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Escolarização de Pessoas com Paralisia Cerebral: uma Revisão Sistemática na Literatura Nacional

Schooling of People with Cerebral Palsy: A Systematic Review in the National Literature

RESUMO:

A perspectiva inclusiva ampliou discussões sobre a educação do público-alvo da Educação Especial relacionadas à efetividade do ensino, ao uso de recursos, de planejamento e de práticas pedagógicas. Estudos sobre a paralisia cerebral tendem a dar enfoque na perspectiva clínica, de reabilitação e de cuidados, distanciando-se de atividades escolares. Assim sendo, este estudo teve como objetivo caracterizar produções sobre a escolarização de alunos com paralisia cerebral. Para isso, foi realizada uma revisão sistemática na literatura nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO), no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Revista Educação Especial, de 2000 a 2020. Foram selecionados 31 artigos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, categorizados em Acessibilidade, Desenvolvimento Motor, Tecnologia Assistiva, Comunicação Alternativa, Inclusão escolar e Ensino. Os resultados indicam que o contexto escolar nacional narrado nos estudos se mostra despreparado para atender às especificidades de alunos com paralisia cerebral, considerando discussões sobre formação inicial e equipe profissional, recursos físicos e pedagógicos ofertados, o que requer maior produção de conhecimento teórico e prático no país que responda a garantia de educação de qualidade a esse alunado.

PALAVRAS-CHAVE:
Educação Especial; Paralisia cerebral; Escolarização; Inclusão

ABSTRACT:

The inclusive perspective has broadened discussions about the education of the target audience of Special Education, related to the efectiveness of teaching, the use of resources, planning and pedagogical practices. Studies on cerebral palsy tend to focus on the clinical perspective, rehabilitation and care, distancing themselves from school activities. Thus, this study aimed to characterize productions about the schooling of students with cerebral palsy. For this, a systematic literature review was carried out in the Scientific Electronic Library Online (SciELO), in the Journal database of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), and in the Revista Educação Especial [Special Education Journal], from 2000 to 2020. Thirty-one articles were selected according to the inclusion and exclusion criteria, categorized as Accessibility, Motor Development, Assistive Technology, Alternative Communication, School Inclusion, and Teaching. The results indicate that the national school context described in the studies is unprepared to meet the specificities of students with cerebral palsy, considering discussions on initial training and professional staf, physical and pedagogical resources ofered, which requires greater production of theoretical and practical knowledge in the country that responds to the guarantee of quality education to this student.

KEYWORDS:
Special Education; Cerebral Palsy; Schooling; Inclusion

1 Introdução

A inserção de alunos público-alvo da Educação Especial na rede regular deu-se a partir de discussões da década de 1990 e da implementação de um sistema educacional inclusivo no Brasil, que se sustentou principalmente no decorrer da década de 2000 e foi legitimada na proposta da Política Nacional na Perspectiva da Educação Inclusiva – PNEEPEI (2008)Política Nacional na Perspectiva da Educação Inclusiva. (2008). http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf
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, modificando o contexto escolar, os recursos e as práticas pedagógicas e a atuação de profissionais. Nesse sentido, foram ampliadas discussões e reflexões sobre a educação desses alunos, relacionando a construção de um ambiente adequado ao desenvolvimento e à aprendizagem considerando as diferenças, com o foco centrado no sistema regular de ensino.

O público-alvo da Educação Especial é constituído por pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação, conforme a versão mais recente do Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011Decreto n° 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm
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. Segundo Silva et al. (2012)Silva, D. B. R., Martinez, C. M. S., & Santos, J. L. F. (2012). Participação de crianças com paralisia cerebral nos ambientes da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(1), 33-52. https://doi.org/10.1590/S1413-65382012000100004
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, embasados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Adaptações Curriculares, de 1998Parâmetros Curriculares Nacionais: adaptações curriculares. (1998). https://www.unijales.edu.br/library/downebook/id:1337#:~:text=ADAPTA%C3%87%C3%95ES%20CURRICULARES,As%20manifesta%C3%A7%C3%B5es%20de&text=Pressup%C3%B5em%20que%20se%20realize%20a,realmente%20a%20todos%20os%20educandos.
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, a deficiência física refere-se à diversidade de condições relacionadas à mobilidade, à coordenação motora geral ou de fala, “como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de malformações congênitas ou adquiridas” (Silva et. al., 2012, p. 34Silva, D. B. R., Martinez, C. M. S., & Santos, J. L. F. (2012). Participação de crianças com paralisia cerebral nos ambientes da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(1), 33-52. https://doi.org/10.1590/S1413-65382012000100004
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); nesse grupo situa-se a paralisia cerebral (PC).

A PC é a deficiência física mais comum na infância e é definida por lesão não progressiva no cérebro, ocorrida em idade fetal ou até os 18 meses de vida, que acarreta desordens de movimentos e de postura (Ministério da Saúde, 2014Ministério da Saúde (2014). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_paralisia_cerebral.pdf
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), e pode vir acompanhada de alterações na comunicação, na cognição, na socialização e na percepção (Rosenbaum et al., 2007Rosenbaum, P., Paneth, N., Leviton, A., Goldstein, M., Bax, M., Damiano, D., Dan, B., & Jacobsson, B. (2007). A report: The definition and classification of cerebral palsy. Developmental Medicine and Child Neurology, 49(2), 8-14.). Pode ser classificada a partir da predominância clínica do distúrbio motor e postural, como também com a presença ou não de demais desordens. Avaliações de funcionalidade são úteis para identificar as principais características da pessoa com PC, favorecer a comunicação entre os profissionais da saúde e da educação, e garantir que a intervenção seja orientada a partir de informações iniciais (Ministério da Saúde, 2014Ministério da Saúde (2014). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_paralisia_cerebral.pdf
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). A característica mais evidente é a questão motora, o que requer a seguridade da oferta e do acesso a recursos e a adaptações que proporcionem acessibilidade, potencialize o desenvolvimento e, assim, possibilite o acesso à educação com qualidade.

