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Produção científica dos alunos egressos do curso de especialização da Universidade Estadual de Londrina

Scientific production of students who completed the specialist degree course in the State University of Londrina

Resumos

na década de 80, foi criado um curso de pós-graduação lato sensu, especialização em Educação Especial-Deficiência Mental na Universidade Estadual de Londrina-Pr, como uma alternativa para formação de professores de Educação Especial. Diante da necessidade de reformular o currículo do Curso, com base em fundamentos parâmetros científicos, percebeu-se que a avaliação da produção científica desenvolvida pelo corpo discente deveria ser uma das etapas do processo de reformulação. Por ter o Curso como um dos objetivos a formação do professor-pesquisador, foi estabelecido que o estudo deveria analisar a produção científica (monografias) e a sua administração (tema, formação do orientando, consonância com a proposta do curso, correlação na trajetória profissional do aluno ou mudança no desempenho de tarefas) tendo em vista os objetivos da pesquisa. A fonte de dados analisada foi a das monografias, referentes aos períodos de 1987 a 2002, elaborados pelos 143 alunos egressos do Curso. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi uma ficha de registro que abordava dados de identificação da monografia, orientador, objetivo, temática, população-alvo, local de realização da monografia, tipo de pesquisa, tipo de referência bibliográfica utilizada na pesquisa e a data de publicação da obra utilizada. Os resultados mostraram que as pesquisas foram desenvolvidas em sua maioria, na escola, com alunos especiais, com quantidade equilibrada de pesquisas de levantamento e pesquisas de intervenção, cuja maior incidência de temas foi a de investigações relacionadas a procedimentos de ensino. Todos os resultados foram discutidos.

Educação Especial; formação do professor-pesquisador; curso de pós-graduação lato sensu; produção científica discente


in the eighties, a graduate level course offering a degree as Specialist in Special Education - Intellectual Disability, was created at the State University of Londrina (Universidade Estadual de Londrina), as an alternative teacher training program for Special Education teachers. Because it was deemed necessary to revise the curriculum according to scientific parameters, it was suggested that the assessment of the students' scientific production should be one of the steps in the revision process. Since one of the objectives in the course was training teachers as researchers, it was decided that the study should analyze not only the students' scientific production (final papers), but also the development of their production process (theme choice, student's academic history, resonance with course proposal, correlation to student's professional career, or changes in task performance) considering the aims of the study. The source of the data analyzed was the final papers written from 1987 to 2002 by 143 students who got their Specialist Degree in Special Education. The instrument used for collecting data was a form where information of various kinds was registered: general information to enable identification of the paper, name of supervisor, objectives, theme, target population, the context where the study was undertaken, type of research, type of references used in the research, and the publication date of the literature reviewed. The results showed that the research papers were developed mainly in schools, with special students, evenly divided between survey-type research and intervention-type research. The most common themes were investigations related to teaching procedures. All results were discussed.

Special Education; training teachers as researchers; specialist level graduate course; scientific production by students


RELATO DE PESQUISA

Produção científica dos alunos egressos do curso de especialização da Universidade Estadual de Londrina

Scientific production of students who completed the specialist degree course in the State University of Londrina

Maria Cristina MarquezineI; Viviane Maroneis TramontinaII

IDoutora em Educação e docente da Universidade Estadual de Londrina - Departamento de Educação - crismarquezine@sercomtel.com.bra , crisedes@uel.br

IIEspecialista em Educação Especial-Deficiência Mental, APAE/ CAPSi – Cambe - vivitramontina@hotmail.com

RESUMO

na década de 80, foi criado um curso de pós-graduação lato sensu, especialização em Educação Especial-Deficiência Mental na Universidade Estadual de Londrina-Pr, como uma alternativa para formação de professores de Educação Especial. Diante da necessidade de reformular o currículo do Curso, com base em fundamentos parâmetros científicos, percebeu-se que a avaliação da produção científica desenvolvida pelo corpo discente deveria ser uma das etapas do processo de reformulação. Por ter o Curso como um dos objetivos a formação do professor-pesquisador, foi estabelecido que o estudo deveria analisar a produção científica (monografias) e a sua administração (tema, formação do orientando, consonância com a proposta do curso, correlação na trajetória profissional do aluno ou mudança no desempenho de tarefas) tendo em vista os objetivos da pesquisa. A fonte de dados analisada foi a das monografias, referentes aos períodos de 1987 a 2002, elaborados pelos 143 alunos egressos do Curso. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi uma ficha de registro que abordava dados de identificação da monografia, orientador, objetivo, temática, população-alvo, local de realização da monografia, tipo de pesquisa, tipo de referência bibliográfica utilizada na pesquisa e a data de publicação da obra utilizada. Os resultados mostraram que as pesquisas foram desenvolvidas em sua maioria, na escola, com alunos especiais, com quantidade equilibrada de pesquisas de levantamento e pesquisas de intervenção, cuja maior incidência de temas foi a de investigações relacionadas a procedimentos de ensino. Todos os resultados foram discutidos.

Palavras-chave: Educação Especial; formação do professor-pesquisador; curso de pós-graduação lato sensu; produção científica discente.

ABSTRACT

in the eighties, a graduate level course offering a degree as Specialist in Special Education – Intellectual Disability, was created at the State University of Londrina (Universidade Estadual de Londrina), as an alternative teacher training program for Special Education teachers. Because it was deemed necessary to revise the curriculum according to scientific parameters, it was suggested that the assessment of the students' scientific production should be one of the steps in the revision process. Since one of the objectives in the course was training teachers as researchers, it was decided that the study should analyze not only the students' scientific production (final papers), but also the development of their production process (theme choice, student's academic history, resonance with course proposal, correlation to student's professional career, or changes in task performance) considering the aims of the study. The source of the data analyzed was the final papers written from 1987 to 2002 by 143 students who got their Specialist Degree in Special Education. The instrument used for collecting data was a form where information of various kinds was registered: general information to enable identification of the paper, name of supervisor, objectives, theme, target population, the context where the study was undertaken, type of research, type of references used in the research, and the publication date of the literature reviewed. The results showed that the research papers were developed mainly in schools, with special students, evenly divided between survey-type research and intervention-type research. The most common themes were investigations related to teaching procedures. All results were discussed.

