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Anabolizantes: conceitos segundo praticantes de musculação em Aracaju (SE)

Anabolic steroids: concepts according to muscular activity practisers in Aracaju (SE)

Anabolizantes: conceptos según practicantes de musculación en Aracaju (SE)

Resumos

A presente pesquisa objetivou delinear os principais conceitos acerca dos anabolizantes entre os praticantes de musculação nas academias de Aracaju (SE). Pretendeu-se, também, conhecer a prevalência da utilização destas substâncias na amostra selecionada. A amostra constituiu-se de 58 indivíduos do sexo masculino, entre 18 e 35 anos de idade, com predominância de formação de nível médio e superior. Como resultados, detectou-se que a concepção prevalente quanto aos anabolizantes e aos seus malefícios corresponde ao que é divulgado quanto à sua utilização sem a prescrição médica: o perigo do abuso. Já quanto aos benefícios observados, constatou-se que há a percepção de que estas substâncias podem gerar resultados imediatos. Percebeu-se um consumo elevado na população pesquisada, que geralmente adquire as drogas nas farmácias e utiliza doses acima do recomendado. Foi observada relação estatística significativa entre o uso dos anabolizantes na atualidade e no passado (p<0,05) sugerindo que sujeitos que já utilizaram anabolizantes tendem a manter o uso.

anabolizantes; musculação; abuso de drogas


The objective of this research/study was to delineate the main concepts about anabolic steroids used among men that practice muscular activity in the academies of Aracaju (SE). A secondary aim was to know the prevalence of the use of such substances in a selected sample, which was constituted by men between 18 and 35 years old, with predominantly medium and superior school level. Results detected that the prevalent conception about anabolic steroids and its misdeeds, correspond to what is shown when it is used without medical prescription: the risk of abuse. Regarding benefits, it was observed the perception that such steroids can generate immediate results. It was noticed a large consumption in the researched population, who buy the drugs at pharmacies; and ingest doses above the ones recommended. Significant statistical relation was observed between the use of the anabolic steroids at the present time and in the past (p<0,05), suggesting that, people who used anabolic steroids in the past tend to maintain the use.

Anabolic steroids; Bodybuilders; Risk of abuse


La presente investigación tuvo como objetivo delinear los principales conceptos acerca de los anabolizantes entre los practicantes de musculación en los gimnasios de Aracaju (SE). Se pretendió también conocer la prevalencia de la utilización de estas sustancias en la muestra seleccionada, constituida de 58 individuos del sexo masculino, entre 18 y 35 años de edad, con predominancia de formación de nivel medio y superior. Como resultados, se detectó que la concepción prevalente en cuanto a los anabolizantes y a sus efectos negativos corresponde a lo que se divulga con relación a su divulgación sin receta médica: el peligro del abuso. Lo que se refiere a los beneficios observados, se constató que hay una percepción de que estas sustancias pueden generar resultados inmediatos. Se percibió un consumo elevado en la población investigada, que generalmente adquiere las drogas en las farmacias y utiliza dosis mayores de lo recomendado. Fue observada relación estadística significativa entre el uso de los anabolizantes en la actualidad y en el pasado (p<0,05), sugiriendo que sujetos que ya han utilizado anabolizantes tienden a mantener el uso.

anabolizantes; musculación; abuso de drogas


DOSSIÊ - PSICOLOGIA E SAÚDE

Anabolizantes: conceitos segundo praticantes de musculação em Aracaju (SE)

Anabolic steroids: concepts according to muscular activity practisers in Aracaju (SE)

Anabolizantes: conceptos según practicantes de musculación en Aracaju (SE)

André Faro SantosI; Priscilla Maria Habib MendonçaII; Lidiane dos Anjos SantosII; Naiara Franca SilvaII; Juliana Karine Leite TavaresII

IPsicólogo. Mestrando em Ciências da Saúde pelo Núcleo de Pós-Graduação e Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Professor do Curso de Psicologia da Faculdade Pio Décimo e da Universidade Federal de Sergipe

IIEstudantes do Curso de Psicologia da Faculdade Pio Décimo

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: André Faro Santos. Av. Deputado Silvio Teixeira, 691, apto. 1402, Bairro Jardins, CEP 49025-100, Aracaju-SE. E-mail: andrefaro@superig.com.br

RESUMO

A presente pesquisa objetivou delinear os principais conceitos acerca dos anabolizantes entre os praticantes de musculação nas academias de Aracaju (SE). Pretendeu-se, também, conhecer a prevalência da utilização destas substâncias na amostra selecionada. A amostra constituiu-se de 58 indivíduos do sexo masculino, entre 18 e 35 anos de idade, com predominância de formação de nível médio e superior. Como resultados, detectou-se que a concepção prevalente quanto aos anabolizantes e aos seus malefícios corresponde ao que é divulgado quanto à sua utilização sem a prescrição médica: o perigo do abuso. Já quanto aos benefícios observados, constatou-se que há a percepção de que estas substâncias podem gerar resultados imediatos. Percebeu-se um consumo elevado na população pesquisada, que geralmente adquire as drogas nas farmácias e utiliza doses acima do recomendado. Foi observada relação estatística significativa entre o uso dos anabolizantes na atualidade e no passado (p<0,05) sugerindo que sujeitos que já utilizaram anabolizantes tendem a manter o uso.

