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Atividade Lúdica na Fisioterapia em Pediatria: Revisão de Literatura

Playing in Pediatric Physical Therapy: Literature Review

RESUMO

a criança desenvolve as habilidades motoras, cognitivas, comportamento emocional e moral por meio da brincadeira e da interação social, que continuam no decorrer da vida. A variedade de jogos e/ou brincadeiras contextualiza e favorece o desenvolvimento motor adequado, sendo fundamental para aprendizagem motora. O presente estudo teve como objetivo investigar a utilização do lúdico como recurso terapêutico na prática da fisioterapia pediátrica, por meio da revisão bibliográfica nas bases de dados indexadas: PubMed, Cochrane, Medline e Lilacs, utilizando-se as palavras-chave "Child", "Play and Playthings", "Physical Therapy Modalities" com o operador booleano "and". Foram levantados 15 estudos, sendo cinco sobre a utilização da atividade lúdica por meio de jogos e brincadeiras, nove por meio de jogos eletrônicos e realidade virtual e um envolvendo ambas as modalidades. As categorias mostraram benefícios e boa aceitação pelas crianças envolvidas: melhora na postura e equilíbrio corporal, motivação, fortalecimento de vínculo, maior mobilidade, redução de sintomas de dor, fadiga, ansiedade e distúrbios de sono; a melhora da função de assoalho pélvico, melhora no desempenho físico, equilíbrio, destreza, força de preensão e movimentação dos membros superiores e maior satisfação com a terapia.

PALAVRAS-CHAVE:
Desenvolvimento Infantil; Fisioterapia; Educação Especial

ABSTRACT

The child develops motor, cognitive, emotional and moral behavior through play and social interaction, which continue throughout life. The variety of games and/or games contextualizes and provides adequate motor development, and is fundamental for motor learning. The present study aimed to investigate the use of play as a therapeutic resource in the practice of pediatric physical therapy, through a bibliographic review in the indexed databases: PubMed, Cochrane, Medline and Lilacs, using the keywords "Child", " "Play and Playthings", "Physical Therapy Modalities" with the Boolean operator "and". A total of 15 studies were collected including five on the use of play activity through games and play, and nine through electronic games and virtual reality, and one involving both modalities. The categories showed benefits and good acceptance by the involved children: improved posture and body balance, motivation, bond strength, greater mobility, reduction of pain symptoms, fatigue, anxiety and sleep disorders; improvement of pelvic floor function, improvement in physical performance, balance, dexterity, grip strength and upper limb movement, and greater satisfaction with therapy.

KEYWORDS:
Special Education; Child Development; Physical Therapy

1 Introdução

O desenvolvimento na infância é global e complexo, já que envolve tanto os aspectos como crescimento, maturação neuromotora e do sistema pulmonar, quanto à aprendizagem, aquisições motoras, linguagem e variáveis psicossociais (MOURA-RIBEIRO; GONÇALVES, 2010MOURA-RIBEIRO, M.V.L.; GOLÇALVES, V.M.G. Neurologia do desenvolvimento da criança. 2.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010.; POUSTIAUX, 2004POSTIAUX, G. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por ausculta pulmonar. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.). Considera-se o período neonatal de zero a 28 dias de vida, primeira infância ou lactente de 29 dias a dois anos, pré-escolar de dois a seis anos, escolar de sete a nove anos e adolescência de 10 aos 19 anos (BRASIL, 2002BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.; ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002ABRANTES, M.M.; LAMOUNIER, J.A.; COLOSIMO, E.A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal de pediatria, Rio de Janeiro, v.78, n.4, p.335-340, 2002.). Devido às especificidades de cada faixa etária considerada na infância, os serviços pediátricos e os profissionais envolvidos devem considerar as particularidades anatômicas, fisiológicas e do desenvolvimento infantil, pois nessa fase os indivíduos apresentam condições clínicas e necessidades diferenciadas quando comparados ao adulto (POUNTNEY, 2008POUNTNEY, T. Fisioterapia pediátrica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.; SCHENKEL et al., 2013SCHENKEL, I.C.; et al. Brinquedo terapêutico como coadjuvante fisioterapêutico de crianças com afecções respiratórias. Revista Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v.15, n.1, p.130-144, 2013.).