Keywords: Special Education; training teachers as researchers; specialist level graduate course; scientific production by students.

1 INTRODUÇÃO

Quando foi estabelecido que a reformulação do currículo do Curso de Especialização em Educação Especial da Universidade Estadual de Londrina seria realizada sobre pressupostos que se embasassem em parâmetros científicos, também se percebeu que a avaliação da produção científica desenvolvida pelo corpo discente deveria ser uma das etapas do processo de reformulação. Para que se pudesse começar a pensar em como fazer, retomou-se a leitura dos trabalhos publicados que trataram da questão.

O primeiro trabalho encontrado foi o estudo desenvolvido por Nunes et al. (1998), que tinha por objetivo identificar a pesquisa em Educação Especial desenvolvida pelo corpo discente em programas de pós-graduação. Inicialmente, o projeto consistiu em pesquisar a produção discente dos programas da pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e da pós-graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos, que foi magnificamente concluído.

Depois do contato inicial percebeu-se, aos poucos, a existência de algumas iniciativas anteriores desenvolvidas no sentido de discutir e analisar questões referentes à pesquisa e à produção científica em Educação Especial nos programas de pós-graduação, como as iniciativas desenvolvidas por Goyos e Dias (1988); Ferreira (1990; 1991) Nunes (1988), entre outros.

Essas iniciativas frutificaram e, na atualidade, já se tem a maior parte da produção científica discente em Educação Especial, produzida em programas de pós-graduação das universidades brasileiras, mapeada e analisada por Nunes et al. (1998, 1999, 2003 a, 2003b), Nunes (2004) Ferreira, Nunes, Mendes (2004), Mendes (1999) e Mendes et al. (2001).

Além dessas iniciativas pioneiras, podemos nomear ainda o trabalho de Bueno (2004), que comparou a produção cientifica do programa de pós-graduação em Educação Especial da UFSCar e de outras universidades nacionais, e o de Manzini (2006, no prelo), que analisou a produção discente do programa de pós-graduação em Educação da UNESP-Campus de Marília.

Dentro dessa tradição de análise da produção discente, mas influenciado pela área de ciências da informação, pode-se encontrar ainda o estudo de Omote, Prado e Carrara (2003), que analisou as fontes de referências utilizadas em dissertações e teses do programa de pós-graduação em Educação da UNESP-Câmpus de Marília.

Diante das publicações que mostraram a importância da análise da produção científica do aluno, preparada nos cursos de pós-graduação stricto sensu, resolveu-se acatar a direção ditada pela literatura e iniciaram-se as investigações e análises da produção discente no Curso de Especialização em Educação Especial, mesmo tendo-se consciência de que se estaria tratando de uma produção de curso de pós-graduação lato sensu, que não tem como objetivo formar pesquisadores tal qual objetiva o curso de pós-graduação stricto sensu. Entretanto, mesmo sem ter a pretensão de trabalhar a formação do pesquisador feita pelos cursos de pós-graduação stricto sensu, o Curso de Especialização em Educação Especial tinha como objetivo trabalhar a formação do professor-pesquisador (LÜDKE, 2001). Seguindo tal objetivo do curso, foi estabelecido que o estudo deveria começar a analisar a produção científica (monografias) e a sua administração (tema, formação do orientando, consonância com a proposta do curso, correlação na trajetória profissional do aluno ou mudança no desempenho de tarefas), tendo-se em vista os objetivos de cada uma das pesquisas desenvolvidas.

2 MÉTODO

2.1 FONTE DE DADOS: MONOGRAFIAS

A fonte de dados analisada foi a das monografias ou trabalhos de conclusão de curso, referentes aos períodos de 1987 a 2002, elaborados pelos 143 alunos egressos do Curso de Especialização em Educação Especial-Deficiência Mental da Universidade Estadual de Londrina.

2.2 INSTRUMENTOS E MATERIAS

Foi utilizada, como instrumento de coleta de dados, uma ficha de registro para avaliação das monografias, elaborada de acordo com a influência dos critérios utilizados por Nunes et al. (1998, 1999); Mendes et al. (2001); Omote, Prado e Carrara (2003; s/d) e Bueno (2004) em pesquisas que envolveram produção, alunos e egressos de programas de pós-graduação stricto sensu.

A ficha foi dividida em três partes, a primeira composta por quatro questões referentes aos dados de identificação da monografia, tais como título, autor, orientador e ano de entrega; a segunda composta por seis questões referentes aos dados para análise da monografia, tais como objetivo, temática, população-alvo, local de realização e tipo de pesquisa; a terceira composta por questões referentes ao tipo de referência bibliográfica utilizada na pesquisa e a data de publicação da obra utilizada.

No que se refere ao tipo de pesquisa, a classificação de tipo de pesquisa utilizada para tal análise foi desenvolvida por Rodrigues (1975), pois nessa classificação os tipos de pesquisa classificados são excludentes. Como o autor deixa claro, esta proposta classificatória pode ser usada em ciências do comportamento ou em outras ciências; razão por que foi escolhida para ser utilizada nessa pesquisa que estudou um problema originado da Educação Especial. Para esse autor, o método utilizado nas pesquisas de Psicologia Social classifica-se em duas categorias: pesquisas ex post facto e pesquisas experimentais. As pesquisas ex post facto caracterizam-se por estudar uma situação em que as variáveis dependentes e independentes já ocorreram. Podem ser de dois tipos: pesquisa de levantamento e estudo de campo ou caso. As pesquisas experimentais dividem-se em experimentos de laboratório e experimentos de campo.

