Acessibilidade / Reportar erro

Ensaios toxicológicos aplicados à análise de águas contaminadas por fármacos

Toxicological tests applied to the analysis of water contaminated by drugs

RESUMO

Fármacos de diversas classes têm sido detectados no ambiente aquático nos últimos anos. A presença desses compostos químicos deve-se, sobretudo, ao lançamento de esgoto in natura ou à remoção incompleta durante as etapas do tratamento de esgoto. Embora tais materiais sejam detectados em baixas concentrações (ng.L-1 - µg.L-1), os impactos de alguns fármacos à biota aquática já são conhecidos, sendo os efeitos na saúde humana, especialmente aqueles relacionados à exposição crônica, ainda pouco conhecidos e/ou controversos. Ensaios biológicos são ferramentas valiosas para avaliar a toxicidade de fármacos aos organismos expostos, e a sua adoção conjunta aos ensaios de tratabilidade da água e efluentes permitiria preencher lacunas de conhecimento e a construção de consenso na literatura científica sobre os seus efeitos toxicológicos. Pelo exposto, este artigo de revisão apresenta uma visão geral da ocorrência de fármacos em amostras ambientais do país e a toxicidade observada por meio de diferentes ensaios biológicos.

Palavras-chave:
fármacos; ecotoxicidade; toxicidade; microcontaminantes; contaminantes de preocupação emergente; qualidade de água

ABSTRACT

Drugs of several classes have been detected in the aquatic environment in recent years. The presence of these chemicals is mainly due to the discharge of raw sewage or to their incomplete removal in sewage treatment plants. Although they have been detected at low concentrations (ng.L-1 - µg.L-1), the effects of pharmaceutical compounds on the aquatic biota are already acknowledged, being the effects on human health, especially those related to chronic exposure, still unknown and/or controversial. Biological assays are valuable tools for assessing drug toxicity to exposed organisms and their joint adoption in water and effluent treatability trials would fill up knowledge gaps and build consensus in the scientific literature on their toxicological effects. This review paper presents an overview of the occurrence of drugs in several Brazilian environmental samples and compiles the toxicity observed by means of different biological assays.

Keywords:
drugs; ecotoxicity; toxicity; micropollutants; contaminants of emerging concern; water quality

FÁRMACOS NO AMBIENTE

Fármacos, assim como novos pesticidas, produtos de cuidado/higiene pessoal, suplementos nutricionais, agentes de diagnóstico, entre outros compostos que têm sido detectados no ambiente e para os quais não há legislação estabelecendo padrões ou limites ambientais, são considerados contaminantes emergentes (BIRCH et al., 2015BIRCH, G.F.; DRAGE, D.S.; THOMPSON, K.; EAGLESHAM, G.; MUELLER, J.F. (2015) Emerging contaminants (pharmaceuticals, personal care products, a food additive and pesticides) in waters of Sydney estuary, Australia. Marine Pollution Bulletin, v. 97, n. 1-2, p. 56-66. https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2015.06.038
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
). Os produtos farmacêuticos e os de higiene pessoal têm recebido atenção de pesquisadores nos últimos anos por causa da intensa produção e, principalmente, do uso generalizado e contínuo em humanos e animais (DAUGHTON, 2002DAUGHTON, C. (2002) Environmental Stewardship and Drugs as Pollutants. Environmental Protection Agency. The Lancet, v. 360, n. 9339, p. 1035-1036. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(02)11176-7
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
).

Os fármacos são classificados pela atividade biológica, estrutura química ou modo de ação. Quanto à atividade biológica, podem ser divididos em analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, antibióticos, anti-hipertensivos, hormônios etc. (KÜMMERER, 2010KÜMMERER, K. (2010) Pharmaceuticals in the Environment. Annual Review of Environment and Resources, v. 35, p. 57-75. https://doi.org/10.1146/annurev-environ-052809-161223
https://doi.org/https://doi.org/10.1146/...
). Os mecanismos de ação dos fármacos são diversificados, variando de acordo com a classe pertencente. Uma vez administradas, essas substâncias são absorvidas no organismo, sendo parcialmente metabolizadas e então excretadas nas formas original, associada ou como metabólitos. Quando essas substâncias são excretadas pela urina e fezes de seres humanos e animais, alcançam o esgoto doméstico e/ou os corpos d’água (BILA; DEZOTTI, 2003BILA, D.; DEZOTTI, M. (2003) Fármacos no meio ambiente. Química Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422003000400015
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
; MELO et al., 2009MELO, S.A.S.; TROVÓ, A.G.; BAUTITZ, I.R.; NOGUEIRA, R.F.P. (2009) Degradação de fármacos residuais por processos oxidativos avançados. Química Nova, v. 32, n. 1, p. 188-197. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422009000100034
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
).

De fato, a principal rota de entrada de resíduos de fármacos no ambiente é o lançamento de esgotos domésticos, tratados ou in natura, nos cursos d’água. No caso dos fármacos consumidos pelo ser humano, parte deles entra no sistema aquático na forma inalterada ou como metabólito, após passagem pela estação de tratamento de esgotos, que remove apenas parcialmente a carga afluente de tais contaminantes (AQUINO; BRANDT; CHERNICHARO, 2013AQUINO, S.F.; BRANDT, E.M.F.; CHERNICHARO, C.A.L. (2013) Remoção de fármacos e desreguladores endócrinos em estações de tratamento de esgoto: revisão da literatura. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 18, n. 3, p. 187-204. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-41522013000300002
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
; GARTISER et al., 2012GARTISER, S.; HAFNER, C.; KRONENBERGER-SCHÄFER, K.; HAPPEL, O.; TRAUTWEIN, C.; KÜMMERER, K. (2012) Approach for detecting mutagenicity of biodegraded and ozonated pharmaceuticals, metabolites and transformation products from a drinking water perspective. Environmental Science and Pollution Research International, v. 19, n. 8, p. 3597-3609. https://doi.org/10.1007/s11356-012-0925-x
https://doi.org/https://doi.org/10.1007/...
; MELO et al., 2009MELO, S.A.S.; TROVÓ, A.G.; BAUTITZ, I.R.; NOGUEIRA, R.F.P. (2009) Degradação de fármacos residuais por processos oxidativos avançados. Química Nova, v. 32, n. 1, p. 188-197. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422009000100034
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
). Além disso, deve-se considerar o descarte de efluentes hospitalares e de fármacos não consumidos ou fora do prazo de validade, incluindo os de uso veterinário, quando as drogas são deliberadamente introduzidas no ambiente (DELGADO et al., 2012DELGADO, L.F.; CHARLES, P.; GLUCINA, K.; MORLAY, C. (2012) The removal of endocrine disrupting compounds, pharmaceutically activated compounds and cyanobacterial toxins during drinking water preparation using activated carbon-a review. The Science of the Total Environment, v. 435-436, p. 509-525. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2012.07.046
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
; FARRÉ et al., 2008FARRÉ, M.; PÉREZ, S.; KANTIANI, L.; BARCELÓ, D. (2008) Fate and toxicity of emerging pollutants, their metabolites and transformation products in the aquatic environment. Trends in Analytical Chemistry, v. 27, n. 11, p. 991-1007. https://doi.org/10.1016/j.trac.2008.09.010
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
; TERNES et al., 2002TERNES, T.A.; MEISENHEIMER, M.; MCDOWELL, D.; SACHER, F.; BRAUCH, H.-J.; HAIST-GULDE, B.; PREUSS, G.; WILME, U.; ZULEI-SEIBERT, N. (2002) Removal of pharmaceuticals during drinking water treatment. Environmental Science & Technology, v. 36, n. 17, p. 3855-3863. https://doi.org/10.1021/es015757k
https://doi.org/https://doi.org/10.1021/...
).

