Acessibilidade / Reportar erro

Significados de família para crianças paulistas

Significados de familia para niños paulistas, Brazil

Meanings of the family by children in the state of São Paulo, Brazil

Resumos

O presente estudo visou conhecer os significados que crianças de seis a dez anos, oriundas de diferentes camadas sociais e locais, atribuem à sua família. De desenho qualitativo, utilizou roteiro semi-estruturado de entrevista individual. As crianças foram captadas nos respectivos ambientes de vida cotidiana e constituíram três grupos com 15 participantes cada: um de crianças cujos pais tinham nível socioeducacional baixo (Ubatuba), um de crianças cujos pais tinham nível socioeducacional alto (São Paulo) e um grupo misto (Franca). Dados complementares sobre a família e local da moradia foram obtidos dos pais ou responsáveis. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. Os resultados foram organizados em torno dos temas família, pai, mãe, irmãos, avós. Cuidar perpassou a significação de família. O pai foi considerado divertido e companheiro somente pelas crianças socioeducacionalmente favorecidas. Os avós foram positivamente retratados por todos participantes. Os irmãos são os membros mais presentes, sendo altamente significativos.

família; criança; ambiente


El presente estudio visó conocer los significados que niños de seis a diez años, oriundos de diferentes capas sociales y locales, atribuyen a su familia. Cualitativamente, utilizó un itinerario semiestructurado de entrevista individual. Los niños fueron captados en su ambiente de vida cotidiana y constituyeron tres grupos con 15 participantes cada uno: niños cuyos padres eran de nivel socioeducacional bajo (Ubatuba), de nível socioeducacional alto (São Paulo) y por un grupo mixto (Franca). Fueron obtenidos de los padres o responsables datos complementarios sobre la familia y local de la vivienda. Las entrevistas fueron grabadas y después transcriptas. Los resultados fueron organizados en los siguientes temas: familia, padre, madre, hermanos y abuelos. Cuidar superó la significación de familia. El padre fue considerado divertido y compañero solamente por los niños socioeducacionalmente favorecidos. Los abuelos fueron retratados positivamente por todos los participantes. Los hermanos son los miembros de la familia más presentes, siendo muy importantes.

Familia; niño; ambiente


The meanings given to their family by 6-to 10-year-old children from different social and educational groups and town are provided. A non-structured questionnaire was individually applied to three groups of 15 children each whose parents belonged to a low social and educational group (Ubatuba SP Brazil), high social and educational group (São Paulo SP Brazil) and a mixed group (Franca SP Brazil). Parent furnished the complementary data on family residence and constitution. Interviews were taped and then transcribed. Results were organized by themes: family, father, mother, brother / sister, grandparents. Caring was a general meaning given to the family and to family members. The father was seen as a good chap and a companion only by the children of the high social and educational group. Grandparents were positively portrayed by all the children. Brothers and sisters were very present in the family and highly significant to all members.

Family; children; environment


ARTIGOS

Significados de família para crianças paulistas

Meanings of the family by children in the state of São Paulo, Brazil

Significados de familia para niños paulistas, Brazil

Elaine Pedreira Rabinovich; Lúcia Vaz de Campos Moreira

Doutora em Psicologia. Professora do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea da Universidade Católica do Salvador

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Lúcia Vaz de Campos Moreira Rua Recife n. 163, Barra CEP 40140-330, Salvador-BA E-mail: luciam@usp.br

RESUMO

O presente estudo visou conhecer os significados que crianças de seis a dez anos, oriundas de diferentes camadas sociais e locais, atribuem à sua família. De desenho qualitativo, utilizou roteiro semi-estruturado de entrevista individual. As crianças foram captadas nos respectivos ambientes de vida cotidiana e constituíram três grupos com 15 participantes cada: um de crianças cujos pais tinham nível socioeducacional baixo (Ubatuba), um de crianças cujos pais tinham nível socioeducacional alto (São Paulo) e um grupo misto (Franca). Dados complementares sobre a família e local da moradia foram obtidos dos pais ou responsáveis. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. Os resultados foram organizados em torno dos temas família, pai, mãe, irmãos, avós. Cuidar perpassou a significação de família. O pai foi considerado divertido e companheiro somente pelas crianças socioeducacionalmente favorecidas. Os avós foram positivamente retratados por todos participantes. Os irmãos são os membros mais presentes, sendo altamente significativos.

Palavras-chave: família, criança, ambiente.