Palavras-chave: anabolizantes, musculação, abuso de drogas.

ABSTRACT

The objective of this research/study was to delineate the main concepts about anabolic steroids used among men that practice muscular activity in the academies of Aracaju (SE). A secondary aim was to know the prevalence of the use of such substances in a selected sample, which was constituted by men between 18 and 35 years old, with predominantly medium and superior school level. Results detected that the prevalent conception about anabolic steroids and its misdeeds, correspond to what is shown when it is used without medical prescription: the risk of abuse. Regarding benefits, it was observed the perception that such steroids can generate immediate results. It was noticed a large consumption in the researched population, who buy the drugs at pharmacies; and ingest doses above the ones recommended. Significant statistical relation was observed between the use of the anabolic steroids at the present time and in the past (p<0,05), suggesting that, people who used anabolic steroids in the past tend to maintain the use.

Key words: Anabolic steroids, Bodybuilders, Risk of abuse.

RESUMEN

La presente investigación tuvo como objetivo delinear los principales conceptos acerca de los anabolizantes entre los practicantes de musculación en los gimnasios de Aracaju (SE). Se pretendió también conocer la prevalencia de la utilización de estas sustancias en la muestra seleccionada, constituida de 58 individuos del sexo masculino, entre 18 y 35 años de edad, con predominancia de formación de nivel medio y superior. Como resultados, se detectó que la concepción prevalente en cuanto a los anabolizantes y a sus efectos negativos corresponde a lo que se divulga con relación a su divulgación sin receta médica: el peligro del abuso. Lo que se refiere a los beneficios observados, se constató que hay una percepción de que estas sustancias pueden generar resultados inmediatos. Se percibió un consumo elevado en la población investigada, que generalmente adquiere las drogas en las farmacias y utiliza dosis mayores de lo recomendado. Fue observada relación estadística significativa entre el uso de los anabolizantes en la actualidad y en el pasado (p<0,05), sugiriendo que sujetos que ya han utilizado anabolizantes tienden a mantener el uso.

Palabras-clave: anabolizantes, musculación, abuso de drogas.

Qual o custo que se paga por um corpo "ideal"?

Partindo-se deste questionamento, percebe-se que na sociedade atual o corpo tem sido, cada vez mais, considerado um objeto passível de modelagem. São diversas as formas que se têm para modelar, reparar, diminuir ou aumentar proporções, modificando-se a estética natural. Dentre as ferramentas para efetivar estas transformações, os anabolizantes podem ser considerados uma via de baixo custo e acessível para quem deseja obter um modelo de corpo ideal.

Os hormônios esteróides anabólicos androgênicos, popularizados como anabolizantes ou "bombas", compreendem esteróides derivados da metabolização do colesterol, dentre eles a testosterona (Marques, Pereira, & Aquino Neto, 2003). A testosterona é produzida nos testículos e no córtex adrenal, sendo responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias associadas à masculinidade durante a adolescência e a maioridade (Bahrke & Yesalis, 2004; Maravelias, Dona, Stefanidou & Spiliopoulou, 2005).

Na medicina, os anabolizantes são utilizados geralmente no tratamento de sarcopenias, hipogonadismo, câncer de mama, osteoporose e deficiências androgênicas, déficits no crescimento corporal, dentre outras (Silva, Danielski & Czepielewski, 2002; Tokish, Kocher & Hawkins, 2004). Há aplicações como cicatrizantes e cremes ginecológicos, podendo, inclusive levar a resultados analíticos adversos ("positivos") no controle de dopagem no esporte (Pereira, Marques, & Aquino Neto, 2004).

A utilização dos anabolizantes pode ser feita por meio da ingestão oral ou aplicação intramuscular. Os usuários costumam fazer o uso em ciclos, em que doses maiores são aplicadas progressivamente, com um intervalo de tempo que pode variar de 4 a 18 semanas (Araújo, 2003). Entre vários compostos que geram efeito anabolizantes, os administrados oralmente - como a oximetolona, a oxandrolona, a metandrostenolona e o estanazolol - são os mais utilizados. Entre os injetáveis mais freqüentemente utilizados estão o decanoato de nandrolona, o fenpropionato de nandrolona, o isocaproato de testosterona e o cipionato de testosterona (Araújo, 2003; Maravelias & cols., 2005; Ribeiro, 2001). Segundo e Barros Neto (1999), os mais utilizados no Brasil são a testosterona e a nandrolona.