Dados de monitoramento ambiental realizados no Brasil (LIMA et al., 2017LIMA, D.R.; TONUCCI, M.C.; LIBÂNIO, M.; AQUINO, S.F. (2017) Fármacos e desreguladores endócrinos em águas Brasileiras: ocorrência e técnicas de remoção. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 22, n. 6, p. 1043-1054. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522017165207
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
) indicam que fármacos são encontrados em mananciais superficiais, principalmente aqueles pouco preservados, em concentrações que variam de dezenas a centenas de nanogramas por litro (ng.L-1). Para que fármacos e outros microcontaminantes não sejam encontrados na água potável, eles devem ser eficientemente removidos durante o tratamento de água, mas sabe-se que as operações unitárias (coagulação, floculação, sedimentação, filtração) utilizadas nas estações de tratamento de água (ETAs) são apenas moderadamente eficazes na remoção de tais poluentes (BENOTTI et al., 2009BENOTTI, M.J.; TRENHOLM, R.A.; VANDERFORD, B.J.; HOLADY, J.C.; STANFORD, B.D.; SNYDER, S.A. (2009) Pharmaceuticals and endocrine disrupting compounds in U.S. drinking water. Environmental Science & Technology, v. 43, n. 3, p. 597-603. https://doi.org/10.1021/es801845a
https://doi.org/https://doi.org/10.1021/...
; BILA; DEZOTTI, 2003BILA, D.; DEZOTTI, M. (2003) Fármacos no meio ambiente. Química Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422003000400015
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
; LIMA et al., 2014LIMA, D.R.S.; AFONSO, R.J.C.F.; LIBÂNIO, M.; AQUINO, S.F. (2014) Avaliação da remoção de fármacos e de desreguladores endócrinos em águas de abastecimento por clarificação em escala de bancada. Química Nova, v. 37, n. 5, p. 783-788. http://dx.doi.org/10.5935/0100-4042.20140126
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.593...
; USEPA, 2001U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). (2001) Removal of Endocrine Disruptor Chemicals Using Drinking Water Treatment Processes. Washington, D.C.: USEPA. Disponível em: <Disponível em: http://nepis.epa.gov/Adobe/PDF/30004HGG.pdf >. Acesso em: 15 jan. 2016.
http://nepis.epa.gov/Adobe/PDF/30004HGG....
), fazendo com que a água tratada seja uma rota potencial de exposição humana a fármacos e outros contaminantes emergentes (MACHADO et al., 2016MACHADO, K.C.; GRASSI, M.T.; VIDAL, C.; PESCARA, I.C.; JARDIM, W.F.; FERNANDES, A.N.; SODRÉ, F.F.; ALMEIDA, F.V.; SANTANA, J.S.; CANELA, M.C.; NUNES, C.R.O.; BICHINHO, K.M.; SEVERO, F.J.R. (2016) A preliminary nationwide survey of the presence of emerging contaminants in drinking and source waters in Brazil. Science of the Total Environment, v. 572, p. 138-146. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2016.07.210
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
). Embora a etapa de desinfecção com cloro resulte normalmente na remoção (por oxidação) do fármaco-alvo, isso em geral ocorre com a formação de subprodutos oxidados cuja toxicidade é pouco conhecida (SOUZA et al., 2018SOUZA, B.P.; LIMA, D.R.S.; AQUINO, S.F.; QUARESMA, A.V.; BAÊTA, B.E.L.; LIBÂNIO, M. (2018) Oxidação de fármacos por cloro e formação de subprodutos em amostras aquosas em escala de bancada. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 23, n. 2, p. 207-216. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522018155335
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
). De fato, a formação de subprodutos da cloração de fármacos já foi observada para diclofenaco (QUINTANA et al., 2010QUINTANA, J.B.; RODIL, R.; LÓPEZ-MAHÍA, P.; MUNIATEGUI-LORENZO, S.; PRADA-RODRÍGUEZ, D. (2010) Investigating the chlorination of acidic pharmaceuticals and by-product formation aided by an experimental design methodology. Water Research, v. 44, n. 1, p. 243-255. https://doi.org/10.1016/j.watres.2009.09.018
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
; RIGOBELLO, 2012RIGOBELLO, E.S. (2012) Avaliação da remoção de diclofenaco e formação de subprodutos em tratamento de água. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Carlos.), metformina (QUINTÃO et al., 2016QUINTÃO, F.J.O.; FREITAS, J.R.L.; MACHADO, C.F.; AQUINO, S.F.; SILVA, S.Q.; AFONSO, R.J.C.F. (2016) Characterization of metformin by-products under photolysis, photocatalysis, ozonation and chlorination by high-performance liquid chromatography coupled to high-resolution mass spectrometry. Rapid Communications in Mass Spectrometry, v. 30, n. 21, p. 2360-2368. https://doi.org/10.1002/rcm.7724
https://doi.org/https://doi.org/10.1002/...
), sulfametoxazol (DODD; HUANG, 2004DODD, M.C.; HUANG, C.H. (2004) Transformation of the antibacterial agent sulfamethoxazole in reactions with chlorine: kinetics, mechanisms, and pathways. Environmental Science & Technology, v. 38, n. 21, p. 5607-5615. https://doi.org/10.1021/es035225z
https://doi.org/https://doi.org/10.1021/...
; SOUZA et al., 2018SOUZA, B.P.; LIMA, D.R.S.; AQUINO, S.F.; QUARESMA, A.V.; BAÊTA, B.E.L.; LIBÂNIO, M. (2018) Oxidação de fármacos por cloro e formação de subprodutos em amostras aquosas em escala de bancada. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 23, n. 2, p. 207-216. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522018155335
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
), 17β-estradiol e estrona (PEREIRA, 2011PEREIRA, R.O. (2011) Formação de subprodutos do estrona e 17β- estradiol na oxidação utilizando cloro e ozônio em água. Tese (Doutorado em Ciências) -Universidade de São Paulo, São Carlos.), entre outros.

Em 2011, foram determinados os procedimentos e as responsabilidades relativos ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade por meio da Portaria nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011BRASIL. (2011) Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Normas e padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano. Brasil: Ministério da Saúde.), posteriormente incorporada como Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, do referido ministério (BRASIL, 2017BRASIL. (2017) Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Brasil: Ministério da Saúde .). Essa portaria, a exemplo do que se passa em outros países e coadunando-se com a versão mais atual dos guias de qualidade da água potável da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2017) Guidelines for drinking-water quality. 4. ed. Genebra: Organização Mundial da Saúde.), não estabelece valores de referência para a presença de fármacos na água potável. Embora alguns estudos de monitoramento realizados no Brasil indiquem a presença de tais contaminantes em mananciais de abastecimento e até mesmo em águas distribuídas à população (GHISELLI, 2006GHISELLI, G. (2006) Avaliação da Qualidade das Águas Destinadas ao Abastecimento Público na Região de Campinas: Ocorrência e Determinação dos Interferentes Endócrinos (IE) e Produtos Farmacêuticos e de Higiene Pessoas (PFHP). 190f. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.; GUIMARÃES, 2008GUIMARÃES, T.S. (2008) Detecção e quantificação dos hormônios sexuais 17 β - Estradiol (E2), Estriol (E3), Etrona (E1) e 17 α - Etinilestradiol (EE2) em água de abastecimento: Estudo de caso da cidade de São Carlos, com vistas ao saneamento ambiental. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) - Universidade de São Paulo, São Carlos.; SODRÉ et al., 2010SODRÉ, F.F.; PESCARA, I.C.; MONTAGNER, C.C.; JARDIM, W.F. (2010) Assessing selected estrogens and xenoestrogens in Brazilian surface waters by liquid chromatography-tandem mass spectrometry. Microchemical Journal, v. 96, n. 1, p. 92-98. https://doi.org/10.1016/j.microc.2010.02.012
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
; JARDIM et al., 2011JARDIM, W.F.; MONTAGNER, C.C.; PESCARA, I.C.; UMBUZEIRO, G.A.; BERGAMASCO, A.M.D.; ELDRIDGE, M.L.; SODRÉ, F.F. (2011) An integrated approach to evaluate emerging contaminants in drinking water. Separation and Purification Technology, v. 84, p. 3-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.seppur.2011.06.020
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
), é improvável que a exposição a eles pelo consumo de água cause significativos efeitos adversos, uma vez que esses compostos ocorrem em concentrações muito inferiores à dose terapêutica mínima. Por outro lado, a OMS (2012ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2012) Pharmaceuticals in Drinking-water. Genebra: Public Health and Environment Water, Sanitation, Hygiene and Health. Disponível em: <Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44630/1/9789241502085_eng.pdf >. Acesso em: jul. 2012.
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665...
) salienta no documento Pharmaceuticals in Drinking-Water que há lacunas no conhecimento da avaliação de riscos associados à exposição a longo prazo a fármacos em baixas concentrações e ao possível efeito combinado de misturas de substâncias químicas, incluindo os fármacos.

Na mesma linha, outros documentos da OMS (BERGMAN et al., 2013BERGMAN, A.; HEINDEL, J.J.; JOBLING, S.; KIDD, K.A.; ZOELLER, T. (2013) Endocrine Disrupting Chemicals - 2012: An assessment of the state of the science of endocrine disruptors prepared by a group of experts for the United Nations Environment Programme and World Health Organization. Genebra: WHO/UNEP. 296 p.; OMS, 2014ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2014) Antimicrobial Resistance: global report on surveillance. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data. Genebra: OMS . 257p.) reconhecem a preocupação ambiental que se deve ter com fármacos que exibem atividade endócrina (desreguladores endócrinos) ou que induzam à resistência antimicrobiana (antibióticos).

Avanços nas técnicas analíticas têm contribuído para o aumento na detecção de fármacos e outros contaminantes de preocupação emergente na água (OMS, 2012ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2012) Pharmaceuticals in Drinking-water. Genebra: Public Health and Environment Water, Sanitation, Hygiene and Health. Disponível em: <Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44630/1/9789241502085_eng.pdf >. Acesso em: jul. 2012.
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665...
). A seguir, são apresentados resultados de estudos de monitoramento de fármacos de diversas classes, em esgoto e águas naturais no Brasil (Tabela 1). De acordo com os dados, pode-se inferir que tanto no esgoto bruto quanto no efluente tratado há a presença de uma variada classe de fármacos indicando que algumas classes não são totalmente removidas durante o tratamento. Particularmente, a baixa eficiência ou a não remoção desses compostos em estações de tratamento de esgoto (ETE) foram observadas por diferentes grupos de pesquisa para o antilipêmico bezafibrato, o anti-inflamatório diclofenaco, os antibióticos trimetoprima e sulfametoxazol e o estrogênio sintético 17α-etinilestradiol.