ABSTRACT

The meanings given to their family by 6-to 10-year-old children from different social and educational groups and town are provided. A non-structured questionnaire was individually applied to three groups of 15 children each whose parents belonged to a low social and educational group (Ubatuba SP Brazil), high social and educational group (São Paulo SP Brazil) and a mixed group (Franca SP Brazil). Parent furnished the complementary data on family residence and constitution. Interviews were taped and then transcribed. Results were organized by themes: family, father, mother, brother / sister, grandparents. Caring was a general meaning given to the family and to family members. The father was seen as a good chap and a companion only by the children of the high social and educational group. Grandparents were positively portrayed by all the children. Brothers and sisters were very present in the family and highly significant to all members.

Key words: Family, children, environment.

RESUMEN

El presente estudio visó conocer los significados que niños de seis a diez años, oriundos de diferentes capas sociales y locales, atribuyen a su familia. Cualitativamente, utilizó un itinerario semiestructurado de entrevista individual. Los niños fueron captados en su ambiente de vida cotidiana y constituyeron tres grupos con 15 participantes cada uno: niños cuyos padres eran de nivel socioeducacional bajo (Ubatuba), de nível socioeducacional alto (São Paulo) y por un grupo mixto (Franca). Fueron obtenidos de los padres o responsables datos complementarios sobre la familia y local de la vivienda. Las entrevistas fueron grabadas y después transcriptas. Los resultados fueron organizados en los siguientes temas: familia, padre, madre, hermanos y abuelos. Cuidar superó la significación de familia. El padre fue considerado divertido y compañero solamente por los niños socioeducacionalmente favorecidos. Los abuelos fueron retratados positivamente por todos los participantes. Los hermanos son los miembros de la familia más presentes, siendo muy importantes.

Palabras-clave: Familia, niño, ambiente.

Investigações científicas recentes, tanto nacionais quanto internacionais, apontam para um enfraquecimento das relações familiares, mas, por outro lado, descrevem indícios e evidências de uma surpreendente vitalidade da família. Conforme Segalen (1999), as relações entre urbanização, industrialização e mudanças familiares não são simples nem lineares, evidenciando a força da instituição familiar, que não foi somente objeto passivo das leis econômicas e sociais, mas sim, um local de resistência que consegue adaptar-se às diversas situações.

Citando mudanças nas famílias latino-americanas nas últimas décadas, Arriagada (2000) aponta para o declínio do modelo patriarcal de família, a incorporação massiva das mulheres no mercado de trabalho, o fim do sistema de contribuição única à casa, o aumento do número de lares chefiados por mulheres, em sua maioria, monoparentais. A autora menciona que as famílias nucleares continuam sendo predominantes, mas apresentando diferentes estruturas: famílias reconstituídas, as chefiadas por mulheres e as sem filhos. Além disto, como fruto do processo de urbanização, cresceram as casas unipessoais e diminuíram as com famílias extensas e compostas.

Estudos - como os de Chaves (1998, 1999) documentam a existência de um sólido nexo entre diversos problemas sociais envolvendo crianças e adolescentes e o bem-estar de famílias. Sem desconsiderar a convergência de outros fatores da sociedade como causas próximas, Costa (2000) refere ser inegável que alguns problemas, como, evasão e repetência escolar, envolvimento de adolescentes com alcoolismo e drogas, paternidade e maternidade precoces, comportamentos anti-sociais e agressivos, dependem, em boa parte, do ambiente familiar. Essas e outras razões, segundo Petrini (2003, 2007), convergem para a retomada do interesse pela família. Para o autor, embora a família seja uma realidade simples na articulação de relações, ela é muito complexa, pois tais relações se realizam conforme diversas dimensões e incluem diferentes aspectos, sendo objeto de reflexão de diversas áreas do conhecimento. Igualmente, para Langevin (2001), trata-se de um conjunto complexo, ao mesmo tempo, estável e dinâmico, "onde tudo muda e nada muda" (p. 207). Os olhares das diversas disciplinas se dirigem às vezes se cruzando - à família, sendo que cada um desses olhares "constrói" um lado desse termo, transformando-o em um conceito, que é, por sua vez, revisto pelas outras áreas disciplinares. Servem de exemplo as interpretações de que o elo familiar provoca efeitos sobre o elo social ou, ao contrário, de que o elo familiar sofre os contragolpes das mudanças observadas em outras esferas (Singly, 2001).

Embora diferentes posições teóricas acerca das relações entre família e vínculo social mais amplo permeiem o campo do desenvolvimento de crianças e adolescentes, Biasoli-Alves (2002) constata que as práticas de educação utilizadas pelas famílias com as gerações mais novas sofreram mudanças ao longo do século XX. Questões ligadas ao controle do comportamento de crianças e adolescentes dentro da família ganharam maior ênfase, enquanto outras atitudes tidas como desejáveis caíram em descrédito, como é o caso dos pólos liberdade x restrições. Às crianças, passou-se a atribuir uma autonomia e um controle de sua própria vida dificilmente cogitáveis poucos anos atrás.