A fisioterapia em pediatria consiste em avaliar, planejar e desenvolver um programa de intervenção individualizado. A avaliação envolve os seguintes aspectos: limitações ou alterações, habilidades/ funcionalidade, motivação e queixas, o que permite a elaboração do programa de intervenção considerando as necessidades da criança e da família (FUJISAWA; MANZINI, 2006FUJISAWA, D.S.; MANZINI, E.J. Formação acadêmica do fisioterapeuta: a utilização das atividades lúdicas nos atendimentos de crianças. Revista brasileira de educação especial, Piracicaba, v.12, n.1, p.65-84, 2006.). Reavaliações, orientações e educação também são à base do programa terapêutico (CORDEIRO, 2007CORDEIRO, M. O livro da criança: do 1 ao 5 anos. 5. ed. Lisboa: A esfera dos livros, 2007.). Santos, Ramos e Sousa (2011)SANTOS, E.C.; RAMOS, A.S.; SOUSA, E.A. Atendimento pediátrico humanizado, reação da criança e satisfação dos pais no serviço público e privado de fisioterapia respiratória. Estação Científica (UniFap), Macapá, v.1, n.2, p.69-84, 2011. destacam a importância da abordagem pediátrica humanizada na fisioterapia, em que o profissional considere o paciente como ser distinto e pessoal; além de levar em consideração o aspecto lúdico, por exemplo, ao utilizar de ambientes alegres, recursos musicais e visuais atraentes, permitir a habituação ao local de terapia; e a afetividade ao ser carinhoso, pegar no colo, conversar, acalmar e sorrir.

Associar a brincadeira na fisioterapia torna os atendimentos mais toleráveis e prazerosos, facilitando a interação da criança com o terapeuta, uma vez que o brincar, faz parte da infância (BRUNELLO et al., 2006BRUNELLO, M.I. et al. A criação de um espaço para existência: o espaço lúdico terapêutico. Revista de terapia ocupacional da Universidade de São Paulo. São Paulo, v.17, n.1, p.4-9, 2006.). Somado a isso, é por meio da brincadeira e interação social que a criança progressivamente irá desenvolver as habilidades motoras, cognitivas, comportamento emocional e moral, que continuarão no decorrer da vida (FEIGELMAN, 2009FEIGELMAN, S. A criança pré-escolar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.). Dentre os facilitadores e mediadores do tratamento, ao considerar a população pediátrica, sabe-se que "o brincar e o brinquedo" são os mais eficazes do ponto de vista motivacional, já que esses são reconhecidamente importantes e habituais na infância (BORGES; NASCIMENTO; SILVA, 2008BORGES, E.P.; NASCIMENTO, M.D.S.B.; SILVA, S.M. Benefícios das atividades lúdicas na recuperação de crianças com câncer. Boletim Academia Paulista de Psicologia, São Paulo, v.2, n.2, p.211-221, 2008.).

O instrumento lúdico não deveria ser usado como forma de subordinação ou recompensa para criança na terapia (SANTOS; FERREIRA, 2013SANTOS, K.P.B.; FERREIRA, V.S. Contribuições para a fisioterapia a partir dos pontos de vista das crianças. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.19, n.2, p.211-224, 2013.), pois os jogos e/ou brincadeiras, quando, apropriadamente, utilizados e guiados pelo fisioterapeuta, contextualizam e favorecem comportamentos motores desejados em terapia, sendo fundamentais para a aprendizagem motora (FUJISAWA; MANZINI, 2006FUJISAWA, D.S.; MANZINI, E.J. Formação acadêmica do fisioterapeuta: a utilização das atividades lúdicas nos atendimentos de crianças. Revista brasileira de educação especial, Piracicaba, v.12, n.1, p.65-84, 2006.). Estudos têm mostrado diversos recursos lúdicos utilizados como coadjuvantes terapêuticos, com potenciais benefícios à população pediátrica. Outra possibilidade também é o uso desses recursos como atividade recreativa (AZEVEDO, 2007AZEVEDO, D.M. et al. O brincar como instrumento terapêutico na visão da equipe de saúde. Ciência, cuidado e saúde, Maringá, v.6, n.3, p.335-341, 2007.). Com isso, dentre as diversas maneiras de usar atividade lúdica na fisioterapia em pediatria, pode-se diferenciar, ou até mesmo categorizar as modalidades conforme as particularidades e objetivos de cada paciente. Em relação aos recursos lúdicos criados para terapia em crianças com afecções respiratórias, Schenkel et al. (2013)SCHENKEL, I.C.; et al. Brinquedo terapêutico como coadjuvante fisioterapêutico de crianças com afecções respiratórias. Revista Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v.15, n.1, p.130-144, 2013. destaca o soprar bola de sabão; apito; fazer bolhas com canudinho na água; soprar bolinhas de isopor, cata-vento, pena, folha de papel, língua de sogra; simular o soprar vela de bolo de aniversário; promovendo desobstrução pulmonar e higiene brônquica. Além disso, estabelecer o vínculo terapeuta-paciente, a integração da criança à terapia e tornar os exercícios mais toleráveis e atrativos, contribui para melhor aderência e potencializa o efeito terapêutico desejado.