Tabela 1 -
Estudos sobre a ocorrência de fármacos de diversas classes em esgoto bruto e em esgoto tratado em estações de tratamento de esgoto (ETEs) brasileiras.

A presença de fármacos no esgoto tratado é determinante para a presença de tais contaminantes nos corpos d’água. Em uma revisão publicada por Carlsson et al. (2006CARLSSON, C.; JOHANSSON, A.-K.; ALVAN, G.; BERGMAN, K.; KÜHLER, T. (2006) Are pharmaceuticals potent environmental pollutants? Part I: environmental risk assessments of selected active pharmaceutical ingredients. The Science of the Total Environment, v. 364, n. 1-3, p. 67-87. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2005.06.035
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
), avaliou-se e classificou-se o risco ambiental de diversos produtos farmacêuticos, como diclofenaco, ciclofosfamida, enalapril, ibuprofeno e metformina. Das 27 substâncias testadas, nove (diclofenaco, etinilestradiol, ibuprofeno, metoprolol, noretisterona, oestriol, oxazepam, paracetamol e oxitetraciclina) foram consideradas perigosas para o ambiente aquático, considerando fatores como meia-vida, biodegradabilidade, ocorrência ambiental e estatísticas de vendas no país de estudo (Suécia).

Os estudos de monitoramento de fármacos em ETA são ainda incipientes, mas os dados divulgados na literatura sugerem que tais fármacos estão presentes em pequenas concentrações na água distribuída (Tabela 2). Assim, a presença desses compostos em mananciais de abastecimento ocorre com maior frequência e em maior concentração que nas águas distribuídas.

Tabela 2 -
Estudos sobre a ocorrência de fármacos de diversas classes em mananciais e águas tratadas em estações de tratamento de água (ETAs) brasileiras.

Vale ressaltar que a simples presença de fármacos no ambiente não significa, per se, risco à saúde humana e/ou à biota aquática. Idealmente, uma avaliação toxicológica deve ser feita de forma preliminar ou conjunta ao monitoramento químico para avaliar o risco ambiental de tais micropoluentes. A adoção de avaliação toxicológica vai ao encontro da recomendação feita pela OMS (2011ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2011) Guidelines for Drinking-water Quality. 4. ed. Genebra: OMS. 564 p.) de investigar possíveis efeitos aditivos ou efeitos sinérgicos de misturas de fármacos e outras substâncias de modo a precisar se há risco potencial à saúde humana decorrente da exposição a tais contaminantes. Os próximos itens apresentam os principais testes de toxicidade que podem ser utilizados para cumprir tal objetivo.

TESTES DE TOXICIDADE AQUÁTICA

Quando fármacos são liberados no ambiente por meio do lançamento de efluentes (industrial, rural ou doméstico), ou como resultado do descarte inadequado de drogas fora do prazo de validade, eles podem permanecer na forma original ou ser convertidos em produtos da transformação sob fotólise, oxidação e outros processos. Tanto os fármacos inalterados como os produtos da transformação podem ser bioativos e causar efeitos negativos em seres humanos e outros seres vivos (LI et al., 2015LI, J.; XU, L; SHI, Z.G.; HU, M. (2015) A novel two-dimensional liquid chromatographic system for the online toxicity prediction of pharmaceuticals and related substances. Journal of Hazardous Materials, v. 293, p. 15-20. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2015.03.035
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
). Além disso, a poluição dos corpos d’água por fármacos e a ampla distribuição desses compostos no ambiente podem aumentar o risco de toxicidade, principalmente aos organismos aquáticos.

Com o intuito de investigar o risco decorrente da presença de poluentes ambientais, análises químicas e testes biológicos são continuamente desenvolvidos e empregados para quantificar os poluentes e avaliar os seus efeitos adversos (PARRELLA et al., 2013PARRELLA, A.; LAVORGNA, M.; CRISCUOLO, E.; ISIDORI, M. (2013) Mutagenicity, Genotoxicity and Estrogenic Activity of River Porewaters. Environmental Contamination and Toxicology, v. 65, n. 3, p. 407-420. https://doi.org/10.1007/s00244-013-9928-y
https://doi.org/https://doi.org/10.1007/...
). Métodos analíticos são fundamentais para detectar e quantificar microcontaminantes no ambiente (BISTAN et al., 2012BISTAN, M.; PODGORELEC, M.; LOGAR, R.M.; TISLER, T. (2012) Yeast Estrogen Screen Assay as a Tool for Detecting Estrogenic Activity in Water Bodies. Food Technology Biotechnology, v. 50, n. 4, p. 427-433.) enquanto os ensaios biológicos (in vitro ou in vivo) fornecem informações sobre os efeitos causados pelas substâncias no meio, servindo como uma complementação valiosa à análise química.

Os testes de toxicidade aguda e crônica são amplamente utilizados para avaliar os efeitos de substâncias sobre os organismos no ambiente aquático (COSTA et al., 2008COSTA, C.R.; OLIVI, P.; BOTTA, C.M.R.; ESPINDOLA, E.L.G. (2008) A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, v. 31, n. 7, p. 1820-1830. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000700038
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
; FERRARI et al., 2003FERRARI, B.; PAXÉUS, N.; LO GIUDICE, R.; POLLIO, A.; GARRIC, J. (2003) Ecotoxicological impact of pharmaceuticals found in treated wastewaters: study of carbamazepine, clofibric acid, and diclofenac. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 55, n. 3, p. 359-370. https://doi.org/10.1016/s0147-6513(02)00082-9
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
; ISIDORI et al., 2005ISIDORI, M.; LAVORGNA, M.; NARDELLI, A.; PASCARELLA, L.; PARRELLA, A. (2005) Toxic and genotoxic evaluation of six antibiotics on non-target organisms. The Science of the Total Environment, v. 346, n. 1-3, p. 87-98. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2004.11.017
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
). Os testes de toxicidade aguda são utilizados para medir os efeitos de agentes tóxicos sobre espécies aquáticas durante um curto período de tempo em relação ao período de vida do organismo-teste e permitem a determinação de valores de concentração efetiva média (CE50) e concentração letal média (CL50) (COSTA et al., 2008COSTA, C.R.; OLIVI, P.; BOTTA, C.M.R.; ESPINDOLA, E.L.G. (2008) A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, v. 31, n. 7, p. 1820-1830. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000700038
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
). Por sua vez, testes de toxicidade crônica são realizados para medir os efeitos de substâncias químicas em espécies aquáticas por um período que pode abranger parte do ciclo de vida do organismo-teste ou todo esse ciclo, e os seus resultados são geralmente expressos como concentração de efeito não observado (CENO) ou concentração de efeito observado (CEO), mas também como CE50 (COSTA et al., 2008COSTA, C.R.; OLIVI, P.; BOTTA, C.M.R.; ESPINDOLA, E.L.G. (2008) A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, v. 31, n. 7, p. 1820-1830. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000700038
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...
).

Na literatura da área podem ser encontrados testes de toxicidade aquática, agudos e crônicos, empregados para avaliar o potencial tóxico de diversas classes de fármacos com organismos-teste distintos, como visto na Tabela 3.

Tabela 3 -
Valores de CL50 e concentração efetiva média (CE50) obtidos para fármacos em testes de toxicidade aguda e crônica.

Isidori et al. (2005ISIDORI, M.; LAVORGNA, M.; NARDELLI, A.; PASCARELLA, L.; PARRELLA, A. (2005) Toxic and genotoxic evaluation of six antibiotics on non-target organisms. The Science of the Total Environment, v. 346, n. 1-3, p. 87-98. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2004.11.017
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) adotaram diversos testes de toxicidade aguda e crônica para avaliar os efeitos de diferentes antibióticos (Tabela 3). Segundo os autores, os ensaios crônicos são mais apropriados para detectar os impactos de fármacos em relação aos agudos, pois os efeitos foram constatados em concentrações de fármacos na ordem de µg.L-1, enquanto os agudos, somente na ordem de mg.L-1.

Além disso, a escolha do organismo a ser usado pode influenciar na informação gerada. Por exemplo, Ferrari et al. (2003FERRARI, B.; PAXÉUS, N.; LO GIUDICE, R.; POLLIO, A.; GARRIC, J. (2003) Ecotoxicological impact of pharmaceuticals found in treated wastewaters: study of carbamazepine, clofibric acid, and diclofenac. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 55, n. 3, p. 359-370. https://doi.org/10.1016/s0147-6513(02)00082-9
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
), avaliando a toxicidade aguda do diclofenaco com a bactéria marinha Vibrio fischeri e os crustáceos Daphnia magna e Ceriodaphnia dubia, revelaram que a bactéria marinha foi mais sensível ao fármaco quando comparada com os demais, enquanto o teste de toxicidade crônica revelou que das espécies estudadas a C. dubia foi a mais sensível (Tabela 3).