A aparência de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas superficial, uma vez que diversas pesquisas já destacaram os efeitos adversos causados pelo uso inadequado dos esteróides anabolizantes. Entre os problemas de saúde já estudados, observou-se que no sistema cardiovascular pode ocorrer a elevação da pressão arterial, redução do HDL, trombose e arritmia. No fígado, constatou-se hepatotoxidade e câncer. Entre os problemas dermatológicos detectados estão as acnes e as estrias. Os anabolizantes podem alterar o sistema reprodutor, causando, por exemplo, hipertrofia da próstata, ginecomastia e impotência sexual nos homens e, nas mulheres, excesso de pêlos, engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris e irregularidades no ciclo menstrual (Bahrke & Yesalis, 2004; Evans, 2004; Luis, Aller, Cuéllar, Terroba, & Romero, 2001; Maravelias & cols., 2005; Tokish & cols., 2004).

Em nível psicológico são relatados mudanças de humor, comportamento agressivo, depressão, hostilidade, surtos psicóticos e adições, ocorrendo, por vezes, um quadro semelhante à síndrome de abstinência (Evans, 2004; Pagoni, Angelopoulos, Koukolis, & Hadjichristodoulou, 2005; Pagoni, Angelopoulos, Koukolis, Hadjichristodoulou, & Toli, 2006; Peluso, Assunção, Araújo, & Andrade, 2000).

Na literatura existem relatos de casos de morte súbita resultante da utilização de anabolizantes, o que, para Santarém (2001b), sugere que estas mortes possam ter sido decorrentes do uso contínuo ou doses abusivas dessa droga. Petersson, Garle, Granath e Thiblin (2005) encontraram que os anabolizantes aparecem como indicadores do aumento do risco para morte prematura em diversos tipos de pacientes (drogaditos, transtornos psiquiátricos, dor torácica e com convulsões por motivo inespecífico), quando comparados aos que não fazem uso destas substâncias.

No senso comum, principalmente entre os jovens, observa-se que os anabolizantes são comumente associados aos critérios de perfeição e boa performance física vigentes na sociedade atual, muitas vezes compensando sentimentos de reduzida auto-estima e outros transtornos emocionais considerados mais graves (Iriart & Andrade, 2002; Labre, 2002; Russo, 2005).

Santarém (2001b) afirmou que atualmente estamos vivendo, em relação às drogas anabolizantes, uma situação semelhante à que ocorreu com o tabagismo no início do século passado: a utilização por grande número de pessoas aparentando boa saúde tende a estimular a noção de segurança. Aquino Neto (2001) destacou que a dependência de drogas é um dos grandes problemas da sociedade atual, ressaltando que o abuso dos anabolizantes também se apresenta como uma questão de semelhante preocupação.

Em 2001, o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) realizou o 1º levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, encontrando um índice de 0,6% para o uso de anabolizantes entre as 107 maiores cidades do país (Carlini, Galduróz, Noto, & Nappo, 2002), índice que corresponderia a aproximadamente 130.000 pessoas entre as cidades pesquisadas (Galduróz, Noto, Nappo & Carlini, 2005).

Segundo Souza e Fisberg (2002), a situação real do uso dos anabolizantes no Brasil, juntamente com suas conseqüências físicas e psíquicas, ainda não é bem documentada. Embora não se tenham estatísticas específicas para a realidade nacional (Araújo, 2003; Lucas & cols., 2006), acredita-se que vem crescendo o número de consumidores dessas drogas e estes são na maioria do sexo masculino, prevalecendo as idades entre 18 e 34 anos (Souza & Fisberg, 2002). O maior problema percebido atualmente é a adesão às drogas nas farmácias e sua crescente popularização entre as pessoas que freqüentam academias de ginástica e/ou musculação (De Rose, Aquino Neto, Moreau, & Castro, 2004; Lise, Da Gama e Silva, Ferigolo, & Barros, 1999; Silva & cols., 2002).

No Brasil, a preocupação não é tanta em relação a esportistas profissionais (Aquino Neto, 2001), mas ao adolescente, que, no seu imediatismo de querer crescer rapidamente, entrega-se aos anabolizantes, mesmo sem conhecer bem o que está sendo consumido (Lise & cols., 1999; Ribeiro, 2001; Souza & Fisberg, 2002).