Por sua vez, Arriagada (2000) constata o decréscimo das taxas de natalidade durante os anos 70, assinalando que as funções de cuidado e de socialização inicial dos filhos são compartilhadas cada vez mais com outros agentes sociais, como a escola, outras pessoas da família e não-familiares, havendo novas relações entre pais e filhos, com aumento dos direitos dos filhos e perda da relevância das relações de hierarquia e de submissão. Nesta direção, Godelier (2004, p. 565) conclui que as mudanças fundamentais no Ocidente, no que concerne ao parentesco, foram a relação das pessoas com a sexualidade, o lugar dos homens e das mulheres na sociedade, e, assim, a relação entre os sexos e o lugar das crianças. Para Sirota (2001), como decorrência do exposto anteriormente, olhares para a construção científica do objeto conduziram à criança como uma variável em si: "As transformações dos modos de vida familiares levaram a demografia a reconstruir uma variável que ela ignorava, até então, mas que parece se tornar incontornável, pois aparece como o único ponto fixo da célula familiar" (p. 25). Para a autora, a criança como único ponto fixo da família, a tira, assim, de sua invisibilidade, não apenas estatística, mas como agente e ator.

Estudos que investigam concepções de pais e mães são comuns (Moreira, 1999, 2005), porém são necessárias investigações sobre o tema a partir das crianças. Neste sentido, o presente estudo visa conhecer as significações que crianças oriundas de diferentes locais e grupos socioeducacionais atribuem à família. Mais especificamente, propõe-se a traçar um olhar, a partir de crianças, habitando territórios diversos localizados no Estado de São Paulo, sobre como percebem o que é família e como definem os diferentes membros que a compõem.

Como objetivos específicos, a pesquisa procurou conhecer: 1. Família: como as crianças a definem e quais os membros que julgam compô-la; 2. Pai e mãe: como compreendem cada um deles; 3. Irmãos: como é a experiência fraterna; 4. Avô e avó: como entendem cada um deles.

MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo baseado nas diferenças dos olhares das crianças que vivem em três locais do Estado de São Paulo. Seus pressupostos metodológicos são não tornar homogêneas as amostras (Valsiner, 2004) e realizar um "experimento ecológico" (Bronfenbrenner, 1979/1996, 2004).

A homogeneização da amostra faz parte do método de estudos quantitativos, que tenta igualar os elementos da amostra para poder afirmar sobre eles. No entanto, essa premissa metodológica não leva em conta a variabilidade intra-individual e interindividual dos fenômenos em geral e freqüentemente considera as diferenças individuais como uma questão de grau e não de qualidade (Keller, Demuth & Yovsi, 2008).

Assim, o presente estudo buscou uma variabilidade "ecológica": mudando o local de moradia das crianças. Com isto procurou-se situar a compreensão de crianças sobre suas famílias e relacioná-las a diferentes níveis de urbanização que afetassem, direta e indiretamente, o modo de vida familiar, além de considerar também o nível socioeducacional dos pais das crianças.

Foram utilizados como instrumentos de pesquisa: um roteiro com perguntas sobre a concepção de família e de seus membros, respondido pela criança; um questionário sociodemográfico sobre a composição da família, local da moradia, conjunto de moradores, respondido pelos pais ou responsáveis. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas.

As respostas aos questionários foram organizadas holisticamente segundo os seus conteúdos (Lieblich, Tuval-Mashiach & Zilber, 1998), por se pretender entender o que estava subentendido a partir das respostas fornecidas. A análise ocorreu por uma leitura horizontal, feita em profundidade, procurando-se compreender as experiências pessoais e sociais dos participantes, tentando captar os significados que o fenômeno em particular tinha para cada uma das crianças (Smith & Dunworth, 2003) e entender, assim, as diferenças entre elas. A partir disto, os resultados foram agrupados em tópicos orientados por estas diferenças subjacentes às respostas, fornecendo um quadro geral dos resultados assim analisados.

Foram entrevistadas 45 crianças de idades variando entre seis e dez anos, moradoras de três cidades do Estado de São Paulo: crianças que residiam na grande capital, São Paulo (SP), cujos pais apresentavam nível socioeducacional alto; crianças de uma cidade do interior, Franca (FR), cujos pais possuíam nível socioeducacional misto; e crianças de uma região litorânea semi-urbana de um bairro de Ubatuba (UBA), cujos pais tinham um nível socioeducacional baixo.

Uma caracterização das crianças focalizadas no estudo segundo idade e sexo é apresentada na Tabela 1.