Testes de toxicidade aguda foram empregados com o microcrustáceo D. magna, a alga Desmodesmus subspicatus e a macrófita Lemna minor para diferentes fármacos (CLEUVERS, 2003CLEUVERS, M. (2003) Aquatic ecotoxicity of pharmaceuticals including the assessment of combination effects. Toxicology Letters, v. 142, n. 3, p. 185-194. https://doi.org/10.1016/s0378-4274(03)00068-7
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) (Tabela 3). Os efeitos dos fármacos foram classificados de acordo com as diretrizes da Comissão das Comunidades Europeias (1996COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. (1996) Technical guidance document in support of Commission Directive 93/67/EEC on risk assessment for new notified substances and Commission Regulation (EC) No 1488/94 on risk assessment for existing substances. Part II: Environmental Risk Assessment. Luxemburgo: Office for official publications of the European Communities.) (EU-Directive 93/67/EEC), que consideram um composto muito tóxico quando o valor de CE50 é menor que 1 mg.L-1; tóxico, de 1 a 10 mg.L-1; e perigoso, de 10 a 100 mg.L-1. Com base nessa classificação, nenhum composto foi muito tóxico para as espécies analisadas. No geral, a toxicidade dos fármacos testados foi heterogênea entre as espécies, e a macrófita foi a mais sensível com base nos valores de CE50. CLEUVERS destacou ainda que, embora os efeitos agudos sejam algumas vezes improváveis quando os compostos são testados individualmente, o estudo da combinação dos efeitos é um fator de extrema importância, mesmo quando a toxicidade da substância é baixa, para obter uma melhor avaliação do potencial ecotoxicológico das substâncias no ambiente aquático.

Segundo a classificação EU-Directive 93/67/EEC supracitada, Nieto et al. (2016NIETO, E.; HAMPEL, M.; GONZÁLEZ-ORTEGÓN, E.; DRAKE, P.; BLASCO, J. (2016) Influence of temperature on toxicity of single pharmaceuticals and mixtures, in the crustacean A. desmarestii. Journal of Hazardous Materials, v. 313, p. 159-169. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2016.03.061
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) observaram que o diclofenaco é tóxico para o crustáceo Atyaephyra desmarestii e que o ibuprofeno e a carbamazepina são perigosos. A resposta letal (CL50) foi avaliada a 25 (Tabela 3) e a 20ºC e indicou que o aumento da temperatura pode maximizar a toxicidade aos organismos aquáticos.

Rozas et al. (2016ROZAS, O.; VIDAL, C.; BAEZA, C.; JARDIM, W.F.; ROSSNER, A.; MANSILLA, H.D. (2016) Organic micropollutants (OMPs) in natural waters: Oxidation by UV/H2O2 treatment and toxicity assessment. Water Research, v. 98, p. 109-118. https://doi.org/10.1016/j.watres.2016.03.069
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) avaliaram a toxicidade aguda de fármacos individualmente e em mistura - no segundo caso, após tratamento com UV/H2O2. A CL50 em D. magna foi determinada para os fármacos diclofenaco e triclosan (Tabela 3). A utilização de um processo oxidativo avançado como UV/H2O2 para amostras de água foi justificada pelo fato de métodos tradicionais de tratamento não serem eficientes para a remoção de fármacos. Dada a possibilidade de formação de subprodutos nesses processos, os autores avaliaram ainda os efeitos das misturas de fármacos após tratamento com UV/H2O2. Os dados obtidos indicaram que os subprodutos da oxidação podem ser mais tóxicos que o fármaco individualmente. Além disso, observou-se que na mistura contendo triclosan houve 100% de imobilização de D. magna antes e depois do tratamento com UV/H2O2.

A diferença na resposta entre espécies também foi constatada por Magdaleno, Carusso e Moretton (2017MAGDALENO, A.; CARUSSO, S.; MORETTON, J. (2017) Toxicity and genotoxicity of three antimicrobials commonly used in veterinary medicine. Bulletin of Environmental Contamination Toxicology, v. 99, n. 3, p. 315-320. https://doi.org/10.1007/s00128-017-2091-9
https://doi.org/https://doi.org/10.1007/...
), que testaram a toxicidade de antimicrobianos em duas espécies de algas. Embora todos os fármacos testados tenham inibido o crescimento algal, a alga Pseudokirchneriella subcapitata foi a mais sensível (Tabela 3). Segundo Sanderson et al. (2004SANDERSON, H.; BRAIN, R.A.; JOHNSON, D.J.; WILSON, C.J.; SOLOMON, K.R. (2004) Toxicity classification and evaluation of four pharmaceuticals classes: antibiotics, antineoplastics, cardiovascular, and sex hormones. Toxicology, v. 203, n. 1-3, p. 27-40. https://doi.org/10.1016/j.tox.2004.05.015
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
), antibióticos são considerados os fármacos mais perigosos, uma vez que podem levar à resistência microbiana, o que, segundo a OMS (2016ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2016) Antimicrobial Resistance. Fact sheet. Organização Mundial da Saúde. Disponível em: <Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs194/en/ >. Acesso em: set. 2016.
http://www.who.int/mediacentre/factsheet...
), se configura como uma séria ameaça à saúde pública global e requer ação de setores governamentais e de toda a sociedade.

TESTES DE GENOTOXICIDADE

Uma ferramenta para avaliar o potencial genotóxico de compostos é a aplicação do teste SOS cromoteste, que utiliza bactérias Escherichia coli geneticamente modificadas, denominadas de PQ37. O teste in vitro é um ensaio colorimétrico que se baseia na expressão da enzima β-galactosidase e na resposta aos ataques de mutagênicos pela exclusão da capacidade de reparo de ácido desoxirribonucleico (DNA) (DEODATO, 2009DEODATO, E.L. (2009) Caracterização do potencial genotóxico e mutagênico de misturas 3:1 de nutrição parenteral voltadas para pacientes neonatos. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio do Janeiro.). Isidori et al. (2005ISIDORI, M.; LAVORGNA, M.; NARDELLI, A.; PASCARELLA, L.; PARRELLA, A. (2005) Toxic and genotoxic evaluation of six antibiotics on non-target organisms. The Science of the Total Environment, v. 346, n. 1-3, p. 87-98. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2004.11.017
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) testaram a genotoxicidade de antibióticos e observaram resposta positiva apenas para a ofloxacina no SOS cromoteste (Tabela 4).

Tabela 4 -
Resultados de testes de genotoxicidade e citotoxicidade para fármacos.

O teste com Allium cepa baseia-se no contato direto de raízes da cebola com as amostras contendo os compostos tóxicos, com o objetivo de avaliar a citogenotoxicidade medida pelas alterações cromossômicas e de divisão das células meristemáticas dessa estrutura vegetal. Um estudo com as drogas antirretrovirais zidovudina e nevirapina demonstrou que os dois fármacos inibem o crescimento em comprimento da raiz, além de induzirem mudanças no índice mitótico e aberrações cromossômicas em A. cepa (ONWUAMAH et al., 2014ONWUAMAH, C.K.; EKAMA, S.O.; AUDU, R.A.; EZECHI, O.C.; POIRIER, M.C.; ODEIGAH, P.G.C. (2014) Exposure of Allium cepa root cells to zidovudine or nevirapine induces cytogenotoxic changes. PLoS One, v. 9, n. 3, p. 1-7. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0090296
https://doi.org/https://doi.org/10.1371/...
), conforme apresentado na Tabela 4.

O ensaio cometa é um teste toxicogenético para avaliar lesões genômicas. Células com o DNA danificado apresentam o formato de um cometa quando colocadas em agarose e submetidas à eletroforese (TICE et al., 2000TICE, R.R.; AGURELL, E.; ANDERSON, D.; BURLINSON, B.; HARTMANN, A.; KOBAYASHI, H.; MIYAMAE, Y.; ROJAS, E.; RYU, J.C.; SASAKI, Y.F. (2000) Single cell gel/comet assay: guidelines for in vitro and in vivo genetic toxicology testing. Environmental and Molecular Mutagenesis, v. 35, n. 3, p. 206-221. https://doi.org/10.1002/(sici)1098-2280(2000)35:3%3C206::aid-em8%3E3.0.co;2-j
https://doi.org/https://doi.org/10.1002/...
). O antibiótico trimetropina foi testado quanto ao seu potencial de induzir danos no DNA. Percebeu-se esse efeito em linfócitos humanos em concentrações específicas, como mostrado na Tabela 4 (ABOU-EISHA, 2006ABOU-EISHA, A. (2006) Evaluation of cytogenetic and DNA damage induced by the antibacterial drug, trimethoprim. Toxicology in Vitro, v. 20, n. 5, p. 601-607. https://doi.org/10.1016/j.tiv.2005.10.008
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
). Já a cafeína induziu danos no DNA de eritrócitos do peixe Prochilodus lineatus, e o aumento do dano foi proporcional à concentração do fármaco (SANTOS-SILVA; MONTAGNER; MARTINEZ, 2018SANTOS-SILVA, T.G.; MONTAGNER, C.C.; MARTINEZ, C.B.R. (2018) Evaluation of caffeine effects on biochemical and genotoxic biomarkers in the neotropical freshwater teleost Prochilodus lineatus. Environmental Toxicology and Pharmacology, v. 58, p. 237-242. https://doi.org/10.1016/j.etap.2018.02.002
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
).