Em períodos recentes foram empreendidas algumas campanhas de combate ao abuso destas substâncias, tal como a da Vigilância Estadual de Saúde de Sergipe e da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju em 2004, motivadas pelos registros de mortes e outras conseqüências maléficas aos usuários de anabolizantes no Estado de Sergipe (www.informesergipe.com.br); fato também registrado em outros estados, a exemplo de Goiás (Rocha, 2004).

Diante deste quadro, julga-se necessário conhecer a percepção da população sobre os anabolizantes, seus usos e abusos, para que se tenha uma noção de como são representadas estas drogas no senso comum. A premissa seria a de fundamentar as intervenções ligadas à saúde no conhecimento dos conceitos formulados pelos próprios usuários ou por indivíduos que participam de contextos onde a prevalência da utilização dos anabolizantes tende a ser elevada.

Em vista do exposto, a presente pesquisa objetivou: 1) identificar os principais conceitos de anabolizantes segundo os praticantes de musculação em academias de Aracaju (SE); 2) destacar os principais benefícios e malefícios segundo a ótica dessas pessoas; 3) conhecer a prevalência da utilização dos esteróides anabólicos na amostra selecionada; e 4) verificar a existência de possíveis associações entre o uso de anabolizantes e as variáveis sociodemográficas.

MÉTODO

A amostra constituiu-se de 58 indivíduos do sexo masculino da faixa etária entre 18 e 30 anos (69%) e 31 a 35 (31%). O nível de escolaridade predominante foi o superior (53%), seguido do ensino médio (43%) e fundamental (4%). No geral, os entrevistados estavam empregados ou exerciam alguma atividade laborativa (67%), em menor quantidade estavam os estudantes (28%) e os desempregados (5%). Em relação ao tempo de prática de musculação, 64% praticavam havia mais de um ano, 28% entre 1 e 6 meses e 8% de 6 meses a 1 ano.

O critério de seleção dos locais e dias de pesquisa foi aleatório, sorteando-se 6 academias, dentre 22 encontradas no perímetro de dois bairros da cidade de Aracaju (SE). Foram selecionadas 3 academias de um bairro da Zona Norte, dentre 12 existentes, e outras 3 academias em um bairro na Zona Sul, em 10 situadas naquela região.

O tamanho da amostra foi estabelecido a partir da presença dos indivíduos nas academias, sendo abordados todos os alunos que praticassem musculação no dia sorteado para ser realizada a pesquisa. Os entrevistadores permaneceram na academia pelo período de 1 turno, manhã ou tarde, efetuando as entrevistas durante o horário da prática de musculação. O contato foi feito pessoalmente pelo entrevistador, sendo apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de ser iniciada a entrevista. Houve rejeição em 13 casos, geralmente preocupados com a divulgação de sua identidade, apesar dos esclarecimentos acerca do sigilo das respostas.

O local para a realização da entrevista foi em um ambiente que privilegiasse o sigilo das informações, dentro das próprias academias. Na coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista semi-aberto e um questionário fechado, sendo este último preenchido pelo próprio participante. O roteiro de entrevista constituiu-se de 3 perguntas que versaram sobre a concepção quanto aos anabolizantes, aos benefícios e aos malefícios percebidos pelo uso destes medicamentos. O questionário abordou sete perguntas, sendo dividido em duas partes. A primeira objetivou investigar a utilização atual dos anabolizantes, a quantidade de doses aplicadas nos últimos três meses e o local de compra da substância administrada. Na segunda parte procurou-se conhecer a utilização de anabolizantes no passado, relativamente ao fato de ter utilizado anabolizantes alguma vez na vida. Nesta parte constaram questões a respeito da quantidade de doses aplicadas, intervalo de tempo em que foram administradas, avaliação dos resultados após o uso e o motivo que levou cessar a utilização.

Após a entrevista, o participante era informado de que o pesquisador iria afastar-se durante o preenchimento do questionário e, depois de respondê-lo, o próprio sujeito poderia depositar o instrumento em uma caixa entregue pelo pesquisador. Este método de coleta teve a pretensão de manter o caráter confidencial das respostas, pois o questionário, além de não ter identificação nominal, era guardado aleatoriamente entre os demais que já haviam sido respondidos pelos outros participantes.

As entrevistas foram analisadas segundo a Análise de Conteúdo de Bardin (Bardin, 1977). Este método de análise foi escolhido devido ao seu caráter focal na comunicação como ponto inicial para estudos acerca de um determinado objeto de pesquisa. No decorrer dos resultados e discussão foram empregados nomes fictícios para os entrevistados, no intuito de preservar o sigilo das suas identidades. A partir das respostas dos participantes, encontraram-se três categorias segundo os critérios de Bardin (1977), a saber: conceito de anabolizantes, relacionada aos conceitos acerca dos esteróides anabolizantes; principais benefícios, aspectos positivos relatados como derivados da utilização dos anabolizantes, e principais malefícios, sendo os aspectos negativos relacionados ao uso dos anabolizantes.