O conceito de escolarização está relacionado à “ação ou efeito de sujeitar-se ao ensino escolar” (Macedo, 2006, p. 1Macedo, C. R. A. (2006). Uma refexão sobre os conceitos: letramento, alfabetização e escolarização. GT de Psicolinguística da ANPOLL-TEP. Textos em Psicolinguística, 1, 1-12. https://www.lefa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/Textos_Em_Psicolin/Artigos/Uma%20refex%C3%A3o%20sobre%20os%20conceitos%20Letramento,%20alfabetiza%C3%A7%C3%A3o%20..pdf
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). Devido às demandas, principalmente de acessibilidade, a escolarização de alunos com PC é atravessada por desafios e, em geral, o foco é, frequentemente, o cuidado, a assistência ligada à higiene e à reabilitação, sobrepondo o desempenho em atividades acadêmicas (Mendes & Lourenço, 2012Mendes, E. G., & Lourenço, G. F. (2012). Recursos computadorizados de tecnologia assistiva para estudantes com paralisia cerebral em múltiplos contextos. In E. G. Mendes, & M. A. Almeida (Eds.), Dimensões pedagógicas nas práticas de inclusão escolar (1ª ed., pp. 421-444). ABPEE.). Nesse sentido, Tavares Netto et al. (2020)Tavares Netto, A. R., Wiesiolek, C. C., Brito, P. M., Rocha, G. A. da, Tavares, R. M. F., & Lambertz, K. M. F. (2020). Funcionalidade, participação escolar e qualidade de vida de escolares com paralisia cerebral. Fisioterapia em Movimento, 33, ee003329. https://doi.org/10.1590/1980-5918.033.AO29
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encontraram correlação direta entre o alto grau de comprometimento na funcionalidade motora e a menor participação e independência nas propostas escolares quanto aos alunos com PC. Assim, é recorrente o uso de dispositivos de tecnologia assistiva (TA), sendo eles equipamentos e/ou recursos que objetivam proporcionar maior independência e autonomia à pessoa com deficiência na realização de atividades cotidianas, fornecendo suporte (eletrônico, mecânico, computadorizado etc.) às pessoas (Oliveira et al., 2014Oliveira, A. I. A., Assis, G. J. A., & Garotti, M. F. (2014). Tecnologias no ensino de crianças com paralisia cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, 20(1), 85-102. https://doi.org/10.1590/S1413-65382014000100007
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).

Nesse viés, quanto à perspectiva de inclusão, Almeida (2018)Almeida, R. C. G. O. (2018). Desenho Universal e Tecnologia Assistiva: implementação de atividades pedagógicas para aluna com paralisia cerebral em classe comum [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos, Faculdade de Educação Especial]. Repositório da Universidade Federal de São Carlos. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10449
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aponta que o uso de dispositivos de TA e demais adaptações podem impactar, positivamente, o processo de aprendizado de alunos com PC. Isso indica que a inclusão escolar com melhores condições de participação dos alunos com PC pode ser dependente dos recursos ofertados, da organização do contexto escolar em si e da própria ação didática do professor.

Assim sendo, ainda que a legislação ligada à escolarização de alunos com deficiência assegure o acesso, a permanência, a participação e o aprendizado nas escolas, por meio da Lei n° 13.146 de 6 de julho de 2015Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
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, a escolarização de alunos com PC apresenta desafios devido à falta de acessibilidade e de metodologias adequadas para a inclusão no ambiente escolar. Para além da questão motora em si, vale ressaltar que esse grupo de alunos é extremamente diverso em suas características e em suas demandas escolares que vão além daquelas estritamente direcionadas à acessibilidade física. A presença de necessidades complexas de comunicação, de distúrbios cognitivos, de distúrbios sensoriais, entre outros, também podem estar presentes e requerem atenção para a organização e a oferta de estratégias pedagógicas. Dessa forma, é relevante compreender o panorama nacional acerca da escolarização desses alunos; quais estratégias pedagógicas são usadas; quais são os recursos utilizados quanto às especificidades desses alunos; quais são os profissionais e como atuam; e como a educação desses alunos vem sendo configurada no país, aproximando-se de questões da realidade educacional.

Foi realizada uma consulta prévia sobre revisões sistemáticas nessa temática, com a intenção de não replicar estudos recentes ou de responder a um problema de pesquisa previamente discutido na literatura. Foram utilizadas as palavras-chave paralisia cerebral and revisão sistemática, na base de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em ambos, não foram encontrados trabalhos acerca da escolarização de pessoas com PC. Diante desses resultados, deu-se continuidade à proposta deste estudo.

O objetivo geral deste artigo é, assim, caracterizar produções sobre a escolarização de pessoas com PC, tendo como objetivo específico apresentar a organização do contexto educacional nacional para o ensino, recursos e estratégias, demandas por profissionais, e retratar experiências educacionais desses alunos.