Um teste para avaliar a presença e a extensão de danos cromossômicos em células expostas a agentes genotóxicos é o de micronúcleos (MN) (BONASSI et al., 2007BONASSI, S.; ZNAOR, A.; CEPPI, M.; LANDO, C.; CHANG, W.P.; HOLLAND, N.; KIRSCH-VOLDERS, M.; ZEIGER, E.; BAN, S.; BARALE, R.; BIGATTI, MP.; BOLOGNESI, C.; CEBULSKA-WASILEWSKA, A.; FABIANOVA, E.; FUCIC, A.; HAGMAR, L.; JOKSIC, G.; MARTELLI, A.; MIGLIORE, L.; MIRKOVA, E.; SCARFI, M.R.; ZIJNO, A.; NORPPA, H.; FENECH, M. (2007) An increased micronucleus frequency in peripheral blood lymphocytes predicts the risk of cancer in humans. Carcinogenesis, v. 28, n. 3, p. 625-631. https://doi.org/10.1093/carcin/bgl177
https://doi.org/https://doi.org/10.1093/...
; HOSSEINIMEHR; KARAMI, 2005HOSSEINIMEHR, S.J.; KARAMI, M. (2005) Chemoprotective effects of captopril against cyclophosphamide-induced genotoxicity in mouse bone marrow cells. Archives of Toxicology, v. 79, n. 8, p. 482-486. https://doi.org/10.1007/s00204-005-0655-7
https://doi.org/https://doi.org/10.1007/...
). Efeitos mutagênicos, expressos pela formação de micronúcleos, já foram observados com os antibióticos adriamicina (AL-HARBI, 1993AL-HARBI, M.M. (1993) Effect of captopril on the cytological and biochemical changes induced by adriamycin. Food and Chemical Toxicology, v. 31, n. 3, p. 209-212. https://doi.org/10.1016/0278-6915(93)90095-G
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
), ciclofosfamida (HOSSEINIMEHR; KARAMI, 2005HOSSEINIMEHR, S.J.; KARAMI, M. (2005) Chemoprotective effects of captopril against cyclophosphamide-induced genotoxicity in mouse bone marrow cells. Archives of Toxicology, v. 79, n. 8, p. 482-486. https://doi.org/10.1007/s00204-005-0655-7
https://doi.org/https://doi.org/10.1007/...
) e indometacina (DEVI; POLASA, 1987DEVI, P.S.; POLASA, H. (1987) Evaluation of the anti-inflammatory drug indomethacin, for its genotoxicity in mice. Mutation Research, v. 188, n. 4, p. 343-347. https://doi.org/10.1016/0165-1218(87)90011-5
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) (Tabela 4). Magdaleno, Carusso e Moretton (2017MAGDALENO, A.; CARUSSO, S.; MORETTON, J. (2017) Toxicity and genotoxicity of three antimicrobials commonly used in veterinary medicine. Bulletin of Environmental Contamination Toxicology, v. 99, n. 3, p. 315-320. https://doi.org/10.1007/s00128-017-2091-9
https://doi.org/https://doi.org/10.1007/...
) avaliaram a genotoxicidade de antibióticos de uso veterinário pelo teste de MN. Dos fármacos testados, apenas a enrofloxacina induziu à formação de MN em células de A. cepa (Tabela 4).

Por sua vez, para avaliação da mutagenicidade, o teste de troca entre cromátides-irmãs (TCI), traduzido do inglês, sister chromatid exchange assay (SCE), tem sido aplicado. O ensaio identifica o potencial de mutagenicidade cromossômica de agentes químicos por meio do dano no DNA (STULTS; KILLEN; PIERCE, 2014STULTS, D.M.; KILLEN, M.W.; PIERCE, A.J. (2014) The sister chromatid exchange (SCE) assay. In: KEOHAVONG, P.; GRANT, S.G. (orgs.). Molecular Toxicology Protocols, Methods in Molecular Biology. Totowa, NJ: Humana Press. v. 1105. 633 p. cap. 32.) pela recombinação mitótica. Uma investigação do potencial do analgésico paracetamol de induzir danos no DNA em células da medula óssea de camundongos demonstrou que, além de provocar aberrações cromossômicas, tal fármaco aumentou a frequência da troca entre cromátides-irmãs (GIRI; SIVAM; KHAN, 1992GIRI, A.K.; SIVAM, S.S.; KHAN, K.A. (1992) Sister-chromatid exchange and chromosome aberrations induced by paracetamol in vivo in bone-marrow cells of mice. Mutation Research, v. 278, n. 4, p. 253-258. https://doi.org/10.1016/S0165-1218(10)80004-7
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
). Tal efeito também foi notado para três diferentes anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno e cetoprofeno) usando células da medula óssea (PHILIPOSE et al., 1997PHILIPOSE, B.; SINGH, R.; KHAN, K.A.; GIRI, A.K. (1997) Comparative mutagenic and genotoxic effects of three propionic acid derivatives ibuprofen, ketoprofen and naproxen. Mutation Research, v. 393, n. 1-2, p. 123-131. https://doi.org/10.1016/s1383-5718(97)00095-8
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) (Tabela 4).

O ensaio Salmonella/microssoma (teste de Ames) também é amplamente utilizado para avaliar a mutagenicidade de diversos compostos, entre eles fármacos, utilizando cepas da bactéria Salmonella typhimurium. O analgésico dipirona já foi avaliado pelo teste de Ames com cepas TA98 e TA100 da referida bactéria (IZUMI et al., 1991IZUMI, K.; SANO, N.; OTSUKA, H.; KINOUCHI, T.; OHNISHI, Y. (1991) Tumor promoting potential in male F344 rats and mutagenicity in Salmonella typhimurium of dipyrone. Carcinogenesis, v. 12, n. 7, p. 1221-1225. https://doi.org/10.1093/carcin/12.7.1221
https://doi.org/https://doi.org/10.1093/...
), o que mostrou que a dipirona é fracamente mutagênica para a cepa TA100 na presença e na ausência de metabolização. Isidori et al. (2005ISIDORI, M.; LAVORGNA, M.; NARDELLI, A.; PASCARELLA, L.; PARRELLA, A. (2005) Toxic and genotoxic evaluation of six antibiotics on non-target organisms. The Science of the Total Environment, v. 346, n. 1-3, p. 87-98. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2004.11.017
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) testaram a mutagenicidade de seis antibióticos pelo teste de Ames e, entre eles, três foram mutagênicos (Tabela 4). Sulfametoxazol e lincomicina induziram à atividade mutagênica nas cepas TA98 e TA100, enquanto ofloxacina foi mutagênica apenas na cepa TA98.

TESTES DE CITOTOXICIDADE

Um dos métodos para avaliar a citotoxicidade envolve a quantificação dos danos e da integridade da membrana celular. Quando uma célula é danificada, ocorre liberação da enzima intracelular lactato desidrogenase (LHD) para o sobrenadante celular, resultando em diminuição da viabilidade celular. O efeito do fármaco amiodarona (antiarrítmico) sobre a liberação de LDH em mitocôndrias demonstrou que a substância inibiu a atividade dessas enzimas com uma relação dose-dependente, expondo sua citotoxicidade por meio de danos na membrana (DZIMIRI; ALMOTREFI, 1993DZIMIRI, N.; ALMOTREFI, A.A. (1993) Actions of amiodarone on mitochondrial ATPase and lactate dehydrogenase activities in guinea pig heart preparations. European Journal of Pharmacology, v. 242, n. 2, p. 113-118. https://doi.org/10.1016/0014-2999(93)90070-X
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) (Tabela 4).

Para avaliar a citotoxicidade de compostos individuais ou misturas complexas, por meio da conversão celular de um substrato em produto cromogênico, o ensaio colorimétrico denominado de MTT foi desenvolvido por Mosmann (1983MOSMANN, T. (1983) Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival: application to proliferation and cytotoxicity assays. Journal of Immunological Methods, v. 65, n. 1-2, p. 55-63. https://doi.org/10.1016/0022-1759(83)90303-4
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) e é possivelmente um dos mais versáteis e empregados na literatura. O ensaio baseia-se na medida do dano induzido pelo composto/extrato no metabolismo celular de glicídios, usualmente pela avaliação da atividade de desidrogenases mitocondriais. Essas enzimas são funcionais apenas em células vivas e reduzem bioquimicamente o MTT (3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil-2H tetrazolato de bromo) ao produto violácea e insolúvel em água conhecido como formazan (1-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-3,5-difenilformazan), que pode ser quantificado pela colorimetria.