Quanto à terceira parte do instrumento, os tipos de publicações que nele constavam eram os seguintes: livro técnico, capítulo de livro técnico, revista científica/periódico, revista de divulgação, anais de eventos técnico-científicos, monografia, dissertação, tese de doutorado e pós-doutorado; comunicação pessoal, publicações não-técnicas, artigos da internet; resenha; publicações de circulação restrita, legislação e documentos governamentais, publicação no prelo, fonte não identificada e outros. Foi considerada (a) revista científica/periódico, on line ou não, a publicação que possuísse conselho editorial e uma política explícita de publicações, (b) revista de divulgação relacionada à Educação Especial, que apresentasse periodicidade ou publicação periódica constante, mas que não possuísse política de publicação em consonância com os critérios da CAPES, tais como Mensagem da APAE, Integração, etc. Foram consideradas (c) publicações de circulação restrita (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2001) os textos mimeografados circulantes em universidade, cópia de conferências, não publicadas na íntegra, que tinham sido proferidas em eventos técnico-científicos, cópias de material inédito, etc.

2.3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A primeira tarefa desenvolvida no estudo foi caracterizada pela identificação e localização das monografias dos egressos e a elaboração definitiva e testagem final do instrumento.

A segunda tarefa teve início com o preenchimento dos dados de identificação de cada um dos trabalhos, com o registro do título da monografia, o autor, o orientador e o ano de entrega.

A terceira tarefa envolveu a fase da análise, na qual o trabalho foi lido para identificação do objetivo, tema, população-alvo, local de realização da pesquisa e tipo de pesquisa. Por essa leitura foram analisados os objetivos de cada trabalho, para ver se o método havia sido elaborado de maneira a alcançá-los. Foram analisados o tema e o problema descrito, para ver se o tipo de pesquisa desenvolvido estava de acordo com as informações fornecidas.

2.4 TRATAMENTO DOS DADOS

Criou-se um banco de dados no Access 2003 para que fosse alimentado com os dados oriundos da ficha de análise das monografias dos alunos do curso, agrupados em categorias que receberam tratamento de estatística descritiva através do SPSS. Aproveitando-se o potencial do programa, foram realizadas várias comparações /correlações entre os dados, pelos quais foi possível perceber as migrações entre os dados específicos dos participantes.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma das exigências do Curso de Especialização em Educação Especial-Deficiência Mental, pós-graduação lato sensu da UEL, foi a elaboração e execução de um projeto de pesquisa empírica que nada mais era do que o trabalho de conclusão de curso (TCC), o qual deveria ser apresentado através de um relatório de pesquisa, com formato monográfico. Os resultados apresentados neste estudo referem-se aos trabalhos monográficos ou de conclusão de curso elaborados e entregues até 2002 pelos egressos.

A análise das monografias deveria abranger 143 trabalhos monográficos elaborados pelos alunos, mas dois deles não foram localizados, já que nem mesmo os autores possuíam uma cópia. Em conseqüência disso, esta análise envolveu apenas 141 trabalhos.

Para que as monografias pudessem ser analisadas, foram distribuídas nas seguintes categorias, de acordo com o tema da pesquisa (TABELA 1): procedimentos de ensino na escola (PEE), que apresentou maior incidência (31,9%); família (FAM), que apresentou a segunda maior incidência (16,3%); inclusão/integração e exclusão (IIE), que apresentou a terceira incidência (14,2%); profissionalização (PROF), que apresentou a quarta incidência (12,8%); capacitação profissional (CP), que apresentou a quinta incidência (9,2%); procedimentos/intervenções na área de saúde (PIAS), que apresentou a sexta incidência (6,4 %); avaliação (AV), que apresentou a sétima incidência (05,7%) e concepção de deficiência (CD), que apresentou a oitava e última incidência (03,5%).

Na categoria procedimentos de ensino na escola, das 45 monografias, 25 (17,7 %) dos problemas pesquisados foram sobre a base nacional comum (PEEBNC), ou seja, 25 desses trabalhos foram pesquisas sobre Metodologia de Ensino em disciplinas que anteriormente compunham o núcleo comum. Além desses trabalhos, esta categoria ainda agrupou 05 (3,5 %) projetos de pesquisa sobre a eliminação de comportamentos inadequados na escola (PEECI) e 15 (10,6 %) projetos de pesquisa sobre desenvolvimento de habilidades e competências (PEEHC) de alunos especiais na instituição escolar.

Como pode ser observado, não se utilizaram as categorias desenvolvidas por Nunes, Ferreira, Glat e Mendes (1998, 1999), que foram usadas na análise da produção das teses e dissertações brasileiras em Educação Especial. A justificativa para a não-utilização dessa categorização foi decorrência dos dados encontrados. Os trabalhos de pesquisa das monografias foram desenvolvidos principalmente em escola, com temas, portanto, muito diferentes dos da produção científica analisados pelos pesquisadores acima mencionados.

Além da categorização dos temas das monografias também foi realizada uma análise dos tipos de pesquisa presentes nas monografias. Os 141 projetos de pesquisa desenvolvidos pelos egressos foram distribuídos de acordo com suas características, utilizando-se a classificação (VER TABELA 2) defendida por Rodrigues (1975) e em conseqüência disso os resultados encontrados foram: o experimento de campo presente com 68 projetos (48,2 %), o levantamento com 66 projetos (46,8 %) e o estudo de caso com 07 projetos (05,0 %) monográficos.

A quantidade equilibrada de projetos que envolviam pesquisas de levantamento e de intervenção pode ser vista como um dado importante do curso, já que o corpo docente do curso pensava que não adiantava apenas identificar problemas através da pesquisa de levantamento. Pensava-se que os profissionais deveriam elaborar e desenvolver projetos de intervenção baseados, principalmente, nos dados do levantamento, visto que assim se poderia contar com uma informação com um grau de segurança mais elevado para propor algum tipo de alteração no campo. Alguns profissionais, quando deixam de desenvolver projeto de pesquisa de intervenção, por vezes se deixam cair em tentação, e passam a manter um discurso baseado no criticismo, no qual utilizam o dado apenas na promoção do discurso especulativo, que, por seu nível de atratividade, pode perpetuar-se ao ocupar o lugar efetivo da ação pedagógica corretiva ou do atendimento adequado ao aluno especial.

Na Tabela 3 pode-se observar a distribuição dos temas de estudos e dos tipos de pesquisa pelos quais o trabalho foi realizado. Esta relação pode ser elucidativa, visto mostrar a tendência de encaminhamento de pesquisas futuras, que poderão ser desenvolvidas por este grupo de profissionais.