Na análise dos dados sociodemográficos e das respostas dos questionários, aplicou-se o teste do Qui-Quadrado para verificar a existência de associação entre o consumo de anabolizantes e as variáveis de interesse. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Humanos da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Percebeu-se que o conceito predominante foi o "anabolizante como uma droga prejudicial" (38%) (Figura 1), exemplificado nas falas dos entrevistados.


"É uma droga, né... uma substância que faz mal ao organismo" (Neylson, 19 anos)

"É uma droga, só isso..." (Euler, 33 anos)

Segundo Iriart e Andrade (2002), que realizaram uma pesquisa com fisiculturistas de uma academia em um bairro popular de Salvador, os entrevistados não possuíam um bom nível de informação sobre os anabolizantes e, geralmente, os relatos não estavam ligados às propriedades farmacológicas destas substâncias. No presente estudo, possivelmente o nível de escolaridade dos entrevistados foi diferente em comparação à amostra pesquisada por Iriart e Andrade (2002), dado que não pôde ser confirmado, pois esta variável não está relacionada na pesquisa dos referidos autores. Entretanto, acredita-se que é um fato importante o desconhecimento acerca dos anabolizantes, visto que a conceituação como droga não esteve associada a uma finalidade, mas somente ao seu nome e significado usual.

A referência ao anabolizante como droga parece se distanciar da concepção de substância farmacológica e se aproximar da noção de ilegalidade, de droga ilícita, como pode ser observado na fala de um dos participantes:

"É uma droga prejudicial que nem as outras: vicia e pode matar" (Alexandre, 26 anos)

Destaca-se que este conceito sobre os anabolizantes desvia o medicamento de sua função terapêutica, ligando-se, no senso comum, à marginalização da substância e do indivíduo que dela faz uso. Para Iriart e Andrade (2002), a gíria "bomba" está associada a um caráter pejorativo, denegrindo a imagem do sujeito que utiliza o anabolizante como um "bombado". Entretanto, segundo esses autores, ainda mostra-se frágil a idéia que os usuários apresentam acerca dos anabolizantes e do risco do uso inadvertido, visto que este saber potencial não é traduzido em prática real. Há um fantasma divulgado, repetido, mas que não repercute no sujeito.

Como o segundo conceito acerca do que são os anabolizantes, observou-se a concepção do "anabolizante como algo que promove um rápido crescimento muscular e ganho de peso" (34%).

"São as substâncias que o pessoal toma para aumentar os músculos mais rápido" (Paulo, 30 anos)

"Algo pra gente ficar forte... os músculos... crescer e engordar rápido" (Amaro, 21 anos)

Pontua-se a visão prática na fala de Paulo, ressaltando a conseqüência mais objetiva do uso dos anabolizantes. Amaro remete-se, aparentemente de forma não intencional, ao papel androgênico dos esteróides anabólicos, pois, na puberdade, "a testosterona é a responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias que transformam os meninos em homens" (Evans, 2004, p. 534). Todavia, a fala de Amaro também pode ser entendida como uma busca por satisfação, visto que os esteróides anabolizantes são capazes de promover crescimento num corpo que se revela (pelo menos no imaginário do indivíduo) como fraco, pequeno e impotente diante das expectativas socioculturais (Araújo, 2003; Russo, 2005).

Iriart e Andrade (2002) já haviam relatado que expressões como crescer e ficar forte, dentre outras ligadas aos anabolizantes, podem revelar o desejo de crescer subjetivamente, compensando um sentimento de baixa auto-estima e promovendo um melhor status social para o indivíduo. De acordo com Irwing, Wall, Neumark-Sztainer e Story (2002), a preocupação exacerbada e a insatisfação com o corpo podem contribuir para o uso dos esteróides anabolizantes. Ribeiro (2001) sugeriu que a tentação de ganhar músculos rapidamente pode estar levando muitos adolescentes ao uso dos anabolizantes sem a prescrição médica. Ainda segundo esse autor, a mensagem "pessoa pequena que é infeliz em ser pequena" já é apregoada desde a infância, incitando os indivíduos à busca incessante pelo corpo ideal.

Entende-se então que o anabolizante pode surgir como um remédio para problemas outros que não somente as doenças orgânicas; sendo utilizado para suprir carências, remediando o que o próprio sujeito percebe como "doença" estética, caracterizada por uma aparente imperfeição a ser transformada para que a sua imagem corporal se torne satisfatória subjetiva e socialmente.