Outras pesquisas que abordam o lúdico como coadjuvante, têm mostrado benefícios quanto à potencialização dos desfechos, como por exemplo, a imersão na realidade virtual (RV) em crianças com disfunções neurológicas e exercícios lúdicos criados para fins terapêuticos na fisioterapia respiratória (SCHENKEL et al., 2013SCHENKEL, I.C.; et al. Brinquedo terapêutico como coadjuvante fisioterapêutico de crianças com afecções respiratórias. Revista Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v.15, n.1, p.130-144, 2013.; SILVA; IWABE-MARCHESE, 2015SILVA, R.R.; IWABE-MARCHESE, C. Uso da realidade virtual na reabilitação motora de uma criança com paralisia cerebral atáxica: estudo de caso. Fisioterapia e pesquisa, São Paulo, v.22, n.1, p.97-102, 2015.). Silva e Iwabe-Marchese (2015)SILVA, R.R.; IWABE-MARCHESE, C. Uso da realidade virtual na reabilitação motora de uma criança com paralisia cerebral atáxica: estudo de caso. Fisioterapia e pesquisa, São Paulo, v.22, n.1, p.97-102, 2015. utilizaram a RV na reabilitação motora de crianças com Paralisia Cerebral e obtiveram melhora do equilíbrio estático e dinâmico, motivação, diversão, melhora do desempenho físico e cognitivo.

Tendo em vista a importância da atividade lúdica no contexto da fisioterapia pediátrica, busca-se identificar os efeitos obtidos com o uso da atividade lúdica nos diferentes desfechos fisioterapêuticos para a população pediátrica, por meio de revisão de literatura. Além disso, pretende-se verificar as funções atribuídas e as diversas modalidades de atividades lúdicas utilizadas nos atendimentos fisioterapêuticos.

2 Método

Foi realizada revisão bibliográfica por meio de análise e integração da literatura a respeito da utilização da atividade lúdica na fisioterapia em pediatria. O levantamento bibliográfico foi realizado em Outubro/2015 a junho/2016, por meio das bases de dados indexadas: PubMed, The Cochrane Library, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Lilacs, revisados por um juiz, sem restrição de ano de publicação e de idioma, utilizando os descritores "Child", "Play and Playthings", "Physical Therapy Modalities" intercaladas pelo operador booleano "and". Foram incluídos artigos completos disponíveis eletronicamente; trabalhos cuja população alvo era pediátrica (zero a 19 anos); estudos experimentais ou quase-experimentais; estudos qualitativos e/ou quantitativos; e excluídos estudos de natureza observacional, estudos não disponíveis eletronicamente, artigos que não foram publicados em periódicos indexados, e revisões de literatura.

Para análise dos dados, extraíram-se informações que permitiram caracterizar os artigos em relação ao tipo de estudo, amostra, país e local em que foi desenvolvido, e os dados relativos à modalidade terapêutica empregada, medidas de desfecho e efeitos obtidos com o uso da atividade lúdica. Posteriormente, essas informações foram analisadas e os conteúdos similares foram agrupados em categorias.

3 Resultados e discussão

Foram encontrados mediante a busca em base de dados 89 artigos, entretanto 74 foram excluídos, pois não atendiam aos critérios de inclusão, sendo que, 21 artigos não estavam disponíveis eletronicamente em sua versão completa; outros quatro artigos não utilizaram a população infantil; 44 artigos não utilizaram o lúdico como abordagem fisioterapêutica; por fim, foram excluídos mais quatro artigos de natureza de revisão e um por não se tratar de artigo publicado em periódico indexado. Os 15 artigos selecionados para o estudo foram analisados detalhadamente para melhor compreensão e organização, sendo possível categorizar o uso da atividade lúdica para os diferentes desfechos e populações pediátricas.