2 Método

Este estudo é caracterizado como revisão sistemática de literatura, seguindo as instruções de planejamento de Costa e Zoltowski (2014)Costa, A. B., & Zoltowski, A. P. C. (2014). Como escrever um artigo de revisão sistemática. In S. H. Koller, M. C. P. Couto, & J. V. Hohendorf (Eds.), Manual para produção científica (1ª ed., pp. 55-70). Penso., tendo o modelo Prisma de revisão (Galvão et al., 2015Galvão, T. F., Pansini, T. S. A., & Harrad, D. (2015). Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(2), 335-342. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000200017
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) como guia na organização e na seleção dos dados.

Foram utilizadas as bases de dados da SciELO e o Portal de Periódicos da Capes. Com intenção de maximizar os resultados, também foi utilizada a base de dados da Revista Educação Especial (REE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFMS), por sua relevância em estudos e produções na área. Para a busca, foram utilizadas as palavras-chave: Educação Especial and Paralisia Cerebral; Inclusão Escolar and Paralisia Cerebral; Educação and Paralisia Cerebral, que contemplam o fenômeno e suas especificidades. A busca realizada na REE foi feita de modo diferenciado quanto às bases de dados da SciELO e da Capes. A mesma combinação de palavras-chave foi utilizada, porém os resultados contemplaram apenas o período entre 2008 e 2020. Para abarcar também o período entre 2000 e 2008, mesmo recorte usado nas demais bases de dados, foi necessário fazer uma busca manual no site da revista, cujas versões físicas dos anos anteriores foram digitalizadas e disponibilizadas. Para isso, foram lidos os títulos dos artigos de todas as edições de 2000 a 2008 e foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão.

2.1 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos artigos que contemplassem as palavras-chave selecionadas e que estivessem disponibilizadas de forma completa e em português nas bases de dados. Selecionaramse os trabalhos que abordavam no resumo temas relativos à escolarização de alunos com PC, publicados nos últimos 20 anos – de 2000 a 2020 –, em razão da perspectiva de inclusão e de direitos educacionais no início de 2000 até o período atual. Foram excluídos da pesquisa artigos de temas que divergiam do objetivo proposto e não atendiam aos critérios de disponibilidade e de idioma. Também foram excluídas pesquisas que envolviam participantes com outras deficiências.

2.2 Procedimentos de busca e organização de dados

O procedimento de busca nas bases de dados foi feito por dois juízes independentes no mesmo período – de outubro de 2021 a janeiro de 2022 –, conforme as recomendações de Costa e Zoltowski (2014)Costa, A. B., & Zoltowski, A. P. C. (2014). Como escrever um artigo de revisão sistemática. In S. H. Koller, M. C. P. Couto, & J. V. Hohendorf (Eds.), Manual para produção científica (1ª ed., pp. 55-70). Penso.. Após a coleta e a identificação dos artigos, os resultados foram armazenados e comparados. Como não houve caso de discordâncias, não houve necessidade do auxílio de um terceiro juiz.

No processo de coleta de dados, os resultados foram organizados na ferramenta Planilhas Google, com abas diferentes para cada pesquisadora. A estrutura contava com as colunas: data da busca, base de dados, palavras-chave, título, autores, ano de publicação, resumo, categoria, classificação, comentários e link de acesso. Durante a leitura dos artigos identificados, as pesquisadoras registraram os temas mais recorrentes advindos dos resumos e estabeleceram pré-categorias para a organização. Em classificação, o estudo era definido como incluído, excluído e em dúvida. Após o registro das duas primeiras autoras, os selecionados como “em dúvida” de cada uma foram discutidos, chegando-se a uma avaliação em consenso; os estudos incluídos e excluídos foram comparados, chegando-se ao resultado final. A partir disso, os textos foram lidos na íntegra e, assim, passaram por uma segunda análise, buscando-se o objetivo do estudo.

Considerando a busca na base de dados da SciELO, foram localizados 59 artigos para Educação Especial and Paralisia Cerebral, 12 artigos para Inclusão Escolar and Paralisia Cerebral e 69 artigos para Educação and Paralisia Cerebral. Foram excluídos 62 resultados duplicados, sendo analisados 79 resultados por título e resumo. Destes, 54 foram excluídos por não abordarem a temática desta pesquisa; assim, 20 artigos foram incluídos.

A coleta realizada na Capes localizou 425 artigos, sendo a base com maior número encontrado. Os resultados para cada combinação foram: 142 artigos para Educação Especial and Paralisia Cerebral, 79 artigos para Inclusão Escolar and Paralisia Cerebral e 181 artigos para Educação and Paralisia Cerebral. Embora tenha uma quantidade significativa encontrada, a maioria não pertencia diretamente à temática e/ou era duplicado, sendo selecionados seis artigos desta base de dados.

A busca na REE ocorreu em duas etapas. Na primeira, utilizou-se a mesma metodologia das outras, por meio da combinação de palavras-chave, resultando em: 12 artigos para Educação Especial and Paralisia Cerebral, oito artigos para Inclusão Escolar and Paralisia Cerebral e 13 artigos para Educação and Paralisia Cerebral. A busca manual, feita dos anos de 2000 a 2007, localizou apenas um artigo na temática. Dentre todos, foram selecionados cinco artigos desta base.