Pelos dados apresentados, verifica-se uma concentração maior de crianças de sete e nove anos. Houve equilíbrio da distribuição entre os sexos na capital de São Paulo e em Ubatuba, porém observa-se predominância do sexo masculino no grupo de Franca.

A captação das crianças ocorreu em seus contextos de vida cotidiana, onde a sua distribuição por idade e por sexo não é uniforme.

Estabelece-se como elemento classificatório quanto ao grupo socioeducacional da criança o nível de escolaridade dos pais. Eles foram classificados em: nível primário (1ª. a 8ª. séries do ensino fundamental), secundário (1º. a 3º. ano do ensino médio) e superior (ensino superior completo ou incompleto). Os dados estão na Tabela 2.

A Tabela 2 mostra que os grupos se distinguem quanto à variável escolaridade, sendo 100% dos pais e mães de SP de nível universitário, em comparação com 0% dos pais e mães de UBA, enquanto na cidade do interior (FR), dois terços das mães são de nível superior, enquanto os pais se distribuem nas escolaridades secundária e superior.

Uma caracterização dos pais e mães dos participantes segundo a variável idade revela que a maioria das mães está na faixa entre 30 e 39 anos e a maioria dos pais entre 40 e 49 anos.

De modo não intencional, as famílias eram compostas por pai, mãe e filhos, havendo apenas duas crianças com pais separados no grupo de SP e uma em UBA. Portanto, das 45 crianças, 42 (93,3%) viviam em lares "compostos".

Somente em FR foi possível verificar a relação entre quem a criança considera fazer parte da família e com quem ela mora, observando-se uma vivência de famílias extensas, embora o grupo residencial seja nuclear, morando de modo privatizado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Devido à extensão das informações coletadas, os resultados foram organizados em torno de alguns tópicos que se evidenciaram de modo saliente.

Significado de família. Cuidar é um significado que perpassa todas as respostas dadas quer à família quer à relação entre os seus membros: menino, 7 anos (FR): os pais cuidam dos filhos, e o filho cuida dos pais. Assim, na definição de família procuramos atentar ao que estaria subjacente a esta categoria geral.

Cinco principais grupos de significados, inter-relacionados entre si, foram atribuídos à família: a) significado afetivo: lugar de manifestação de amor, carinho, respeito, bondade e que não maltrata. Ex.: menino, 9 anos (SP): O que é família? São pessoas que se amam, que cada um respeita um ao outro e que ... são amáveis e muito bondosas; menina, 9 anos (FR): Pra mim família é amor. Ela é boa. Por causa que ela não maltrata ninguém em casa. b) Pessoas que ajudam: significando um grupo de colaboração: menino, 7 anos (FR): como se fosse uma pessoa só, que ajuda todo mundo. c) Companhia: significando um grupo de pessoas que estão juntas e/ou que realizam atividades juntas. Ex: menina, 8 anos (SP): são pessoas que sempre ficaram com a gente e sempre vão ficar; menina, 09 anos (FR): É a gente estar juntos, almoçar com as pessoas, viajar juntos, passear, dormir na casa uns dos outros, brincar no pátio que a gente brinca. d) Sentido da vida: elemento mais importante, razão da própria vida. Ex: menina, 9 anos (UBA): o mais importante de tudo. e) Fornece sustento: grupo de pessoas que dão alimento, vestimenta, moradia, etc. Ex: menino, 9 anos (FR): ... também dá roupa, tênis, sandália, chinelo.

Os resultados acham-se na Tabela 3.

Entre as crianças de SP predominou o significado de grupo de convivência, companhia e relacionamento, enquanto em FR e UBA o significado predominante foi o afetivo. Particularmente em UBA, a base das respostas foi de reações afetivas que qualificam as relações, seja como boas, seja como más, seja como inexistentes. Esta qualificação genérica, contudo, pode não ser casual. Ex: menino de 6 anos (UBA): minha família é quase boa, não maltrata. Podemos supor que, em famílias menos favorecidas economicamente, como as deste grupo de UBA, a principal avaliação pelas crianças de suas famílias é realizada em termos de serem ou não punidas e protegidas/cuidadas. Uma importante diferença foi observada em relação ao nível socioeducacional, pois as crianças de famílias de pais com nível universitário parecem não enfocar o aspecto receber punições físicas, enquanto as crianças de pais de nível socioeducacional mais baixo o fazem. Isto não significa que não recebam algum tipo de castigo físico, mas que este, provavelmente, não é o foco da educação fornecida pela família. Como observado no estudo de Moreira (2005), pais e mães com nível superior de escolaridade, diante do comportamento inadequado dos filhos, tentam resolver os problemas através do diálogo; quando isto não é suficiente, retomam do passado a punição física e introduzem também o castigo.

