social e/ou sexualidade (Altmann, 2007; Matsunaga, 2008; Moreno & Almeida, 2009a, 2009b; Pinho, 2005; Pinho, 2007; Schwerner, 2007) com o intuito de dar visibilidade aos modos de subjetivação característicos das produções discursivas que enfocam esses demarcadores.

Outros estudos afirmam a política como campo ideológico institucionalizado, destacando a posição dos sujeitos em relação ao quadro político (Sá et al., 2009), às formas de governo democráticas ou autocráticas (Ribeiro, 2007), e aos processos de informação envolvidos nas eleições municipais (Coutinho & Safatle, 2009). Aqui temos também o artigo de Fuks (2011) que aborda a participação política por meio de três categorias: 1) participação estudantil, 2) participação em ações políticas não eleitorais, 3) participação em organizações da sociedade civil e, ainda, outro artigo sobre o papel da sociedade civil na defesa do direito humano à escolarização de pessoas jovens e adultas e na implementação de políticas que efetivem esse direito (Haddad, 2009).

Por fim, também há artigos em que a política é significada como dimensão do vivido, porém não problematizando e/ou conceituando-a (Fernandes, 2011; Mariz, 2005; Wade, 2003).

Considerações

Os artigos analisados aqui neste trabalho tiveram como foco a discussão da interface entre juventude e política, ora problematizando uma das categorias, ora problematizando a própria relação entre elas. Entendemos que o pensamento destes autores é muito mais complexo do que aqui pudemos apontar. Por isso, nossa categorização corre o risco de, ao se analisar a totalidade da produção intelectual de cada um dos autores citados, não se fazer coerente com este ou aquele pensamento. Mas, precisamos alertar que a escrita que partimos é aquela que corresponde unicamente à escritura das obras consultadas e, neste sentido, é a elas que estamos nos referindo.

No que se refere a categoria juventude, é possível afirmar que temos dois conjuntos de produção: aqueles que a intitulam apenas como uma faixa etária e aqueles que problematizam seu conceito, interligando-o a diferentes interfaces. Neste último conjunto, a problematização do conceito já revela a postura do(s) autor(es) em buscar uma definição que a qualifica conceitualmente para além da faixa etária e a joga no campo discursivo dos embates de sentidos.

Sabe-se que nas últimas décadas, quando nos referimos à interface juventude e política, estamos falando de ações que vão mais além das experiências institucionais que uma concepção mais tradicional do que vem a ser política nos impõe. Problematizar esta interface, seja para ampliar o que vem a ser política, seja para naturalizar seu cruzamento torna-se tarefa complexa e cuidadosa. As concepções em torno do que vem a ser política mostra-se heterogênea e muitas vezes pouco problematizada.

Aqui, criamos categorias que pudessem abarcar minimamente uma postura, mas, no entanto, não pretendemos "engessar" autores em classificações conceituais, antes, buscamos organizar as informações que obtivemos na pesquisa bibliográfica, visando proporcionar uma inteligibilidade ao leitor que almeja encontrar sínteses conceituais em seus trabalhos acadêmicos.

Nota

Kátia Maheirie, Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, pósdoutorada pela UNICAMP, é professora do departamento e do programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, bolsista de produtividade do CNPq. Endereço para correspondência: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia -Campus Universitário- Trindade - CEP 88040-900 - Florianópolis, SC - Brasil. Telefone: (48) 37219984. E-mail: maheirie@gmail.com

Apoliana Regina Groff, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, é doutoranda em Psicologia pelo programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: poligroff@gmail.com

Gabriel Bueno, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, é Psicólogo. E-mail: gbapsi@gmail.com

Laura Kemp de Mattos, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, é doutoranda em Psicologia pelo programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: kemp.laura@gmail.com

Dâmaris Oliveira Batista da Silva, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, é professora da graduação em Administração e Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail: damarisobs@gmail.com

Flora Lorena Müller, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, é Psicóloga. Email: floramuller@gmail.com

Recebido em 23.Mai.13

Revisado em 31.Mai.13

Aceito em 31.Mai.13

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  • 1
    . Quantidade de artigos em relação a cada descritor: jovem e política (11); jovens e política (48); jovem e políticas (08); jovens e políticas (64); juventude e política (16); juventudes e política (00); juventude e políticas (23); juventudes e políticas (03).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Jul 2019
    • Data do Fascículo
      Jun 2013

    Histórico

    • Recebido
      23 Maio 2013
    • Aceito
      31 Maio 2013
    • Revisado
      31 Maio 2013
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