Por fim, foram incluídos 31 artigos nesta pesquisa, sendo 20 da SciELO, seis da Capes e cinco da REE, organizados em três categorias. Na categoria Acessibilidade e Desenvolvimento Motor, foram agrupadas as produções com objetivos e discussões sobre adaptação e uso de recursos, que trazem questões sobre as condições físicas dos alunos e discutem o acesso e a participação no contexto escolar. Em Tecnologia Assistiva e recursos de Comunicação Alternativa, foram reunidos trabalhos que relacionam a TA e o ensino e pesquisas que discutem acerca da comunicação, dos procedimentos e dos planejamentos quanto às necessidades dos alunos. A categoria Inclusão Escolar e Ensino refere-se a artigos que discutem questões educacionais além de necessidades físicas dos alunos, como metodologias, estratégias pedagógicas, perspectivas de professores e planejamento quanto ao ensino e à aprendizagem, até mesmo o envolvimento de determinados prof ssionais. Nesse sentido, foram organizados dez artigos de Acessibilidade e Desenvolvimento Motor, nove de Tecnologia Assistiva e recursos de Comunicação Alternativa, oito de Inclusão escolar e quatro de Ensino. Na Figura 1, apresenta-se um f uxograma de seleção de estudos nas bases de dados.

Figura 1
Fluxograma de seleção de estudos nas bases de dados

3 Resultados e discussão

No período de 2000 a 2005, foram encontrados apenas dois artigos que contemplassem o objetivo da pesquisa. Esse número passou para quatro artigos no período de 2006 a 2010. De 2011 a 2015, foi localizado o período de maior produção na temática, concentrando 15 artigos publicados, o que representa 48% do total da amostra. De 2016 a 2020, foram encontrados dez artigos. Assim, no recorte temporal de 2000 a 2020, observou-se a concentração de artigos no intervalo entre 2011 e 2020, representando 80% da amostra. A maioria das publicações pertencem à região Sudeste do Brasil, correspondendo a 18 artigos.

No Quadro 1, encontram-se as informações dos artigos incluídos neste estudo.

Quadro 1
Apresentação dos artigos selecionados

No Quadro 2, apresenta-se a síntese dos artigos em relação à escola, aos participantes, à faixa etária e à região do Brasil.

Quadro 2
Síntese dos artigos em relação à escola, aos participantes, à faixa etária e à região do Brasil

No Quadro 3, pode-se observar a síntese dos artigos por categoria e objetivo.

Quadro 3
Síntese dos artigos por categoria e objetivo

A Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) foi o periódico de maior representatividade na amostra, responsável pela publicação de 51% dos artigos, seguido pela REE, que publicou 16% das pesquisas analisadas neste estudo. Apesar da multidisciplinaridade encontrada nos textos envolvendo Educação, Terapia Ocupacional e Fisioterapia, foi observada a concentração de publicações em revistas da área da Educação Especial disponíveis nas bases pesquisadas.

Quanto aos participantes das pesquisas, 11 artigos tinham alunos com PC e dez envolviam tanto alunos quanto professores com PC; em quatro artigos, os participantes eram somente professores e profissionais educacionais, e os demais eram compostos por diversos participantes, como familiares, professores e outros alunos da sala de aula. Em um artigo, os participantes eram apenas cuidadores de pessoas com PC. Os alunos com PC que compuseram as amostras dos estudos pertenciam a variadas faixas etárias, e na amostra total desta pesquisa variaram entre a idade de 1 ano a 28 anos. Entretanto, ao analisar apenas os estudos que se referiam a escolas regulares (67% da amostra), a idade dos participantes variou entre 3 e 14 anos, o que indica a lacuna em pesquisas acerca do Ensino Médio e do Ensino Superior.

Dos estudos realizados em escolas regulares, a data de publicação mais antiga se refere ao ano de 2006. As pesquisas realizadas exclusivamente em escolas especiais representam 9% do total da amostra. Os demais artigos se referem a instituições de reabilitação ou a uma combinação de localidades, como escola regular e escola especial, escola regular e serviço de reabilitação. Alguns trabalhos tinham objetivos mais específicos, focando em um aspecto do ensino, e outros buscavam retratar um conjunto ou vários aspectos dentro da escolarização, sendo a maioria estudos descritivos. Quando agrupados por temática central, os artigos da amostra versaram sobre TA e recursos de comunicação alternativa, questões acerca de acessibilidade e do desempenho motor dos alunos, e aspectos relacionados a propostas de ensino, como apresentados a seguir.

3.1 Tecnologia Assistiva e recursos de comunicação alternativa

A TA pode ser interpretada como tema central em estudos sobre a escolarização de alunos com PC, uma vez que, para acessar objetos comuns ao cotidiano escolar como lápis, livros, e até mesmo ao mobiliário, o aluno pode necessitar de adaptações de variadas ordens. Os artigos incluídos nesta pesquisa que abordam sobre a implementação de TA expõem sua complexidade de avaliação prévia das necessidades individuais e do desenvolvimento motor do aluno (Rocha et al., 2015Rocha, A. N. D. C., Deliberato, D., & Araújo, R. C. T. (2015). Procedimentos para a prescrição dos recursos de tecnologia assistiva para alunos da educação infantil com paralisia cerebral. Revista de Educação Especial, 28(53), 691-708. http://dx.doi.org/10.5902/1984686X14398
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), do uso de materiais e das alterações em propriedade físicas de objetos (Gonçalves et al., 2013Gonçalves, A. G. G., Braccialli, L. M. P., & Carvalho, S. M. R. (2013). Desempenho motor de aluno com paralisia cerebral discinética frente à adaptação das propriedades físicas de recurso pedagógico. Revista Brasileira de Educação Especial, 19(2), 257-272. https://doi.org/10.1590/S1413-65382013000200009
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), e da manutenção e da aplicabilidade da TA no ambiente escolar (Fachinetti et al., 2017Fachinetti, T. A., Gonçalves, A. G., & Lourenço, G. F. (2017). Processo de Construção de Recurso de Tecnologia Assistiva para Aluno com Paralisia Cerebral em Sala de Recursos Multifuncionais. Revista Brasileira de Educação Especial, 23(4), 547-562. http://educapes.capes.gov.br/handle/11449/170573
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; Rocha & Deliberato, 2012Rocha, A. N. D. C., & Deliberato, D. (2012). Tecnologia assistiva para a criança com paralisia cerebral na escola: identificação das necessidades. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(1), 71-92. https://doi.org/10.1590/S1413-65382012000100006
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).