A categoria avaliação foi trabalhada principalmente em estudo de levantamento (5,7%). Este dado pode estar mostrando a importância, na época, da identificação da maneira pela qual os técnicos em Educação Especial da região avaliavam os alunos especiais. Houve apenas um estudo de caso que envolvia uma paciente internada em hospital psiquiátrico. Como foi alertado por Nunes et al. (1998), a categoria avaliação pode ser chamada, pela literatura, de diagnóstico para a identificação e diagnóstico para o ensino, mas os projetos desenvolvidos pelos egressos foram sobre diagnóstico para ensino, o que poderia ser visto como um resultado previsto ou esperado, porquanto o curso estava localizado em um Departamento de Educação e foi formulado e mantido em seu formato original que tinha como meta a formação de professores pesquisadores. Os autores, nesse estudo a respeito de teses e dissertações sobre Educação Especial na UFSCar e UERJ, ainda encontraram alguns trabalhos nas duas instituições pesquisadas, com as mesmas características dos projetos desenvolvidos por alunos da especialização. Nas publicações posteriores sobre o prosseguimento da idéia inicial, Nunes, Ferreira e Mendes (2003b) analisaram a produção de dissertações e teses dos programas de pós-graduação em Educação e Psicologia de 27 universidades brasileiras, com um total de 479 trabalhos nos últimos 10 anos, e constataram que 18% dos trabalhos pesquisaram temas relacionados à categoria identificação/diagnóstico/ caracterização, fazendo com que essa categoria apresentasse a terceira maior incidência em relação aos temas pesquisados nacionalmente. É possível que esta diferença de freqüência e, conseqüentemente, de interesse entre os projetos dos alunos, possa ser explicada pelo fato da Secretaria de Estado e Educação, na época, ter adotado um procedimento avaliatório padronizado que deveria ser seguido por todos os profissionais envolvidos no diagnóstico de alunos especiais. A padronização era cobrada com tanto rigor que a própria Secretaria de Estado dava os cursos de treinamento a psicólogos e pedagogos, sem vínculo empregatício com o Estado, para que fizessem a avaliação dos alunos, enquanto os núcleos regionais não tivessem profissionais habilitados para fazê-la.

Na categoria sobre concepção de deficiência constavam cinco (3,5%) projetos de pesquisa de levantamento, todos sobre a identificação da concepção de profissionais de categorias específicas. Esses temas foram desenvolvidos pelo fato dos docentes estarem precisando intervir em áreas que envolviam atividade dos profissionais. Essa categoria também foi utilizada por Manzini (no prelo) quando estudou a produção do Programa de Pós-graduação em Educação, da UNESP-Câmpus de Marília, mas esse tema foi o terceiro mais pesquisado, enquanto que no curso estudado foi o que apresentou a freqüência mais baixa em número de trabalhos desenvolvidos. Pensando-se nesta diferença, pode-se perceber que o corpo docente do curso e os professores de Educação Especial da UEL pesquisavam e, conseqüentemente, publicavam pouco sobre este tema, o que possibilita inferir que talvez os alunos tenham sido pouco incentivados a escolher esta problemática para o desenvolvimento de projetos.

A categoria capacitação profissional ou formação de recursos humanos apresentou uma incidência de 13 (9,21%) projetos que foram desenvolvidos em pesquisa de levantamento. Na época, os professores de algumas áreas estavam precisando de informações sobre cursos de graduação e formação sobre deficiência, para algumas categorias profissionais. Outros projetos tratavam da identificação de formação inicial e continuada de professores ou ainda da função ou atividades que algumas categorias profissionais desempenhavam na área de Educação Especial. Estas informações eram necessárias, na época, para que programas de intervenção fossem montados para promover a melhoria da qualidade da prática docente, pois alguns professores do curso pensavam que os técnicos em Educação Especial teriam, entre suas funções, a facilitação da relação entre ensino e aprendizagem. Como, por tradição, o Estado do Paraná fazia a formação do professor de Educação Especial na pós-graduação lato sensu, esperava-se que o curso fosse capaz de melhorar a prática do professor em sala de aula. Falando-se, ainda, dessa formação caracteristicamente regional, deve-se registrar que esses professores já vinham para a seleção com seus cursos de licenciatura completos. Já haviam, portanto, recebido a formação geral em Educação. Isto talvez venha mostrar uma realidade diferente daquela descrita por Bueno (1999a, 1999b) quando fez a comparação entre a formação do professor generalista e a do especialista. O trabalho de Nunes, Ferreira e Mendes (2003b) mostrou que, em relação à formação do professor, os resultados das pesquisas são pouco promissores e tal situação pode ter sido agravada pela falta de programas de formação continuada na maioria dos estados brasileiros. Parece que atualmente o Paraná está entre os estados da União que expressam preocupação com a formação continuada, mas ele está entre os que "[...] referem-se a essa formação relacionada especificamente com a qualificação do professor" (BUENO et al., 2005, p.109).

No Paraná, a Secretaria de Estado e Educação geralmente programa os cursos que deseja e os promove através do CETEPAR, visto que para a progressão na carreira funcional, a titulação apresentada pelos profissionais deve ser desse órgão estadual. Se as instituições de ensino superior firmarem convênios com a Secretaria de Estado e Educação através do CETEPAR, então os certificados expedidos por elas poderão ser aceitos para a progressão funcional dos professores. A organização da formação continuada paranaense ainda não chegou ao nível de qualidade do trabalho realizado pelo Rio Grande do Sul, mas parece que esse padrão constitui uma meta a ser alcançada.

No estudo de Nunes, Ferreira e Mendes (2003a), o tema formação de recursos humanos foi o quarto mais pesquisado; no curso da UEL, foi o quinto e no trabalho de Manzini (no prelo) foi o terceiro tema, entre os estudados. O trabalho comparativo desenvolvido por Bueno (2004) mostrou que o tema formação docente apareceu em sétimo lugar entre os temas pesquisados no PPGEE-UFSCar e nos PPG, área de educação nacional. Esta categoria temática não faz parte do grupo de temas preferidos pelos pesquisadores brasileiros, como os dados parecem estar indicando.