Não foi detectada uma ampla diferença percentual entre a primeira e segunda subcategoria nas respostas sobre os conceitos dos anabolizantes (38% e 34%). Julga-se que esta proximidade entre concepções que divergem em seu conteúdo pode denunciar um paradoxo entre o desejo de crescer e ficar forte e o perigo quanto ao uso da droga.

Como benefício derivado dos anabolizantes, ressaltou-se a concepção de ser "algo que gera efeito rápido" (32%) (Figura 2).


"O benefício é que ele dá logo resultado, mostra logo o aumento corporal" (José Augusto, 27 anos)

"O bom do anabolizante é que já vê o efeito ali, uns dias depois" (Júnior, 34 anos)

Têm-se aqui a noção de que os anabolizantes são promotores de efeitos rápidos, quiçá instantâneos, e que podem favorecer a urgência de corpos ideais, moldados para o consumo social (Estevão & Bagrichevsky, 2004; Silva & cols., 2002; Souza & Fisberg, 2002). Os anabolizantes promovem a sobreposição do ideal ilusório sobre a realidade do risco dos efeitos colaterais, fomentando o desejo de não esperar crescer e burlar as leis naturais (Irwing & cols., 2002; Labre, 2002; Ribeiro, 2001). Acredita-se que não somente os adolescentes são incitados a burlar a natureza, mas também os jovens e os adultos entrevistados, numa relação custo-benefício onde a aparência é um mediador do risco para a saúde do indivíduo.

Outro ponto de destaque é que, quando indagados sobre os benefícios que os anabolizantes podem trazer para quem faz uso deles, uma das respostas mais freqüentes foi sua caracterização como "algo que não gera benefícios" (30%).

"Benefício? Tem não, não sei de benefício não" (Clóves, 24 anos)

"Anabolizante fazer bem? E tem? Tem benefício não" (Antônio, 21 anos)

Nota-se aqui a possível fragilidade na compreensão do que são os anabolizantes (Iriart & Andrade, 2002; Lise & cols., 1999), pois as respostas mostram indícios de uma ambigüidade, em que os anabolizantes são entendidos como drogas, cujos benefícios são ausentes, mas que promovem o pretendido crescimento muscular. A partir destes achados, aponta-se a necessidade de novas pesquisas que busquem identificar a percepção de risco em relação aos anabolizantes, a fim de ser investigado se os ganhos relativos ao consumo podem sobressair aos possíveis prejuízos à saúde do indivíduo.

Em relação aos malefícios, a principal concepção destacada foi "diversos problemas de saúde" (58%), em que foram enfatizados os danos ocasionados pelo uso dos esteróides anabolizantes (Figura 3).


"Prejudica os órgãos, o corpo no geral" (Márcio, 35 anos)

"Sai lascando, prejudicando o fígado, o rim, os músculos..." (Mateus, 19 anos)

Iriart e Andrade (2002) mencionaram que os jovens que utilizam anabolizantes não têm conhecimento sobre a extensão dos danos à saúde causados pelo abuso destas substâncias. Na presente pesquisa, não foi possível delinear com precisão o entendimento acerca dos malefícios; no entanto, sugere-se que este saber dos participantes, ainda que breve, já denota uma possível via de atuação, pois, de alguma forma, revela a sensibilização da população às campanhas de combate ao abuso dos anabolizantes. Segundo outros autores, a intervenção educacional tem demonstrado ser um instrumento efetivo no combate ao uso indiscriminado dos esteróides anabólicos por adolescentes e atletas (De Rose & cols., 2004; Tokish & cols., 2004).

A minimização da característica de medicamento para os anabolizantes também foi verificada neste estudo, visto que somente 1% das falas indicou que o problema decorrente dos esteróides é "quando usado sem prescrição médica" (Figura 3).

"O anabolizante faz mal quando o cara usa sem que o médico mande, pois ele tem indicação para algumas coisas" (Jerônimo, 20 anos)

São conhecidas, no meio científico, as aplicações terapêuticas dos esteróides anabolizantes (Bahrke & Yesalis, 2004; Evans, 2004; Maravelias & cols., 2005; Pereira & cols., 2004; Silva & cols., 2002; Tokish & cols., 2004); contudo, outros estudos apontam para o desconhecimento da população com referência à verdadeira aplicação dos anabolizantes (Iriart & Andrade, 2002; Lise & cols., 1999; Souza & Fisberg, 2002).

Na amostra pesquisada, 19% dos sujeitos relataram estar utilizando anabolizantes na atualidade. Destes, 70% utilizaram mais de 5 doses nos últimos três meses e 60% dizem ter adquirido a droga nas farmácias.