O ensaio do MTT foi empregado por Allen et al. (1991ALLEN, C.N.; HARPUR, E.S.; GRAY, T.J.; HIRST, B.H. (1991) Toxic effects of non-steroidal anti-inflammatory drugs in a human intestinal epithelial cell line (HCT-8), as assessed by the MTT and neutral red assays. Toxicology in Vitro, v. 5, n. 3, p. 183-191. https://doi.org/10.1016/0887-2333(91)90016-7
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
) para avaliar a citotoxicidade de oito anti-inflamatórios não esteroidais (indometacina, ácido mefenâmico, cetoprofeno, ibuprofeno, sulindaco, aspirina, fenilbutazona e naproxeno) em células de adenocarcinoma ileocecal humana (HCT-8). Os anti-inflamatórios foram testados em concentrações de 10 µM a 10 mM, e foi observado que até 1 mM nenhum dos fármacos induziu a efeitos citotóxicos, embora todos eles tenham induzido a efeitos tóxicos na maior concentração testada (10 mM) (Tabela 4).

CONCLUSÕES

Embora a presença de fármacos no ambiente tenha sido relatada por diferentes grupos de pesquisa em diversos países, informações sobre os seus efeitos adversos em diferentes organismos e, principalmente, as concentrações consideradas limiares são ainda incipientes. Foram apresentadas neste trabalho as concentrações de fármacos quantificados em águas e efluentes brasileiros e compiladas informações sobre a toxicidade de tais contaminantes em nível aquático, celular e genético. Com base nisso, concluiu-se que as concentrações tóxicas observadas, equivalentes a CE50 ou CL50, foram de 10 a 100 vezes maiores que aquelas achadas no ambiente. Ainda, considerando os ensaios citotóxicos e genotóxicos, em sua maioria, viu-se que os fármacos na concentração usualmente encontrada no ambiente não apresentaram toxicidade significativa. Ensaios crônicos com elevada sensibilidade são os mais apropriados para investigar os riscos associados à presença de fármacos (ou de seus subprodutos) no ambiente. A baixa disponibilidade de dados relacionados ao efeito crônico dos fármacos sugere dificuldade em aplicar tais testes no monitoramento de amostras ambientais, uma vez que nesse caso os efeitos se referem à exposição prolongada e a doses cumulativas do agente.