A categoria família foi o segundo tema mais pesquisado pelos egressos. Apareceu, no curso, com 23 projetos desenvolvidos (16,5%), sendo 11 pesquisas de intervenção, 11 de levantamento e um projeto sobre uma situação já sedimentada, em que foi utilizado o estudo de caso. Os projetos de intervenção foram elaborados e desenvolvidos por influência dos resultados dos projetos de levantamento e pesquisados, em grande parte, por técnicos em Educação Especial. A maioria dos trabalhos desenvolvidos pelos técnicos em Educação Especial foi constituída por estudos com esse tema, porque necessitava do apoio da família na repetição dos exercícios prescritos para o tratamento do aluno especial, em casa. Uma grande parte das pesquisas do curso estudou o envolvimento da família com o atendimento e/ou ensino do filho especial. Na pesquisa de Nunes, Ferreira e Mendes (2003a), a categoria aparece com o nome de relações familiares e, em uma escala de 1 a 15, foi o sexto tema pesquisado e, portanto, começa a aparecer entre os mais pesquisados. No curso de especialização, as pesquisas cujos temas estavam relacionados ao estudo e envolvimento da família, foram feitas por influência dos profissionais do Centro de Educacion Especial Ann Sullivan, em Lima-Peru. Essa influência teve como causa os cursos promovidos pelo PPGEE-UFSCar e ministrados por LeBlanc e Mayo (LEBLANC, 1990; MAYO; LEBLANC 1989; SCHROEDER; GORDON, (s/d), além do fato de alguns dos professores convidados do curso de especialização terem escolhido esse centro para fazer um estágio, em férias escolares brasileiras. A partir desses contatos, o corpo docente passou a defender, junto aos egressos, o envolvimento dos familiares em qualquer atividade do seu membro especial.

A categoria inclusão/integração e exclusão foi o terceiro tema mais pesquisado pelos egressos e passou a fazer parte do rol dos temas preferidos para pesquisa nos últimos dez anos, como foi afirmado por Omote (2003c, p.102): "A recente popularização das discussões sobre a inclusão certamente contribuiu para essa grande arrancada ocorrida nas últimas décadas". No curso, esta categoria apresentou uma freqüência de 20 (14%) trabalhos, sendo a maioria deles realizada mediante pesquisa de levantamento. A razão é que havia ainda poucas informações sobre inclusão para se definirem procedimentos de intervenção que envolvessem o 'como fazer'. Por este motivo, a incidência da intervenção foi de apenas 03 trabalhos. Dos 20 trabalhos, 19 tratavam de questões escolares. Nessa categoria, foram realizados 02 estudos de caso cujos temas estavam ainda vinculados especificamente à integração.

No estudo apresentado por Ferreira, Nunes e Mendes (2004), sobre a análise das dissertações relacionadas à área de deficiência mental nos 25 anos do PPGEEs-UFSCar, os trabalhos sobre o tema integração/inclusão começaram a aparecer, em 1994, no rol dos trabalhos defendidos. De 1994 a 2001, a categoria registrou uma freqüência de 07 trabalhos (8%) em um total de 86. Manzini (no prelo), em seu trabalho sobre a produção do PPGE-UNESP/Marília, mostrou que naquela instituição de ensino a categoria inclusão foi pesquisada por 11% dos alunos envolvidos nas linhas de pesquisa em Educação Especial. O estudo de Nunes; Ferreira e Mendes (2003a) mostrou que o tema integração/inclusão de todas as modalidades de pessoas especiais foi o quinto (59-12,3%) mais pesquisado em uma escala de 1 a 15 temas. É possível que a diferença de freqüência haja ocorrido pelo fato dos dados sobre os trabalhos de pesquisa do PPGEES-UFSCAR terem sido coletados até 2001, os da UEL até 2002, os do PPGE-UNESP/Marília até 2004 e os dados da pesquisa nacional estarem envolvendo também a área de Psicologia.

A incidência maior de pesquisa na categoria integração/inclusão foi encontrada no curso da UEL, mas até agora não se analisou e não se vai analisar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Poderia ser considerado como inadequado querer comparar monografia de especialização com dissertação de mestrado e tese de doutorado. Apesar da provável diferença entre a qualidade dos trabalhos, pensou-se que esta maior freqüência no estudo do tema no curso da UEL pode estar relacionada ao fato do Departamento de Educação formar professores das séries iniciais, supervisores e orientadores educacionais. Isto significa que o advento da inclusão escolar vai acontecer principalmente pela mediação de categorias de profissionais formados pela área de Educação. Além desse fato, é sempre importante lembrar que a UEL possui um setor de atendimento ao aluno especial (OLIVEIRA; FERREIRA, 1998) inserido nos seus cursos, que está em funcionamento há pelo menos 10 anos. A presença do aluno especial, a incidência dos problemas suscitados pelo aluno inserido e o apoio do pessoal especializado da instituição fazem com que a inclusão escolar seja parte da realidade cotidiana do corpo docente da universidade. Esse clima pode, portanto, ter influenciado, também, a freqüência mais elevada na escolha do tema de pesquisa por parte dos egressos.