Foram incluídos 15 estudos, realizados entre os anos 1999 e 2014. Do total, cinco (33,3%) estudos utilizaram a atividade lúdica sem o envolvimento de mídia tecnológica, caracterizados então na modalidade jogos e brincadeiras, enquanto, nove (60,0%) utilizaram jogos eletrônicos e RV como recurso terapêutico na fisioterapia em pediatria (Quadros 1 e 2). Somente um (6,6%) artigo envolvia ambas as modalidades terapêuticas de atividade lúdica e foi categorizado como modalidade mista.

Quadro 1
Caracterização dos estudos selecionados na modalidade jogos e brincadeiras como atividade lúdica.
Quadro 2
Caracterização dos estudos selecionados na modalidade jogos eletrônicos e realidade virtual (RV).

O estudo que envolveu a modalidade mista foi o de Ferguson et al. (2013)FERGUSON, G.D. et al. The efficacy of two task-orientated interventions for children with developmental coordination disorder: neuromotor task training and nintendo Wii Fit training. Research in Developmental Disabilities, Amsterdam, v.34, n.9, p.2449-61, 2013., trata-se de estudo quase experimental que comparou a eficácia de duas modalidades: o treinamento de habilidade neuromotora (37 participantes) com o Wii Fit (19 participantes) em crianças de seis a 10 anos, com Desordem de Coordenação do Desenvolvimento. Para o treinamento de habilidade neuromotora foi proposto atividades lúdicas como futebol e jogos do tipo "bola queimada", utilizando equipamentos simples como bolas, paus, tábuas, baldes, copos e tijolos, com sessões de 60 minutos, realizadas duas vezes por semana, por nove semanas, Enquanto que para o grupo que realizou a intervenção do Wii Fit foi proposto a utilização de cinco jogos utilizando a plataforma de equilíbrio, e ainda, 13 jogos que simulavam a realidade de andar de bicicleta, skate e jogo de esqui, num período de seis semanas, três vezes por semana. As medidas de desfecho foram Dinamômetro para força de preensão manual, a bateria de avaliação de movimento- mABC-2, medida de força funcional, teste de performance anaeróbica "Muscle Power Sprint Test" (MPST) e o teste de corrida "shuttle run" de 20 metros. Os resultados mostraram benefícios para ambos os grupos, porém o grupo de treinamento de habilidade neuromotora obteve resultados superiores nas medidas de proficiência motora, cardiorrespiratória, aptidão física e força funcional.

A atividade lúdica deve ser sempre, que possível, associada ao processo de reabilitação, pois o brincar faz parte da infância. Ao utilizar as atividades lúdicas vinculadas à terapia proporciona humanização, melhor relacionamento terapeuta-paciente, adesão ao tratamento e, com isso, melhora cognitiva, motora, sensorial e social (BRUNELLO, 2001BRUNELLO, M.I.B. Ser lúdico: promovendo a qualidade de vida na infância com deficiência. 2001. Tese (Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) - Instituto de psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.; AZEVEDO, 2007AZEVEDO, D.M. et al. O brincar como instrumento terapêutico na visão da equipe de saúde. Ciência, cuidado e saúde, Maringá, v.6, n.3, p.335-341, 2007.; SCHENKEL et al., 2013SCHENKEL, I.C.; et al. Brinquedo terapêutico como coadjuvante fisioterapêutico de crianças com afecções respiratórias. Revista Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v.15, n.1, p.130-144, 2013.). No presente estudo foram observados benefícios da utilização da atividade lúdica como coadjuvante na fisioterapia em diversas populações e condições pediátricas, como: lactentes, crianças com câncer, paralisia cerebral, disfunção miccional, vítimas de queimaduras, atraso no desenvolvimento motor, desordem de coordenação motora, crianças com sobrepeso e obesas. Apesar de haver pesquisas envolvendo a atividade lúdica nas diversas áreas da saúde, há necessidade de mais estudos no contexto da fisioterapia em pediatria, uma vez que grande parte dos estudos que trazem essa abordagem como tema principal esta voltada à área da psicologia, sendo a ludoterapia modalidade terapêutica da psicologia, porém, não restringe a utilização da atividade lúdica em outras áreas da saúde (AZEVEDO, 2007AZEVEDO, D.M. et al. O brincar como instrumento terapêutico na visão da equipe de saúde. Ciência, cuidado e saúde, Maringá, v.6, n.3, p.335-341, 2007.), já que o brincar e as brincadeiras fazem parte do universo infantil e, com isso, deveriam ser considerados na prática de todos profissionais de saúde envolvidos com essa população.