Significado de pai e de mãe. No entendimento das crianças, ambos os pais cuidam, relacionam-se afetivamente e educam. Apesar disto, os papéis tradicionais parecem ainda mantidos, pois, apesar de muitas mães trabalharem, o pai mais freqüentemente é identificado como aquele que dá sustentação econômica, enquanto à mãe ficam reservados os cuidados: menino, 10 anos (FR): a função do pai é dar bem-estar pra família. É dar comida, quando precisar, dar remédio, trabalhar [...] porque pai fica sempre quase fora trabalhando pra pôr comida em casa e a mãe cuida dos filhos dentro de casa.

De modo geral, o pai, nos meios urbanos e socioeducacionais mais favorecidos, aparece como uma figura mais positiva do que a mãe: brinca mais, passeia, é citado o dobro de vezes como mais afetivamente ativo. Ex: menino, 7 anos (SP): meu pai é legal, brinca, leva eu para surfar, me leva no pontão (no mar), brinca comigo e com meus irmãos. No entanto, à mãe é conferida maior importância: menina, 9 anos (SP): quem te faz desde pequena, quem cuida de você, quem faz dar os primeiros passos, quem lê livro para você à noite, sem se cansar. Na hora da escola, diz: ' vou dar muitos beijos e abraços na volta!' Que fica triste, e até mesmo um pouquinho brava, se fizer uma coisa feia para alguém.

Algumas crianças relataram os fenômenos pelos quais avaliam as diferenças entre as figuras parentais: menino, 7 anos (FR): o pai a gente fica menos juntos, a mãe tem mais tempo pra ficar, dar carinho, comida, atenção, isso brinca. Também a forma de fazer as coisas é diferente um do outro. O jeito que o pai fala é diferente do jeito que a mãe fala, porque a mãe fala também com o olhar. O pai só fala com a boca, não fala muito com o olhar, então a mãe é mais expressiva, o pai não. [...] O pai trabalha mais, ele também anda muito ocupado, a mãe não, ela sempre tem um tempo. Igual, minha mãe ela sempre tem um tempo pra ficar com nós três (ele e as irmãs), meu pai é só de vez em quando. Confirmando os dados encontrados, Jablonski (1999, 2007) afirma que, na atualidade, a cada hora de envolvimento ativo do pai com o filho correspondem três a cinco a cargo da mãe. No quesito qualidade da relação, o mesmo autor lembra que, enquanto as mães digladiam-se com seus filhos na alimentação, banho, cuidados corporais e vestimenta, os pais aparecem mais na hora do recreio, em atividades ligadas com o brincar e o lazer. O trabalho invisível - de planejar, organizar, delegar funções e responsabilidades, supervisionar e organizar horários - cabe, em aproximadamente 90% dos casos, à mulher.

Necessidades aquisitivas, ligadas a consumo, apareceram mais nas respostas de crianças pertencentes a camadas mais baixas: menino, 9 anos (Fr): (mãe) ela faz comida, compra as coisas para nós, também compra sapato, roupa, short. Nas camadas mais abonadas, o consumismo aparece como mimo, principalmente por parte dos avós, como veremos mais adiante.

Significado de Irmão. O irmão foi indicado como a pessoa mais presente, sugerindo proximidade, familiaridade e complementaridade: menino, 10 anos (UBA): para cuidar um ao outro e ajudar nas dificuldades. Essa complementaridade está presente em todas as respostas, levando a supor que muito do que se atribui à relação com adultos pode estar ocorrendo, no cotidiano, na relação com irmãos: menina, 6 anos (FR): quando não tem irmão é triste. Porque não tem ninguém para conversar, só o pai e a mãe quando está. Os pais, todos os dias saem para trabalhar, e os irmãos ficam brincando; menino, 7 anos (FR): [...] Porque a empregada não tem tempo pra brincar comigo porque ela tem o serviço da casa. Se eu não tivesse irmãs e meus pais viajassem, eu não teria com quem brincar.

A dinâmica do isolamento que confere aos irmãos esse status de grande importância alcança a definição da própria família já como um lugar que deve proporcionar companhia para não deprimir a criança: menino, 9 anos (SP): é sua maior companhia. Uma pessoa em quem você pode confiar muito, sempre brinca com você, nunca te deixa de fora, só quando traz umas amiguinhas.

Oliveira (2006) enfatiza a questão do apego entre irmãos, afirmando que ele se evidencia quando um é para o outro o suprimento das necessidades de conforto e segurança. Acrescenta ainda que eles podem ser figuras de apego ao longo de todo o desenvolvimento humano.