A complexidade de implementação da TA, portanto, exige qualificação por parte de quem a está implementando, indicando a importância da parceria com outros profissionais. O estudo de Calheiros e Mendes (2016)Calheiros, D. dos S., & Mendes, E. G. (2016). Consultoria colaborativa a distância em tecnologia assistiva para professores. Cadernos de Pesquisa, 46(162), 1100-1123. https://doi.org/10.1590/198053143562
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evidenciou que tanto os professores quanto os alunos podem se beneficiar da implementação de um Serviço de Consultoria Colaborativa. Os professores podem se beneficiar da formação e ainda aplicar os conhecimentos aprendidos em outras situações, enquanto os alunos podem se beneficiar devido à implementação de recursos de TA voltados para o ensino, de modo adequado. Assim, a Consultoria Colaborativa pode ser uma prática capaz de auxiliar o professor regente e o professor do AEE envolvido em planejar e implementar recursos, que podem impactar estratégias pedagógicas e propostas curriculares para toda a turma (Calheiros et al., 2019Calheiros, D. dos S., Mendes, E. G., Lourenço, G. F., Gonçalves, A. G., & Mazini, M. G. (2019). Consultoria colaborativa a distância em tecnologia assistiva para professoras: planejamento, implementação e avaliação de um caso. Pro-Posições, 30, e. 20160085. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2016-0085
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).

Embora as necessidades de adaptação e de uso de TA sejam centrais nos estudos sobre escolarização dos alunos com PC, as discussões e as questões educacionais não podem se dar apenas sobre esses recursos. Como dito anteriormente, a TA pode possibilitar acessibilidade no cotidiano escolar, porém a escolarização deve ser encarada de forma ampla, considerando, além do acesso, a permanência, a participação e o aprendizado (Lei n° 13.146/2015Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
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). Dessa forma, o papel da TA deve ser entendido como ponto de partida e não como ponto de chegada na promoção da escolarização dos alunos com PC.

Nessa categoria, além dos trabalhos ligados à TA, também foram incluídas pesquisas acerca da implementação de recursos e sistemas de Comunicação Alternativa. Dentre os trabalhos acerca da TA, alguns se dedicaram a abordar sobre recursos de Comunicação Alternativa. Esses trabalhos envolviam objetivos ligados à implementação da Comunicação Alternativa (Evaristo & Almeida, 2016Evaristo, F. L., & Almeida, M. A. (2016). Benefícios do Programa PECS-Adaptado para um Aluno com Paralisia Cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, 22(4), 543-558. https://doi.org/10.1590/S1413-65382216000400006
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), à percepção de professores sobre a linguagem de seus alunos com PC (Silva et al., 2013Silva, R. L. M. da, Silva, S. S. da C., Pontes, F. A. R., Oliveira, A. I. A. de, & Deliberato, D. (2013). Efeitos da comunicação alternativa na interação professor-aluno com paralisia cerebral nãofalante. Revista Brasileira de Educação Especial, 19(1), 25-42. https://doi.org/10.1590/S1413-65382013000100003
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) e à interação entre professor e aluno (Carnevale et al., 2013Carnevale, L. B., Berberian, A. P., Moraes, P. D. de, & Krüger, S. (2013). Comunicação Alternativa no contexto educacional: conhecimento de professores. Revista Brasileira de Educação Especial, 19(2), 243-256. https://doi.org/10.1590/S1413-65382013000200008
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). Dois dos artigos que trabalharam a temática da Comunicação Alternativa foram estudos realizados em escolas especiais. Tal informação traz o questionamento sobre a viabilidade de implementação de um recurso de tamanha complexidade em sala de aula regular, e especialmente na ausência de parceria com um profissional especializado. Ainda sobre a área de Comunicação, o trabalho de Alves e Matsukura (2011)Alves, A. C., & Matsukura, T. S. (2011). Percepção de alunos com paralisia cerebral sobre o uso de recursos de tecnologia assistiva na escola regular. Revista Brasileira de Educação Especial, 17(2), 287-304. https://doi.org/10.1590/S1413-65382011000200008
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apresenta que os alunos se beneficiam do uso de TA, entretanto o processo de produção dos dispositivos e dos demais materiais não conta com a participação dos alunos, o que deve ser priorizado na dinâmica envolvendo esses sistemas.