REFERÊNCIAS

  • ABOU-EISHA, A. (2006) Evaluation of cytogenetic and DNA damage induced by the antibacterial drug, trimethoprim. Toxicology in Vitro, v. 20, n. 5, p. 601-607. https://doi.org/10.1016/j.tiv.2005.10.008
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.tiv.2005.10.008
  • AL-HARBI, M.M. (1993) Effect of captopril on the cytological and biochemical changes induced by adriamycin. Food and Chemical Toxicology, v. 31, n. 3, p. 209-212. https://doi.org/10.1016/0278-6915(93)90095-G
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/0278-6915(93)90095-G
  • ALLEN, C.N.; HARPUR, E.S.; GRAY, T.J.; HIRST, B.H. (1991) Toxic effects of non-steroidal anti-inflammatory drugs in a human intestinal epithelial cell line (HCT-8), as assessed by the MTT and neutral red assays. Toxicology in Vitro, v. 5, n. 3, p. 183-191. https://doi.org/10.1016/0887-2333(91)90016-7
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/0887-2333(91)90016-7
  • AQUINO, S.F.; BRANDT, E.M.F.; CHERNICHARO, C.A.L. (2013) Remoção de fármacos e desreguladores endócrinos em estações de tratamento de esgoto: revisão da literatura. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 18, n. 3, p. 187-204. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-41522013000300002
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S1413-41522013000300002
  • BENOTTI, M.J.; TRENHOLM, R.A.; VANDERFORD, B.J.; HOLADY, J.C.; STANFORD, B.D.; SNYDER, S.A. (2009) Pharmaceuticals and endocrine disrupting compounds in U.S. drinking water. Environmental Science & Technology, v. 43, n. 3, p. 597-603. https://doi.org/10.1021/es801845a
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1021/es801845a
  • BERGMAN, A.; HEINDEL, J.J.; JOBLING, S.; KIDD, K.A.; ZOELLER, T. (2013) Endocrine Disrupting Chemicals - 2012: An assessment of the state of the science of endocrine disruptors prepared by a group of experts for the United Nations Environment Programme and World Health Organization. Genebra: WHO/UNEP. 296 p.
  • BILA, D.; DEZOTTI, M. (2003) Fármacos no meio ambiente. Química Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422003000400015
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422003000400015
  • BIRCH, G.F.; DRAGE, D.S.; THOMPSON, K.; EAGLESHAM, G.; MUELLER, J.F. (2015) Emerging contaminants (pharmaceuticals, personal care products, a food additive and pesticides) in waters of Sydney estuary, Australia. Marine Pollution Bulletin, v. 97, n. 1-2, p. 56-66. https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2015.06.038
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2015.06.038
  • BISTAN, M.; PODGORELEC, M.; LOGAR, R.M.; TISLER, T. (2012) Yeast Estrogen Screen Assay as a Tool for Detecting Estrogenic Activity in Water Bodies. Food Technology Biotechnology, v. 50, n. 4, p. 427-433.
  • BONASSI, S.; ZNAOR, A.; CEPPI, M.; LANDO, C.; CHANG, W.P.; HOLLAND, N.; KIRSCH-VOLDERS, M.; ZEIGER, E.; BAN, S.; BARALE, R.; BIGATTI, MP.; BOLOGNESI, C.; CEBULSKA-WASILEWSKA, A.; FABIANOVA, E.; FUCIC, A.; HAGMAR, L.; JOKSIC, G.; MARTELLI, A.; MIGLIORE, L.; MIRKOVA, E.; SCARFI, M.R.; ZIJNO, A.; NORPPA, H.; FENECH, M. (2007) An increased micronucleus frequency in peripheral blood lymphocytes predicts the risk of cancer in humans. Carcinogenesis, v. 28, n. 3, p. 625-631. https://doi.org/10.1093/carcin/bgl177
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1093/carcin/bgl177
  • BRANDT, E.M.F.; QUEIROZ, F.B.; AFONSO, R.J.C.F.; AQUINO, S.F.; CHERNICHARO, C.A.L. (2013) Behaviour of pharmaceuticals and endocrine disrupting chemicals in simplified sewage treatment systems. Journal of Environmental Management, v. 128, p. 718-726. https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2013.06.003
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2013.06.003
  • BRASIL. (2011) Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 Normas e padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano. Brasil: Ministério da Saúde.
  • BRASIL. (2017) Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017 Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Brasil: Ministério da Saúde .
  • CARLSSON, C.; JOHANSSON, A.-K.; ALVAN, G.; BERGMAN, K.; KÜHLER, T. (2006) Are pharmaceuticals potent environmental pollutants? Part I: environmental risk assessments of selected active pharmaceutical ingredients. The Science of the Total Environment, v. 364, n. 1-3, p. 67-87. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2005.06.035
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2005.06.035
  • CLEUVERS, M. (2003) Aquatic ecotoxicity of pharmaceuticals including the assessment of combination effects. Toxicology Letters, v. 142, n. 3, p. 185-194. https://doi.org/10.1016/s0378-4274(03)00068-7
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/s0378-4274(03)00068-7
  • COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. (1996) Technical guidance document in support of Commission Directive 93/67/EEC on risk assessment for new notified substances and Commission Regulation (EC) No 1488/94 on risk assessment for existing substances Part II: Environmental Risk Assessment. Luxemburgo: Office for official publications of the European Communities.
  • COSTA, C.R.; OLIVI, P.; BOTTA, C.M.R.; ESPINDOLA, E.L.G. (2008) A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, v. 31, n. 7, p. 1820-1830. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000700038
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000700038
  • DAUGHTON, C. (2002) Environmental Stewardship and Drugs as Pollutants. Environmental Protection Agency. The Lancet, v. 360, n. 9339, p. 1035-1036. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(02)11176-7
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/S0140-6736(02)11176-7
  • DELGADO, L.F.; CHARLES, P.; GLUCINA, K.; MORLAY, C. (2012) The removal of endocrine disrupting compounds, pharmaceutically activated compounds and cyanobacterial toxins during drinking water preparation using activated carbon-a review. The Science of the Total Environment, v. 435-436, p. 509-525. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2012.07.046
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2012.07.046
  • DEODATO, E.L. (2009) Caracterização do potencial genotóxico e mutagênico de misturas 3:1 de nutrição parenteral voltadas para pacientes neonatos Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio do Janeiro.
  • DEVI, P.S.; POLASA, H. (1987) Evaluation of the anti-inflammatory drug indomethacin, for its genotoxicity in mice. Mutation Research, v. 188, n. 4, p. 343-347. https://doi.org/10.1016/0165-1218(87)90011-5
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/0165-1218(87)90011-5
  • DODD, M.C.; HUANG, C.H. (2004) Transformation of the antibacterial agent sulfamethoxazole in reactions with chlorine: kinetics, mechanisms, and pathways. Environmental Science & Technology, v. 38, n. 21, p. 5607-5615. https://doi.org/10.1021/es035225z
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1021/es035225z
  • DZIMIRI, N.; ALMOTREFI, A.A. (1993) Actions of amiodarone on mitochondrial ATPase and lactate dehydrogenase activities in guinea pig heart preparations. European Journal of Pharmacology, v. 242, n. 2, p. 113-118. https://doi.org/10.1016/0014-2999(93)90070-X
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/0014-2999(93)90070-X
  • FARRÉ, M.; PÉREZ, S.; KANTIANI, L.; BARCELÓ, D. (2008) Fate and toxicity of emerging pollutants, their metabolites and transformation products in the aquatic environment. Trends in Analytical Chemistry, v. 27, n. 11, p. 991-1007. https://doi.org/10.1016/j.trac.2008.09.010
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.trac.2008.09.010
  • FERRARI, B.; PAXÉUS, N.; LO GIUDICE, R.; POLLIO, A.; GARRIC, J. (2003) Ecotoxicological impact of pharmaceuticals found in treated wastewaters: study of carbamazepine, clofibric acid, and diclofenac. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 55, n. 3, p. 359-370. https://doi.org/10.1016/s0147-6513(02)00082-9
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/s0147-6513(02)00082-9
  • GARTISER, S.; HAFNER, C.; KRONENBERGER-SCHÄFER, K.; HAPPEL, O.; TRAUTWEIN, C.; KÜMMERER, K. (2012) Approach for detecting mutagenicity of biodegraded and ozonated pharmaceuticals, metabolites and transformation products from a drinking water perspective. Environmental Science and Pollution Research International, v. 19, n. 8, p. 3597-3609. https://doi.org/10.1007/s11356-012-0925-x
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1007/s11356-012-0925-x
  • GHISELLI, G. (2006) Avaliação da Qualidade das Águas Destinadas ao Abastecimento Público na Região de Campinas: Ocorrência e Determinação dos Interferentes Endócrinos (IE) e Produtos Farmacêuticos e de Higiene Pessoas (PFHP) 190f. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
  • GIRI, A.K.; SIVAM, S.S.; KHAN, K.A. (1992) Sister-chromatid exchange and chromosome aberrations induced by paracetamol in vivo in bone-marrow cells of mice. Mutation Research, v. 278, n. 4, p. 253-258. https://doi.org/10.1016/S0165-1218(10)80004-7
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/S0165-1218(10)80004-7
  • GUIMARÃES, T.S. (2008) Detecção e quantificação dos hormônios sexuais 17 β - Estradiol (E2), Estriol (E3), Etrona (E1) e 17 α - Etinilestradiol (EE2) em água de abastecimento: Estudo de caso da cidade de São Carlos, com vistas ao saneamento ambiental Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) - Universidade de São Paulo, São Carlos.
  • HOSSEINIMEHR, S.J.; KARAMI, M. (2005) Chemoprotective effects of captopril against cyclophosphamide-induced genotoxicity in mouse bone marrow cells. Archives of Toxicology, v. 79, n. 8, p. 482-486. https://doi.org/10.1007/s00204-005-0655-7
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1007/s00204-005-0655-7
  • ISIDORI, M.; LAVORGNA, M.; NARDELLI, A.; PASCARELLA, L.; PARRELLA, A. (2005) Toxic and genotoxic evaluation of six antibiotics on non-target organisms. The Science of the Total Environment, v. 346, n. 1-3, p. 87-98. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2004.11.017
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2004.11.017
  • IZUMI, K.; SANO, N.; OTSUKA, H.; KINOUCHI, T.; OHNISHI, Y. (1991) Tumor promoting potential in male F344 rats and mutagenicity in Salmonella typhimurium of dipyrone. Carcinogenesis, v. 12, n. 7, p. 1221-1225. https://doi.org/10.1093/carcin/12.7.1221
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1093/carcin/12.7.1221
  • JARDIM, W.F.; MONTAGNER, C.C.; PESCARA, I.C.; UMBUZEIRO, G.A.; BERGAMASCO, A.M.D.; ELDRIDGE, M.L.; SODRÉ, F.F. (2011) An integrated approach to evaluate emerging contaminants in drinking water. Separation and Purification Technology, v. 84, p. 3-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.seppur.2011.06.020
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.seppur.2011.06.020
  • KOLPIN, D.W.; FURLONG, E.T.; MEYER, M.T.; THURMAN, E.M.; ZAUGG, S.D.; BARBER, L.B.; BUXTON, H.T. (2002) Pharmaceuticals, hormones, and other organic wastewater contaminants in U.S. streams, 1999-2000: a national reconnaissance. Environmental Science & Technology, v. 36, n. 6, p. 1202-1211. https://doi.org/10.1021/es011055j
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1021/es011055j
  • KÜMMERER, K. (2010) Pharmaceuticals in the Environment. Annual Review of Environment and Resources, v. 35, p. 57-75. https://doi.org/10.1146/annurev-environ-052809-161223
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1146/annurev-environ-052809-161223
  • LI, J.; XU, L; SHI, Z.G.; HU, M. (2015) A novel two-dimensional liquid chromatographic system for the online toxicity prediction of pharmaceuticals and related substances. Journal of Hazardous Materials, v. 293, p. 15-20. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2015.03.035
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2015.03.035
  • LIMA, D.R.; TONUCCI, M.C.; LIBÂNIO, M.; AQUINO, S.F. (2017) Fármacos e desreguladores endócrinos em águas Brasileiras: ocorrência e técnicas de remoção. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 22, n. 6, p. 1043-1054. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522017165207