Cocolo (2002) citou que em um estudo realizado na cidade de São Paulo foi encontrado que a utilização dos anabolizantes excede, em muito, a prevista terapeuticamente, e que estas drogas são obtidas nas farmácias. Este dado também foi encontrado em outras pesquisas (Estevão & Bagrichevsky, 2004; Lise & cols., 1999), corroborando os achados do CEBRID (Carlini & cols., 2002), onde cerca de 50% da população destacam a facilidade em conseguir os anabolizantes.

Apesar de ser uma amostra reduzida, o índice de ocorrência da utilização dos anabolizantes observado foi superior ao encontrado por outros autores, analisando-se especificamente a prevalência para o sexo masculino. Araújo (2003) mostrou uma prevalência de 10,69% entre estudantes homens do ensino médio no Distrito Federal. Lucas e cols. (2006) estimaram uma prevalência de 5,43% entre universitários do sexo masculino no Estado do Amazonas. Independentemente da variação nos índices, cabe ressaltar que estes números tendem a não expressar a realidade e, com isso, podem ser maiores do que o constatado, pois o uso é condenado tanto no meio esportivo como na sociedade, o que dificulta que muitas pessoas assumam estar utilizando estas substâncias por causa do rótulo de "bombado" (Araújo, 2003; Iriart & Andrade, 2002).

Tomando como referência os conceitos acerca dos anabolizantes, seus benefícios e malefícios, sugere-se que os participantes deste estudo que utilizavam os anabolizantes não conheciam bem as suas implicações reais e seus efeitos terapêuticos ou adversos. Há uma possível dissonância entre a realidade da função destes esteróides e a percepção destas substâncias no meio social. Esta discrepância é destacada por Santarém (2001b), quando ressaltou que quem utiliza anabolizantes pouco sabe o que está efetivamente aplicando e suas conseqüências. Cocolo (2002) também apontou fato semelhante, indicando que entre freqüentadores de academias na cidade de São Paulo, apenas 5% dos sujeitos que faziam uso de anabolizantes conheciam o que estava sendo aplicado.

Por outro lado, Araújo (2003) indicou que aproximadamente 75% dos estudantes usuários conheciam os efeitos indesejados do uso dos esteróides. Estevão e Bagrichevsky (2004) realizaram uma pesquisa com fisiculturistas do sexo feminino, a qual também destacou que essas atletas têm conhecimento sobre os efeitos dos anabolizantes que utilizam, mas que este não foi um fato que causasse impedimento em relação ao consumo. Não há um consenso sobre o nível de conhecimento que os indivíduos possuem acerca dos anabolizantes; contudo, parece que o anabolizante é algo que muito se cobiça mas pouco se conhece e, ainda assim, pessoas utilizam mesmo sem saber o que realmente pode acontecer.

Quanto à utilização de anabolizantes no passado, 31% dos indivíduos relatam já tê-los utilizado alguma vez na vida, predominando a avaliação dos resultados como "satisfatória" em 67% dos casos. Dentre os consumidores, 61% dizem ter ingerido mais de 5 doses e 56% num período menor do que 1 mês. Como motivos que os levaram a parar, 33% indicaram que foi por orientação profissional.

Detectou-se que é estatisticamente significativa a relação entre o uso dos anabolizantes na atualidade e no passado (p<0,05). Ressalta-se que, nesta amostra, os indivíduos que já utilizaram anabolizantes no passado mantinham, com maior freqüência, a utilização no momento da coleta de dados. Estevão e Bagrichevsky (2004), (2002) destacaram que o potencial desenvolvimento de efeitos adversos não parece deter o uso dos anabolizantes e que assumir os riscos decorrentes do uso destas substâncias parece ser um sinal de coragem e desafio aos próprios limites do indivíduo, aspecto considerado como positivo entre os seus usuários. Sugere-se que a percepção do resultado, considerada "satisfatória" (67%), é um potencial mantenedor da utilização dos anabolizantes.

Um ponto importante a ser ressaltado é que na avaliação dos resultados não houve referência à percepção como "insatisfatória" (0%). Marca-se então que, independentemente de o indivíduo ter parado, geralmente é obtida satisfação em fazer uso de anabolizantes. Um dos perigos dos anabolizantes é que seus efeitos colaterais agudos são tolerados como reações normais e os mais graves tendem a ser esquecidos. Os indivíduos que utilizam relatam sentir diversos sintomas nas horas e dias posteriores à aplicação da droga, mas, entre seus pares, estas reações são consideradas "normais" e integrantes do processo, tolerando-se os primeiros sinais patológicos (Iriart & Andrade, 2002). Este fato pode prorrogar o uso e assim, além de facilitar a instalação da dependência, retardar a busca por auxílio profissional.