3.2 Acessibilidade e desempenho motor

Nessa categoria, foram inseridos textos que retratavam a relação entre funcionalidade motora e participação nas propostas escolares (Queiroz & Braccialli, 2016Queiroz, F. M. M. G., & Braccialli, L. M. P. (2016). Relação entre o perfil funcional, função motora grossa e habilidade manual dos alunos com paralisia cerebral. Revista Educação Especial, 29(54), 95-108. https://doi.org/10.5902/1984686X16161
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; Rézio et al., 2012Rézio, G. S., Cunha, J. O. V., & Formiga, C. K. M. R. (2012). Estudo da independência funcional, motricidade e inserção escolar de crianças com Paralisia Cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(4), 601-614.; Silva et al., 2012Silva, D. B. R., Martinez, C. M. S., & Santos, J. L. F. (2012). Participação de crianças com paralisia cerebral nos ambientes da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(1), 33-52. https://doi.org/10.1590/S1413-65382012000100004
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; Souza et al., 2011Souza, E. S. de, Camargos, A. C. R., Ávila, N. C. I. de, & Siqueira, F. M. da S. (2011). Participação e necessidade de assistência na realização de tarefas escolares em crianças com paralisia cerebral. Fisioterapia em Movimento, 24(3), 409-417. https://doi.org/10.1590/S0103-51502011000300005
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) e outros sobre as necessidades de adaptações e de acessibilidade aos ambientes e às propostas escolares (Baleotti et al., 2014Baleotti, L. R., Santos, L. A., & Zafani, M. D. (2014). Avaliação de habilidades motoras de uma criança com paralisia cerebral incluída em contexto escolar regular. Revista Educação Especial, 28(51), 149-164. http://dx.doi.org/10.5902/1984686X13503
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; Figueiredo et al., 2018Figueiredo, P. R. P., Mancini, M. C., & Brandão, M. D. B. (2018). Vai jogar? Fatores que infuenciam a participação de adolescentes com paralisia cerebral na educação física. Movimento, 24(3), 801-814. https://doi.org/10.22456/1982-8918.79926
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; Rocha et al., 2018Rocha, A. N. D. C., Desidério, S. V., & Massaro, M. (2018). Avaliação da Acessibilidade do Parque Durante o Brincar de Crianças com Paralisia Cerebral na Escola. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(1), 73-88. https://doi.org/10.1590/S1413-65382418000100007
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; Silva & Braccialli, 2017Silva, F. C. T., & Braccialli, L. M. P. (2017). Exergames como recurso facilitador da participação de aluno com deficiência física nas aulas de educação física: percepção do aluno. Revista Cocar, 11(21), 184-208.; Silva et al., 2011Silva, S. M., Santos, R. R. C. N., & Ribas, C. G. (2011). Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino fundamental: contribuições da fisioterapia. Revista Brasileira de Educação Especial, 17(2), 263-286. https://doi.org/10.1590/S1413-65382011000200007
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; Strapasson et al., 2002Strapasson, A. M., Martins, S. M. F. C., & Schutzs, R. (2002). A melhora da amplitude articular e/ ou manutenção dos movimentos em pessoas portadoras de paralisia cerebral espástica através da educação física adaptada. Revista Educação Especial, 19, 37-43.).

Modificações e adaptações no ambiente, transposição de barreiras físicas e atitudinais são os primeiros passos indispensáveis para que o aluno com PC tenha acessibilidade no ambiente escolar. Silva et al. (2011)Silva, S. M., Santos, R. R. C. N., & Ribas, C. G. (2011). Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino fundamental: contribuições da fisioterapia. Revista Brasileira de Educação Especial, 17(2), 263-286. https://doi.org/10.1590/S1413-65382011000200007
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evidenciaram que a participação dos alunos com PC em propostas que envolvem habilidades físicas, comportamentais e cognitivas é menor quando comparado a alunos com desenvolvimento típico. Foi verificado que 89% da variabilidade de participação nas propostas escolares dos alunos está ligada ao comprometimento motor, à necessidade de assistência na execução de tarefas físicas e que envolve habilidades cognitivas e comportamentais. Silva et al. (2012)Silva, D. B. R., Martinez, C. M. S., & Santos, J. L. F. (2012). Participação de crianças com paralisia cerebral nos ambientes da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(1), 33-52. https://doi.org/10.1590/S1413-65382012000100004
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encontraram resultados similares ao constatar que as propostas que envolvem tarefas físicas (deslocamento, manipulação de objetos) são aquelas que têm menor incidência de participação.

Devido à variabilidade com que o comprometimento na funcionalidade motora pode se apresentar, os protocolos de avaliações funcionais podem ser um bom ponto de partida para iniciar o trabalho de acessibilidade (Rézio et al., 2012Rézio, G. S., Cunha, J. O. V., & Formiga, C. K. M. R. (2012). Estudo da independência funcional, motricidade e inserção escolar de crianças com Paralisia Cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(4), 601-614.; Queiroz & Braccialli, 2016Queiroz, F. M. M. G., & Braccialli, L. M. P. (2016). Relação entre o perfil funcional, função motora grossa e habilidade manual dos alunos com paralisia cerebral. Revista Educação Especial, 29(54), 95-108. https://doi.org/10.5902/1984686X16161
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). Entretanto, além dessas, faz-se necessário dar destaque às intervenções realizadas no ambiente, às propostas curriculares ofertadas para as turmas e não apenas focar nas modificações necessárias ligadas estritamente ao aluno com PC. O Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) parte do conceito de que é necessária a criação de um currículo que garanta o acesso de todos os alunos ao aprendizado. Para isso, estratégias e práticas educativas diversificadas e abrangentes são colocadas em prática (Zerbato & Mendes, 2017Zerbato, A. P., & Mendes, E. G. (2017). Desenho universal para a aprendizagem como estratégia de inclusão escolar. Revista Educação Unisinos, 22(2), 147-155. https://doi.org/10.4013/edu.2018.222.14125
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). Nesse sentido, cuida-se para que todos os alunos tenham suas demandas de aprendizado atendidas e se oportuniza que o aluno com PC acesse ao currículo sem necessariamente haver a focalização em suas necessidades educacionais estritamente individuais.