Segundo Feigelman (2009)FEIGELMAN, S. A criança pré-escolar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009., atividade lúdica é um tema abrangente, pois o brincar envolve características sociais, culturais e individuais, entretanto, cada população, ou até mesmo cada criança desenvolve as brincadeiras conforme sua aptidão e contato social. Nesse aspecto, e considerando as diferenças culturais, foram encontrados estudos de diferentes partes do mundo: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Suécia, Brasil e Japão, tornando possível categorizá-los em duas abordagens diferentes de atividade lúdica, sendo elas a modalidade de jogos e brincadeiras e a modalidade de jogos eletrônicos e RV.

Em essência, o desenvolvimento de habilidades motoras nos primeiros anos de vida constitui o alicerce para permitir que a criança controle seu corpo e interaja com o meio ambiente, assim, realiza movimentos cada vez mais complexos fundamentais para as atividades diárias. Essa complexidade envolvida no controle motor é conduzida não apenas pela maturação do sistema nervoso central, mas também requer suporte do ambiente ou contexto em que a criança está inserida, bem como, das oportunidades para adquirir e aperfeiçoar tais habilidades (FAVAZZA; SIPERSTEIN, 2016FAVAZZA, P.C.; SIPERSTEIN, G.N. Motor skill acquisition for young children with disabilities. In: REICHOW, B. (Ed.). Handbook of Early Childhood Special Education. Springer, Cham, 2016.). Sabe-se que o desenvolvimento motor típico não ocorre para todas as crianças, sendo que em algumas situações elas podem experimentar dificuldades relacionadas à estabilidade, equilíbrio postural, locomoção e manipulação de objetos (FAVAZZA; SIPERSTEIN, 2016FAVAZZA, P.C.; SIPERSTEIN, G.N. Motor skill acquisition for young children with disabilities. In: REICHOW, B. (Ed.). Handbook of Early Childhood Special Education. Springer, Cham, 2016.). Nesse sentido, foi possível identificar duas abordagens distintas nos estudos relacionados na presente revisão, devido as suas características: 1) a modalidade de jogos e brincadeiras que promoveram terapia diversificada, sendo os recursos utilizados de fácil acesso e baixo custo, como bolas, brinquedos, bastão ou até mesmo adaptações em objetos do cotidiano, como carrinhos e andadores; 2) modalidade de RV e jogos eletrônicos, que foi a mais utilizada nos estudos levantados, abrangendo o Xbox Kinect, Playstation 3, Nintendo Wii, Sony Playstation 2 entre outros, destaca-se o aspecto da motivação, devido a interação que os jogos promovem, melhor adesão ao tratamento, bem estar e a facilidade da utilização em clínicas, casas, hospitais, o que enriquece a terapia e motiva a criança no tratamento (HUANG et al., 2014HUANG, H. et al. Modified toy cars for mobility and socialization: case report of a child with cerebral palsy. Pediatric physical therapy, Baltimore, v.26, n.1, p.76-84, 2014.; PARRY et al., 2014PARRY, I. et al. Keeping up with video game technology: objective analysis of Xbox Kinect™ and PlayStation 3 Move™ for use in burn rehabilitation. Burns, Gildford, v.40, n.5, p.852-859, 2014.; BURDEA et al., 2011BURDEA, G.C. et al. Long-term hand tele-rehabilitation on the playstation 3: Benefits and Challenges. Research Gate, Massachusetts, v.1, n.1, p.1835-8, 2011.).