A categoria procedimentos de ensino na escola apresentou a maior freqüência de trabalhos em todas as categorias - 45 (31,9%) - visto que, desses, 38 (26,94%) foram pesquisas de intervenção com alunos especiais. Os 07 (4,96%) trabalhos restantes foram desenvolvidos para fornecer mais dados que facilitassem a intervenção. Essas pesquisas da categoria estavam relacionadas às questões de ensino e aprendizagem. A pequena incidência dos outros tipos de pesquisa nesta categoria está relacionada à quantidade de dados que já estavam publicados sobre o ensino do aluno especial. Como nos trabalhos de Nunes et al. (1998), Mendes et al. (2001); Nunes, Ferreira e Mendes (2003a, 2003b), e Ferreira, Nunes e Mendes (2004) e Nunes, Ferreira e Mendes (2004), a maior incidência de pesquisa foi encontrada sobre os temas que envolvem ensino e aprendizagem ou procedimentos de ensino na escola ou, ainda, metodologia de ensino, ao passo que no curso da UEL os procedimentos que tratavam da Metodologia de Ensino das disciplinas da base nacional comum tiveram uma incidência de 25 trabalhos, o que pode ser traduzido em 17,7 % do total geral das pesquisas desenvolvidas. No estudo comparativo de Bueno (2004), os trabalhos sobre disciplinas da base nacional comum foram relacionados como componentes curriculares e no PPGEEs-UFSCar apresentaram uma incidência de 18, ou seja, o equivalente a 6,92% do total dos trabalhos. Este dado pode ser perfeitamente aceitável em um programa que está localizado em um Departamento de Psicologia, cujos profissionais não são especializados em Didática e Metodologia de Ensino, mas causa espanto a incidência de apenas 7,27 % dos trabalhos sobre essa categoria no PPGE-UNESP/Marília, que é justamente um Programa de Pós-graduação em Educação. Aliás, o trabalho de Nunes, Ferreira e Mendes (2004) vêm confirmar essa interpretação, pois, quando compararam os dados da produção em Psicologia e Educação, os autores encontraram um resultado equivalente. Segundo os autores, o tema mais pesquisado nacionalmente na área de Educação foi a temática ensino-aprendizagem, mas a temática mais pesquisada na área de Psicologia foi identificação/diagnóstico/caracterização.

A categoria procedimentos/intervenções na área de saúde apareceu com uma freqüência de 09 trabalhos (6,4%), mas a maioria absoluta deles foi feita por intervenção, e todos os projetos foram elaborados sobre questões identificadas em escolas. Um resultado semelhante foi encontrado por Nunes, Ferreira e Mendes (2003b) que identificaram 16 pesquisas sobre reabilitação-saúde nos programas de Pós-graduação em Educação e Psicologia, em 27 universidades brasileiras. Esses dados parecem demonstrar que o modelo clínico está sendo afastado da área, mas que esses profissionais ainda estão muito preocupados com o resultado da sua intervenção profissional, talvez mais do que os profissionais de outras categorias envolvidos, direta ou indiretamente, com a clientela especial.

Finalmente, a categoria profissionalização apresentou a freqüência de 18 (12,8%) trabalhos, sendo 08 deles realizados através de levantamento, os quais envolveram, como participantes, empresários e professores do setor de profissionalização. Os 09 trabalhos desenvolvidos através de pesquisa de intervenção estudaram os alunos especiais e a metodologia adequada para ensiná-los a trabalhar em linhas de produção de empresas e oficinas abrigadas. Apareceu também um estudo de caso de um participante que já estava inserido em uma empresa de prestação de serviços e se recusava a manter contato com os amigos e colegas da escola especial.

Os trabalhos sobre profissionalização apareceram em quase todas as turmas do curso, mas houve um recrudescimento na busca do estudo do tema nos últimos anos. O mesmo resultado foi encontrado por Ferreira, Nunes e Mendes (2004) na análise que fizeram nas pesquisas dos alunos do PPGEEs/UFSCar, mas com incidência de apenas 5,8% dos trabalhos. Nunes, Ferreira e Mendes (2003b, p. 131, 2003a) mostraram que apenas 4,8% dos trabalhos acadêmicos nacionais foram desenvolvidos sobre profissionalização. Mostraram, ainda, a inadequação dos estudos desenvolvidos, com vistas à confirmação da "deficientização" do aprendiz, já que os alunos menos comprometidos eram preparados para atuar nas oficinas abrigadas, por terem um índice de produtividade maior que os alunos mais comprometidos.

Pode-se pensar, diante da situação mostrada pelos resultados das pesquisas, que o que é mostrado, de fato, é a inadequação da postura acadêmica diante do desafio de descobrir maneiras adequadas de inserir o portador no mercado de trabalho. Essa inadequação é tão acentuada que apenas a academia consegue chamar o mercado de trabalho de mercado competitivo de trabalho, como se existisse um mercado de trabalho não-competitivo, em país capitalista. Talvez tenha chegado o momento dos profissionais da academia que atuam na profissionalização começarem a conhecer as reais exigências do mercado, começarem a decodificar a linguagem do empresariado, conhecerem, enfim, não só a legislação que regula a atividade produtiva, mas também os fundamentos da administração empresarial, para daí começarem a pensar em preparar o aprendiz especial para o trabalho. Será que não chegou a hora da Educação Especial entregar a profissionalização do aprendiz especial para profissionais, encontrados em organizações do tipo do SENAI, SESC, SESI e outras? Em caso de dúvida, é só exigir que o IBGE acrescente, em suas pesquisas demográficas, questões que identifiquem a quantidade de profissionais especiais que estão empregados, com carteira assinada ou não, no território nacional.

Depois de se repensaram os fenômenos envolvidos nas temáticas pesquisadas, vai ser iniciado agora o mesmo processo em relação a quem foram os pesquisados (VER TABELA 4). Todos os projetos de pesquisa desenvolvidos pelos participantes envolviam uma população-alvo específica, ou seja, o que se convencionou denominar de participantes. Ao se fazer análise dos trabalhos (TABELA 4) constatou-se que 72 pesquisas (51,1 %) foram realizadas apenas com alunos; mas 10 pesquisas (07,1 %) foram desenvolvidas com alunos e suas respectivas famílias, além de 04 (02,8%) pesquisas que envolviam aluno e professor. Esses resultados mostram que 60 % dos trabalhos utilizaram, diretamente, alunos especiais como participantes. Bueno (2004) encontrou resultado equivalente no PPGEEs-UFSCar.

Estes dados vêm mostrar que o curso da UEL tendia a tratar a deficiência como um atributo localizado no próprio indivíduo (OMOTE, 1996 a; b), quando de fato se poderia considerar a deficiência como resultado da construção social naquele momento (PFUHL; HENRY, 1993; OMOTE, 1999).

Repensando-se os dados encontrados em outros estudos, pode-se perceber que outros programas também trataram o aluno especial da mesma maneira, e, como são mais antigos que o curso da UEL, foram, provavelmente, a fonte de inspiração para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa dos egressos.