Irmãos, basicamente, servem para brincar, mas, também, de modo saliente, prestam ajuda mútua, aceitam-se, co-habitam, têm vínculos que permanecem e que se somam ao dos pais: menina, 6 anos (FR): Porque quando o pai e minha mãe estão trabalhando, o irmão ajuda a gente, às vezes a gente não alcança pegar a água ele vai lá e pega a água, às vezes a luz é muito alta ele acende pra gente. Às vezes ele brinca de cavalinho comigo, pode brincar comigo, me pega no colo, me leva no colo.

Mesmo que atritem, brincam e são as companhias com as quais se pode contar sempre. São desejados, mesmo que decepcionem depois devido à competição: menino, 9 anos (SP): serve para pedir para fazer um irmão, mas agora está me massacrando (como?) porque ainda não tem noção das coisas. Podem ensinar, conversar e cuidar, ser cúmplices, mas o que caracteriza a irmandade é o sentido de continuidade no tempo e de confiança: menina, 8 anos (SP): para acompanhar na vida quando os pais morrerem.

No meio menos favorecido, os irmãos são igualmente muito importantes, sendo aqueles a quem se presta ou de quem se recebe ajuda, com quem se dividem tarefas domésticas, quem cuida e pode disciplinar, mas com quem se brinca e faz companhia. Kehl (2003) aponta que, decorrente da distribuição do pátrio poder entre vários adultos, há o surgimento de novas formas de alianças entre os irmãos, em que uma "função fraterna" poderia estar sendo complementar, na constituição do sujeito, à função paterna. Para esta autora, assim como apontam os dados aqui apresentados, os irmãos constituem referências sólidas, alianças de afeto e de cumplicidade mais estáveis que os laços com os adultos.

Para Oliveira (2006), não somente o vácuo no cuidado parental ou a efetiva ausência dos pais podem impulsionar a formação de um vínculo de apego dos irmãos entre si. Fatores como o acesso de um irmão ao outro, a idade deles e o sexo também podem estar relacionados à qualidade do vínculo fraterno.

Significado dos avós. Os avós existem nas vidas destas crianças, em todos os grupos: menina, 9 anos (SP): uma avó não é de correr, e a minha joga bola com a gente, não se importa de ser velha. E a outra avó, por parte de pai, sempre telefona e pergunta: o que você quer comer? Bolo da fubá, ela faz; o que for, ela faz. [...]; menina, 6 anos (UBA): elas cuidam de nossas mães quando estão grávidas, aí minha avó gosta muito de mim e do meu irmão; avô: é legal, mas ele não gosta muito de sair comigo; menino, 7 anos (FR): é a segunda mãe, se a minha mãe e meu pai morrerem aí eu vou ter que ficar com alguém da família, aí eu vou escolher ficar com a avó, porque é a segunda mãe, porque se não existisse avó, não existiria a minha mãe, então as duas fazem uma combinação.

Cuidar, relacionar-se afetivamente e mimar conferem a qualidade afetiva positiva aos avós: menino, 7 anos (FR): ela trata da gente, faz sopa, ela faz as coisas pra gente, um tanto de coisa, ela faz comida boa, muito boa; menino, 7 anos (SP): muito legal; ela brinca comigo, me fala como é ser educado, me dá bala que eu adoro; (avô): me dá tudo de bom para mim. Contrata tobogã para mim e meus irmãos. Queria dar cinco presentes para mim e meus irmãos. Ele é muito legal, já me deu muitos presentes; 6 anos (UBA): eles dão bala e o meu avô tem um carro e traz eu para viajar e ir dormir na casa dele; menina, 9 anos (FR): [...] A minha avó é tipo assim se ela morrer eu vou ficar triste por causa que ela desde bebezinha, quando minha mãe trabalhava na fábrica, ela me cuidava [...].