A escolha de jogos e brincadeiras na terapia deve ser realizada levando em consideração a faixa etária dos pacientes e a condição de saúde ou funcionalidade. No presente estudo foi observado que a escolha do recurso lúdico estava adequada para a população envolvida, como exemplo, o estudo de Jill, Heathcock e Galloway (2009)JILL, C.; HEATHCOCK, J. C.; GALLOWAY, C. Exploring Objects With Feet Advances Movement in Infants Born Preterm: A Randomized Controlled Trial. Physical Therapy, New York, v.89, n.10, p.1027-1038, 2009., que utilizou em seu estudo brinquedos com barulhos, vibrações e cores para população que era de neonatos prematuros com idade de 33 semanas. Segundo as diretrizes de estimulação precoce (BRASIL, 2016BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.), a intervenção e momento oportuno, ou seja, nos primeiros anos de vida, de bebês em risco para o desenvolvimento neuropsicomotor, é fundamental, e os aspectos envolvidos com o desenvolvimento dos movimentos e controle motor englobam momentos lúdicos de estimulação vestibular, proprioceptiva, tátil, auditiva e visual (utilizando técnicas/ intervenções terapêuticas e recursos lúdicos). A experiência perceptual e motora, ao invés de servir simplesmente como entrada e saída para uma estrutura cognitiva independente, quando ocorre de maneira contextualizada (contextos ambiental, social e cultural) mantém e altera a cognição ativamente, isto é, contribui para o aprendizado motor (LOBO et al., 2013LOBO, M.A. et al. Grounding early intervention: physical therapy cannot just be about motor skills anymore. Physical Therapy, New York, v.93, p.94-103, 2013.).

O Yoga também é considerado recurso lúdico (BRUNELLO, 2001BRUNELLO, M.I.B. Ser lúdico: promovendo a qualidade de vida na infância com deficiência. 2001. Tese (Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) - Instituto de psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.), e foi utilizado no contexto de internação em Unidade de Reumatologia e Oncologia, a fim de melhorar os sintomas de ansiedade, fadiga, dores musculares e perturbações do sono, sintomas presentes em crianças hospitalizadas por longo período de tempo (THYGESON et al., 2010THYGESON, M. et al. Peaceful play yoga: Serenity and balance for children with cancer and their parents. Journal of pediatric oncology nursing, Philadelphia, v.27, n.5, p.276-284, 2010.). Também é possível a adaptação de objetos para melhora de qualidade de vida e reabilitação, sendo que, a adaptação de carros de brinquedos feita por meio de materiais de fácil acesso, como tubos de PVC, espumas, luzes, faixas e sons, pode melhorar a mobilidade e interação social de crianças com paralisia cerebral no ambiente domiciliar (HUANG et al., 2014HUANG, H. et al. Modified toy cars for mobility and socialization: case report of a child with cerebral palsy. Pediatric physical therapy, Baltimore, v.26, n.1, p.76-84, 2014.; GALOOWAY, 2012).

Por fim, a maior parte dos achados incluiu a modalidade jogos eletrônicos e RV, com destaque para jogos considerados como ativos, ou seja, exigem ampla movimentação do jogador. A interação da criança com ambiente de RV se dá por meio da movimentação corporal, que é detectada por meio de sensores que captam a movimentação em três dimensões, criando imagens interativas que aparecem na tela do televisor (SOARES et al., 2015SOARES, M.D. et al. Wii reabilitação e fisioterapia neurológica: uma revisão sistemática. Revista neurociências, São Paulo, v.23, n.1, p.81-88, 2015.; PAVÃO et al., 2014PAVÃO, S.L. et al. Impacto de intervenção baseada em realidade virtual sobre o desempenho motor e equilíbrio de uma criança com paralisia cerebral: estudo de caso. Revista paulista de pediatria, São Paulo, v.32, n.4, p.389-394, 2014.). No geral, a maioria dos estudos mostrou utilizar esses jogos para estimular a movimentação de membros superiores, melhorar força de preensão e aumentar a atividade física; porém também foram utilizados para treinamento muscular em crianças com disfunção miccional (MCKENNA et al., 1999McKENNA, P. et al. Pelvic floor muscle retraining for pediatric voiding dysfunction using interactive computer games. Journal of urology, Baltimore, v.162, n.3, p.1056-1062, 1999.) e melhora da coordenação motora em crianças com Desordem de Coordenação Motora (HAMMOND et al., 2014HAMMOND, J. et al. An investigation of the impact of regular use of the Wii Fit to improve motor and psychosocial outcomes in children with movement difficulties: A pilot study. Child Care Health Development, Nova Jersey, v.2, n.40, p.165-75, 2014.). Apesar das diversas possibilidades do uso de jogos eletrônicos e RV não há consenso na literatura a cerca de qual o tempo de utilização, frequência semanal e duração do tratamento que seria o mais adequado nas diferentes populações estudadas.