O trabalho de Silva e Braccialli (2017)Silva, F. C. T., & Braccialli, L. M. P. (2017). Exergames como recurso facilitador da participação de aluno com deficiência física nas aulas de educação física: percepção do aluno. Revista Cocar, 11(21), 184-208. descreveu sobre o planejamento de aula que teve como objetivo alcançar toda a turma e não somente o aluno com PC participante da pesquisa. Ainda que os objetivos dos estudos agrupados nessa categoria fossem distintos, destaca-se a importância da apresentação desse tipo de planejamento. Práticas voltadas a todos os alunos podem impactar não somente a participação deles na proposta como também a percepção de autoeficácia dos próprios alunos com PC, como apontado por Figueiredo et al. (2018)Figueiredo, P. R. P., Mancini, M. C., & Brandão, M. D. B. (2018). Vai jogar? Fatores que infuenciam a participação de adolescentes com paralisia cerebral na educação física. Movimento, 24(3), 801-814. https://doi.org/10.22456/1982-8918.79926
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.

3.3 Ensino e inclusão escolar

Os desafios descritos por professores no ensino de alunos com PC na pesquisa de Gomes e Barbosa (2006)Gomes, C., & Barbosa, A. J. G. (2006). Inclusão escolar do portador de paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental. Revista Brasileira de Educação Especial, 12(1), 85-100. https://doi.org/10.1590/S1413-65382006000100007
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são

ensinar PPC em classes normais; sentimentos e emoções de professores na presença de PPC; contato com os PPC; o tipo de educação mais adequado para os PPC; rendimento escolar da sala de aula com a presença de um PPC; e preconceito na sala de aula (p. 85).

Já na perspectiva do cuidador, os desafios são quanto à formação de professores e à disponibilidade de recursos da escola, considerando que não atendem às necessidades dos alunos com PC e que não há preparação do contexto escolar para recebê-los (Araújo & Lima, 2011Araújo, D. A., & Lima, E. D. R. P. (2011). Dificuldades enfrentadas pelo cuidador na inclusão escolar de crianças com paralisia cerebral. Educação em Revista, 27(3), 281-304. https://doi.org/10.1590/S0102-46982011000300014
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).

Rodrigues e Medeiros (2001)Rodrigues, V., & Medeiros, J. G. (2001). Utilização da discriminação condicional no ensino da literatura e escrita a crianças com paralisia cerebral. Estudos de Psicologia, 18(3), 55-73. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2001000300005
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ressaltam que o fracasso escolar atribuído às pessoas com PC é constituído de inúmeros fatores, principalmente pela “impossibilidade de acesso físico às salas (existência de barreiras arquitetônicas, falta de acompanhante para as atividades acadêmicas, etc.). Dentre as limitações sociais, encontra-se o estigma como um fator impeditivo do desenvolvimento acadêmico dessas crianças” (p. 56). Há lacunas do conhecimento de professores quanto a conceitos clínicos e a conhecimentos específicos sobre a PC, relacionando-se à proposta educacional adequada conforme as especificidades da condição neuromotora do aluno (Franco et al., 2010Franco, M. A. M., Carvalho, A. M., & Guerra, L. B. (2010). Discurso médico e discurso pedagógico: interfaces e suas implicações para a prática pedagógica. Revista Brasileira de Educação Especial, 16(3), 463-478. https://doi.org/10.1590/S1413-65382010000300010
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; Franco & Guerra 2015Franco, M. A. M., & Guerra, L. B. (2015). O ensino e a aprendizagem da criança com paralisia cerebral: ações pedagógicas possíveis no processo de alfabetização. Revista Educação Especial, 28(52), 311-324. http://dx.doi.org/10.5902/1984686X14916
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). Além disso, a falta de experiências e de vivências sociais podem contribuir para lacunas no desenvolvimento de pessoas com PC, que vão além de questões educacionais.

Ribeiro et al. (2020)Ribeiro, D. F., Lara, I. C. M., & Lima, V. M. R. (2020). Propostas de Educação e ensino da matemática para estudantes com paralisia cerebral: metanálise em algumas produções acadêmicas. Educação em Revista, 36, e215616. https://doi.org/10.1590/0102-4698215616
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ressaltam a escassez de produções na área de Educação e de Matemática para alunos com PC e a necessidade de reformular estruturas escolares e contar com a presença de um “professor auxiliar”, quem irá “intensificar as atividades desenvolvidas para os estudantes com necessidades especiais, permitindo que eles mesmos sejam incluídos nas propostas oferecidas para os demais” (Ribeiro et al., 2020, p. 19Ribeiro, D. F., Lara, I. C. M., & Lima, V. M. R. (2020). Propostas de Educação e ensino da matemática para estudantes com paralisia cerebral: metanálise em algumas produções acadêmicas. Educação em Revista, 36, e215616. https://doi.org/10.1590/0102-4698215616
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). Assim, é necessário que esse professor auxiliar trabalhe com o professor regente.