Os avós estiveram presentes, como substitutos dos pais em sua ausência, fazendo parte da unidade familiar de trabalho, cuidando, disciplinando. Transmitem conhecimento, contando histórias: menina, 10 anos (SP): minha avó sempre dá presente e conta história, meu avô também; menina, 8 anos (SP): avó: visitar a casa das crianças e cuidar quando os pais precisam; avô: brincar com as crianças e cuidar; menino, 9 anos (UBA): minha avó gosta muito de mim. Tem uns que xingam, eu não xingo; menina, 6 anos (FR): quando a gente não está em casa e nem está com os pais, a gente está na casa da avó, aí ela vai ao supermercado com a gente, ela pode ser mais legal ou mais chata, deixa a gente comer confete, tudo, chocolate. Minha mãe não deixa. Embora existam diferenças entre ser avó e avô, elas não são claramente evidenciadas no presente estudo: menino, 9 anos (SP): Quase a mesma coisa que avó, mas ele é avô junto com pai, ele é avô e pai. [...] eles são superdivertidos, sempre brincam, às vezes são mais divertidos do que as avós [...] as brincadeiras dos avôs ensinam. As avós ensinam direto, se a criança precisa, ela ensina, só que os avôs ensinam brincando; pelo menos o meu é assim; menina, 9 anos (SP): meu avô ele é o dono da internet, ele me ensina tudo de computador. Ele trabalha nisto. Se peço uma idéia, ele me dá. Se não consigo entrar na internet, ele me ajuda. O outro avô, por parte do pai, é o rei da comida, ele come bastante, a barriga dele é redonda, pode acreditar! Tem uma TV na casa dele que tem de repartir com as minhas primas. Ele me protege. Se a gente quer ver telão na casa dele, ele deixa; menino, 10 anos (UBA): meu avô é muito chato. (Como?) fala alto comigo.

Uma criança, que equipara a avó a uma segunda mãe, não pode dizer o mesmo do avô, ou seja, este não é um segundo pai. Outra diz que o avô dá menos carinho do que a avó, outra que ele é chato. Contudo, são eles que contam as histórias, levam para passear e transmitem o conhecimento intergeracional: menino, 7 anos (FR): Ela (avó) dá atenção, ela dá carinho, ela dá um monte de coisa, é igual uma mãe. Avó substitui também a mãe. Meu avô não é o segundo pai. Vovô é dar carinho, contar história, porque todo vovô conta história, porque é velhinho já sabe de todas as histórias. Ser velhinho andando de bengala pedindo ajuda, isso é ser velhinho. Meus avós não usam bengala então eles não são velhinhos.

Em SP, os avós vivem em casas separadas dos pais, e sua presença se dá por mimar, brincar, ensinar, ajudar e cuidar. Em FR, também vivem separados, mas as avós parecem ser mais presentes, substituindo as mães em determinados momentos, cuidando e dando atenção: menino, 7 anos (FR): minha avó trabalha todos os dias aqui em casa, sem parar; passa roupa, lava roupa, lava louça e só.

Como evidenciam Moreira e Biasoli-Alves (2007), ao educarem os filhos, pais e mães contam, no cotidiano, com a ajuda das instituições de educação infantil/escolas e das empregadas domésticas/babás e ainda com o apoio das avós. Outro ponto que é importante salientar é o da presença de outras pessoas, colaborando na educação da criança, pois Bronfenbrenner (1995) fala da relevância de terceiros, nesse processo e, no presente estudo, pode-se verificar que isto realmente acontece.

Os avós parecem estar no horizonte existencial e formativo, intelectual e afetivo dessas crianças: menina, 7 anos (SP): o meu avô por parte de mãe morreu no pôr-do-sol e sempre que vejo o pôr-do-sol eu vejo a cara dele.

Os bisavós são mais cuidados pelas crianças do que cuidam delas, sendo que, em sua maioria, não os conheceram ou pouco sabem dizer deles. No entanto, já aparecem nos horizontes destas crianças: menina, 6 anos (FR): É legal, porque a gente pode ajudar ele a pegar as coisas, a subir no carro, falar assim "olha o degrau".

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os grupos estudados são diferentes entre si e apresentam variação intragrupal; no entanto há uma identidade que diferencia os grupos, que se deve ao nível socioeducacional dos pais. As entrevistas com as crianças de Franca, como grupo de moradia, encontram-se intermediárias entre São Paulo e o semi-urbano de Ubatuba. Como grupo socioeducacional, as respostas das crianças de estrato mais baixo dessa cidade se aproximam às das crianças de Ubatuba.

Podem-se observar ainda as realidades a seguir. a) No grupo socioeducacional baixo, a família é boa porque ou quando não maltrata. A vivência de maus-tratos não é referida nas crianças cujos pais têm nível socioeducacional alto. b) As crianças de pais com nível socioeducacional alto têm avós, mas estes têm vida independente dos pais e vice-versa, sendo responsáveis por mimar, passear, viajar. Em Franca, as avós estão mais presentes, inclusive como substitutas maternas. A maior proximidade com avós e com a família extensa liga-se a se perceberem como parte de uma família extensa. c) As crianças cujos pais são de nível socioeducacional alto se diferenciam por seu nível verbal e pela noção de temporalidade, mas não foram observadas diferenças intragrupais ligadas a sexo e idade.