Em relação ao local da intervenção, foi possível observar que há possibilidade de uso da atividade lúdica como coadjuvante da fisioterapia em diversos contextos, hospitais, ambulatórios, residência e também no ambiente escolar. Do total, cinco estudos utilizaram o domicílio como local de estudo e dois o ambiente escolar, este envolvimento com o ambiente em que a criança está inserida e seus cuidadores/familiares tem sido reforçado em muitos estudos envolvendo a população pediátrica. Favazza e Siperstein (2016)FAVAZZA, P.C.; SIPERSTEIN, G.N. Motor skill acquisition for young children with disabilities. In: REICHOW, B. (Ed.). Handbook of Early Childhood Special Education. Springer, Cham, 2016. destacam que é de fundamental importância os programas monitorizados incluirem membros da família e colegas em experiências positivas de brincadeiras que trabalhem o aspecto motor, uma vez que têm o potencial de influenciar favoravelmente o desenvolvimento global.

Na prática clínica, a reabilitação pediátrica inclui o reconhecimento da mudança como fenômeno multideterminado, que envolve fatores comuns relacionados ao papel do terapeuta na criação de condições facilitadoras de mudança (por meio de relacionamentos de suporte, expectativas positivas e experiências de domínio e aprendizagem) e ao treinamento de habilidades em parceria colaborativa, sendo que a abordagem deve ser realizada em contexto significativo para a criança; já que, as experiências de domínio e aprendizagem, que englobam novos comportamentos, novas aprendizagens e reformulação, são criadas por meio de oportunidades e exposição a atividades terapeuticamente relevantes (KING, 2016KING, G. The role of the therapist in therapeutic change: how knowledge from mental health can inform pediatric rehabilitation. Physical & Occupational Therapy In Pediatrics, 2016.). Ao considerar a percepção da criança em relação ao uso de atividades lúdicas em terapia, em um dos estudos analisados (SANTOS; FEREIRA, 2013SANTOS, K.P.B.; FERREIRA, V.S. Contribuições para a fisioterapia a partir dos pontos de vista das crianças. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.19, n.2, p.211-224, 2013.), foi possível observar que crianças que realizam fisioterapia no tratamento de doenças crônicas como asma, paralisia cerebral, distrofia muscular, percebem o uso da atividade lúdica de forma positiva, e buscam melhores condições físicas para conseguir brincar. Portanto, com a utilização de atividades lúdicas a fisioterapia não se torna desmotivadora, cada limitação é analisada e o jogo ou brincadeira deve permitir ganhos funcionais e melhor qualidade de vida para as crianças. Deve se considerar que, cada criança é um ser diferente e sua individualidade deve ser respeitada, e o brincar sempre que possível deve ser incorporado ao seu tratamento.

4 Conclusão

Na prática da fisioterapia pediátrica foi possível identificar duas categorias para o uso de atividades lúdicas como coadjuvantes terapêuticos, jogos e brincadeiras e jogos eletrônicos e realidade virtual. Ambas as categorias mostraram benefícios e boa aceitação pelas crianças envolvidas, sendo que na categoria jogos e brincadeiras foram destacados desfechos positivos relacionados à maior interação com o brinquedo, melhora na postura e equilíbrio corporal, motivação, fortalecimento de vínculo, maior mobilidade, redução de sintomas de dor, fadiga, ansiedade e distúrbios de sono; já na categoria realidade virtual, destaca-se a melhora da função de assoalho pélvico, melhora no desempenho físico, equilíbrio, destreza, força de preensão e movimentação dos membros superiores e maior satisfação com a terapia. Além disso, é importante destacar que esses recursos podem ser utilizados para o tratamento de diversas disfunções, bem como, em diferentes contextos (hospital, ambulatório, domicílio e escolas), promovendo ganhos específicos para cada condição do paciente, mas principalmente a funcionalidade. Assim, o brincar como recurso terapêutico deve ser sempre vinculado ao tratamento da criança, uma vez que brincar faz parte da infância e promove diversos benefícios, e também maior adesão ao tratamento e humanização na área da saúde.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2017

Histórico

  • Recebido
    05 Abr 2017
  • Revisado
    09 Nov 2017
  • Aceito
    10 Nov 2017
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