A colaboração entre profissionais da educação e da Educação Especial denomina-se coensino. Ela é fundamental para a adaptação das atividades e para a elaboração de estratégias diferenciadas e de avaliação, em um trabalho de parceria e de corresponsabilidade, segundo Vilaronga et al. (2016)Vilaronga, C. A. R., Mendes, E. G., & Zerbato, A. P. (2016). O trabalho em colaboração para apoio da inclusão escolar: da teoria à prática docente. Interfaces da Educação, 7(19), 66-87. https://doi.org/10.26514/inter.v7i19.1029
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, uma vez que “o coensino, apesar de pouco realizado ainda no Brasil, tem se mostrado uma alternativa promissora de serviço de apoio à inclusão escolar” (p. 85).

O modelo de Educação Inclusiva, especialmente para alunos com PC, envolve desafios quanto ao nível de atividade e de participação, as quais devem ser trabalhadas pelos professores (Martins & Leitão, 2012Martins, M. C., & Leitão, M. L. H. (2012). O aluno com paralisia cerebral em contexto educativo: diferenciação de metodologias e estratégias. Millenium - Revista de Tecnologias Educacionais e Saúde, 42, 59-66.). Estes devem minimizar situações de desvantagem, promovendo potencialidades, adequando metodologias e buscando estratégias didático-pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento dos alunos. Os dados do estudo de Pasculli et al. (2012)Pasculli, A. G., Baleotti, L. R., & Omote, S. (2012). Interação de um aluno com Paralisia Cerebral com colegas de classe durante atividades lúdicas. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(4), 587-600. https://doi.org/10.1590/S1413-65382012000400004
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mostram que, na maior parte dos momentos, o aluno com PC é observador das atividades e não um participante ativo, ainda que a interação e o acolhimento dos colegas sejam positivos. Assim, ressaltam-se lacunas na estrutura ofertada, em recursos pedagógicos inadequados, que não favoreciam as atividades para o aluno. Além disso, o estudo de Leão et al. (2006)Leão, A. M. C., Garcia, C. A. A., Yoshiura, E. V. F., & Ribeiro, P. R. M. (2006). Inclusão do aluno com dismotria cerebral ontogenética: análise das práticas pedagógicas. Revista Brasileira de Educação Especial, 13(1), 111-130. https://doi.org/10.1590/S1413-65382007000100008
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enfatiza que isso pode ser comum quando não se tem um planejamento e um currículo que atenda às especificidades do aluno com PC.

4 Conclusões

O caminho percorrido nesta pesquisa permitiu mapear estudos nacionais publicados entre os anos de 2000 e 2020 que tiveram como alvo alunos com PC, e, assim, trazer à luz questões importantes que tangenciam a escolarização desse público. A partir dos 31 artigos selecionados, as temáticas mais frequentes foram aquelas que abordam sobre acessibilidade e desenvolvimento motor; tecnologia assistiva e comunicação alternativa; e ensino e inclusão escolar. A maioria dos artigos se debruçaram em temas específicos e com estudos diagnósticos situacionais, trazendo poucas evidências sobre o panorama completo da escolarização dos alunos com PC. Tais resultados apontam a falta de produções que abordam sobre estratégias pedagógicas e propostas de ensino que discutem planejamento e metodologia para os alunos. É importante destacar que os artigos da amostra possuem importância histórica e cumprem com os objetivos propostos. A partir deles, foi possível evidenciar a complexidade da escolarização desses alunos e a necessidade de entendimento da diversidade dessa população.

As perspectivas dos educadores são marcadas por desafos, barreiras e inseguranças para atuar com os alunos, relacionando-se à falta de capacitação e de recursos adequados, mas, principalmente, devido à ausência de parcerias colaborativas com outros profissionais. Cabe ressaltar a importância da política atual de inclusão escolar para pesquisas na área, considerando o incremento dos esforços sobre a escolarização e o aumento no número de publicações sobre o contexto educacional.

Apesar do termo acerca de uma possível complexidade na escolarização de alunos com PC envolver a superação de barreiras físicas e atitudinais, sua responsabilidade deve extrapolar as ações do professor regente, assim como não pode mais ser reduzida apenas ao uso de dispositivos de TA em si. Além disso, não deve ser marcada por um sujeito observador e não participante ativo das atividades propostas pelo ambiente. Dessa forma, o contexto escolar precisa ser responsabilizado para atender às especificidades de seu alunado, investindo em recursos, estratégias mais universais que favoreçam todos os alunos, como o DUA, e em parcerias colaborativas entre profissionais em prol de melhores condições de ensino e de aprendizagem.

A fim de contribuir para estudos na área, esta pesquisa enfatiza que cada artigo incluído teve sua colaboração quanto ao objetivo proposto, ressaltando diferentes discussões em estudos já realizados e retratando a complexidade da educação de pessoas com PC. Nesse sentido, é fundamental que as escolas reconheçam as potencialidades dos alunos, tenham planejamento e metodologias adequadas às necessidades, favorecendo o desenvolvimento e a aprendizagem de alunos com PC. No entanto, a partir do panorama revelado e dos desafios da escolarização desses alunos na garantia de acesso, aponta-se a necessidade de estudos que se aprofundem em proposição e descrição de boas práticas, as quais possam revelar caminhos mais assertivos e inspirem ações inclusivas ao longo de todos os níveis de ensino, com efetividade do ensino e da participação ativa de todos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    30 Mar 2022
  • Revisado
    04 Jul 2022
  • Aceito
    08 Jul 2022
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