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522017165207
  • LIMA, D.R.S.; AFONSO, R.J.C.F.; LIBÂNIO, M.; AQUINO, S.F. (2014) Avaliação da remoção de fármacos e de desreguladores endócrinos em águas de abastecimento por clarificação em escala de bancada. Química Nova, v. 37, n. 5, p. 783-788. http://dx.doi.org/10.5935/0100-4042.20140126
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.5935/0100-4042.20140126
  • MACHADO, K.C.; GRASSI, M.T.; VIDAL, C.; PESCARA, I.C.; JARDIM, W.F.; FERNANDES, A.N.; SODRÉ, F.F.; ALMEIDA, F.V.; SANTANA, J.S.; CANELA, M.C.; NUNES, C.R.O.; BICHINHO, K.M.; SEVERO, F.J.R. (2016) A preliminary nationwide survey of the presence of emerging contaminants in drinking and source waters in Brazil. Science of the Total Environment, v. 572, p. 138-146. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2016.07.210
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2016.07.210
  • MAGDALENO, A.; CARUSSO, S.; MORETTON, J. (2017) Toxicity and genotoxicity of three antimicrobials commonly used in veterinary medicine. Bulletin of Environmental Contamination Toxicology, v. 99, n. 3, p. 315-320. https://doi.org/10.1007/s00128-017-2091-9
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1007/s00128-017-2091-9
  • MELO, S.A.S.; TROVÓ, A.G.; BAUTITZ, I.R.; NOGUEIRA, R.F.P. (2009) Degradação de fármacos residuais por processos oxidativos avançados. Química Nova, v. 32, n. 1, p. 188-197. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422009000100034
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422009000100034
  • MONTAGNER, C.C.; JARDIM, W.F. (2011) Spatial and Seasonal Variations of Pharmaceuticals and Endocrine Disruptors in the Atibaia River, São Paulo State (Brazil). Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 22, n. 8, p. 1452-1462. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-50532011000800008
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0103-50532011000800008
  • MOREIRA, D.S.; AQUINO, S.F.; AFONSO, R.J.C.F.; SANTOS, E.P.P.C.; PÁDUA, V.L. (2009) Occurrence of endocrine disrupting compounds in water sources of Belo Horizonte Metropolitan Area, Brazil. Environmental Technology, v. 30, n. 10, p. 1041-1049. https://doi.org/10.1080/09593330903052830
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1080/09593330903052830
  • MOREIRA, M.; AQUINO, S.F.; COUTRIM, M.; SILVA, J.; AFONSO, R. (2011) Determination of endocrine-disrupting compounds in waters from Rio das Velhas, Brazil, by liquid chromatography/high resolution mass spectrometry (ESI-LC-IT-TOF/MS), Environmental Technology, v. 32, n. 11-12, p. 1409-1417. https://doi.org/10.1080/09593330.2010.537829
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1080/09593330.2010.537829
  • MOSMANN, T. (1983) Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival: application to proliferation and cytotoxicity assays. Journal of Immunological Methods, v. 65, n. 1-2, p. 55-63. https://doi.org/10.1016/0022-1759(83)90303-4
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/0022-1759(83)90303-4
  • NIETO, E.; HAMPEL, M.; GONZÁLEZ-ORTEGÓN, E.; DRAKE, P.; BLASCO, J. (2016) Influence of temperature on toxicity of single pharmaceuticals and mixtures, in the crustacean A. desmarestii Journal of Hazardous Materials, v. 313, p. 159-169. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2016.03.061
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2016.03.061
  • ONWUAMAH, C.K.; EKAMA, S.O.; AUDU, R.A.; EZECHI, O.C.; POIRIER, M.C.; ODEIGAH, P.G.C. (2014) Exposure of Allium cepa root cells to zidovudine or nevirapine induces cytogenotoxic changes. PLoS One, v. 9, n. 3, p. 1-7. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0090296
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1371/journal.pone.0090296
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2011) Guidelines for Drinking-water Quality 4. ed. Genebra: OMS. 564 p.
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2012) Pharmaceuticals in Drinking-water Genebra: Public Health and Environment Water, Sanitation, Hygiene and Health. Disponível em: <Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44630/1/9789241502085_eng.pdf >. Acesso em: jul. 2012.
    » http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44630/1/9789241502085_eng.pdf
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2014) Antimicrobial Resistance: global report on surveillance. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data. Genebra: OMS . 257p.
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2016) Antimicrobial Resistance Fact sheet. Organização Mundial da Saúde. Disponível em: <Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs194/en/ >. Acesso em: set. 2016.
    » http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs194/en/
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). (2017) Guidelines for drinking-water quality. 4. ed. Genebra: Organização Mundial da Saúde.
  • PARRELLA, A.; LAVORGNA, M.; CRISCUOLO, E.; ISIDORI, M. (2013) Mutagenicity, Genotoxicity and Estrogenic Activity of River Porewaters. Environmental Contamination and Toxicology, v. 65, n. 3, p. 407-420. https://doi.org/10.1007/s00244-013-9928-y
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1007/s00244-013-9928-y
  • PEREIRA, R.O. (2011) Formação de subprodutos do estrona e 17β- estradiol na oxidação utilizando cloro e ozônio em água Tese (Doutorado em Ciências) -Universidade de São Paulo, São Carlos.
  • PHILIPOSE, B.; SINGH, R.; KHAN, K.A.; GIRI, A.K. (1997) Comparative mutagenic and genotoxic effects of three propionic acid derivatives ibuprofen, ketoprofen and naproxen. Mutation Research, v. 393, n. 1-2, p. 123-131. https://doi.org/10.1016/s1383-5718(97)00095-8
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/s1383-5718(97)00095-8
  • QUEIROZ, F.B.; BRANDT, E.M.F.; AQUINO, S.F.; CHERNICHARO, C.A.L.; AFONSO, R.J.C.F. (2012) Occurrence of pharmaceuticals and endocrine disruptors in raw sewage and their behavior in UASB reactors operated at different hydraulic retention times. Water Science & Technology, v. 66, n. 12, p. 2562-2569. https://doi.org/10.2166/wst.2012.482
    » https://doi.org/https://doi.org/10.2166/wst.2012.482
  • QUINTANA, J.B.; RODIL, R.; LÓPEZ-MAHÍA, P.; MUNIATEGUI-LORENZO, S.; PRADA-RODRÍGUEZ, D. (2010) Investigating the chlorination of acidic pharmaceuticals and by-product formation aided by an experimental design methodology. Water Research, v. 44, n. 1, p. 243-255. https://doi.org/10.1016/j.watres.2009.09.018
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.watres.2009.09.018
  • QUINTÃO, F.J.O.; FREITAS, J.R.L.; MACHADO, C.F.; AQUINO, S.F.; SILVA, S.Q.; AFONSO, R.J.C.F. (2016) Characterization of metformin by-products under photolysis, photocatalysis, ozonation and chlorination by high-performance liquid chromatography coupled to high-resolution mass spectrometry. Rapid Communications in Mass Spectrometry, v. 30, n. 21, p. 2360-2368. https://doi.org/10.1002/rcm.7724
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1002/rcm.7724
  • RAIMUNDO, C.C.M. (2007) Ocorrência de interferentes endócrinos e produtos farmacêuticos nas águas superficiais da bacia do rio Atibaia Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas .
  • RIGOBELLO, E.S. (2012) Avaliação da remoção de diclofenaco e formação de subprodutos em tratamento de água Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Carlos.
  • ROZAS, O.; VIDAL, C.; BAEZA, C.; JARDIM, W.F.; ROSSNER, A.; MANSILLA, H.D. (2016) Organic micropollutants (OMPs) in natural waters: Oxidation by UV/H2O2 treatment and toxicity assessment. Water Research, v. 98, p. 109-118. https://doi.org/10.1016/j.watres.2016.03.069
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.watres.2016.03.069
  • SANDERSON, H.; BRAIN, R.A.; JOHNSON, D.J.; WILSON, C.J.; SOLOMON, K.R. (2004) Toxicity classification and evaluation of four pharmaceuticals classes: antibiotics, antineoplastics, cardiovascular, and sex hormones. Toxicology, v. 203, n. 1-3, p. 27-40. https://doi.org/10.1016/j.tox.2004.05.015
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.tox.2004.05.015
  • SANTOS-SILVA, T.G.; MONTAGNER, C.C.; MARTINEZ, C.B.R. (2018) Evaluation of caffeine effects on biochemical and genotoxic biomarkers in the neotropical freshwater teleost Prochilodus lineatus. Environmental Toxicology and Pharmacology, v. 58, p. 237-242. https://doi.org/10.1016/j.etap.2018.02.002
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.etap.2018.02.002
  • SODRÉ, F.F.; PESCARA, I.C.; MONTAGNER, C.C.; JARDIM, W.F. (2010) Assessing selected estrogens and xenoestrogens in Brazilian surface waters by liquid chromatography-tandem mass spectrometry. Microchemical Journal, v. 96, n. 1, p. 92-98. https://doi.org/10.1016/j.microc.2010.02.012
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.microc.2010.02.012
  • SOUZA, B.P.; LIMA, D.R.S.; AQUINO, S.F.; QUARESMA, A.V.; BAÊTA, B.E.L.; LIBÂNIO, M. (2018) Oxidação de fármacos por cloro e formação de subprodutos em amostras aquosas em escala de bancada. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 23, n. 2, p. 207-216. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522018155335
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522018155335
  • SOUZA, N.C. (2011) Avaliação de Micropoluentes Emergentes em Esgotos e Águas Superficiais 166p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
  • STULTS, D.M.; KILLEN, M.W.; PIERCE, A.J. (2014) The sister chromatid exchange (SCE) assay. In: KEOHAVONG, P.; GRANT, S.G. (orgs.). Molecular Toxicology Protocols, Methods in Molecular Biology Totowa, NJ: Humana Press. v. 1105. 633 p. cap. 32.
  • STUMPF, M.; TERNES, T.A.; WILKEN, R.D.; RODRIGUES, S.V.; BAUMANN, W. (1999) Polar drug residues in sewage and natural waters in the state of Rio de Janeiro, Brazil. The Science of the Total Environment, v. 225, n. 1-2, p. 135-141. https://doi.org/10.1016/s0048-9697(98)00339-8
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/s0048-9697(98)00339-8
  • TERNES, T.A.; MEISENHEIMER, M.; MCDOWELL, D.; SACHER, F.; BRAUCH, H.-J.; HAIST-GULDE, B.; PREUSS, G.; WILME, U.; ZULEI-SEIBERT, N. (2002) Removal of pharmaceuticals during drinking water treatment. Environmental Science & Technology, v. 36, n. 17, p. 3855-3863. https://doi.org/10.1021/es015757k
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1021/es015757k
  • TERNES, T.A.; STUMPF, M.; MUELLER, J.; HABERER, K.; WILKEN, R.D.; SERVOS, M. (1999) Behavior and occurrence of estrogens in municipal sewage treatment plants--I. Investigations in Germany, Canada and Brazil. The Science of the Total Environment, v. 225, n. 1-2, p. 81-90. https://doi.org/10.1016/s0048-9697(98)00334-9
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/s0048-9697(98)00334-9
  • TICE, R.R.; AGURELL, E.; ANDERSON, D.; BURLINSON, B.; HARTMANN, A.; KOBAYASHI, H.; MIYAMAE, Y.; ROJAS, E.; RYU, J.C.; SASAKI, Y.F. (2000) Single cell gel/comet assay: guidelines for in vitro and in vivo genetic toxicology testing. Environmental and Molecular Mutagenesis, v. 35, n. 3, p. 206-221. https://doi.org/10.1002/(sici)1098-2280(2000)35:3%3C206::aid-em8%3E3.0.co;2-j
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1002/(sici)1098-2280(2000)35:3%3C206::aid-em8%3E3.0.co;2-j
  • U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). (2001) Removal of Endocrine Disruptor Chemicals Using Drinking Water Treatment Processes Washington, D.C.: USEPA. Disponível em: <Disponível em: http://nepis.epa.gov/Adobe/PDF/30004HGG.pdf >. Acesso em: 15 jan. 2016.
    » http://nepis.epa.gov/Adobe/PDF/30004HGG.pdf
  • 1
    Reg. ABES: 183632

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Abr 2020
  • Data do Fascículo
    Mar-Apr 2020

Histórico

  • Recebido
    04 Ago 2017
  • Aceito
    26 Fev 2019
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES Av. Beira Mar, 216 - 13º Andar - Castelo, 20021-060 Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: esa@abes-dn.org.br