Tratando-se, ainda, das questões voltadas aos participantes, verificou-se que 13 trabalhos (09,2 %) foram desenvolvidos com membros da família do aluno especial, 13 (09,2 %) exclusivamente com professores e 22 (15,7%) com profissionais que integravam equipe multidisciplinar das escolas especiais. Esses profissionais, nas escolas paranaenses, recebem o nome de técnicos em Educação Especial. No estudo comparativo de Bueno (2004) sobre os trabalhos do PPGEEs-UFSCar e sobre os PPG de Educação-Brasil foi constatado que a maioria dos trabalhos do PPGEEs foram realizados sobre alunos, diferentemente dos desenvolvidos pelos programas de PPG em Educação. Estes dados vêm mostrar que o curso da UEL estava preocupado com a relação entre procedimento/metodologia de ensino e rendimento do aluno. Tal preocupação pode ter sido motivada pelo fato do objetivo do curso de especialização estar voltado para a melhoria da prática profissional cotidiana do professor. Em outras palavras, o corpo docente preocupava-se em ensinar o professor a dar aulas para o aluno especial.

Além de identificar a população pesquisada nas monografias, havia, também, o interesse por parte dos pesquisadores em identificar os locais onde esses trabalhos haviam sido desenvolvidos (VER TABELA 5).

Através dos dados pode-se constatar que as pesquisas de todos os egressos foram desenvolvidas em 07 lugares diferentes. A escola especial foi o local de maior incidência, por terem sido desenvolvidos lá 77 trabalhos (54,6 %). O segundo lugar com maior freqüência foi a escola regular, com 28 trabalhos (19,9 %). Os locais onde se prestam serviços de saúde e a categoria outros locais apresentaram a freqüência de 10 trabalhos (7,1 %); a universidade 07 (5,0 %); as empresas apresentaram a freqüência 05 (3,5 %) e finalmente a escola regular-escola especial obteve a incidência 04 (2,8 %). Ao se analisarem os resultados constatou-se que 82% dos trabalhos foram realizados em escolas, visto o corpo docente ter tido interesse em levar os egressos até a instituição escolar. Os trabalhos desenvolvidos nas escolas regulares desenvolveram-se no final da década de 90, do século passado, provavelmente influenciados pelo discurso da inclusão escolar.

A pesquisa comparativa de Bueno (2004) analisou os dados das teses e dissertações sobre as escolas, no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da UFSCar, e 'toda a produção discente da área de educação, constante no CD-Rom ANPED-99' (BUENO, 2004, p. 21). Nesse trabalho comparativo ele mostrou que entre os anos 1981 e 2001 o PPGEE-UFSCar produziu 52,4% dos seus trabalhos sobre a escola; enquanto que os trabalhos sobre a escola na PPG em Educação- Brasil, entre os anos 1981 e 1998, apresentaram o índice de 40,2% de freqüência. É claro que se tem consciência de que o grau de complexidade das teses e dissertações dos programas de pós-graduação stricto sensu é muito maior que os trabalhos de conclusão da pós-graduação lato sensu mas, mesmo assim, 82% dos trabalhos foram sobre a escola, provavelmente porque o corpo docente do curso pensava que o lugar do professor é na escola, ou porque o corpo docente não tinha formação para desenvolver projetos sobre outras temáticas.

Os pesquisadores fizeram questão de repensar, também, o tipo de fontes bibliográficas utilizadas pelos egressos em suas monografias, sempre aceitando a posição de Rumel (1975), segundo o qual a pesquisa começa e termina na biblioteca, mesmo que esta biblioteca seja virtual, como nos dias de hoje.

Para poder analisar o tipo de publicações utilizadas pelos alunos em suas monografias, as publicações nomeadas pelos egressos foram agrupadas em quatro grandes categorias temáticas (VER TABELA 6). A categoria que alcançou a maior freqüência foi a de livro técnico, com 51,5% de incidência no material bibliográfico utilizado. A segunda foi encontrada em relatos de pesquisa, com 32,2%; a terceira foi material de divulgação, com 9,4% e, finalmente, em último lugar, a categoria legislação e documentos governamentais, com 6,9% das obras citadas. Esse resultado pode vir a ser um pouco frustrante quando encarado de forma isolada, visto que os professores universitários sempre esperam que os seus alunos de pós-graduação utilizem com maior freqüência os relatos de pesquisa mais recentes, que, geralmente, aparecem publicados em periódicos ou em anais de eventos científicos. No que se refere ao uso de livros, este resultado também foi encontrado por Omote, Prado e Carrara (s/d) na pesquisa que desenvolveram sobre o uso de referências bibliográficas pelos alunos do PPGE-UNESP- Câmpus de Marília. Nesse estudo, a segunda escolha quanto ao tipo de referência foi o periódico.

Neste trabalho o periódico e as dissertações e teses e ainda os trabalhos de pesquisa publicados em anais de evento científico foram englobados na categoria relatos de pesquisa, que também foi a segunda fonte em incidência de freqüência.

Essas obras, além da distribuição em categorias, precisavam mostrar a fase em que foram publicadas (VER TABELA 7), para que se pudesse saber a idade das questões teóricas tratadas nos trabalhos. Quando se analisou a época em que as obras tinham sido publicadas, constatou-se que a produção com 5 anos ou menos (40%) tempo de publicação foi a produção mais utilizada. As pesquisas de 6 a 10 anos ou menos de publicação ficaram com 25,9% e as acima de 10 anos, com quase 35% de freqüência total da utilização das obras.

Esses dados vinculados ao tempo em que a obra foi publicada, analisados de forma isolada não parecem muito importantes, mas, ao serem relacionados ao ano e ao tipo de publicação (VER TABELA 8), conseguiu-se deduzir que a literatura mais recente utilizada foi a que tratava de relato de pesquisa (41%). Aqui houve um efeito interessante, mas esperado, o qual mostra que quanto mais antiga a publicação, menor a incidência de textos que envolvem relato de pesquisa. O mesmo efeito aconteceu com o material de divulgação e com a legislação, o que pode ser facilmente explicado. Quando envelhecem, os relatos de pesquisa, o material de divulgação e a legislação acabam sendo publicados em manuais ou livros técnicos da área. Quando se concentra a tenção nos dados referentes aos livros utilizados, percebe-se que o aumento das citações dos livros acompanha o aumento do tempo de publicação da obra utilizada.