Iriart e Andrade (2002) citaram que indivíduos que utilizam anabolizantes apresentam com freqüência insatisfação com suas medidas corporais, dicotomizando o corpo real e o ideal. No caso dos homens, Assunção (2002) destacou que esta distorção da imagem corporal, em que o corpo é descrito como mais magro, fraco ou pequeno em relação ao objetivo, pode revelar um quadro de dismorfia muscular, que é um subtipo do transtorno dismórfico corporal. Para a autora, a presença desta patologia pode aumentar o risco do uso dos anabolizantes.

No caso da continuidade da utilização dos anabolizantes, a insatisfação e o medo de perder a forma acompanham o sujeito como uma sombra, fazendo-o buscar cada vez mais injeções de anabolizantes/auto-estima (Estevão & Bagrichevsky, 2004; Labre, 2002; Silva & cols., 2002). Estevão e Bagrichevsky (2004), comentando uma possível dependência, destacaram que "os fisiculturistas tornam-se 'adictos' da imagem do seu próprio corpo" (p.23), compreensão sugerida, também, para a população pesquisada de praticantes de musculação não-atletas.

A imagem que o indivíduo vê refletida no espelho lhe satisfaz e o motiva a querer mais. O corpo modelado é uma fonte de prazer reforçada pelo olhar social e pelo incremento de auto-estima, incentivando a manutenção da forma e a procura por "melhorá-la", o que só é obtido por intermédio de sucessivas aplicações de anabolizantes (Iriart & Andrade, 2002; Ribeiro, 2001; Russo, 2005). O usuário, cuja definição pode ser: escravo de quem se tinha o uso, mas não a propriedade (Ferreira, 1999), torna-se dependente da substância que lhe satisfaz (Estevão & Bagrichevsky, 2004) - nesta perspectiva, da droga que requer o uso permanente para manter o corpo ideal e evitar o sofrimento de se perceber como impotente, fraco ou não desejado.

Noto e cols. (2003) ressaltaram que a mídia tem noticiado matérias acerca da utilização dos anabolizantes por atletas no Brasil, normalmente enfatizando esportistas reprovados no exame de doping, porém há ainda pouco destaque para a prevenção e as formas de tratamento diante do uso destas substâncias, promovendo informação para a população em geral. Quanto à orientação profissional, Santarém (2001a) lembrou que o papel do profissional de saúde é também o de desmistificar crenças sobre a atividade física, mostrando que há o desenvolvimento muscular independente dos anabolizantes.

Silva e cols. (2002) destacaram que, apesar de no Brasil os anabolizantes terem sido regulamentados pelo Ministério da Saúde, no ano 2000, como medicamentos que só podem ser vendidos mediante a retenção da cópia carbonada da receita em farmácia ou drogaria, esta fiscalização não é vista no cotidiano de quem faz uso dessas substâncias, que são compradas geralmente nas farmácias, sem o controle necessário para a venda e consumo.

Não foram observadas associações entre a faixa etária, a escolaridade, a principal ocupação, o tempo de prática de musculação e a utilização de anabolizantes (p>0,05). Sendo assim, nesta pesquisa, não houve uma distribuição predominante, nem variáveis sociodemográficas que sugerissem maior ocorrência do uso de anabolizantes.

Acredita-se que mais pesquisas envolvendo os esteróides anabolizantes sejam essenciais e, conforme Iriart e Andrade (2002), as intervenções podem ser planejadas nos moldes de substâncias psicoativas, já que a concepção acerca destas substâncias está mais ligada ao caráter ilícito que esta droga assume junto aos praticantes de musculação.

Como limitações desta pesquisa, os níveis de escolaridade que predominaram entre os entrevistados foram o médio e o superior, carecendo ela de informações sobre como os indivíduos não alfabetizados e os do ensino fundamental, que prevalecem em camadas populares, conceituam os anabolizantes e percebem seus benefícios e malefícios.

Notadamente, sabe-se que não há uma resposta única para a questão formulada no início do texto; porém entende-se que o custo para se ter um corpo ideal pode ser considerado elevado caso sejam levados em conta os riscos advindos do uso dos anabolizantes, dos quais se têm alguma noção do perigo, mas cujos ganhos podem ser tão satisfatórios que aparentemente seja aceitável o risco a que se submeterá o usuário.

Enfim, não parece que somente o entrar em forma é tido como objetivo na modelagem corporal através dos anabolizantes, mas, talvez, a noção de entrar na forma (molde) do padrão de beleza vigente na sociedade possa ser um importante incentivo ao uso dos anabolizantes, algo a se investigar.

Recebido em 21/11/2005

Aceito em 25/05/2006

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      01 Dez 2006
    • Data do Fascículo
      Ago 2006

    Histórico

    • Aceito
      25 Maio 2006
    • Recebido
      21 Nov 2005
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