Não se pode deixar de registrar, que, no final do século passado, a quantidade de relatos de pesquisa nacionais publicados era pequena, já que havia também uma quantidade menor de dissertações, teses, projetos financiados pelos órgãos de fomento e de periódicos na área.

Quando se relacionam os tipos de publicações com as categorias temáticas das monografias (VER FIGURA 1), pode-se verificar em que tipo de obra alguns temas estão publicados.


No que se refere ao livro técnico, pode-se perceber que o seu pico vai estar na categoria temática de procedimentos de ensino na escola, sofrendo uma queda acentuada somente quando o procedimento de ensino envolve comportamento inadequado na escola. Essa queda pode ser vista como uma representação da situação escolar, já que o aluno especial com comportamento inadequado por distúrbios de conduta ficava, antigamente, confinado em hospitais psiquiátricos. Mesmo que algum tempo depois tenham começado a aparecer algumas escolas especiais que concordaram em recebê-los, até finalmente aparecer classe especial para alunos com distúrbio de conduta, a literatura nacional ainda não o está mostrando em sala regular. Aliás, Cook (2002) já comprovou o fato dos trabalhos sobre as atitudes dos professores em relação à inclusão escolar demonstrarem que há uma tendência dos professores serem menos favoráveis à inclusão do aluno com distúrbios emocionais e de comportamento no ensino regular. Claro que esta informação foi encontrada em publicação de periódico.

Os relatos de pesquisa aparecem com incidência mais alta na categoria temática família e profissionalização, a legislação aparece com o seu pico em temas sobre integração/inclusão e exclusão e o material de divulgação em procedimento de ensino na escola. Efeito equivalente foi encontrado, ao se relacionarem as categorias temáticas das monografias com o ano de publicação da obra utilizada (VER FIGURA 2).


Quando se analisaram os dados sobre as publicações de 5 anos ou menos, constatou-se que o seu pico aparece na categoria temática integração/inclusão e exclusão. É possível que o próprio dado seja auto-explicativo, visto que aparece como tema de maior incidência nas discussões acadêmicas. As publicações com 10 anos ou menos e 10 anos ou mais aparecem com o pico em procedimentos de ensino na escola, categoria esta que foi denominada de ensino e aprendizagem por Nunes, Glat, Ferreira e Mendes (1998). Esta categoria é a mais mencionada em todas as teses e dissertações em Educação Especial, até aqui pesquisadas por estes autores.

Até agora os pesquisadores trataram de temáticas, tipo de pesquisa, população-alvo, locais em que as monografias foram elaboradas, além do tipo de referências utilizadas pelos autores dos trabalhos. Cabe agora mostrar a relação entre os trabalhos e seus respectivos orientadores. A Tabela 9 mostra exatamente esta relação. Como pode ser observado, através dos dados, os orientadores n.º 7 e 9 foram os profissionais que mais orientaram projetos monográficos: e cada um orientou 40 trabalhos. Os dados mostram que ambos transitavam sobre temas envolvidos em todas as categorias de análise e tipos de pesquisa, enquanto o orientador n.º 7 apresentou uma quantidade maior de trabalhos orientados em pesquisas experimentais e o orientador n.º 9 apresentou uma quantidade maior de trabalhos orientados em pesquisas de levantamento. Os orientadores n.º 3 e 11 foram os que mais orientaram após os orientadores n.º 7 e 11.

Transitaram em todos os tipos de pesquisa, mas atuaram orientando em temas de apenas algumas categorias, o que poderia dar a impressão de que estas foram determinadas por suas respectivas especialidades e linhas de pesquisa. No caso do orientador 3 esta conclusão pode corresponder à realidade. O número 11 ateve-se a uma categoria em que se agruparam todos os profissionais que orientaram apenas um projeto de egresso do curso, portanto fica justificado o aparecimento em todos os tipos de pesquisa e temas.

O orientador n.º 10 aparece logo após com 10 trabalhos orientados, mas mostrando predomínio em problemas estudados através de pesquisas de levantamento. Os outros orientadores orientaram um número de trabalhos que variaram de 2 a 5. com esses dados pode-se terminar a análise da produção científica dos egressos do curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Das 141 monografias localizadas e analisadas constatou-se que a população-alvo mais pesquisada, pelos egressos, foi a de alunos especiais que estavam na escola. As monografias mais antigas pesquisaram os alunos em escolas especiais e as monografias mais recentes pesquisaram-nos em escolas regulares. Os professores foram pouco pesquisados, pois eles eram os pesquisadores de inúmeras pesquisas. Os temas pesquisados foram distribuídos em oito categorias, sendo a mais pesquisada a categoria Procedimentos de Ensino na Escola e a menos pesquisada a categoria Concepção de Deficiência, e houve um certo equilíbrio entre os tipos de pesquisa utilizados, porque o experimento de campo e o levantamento apresentaram uma diferença muito pequena no número de monografias analisadas.

Diante dos resultados encontrados pode-se concluir que os dados mostraram uma realidade esperada em curso de formação de professores, ou seja, a presença dos futuros professores que pesquisaram alunos na escola e são ao mesmo tempo ensinados e aprendem.

Ainda sob influência da análise dos dados, talvez se deva sugerir o desenvolvimento de um número maior de estudos que venham analisar as referências bibliográficas utilizadas nas pesquisas, para que se possa traçar um perfil dos temas estudados na academia confrontados com a época das referências citadas e as discussões nacionais da área.

Recebido em 17/04/2006

Reformulado em 30/04/2006

Aceito em 30/04/2006

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Out 2006
  • Data do Fascículo
    Abr 2006

Histórico

  • Aceito
    30 Abr 2006
  • Recebido
    17 Abr 2006
  • Revisado
    30 Abr 2006
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