Dados semelhantes foram obtidos por Moreira e Biasoli-Alves (2006), os quais, ao estudarem concepções e práticas de pais com nível superior de escolaridade, identificaram que, provavelmente, a influência da variação do contexto cultural nas práticas de educação de crianças seja menos evidente porque a maior influência é o nível educacional. Também Tudge, Hogan, Snezhkova, Kulakova e Etz (2000), ao examinarem os valores e crenças de pais dos Estados Unidos e da Rússia, identificaram resultados que minimizam o papel da heterogeneidade cultural e enfatizam a diferença das crenças e valores dos pais sobre como educar crianças na dependência da classe social.

Segundo as crianças do presente estudo, haveria cinco modos principais de atribuir significados à família: uma visão afetiva; a ajuda que presta; companhia; sentido da vida e pessoas que fornecem sustento. Estes podem ser agrupados holisticamente em três conteúdos que organizam o significado de família: como grupo afetivo, de relacionamento e de fornecimento de um sentido à vida. Estes se organizam em um significado geral atribuído à família: o de cuidar.

Os principais significados de pais e avós são os seguintes: os avôs contam histórias, inclusive de suas vidas, transmitem informações como herança; as avós agradam. Quanto aos genitores, a mãe é a mais importante e mais atarefada; o pai, em relação às crianças de nível socioeducativo superior, aparece como amigo, mais do que a mãe, e também é visto como aquele que sustenta; as mães dos três grupos trabalham; as de Franca são ajudadas por avós, familiares; as de São Paulo, por empregados; as de Ubatuba, por familiares que moram próximos; há diferenciação entre os papéis parentais em todos os grupos, porém os de baixa renda aproximam-se mais dos tradicionais, enquanto nos demais emerge uma nova configuração, aparentemente baseada na mudança da figura do pai, que, de autoritário, passou a ser visto como amigo.

O principal resultado desta pesquisa é a relevância dada aos irmãos, associada diretamente a serem as pessoas com quem as crianças permanecem mais tempo: brincam, cuidam, ajudam, brigam, entre outras coisas, sendo os personagens mais "visíveis" do mundo infantil e aquelas com quem poderão contar no futuro.

Recebido em 20/12/2006

Aceito em 05/09/2007

  • Arriagada, I. (2000). ¿Nuevas familias para un nuevo siglo? Cadernos de Psicologia e Educação: Paidéia, 18(10), 28-35.
  • Biasoli-Alves, Z. M. M. (2002). A questão da disciplina na prática de educação da criança, no Brasil, ao longo do século XX. Veritati, 2, 243-259.
  • Bronfenbrenner, U. (1996). A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados (M. A. V. Veronese, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Original publicado em 1979).
  • Bronfenbrenner, U. (1995). Uma família e um mundo para o Bebê XXI: sonho e realidade. Em J. Gomes-Pedro (Org.), Bebê XXI: criança e família na viagem do século (pp. 115-126). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
  • Bronfenbrenner, U. (2004). Making Human Beings: Human Bioecological Perspectives on Human Development. California: Sage.
  • Chaves, A. M. (1998). Crianças abandonadas ou (des)protegidas? Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Chaves, A. M. (1999). Famílias de meninos pobres abrigados na Casa Pia do Colégio dos órfãos de São Joaquim (1825 a 1992). Interfaces - Revista de Psicologia, 2(1), 87-101.
  • Costa, A. C. G. (2000). Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Odebrecht.
  • Godelier, M. (2004). Métamorphoses de la parenté Monrouge: Fayard.
  • Jablonski, B. (2007). O cotidiano do casamento contemporâneo: a difícil e conflitiva divisão de tarefas e responsabilidades entre homens e mulheres. Em T. Feres-Carneiro (Org.), Família e casal: saúde, trabalho e modos de vinculação (pp. 203-228). São Paulo: Casa do Psicólogo.
  • Jablonski, B. (1999). Identidade masculina e o exercício da paternidade: de onde viemos e para onde vamos. Em T. Feres-Carneiro (Org.), Casal e família: entre a tradição e a transformação (pp. 55-69). Rio de Janeiro: NAU.
  • Kehl, M. R. (2003). Em defesa da família tentacular. Em G. Groeninga & R. Pereira (Orgs.), Direito de família e psicanálise: rumos a uma nova epistemologia (pp. 163-176). Rio de Janeiro: Imago.
  • Keller, H., Demuth, C. & Yovsi, R. D. (2008). The multi-voicedness of independence and interdependence: The case of the Cameroonian Nso. Culture & Psychology 14(1), 115-144.
  • Langevin, A. (2001) La famille en recherche. Cahiers du genre, 30. Em J. Heinen (Org.), Configurations familiales et vie domestique (pp. 205-232). Paris: L´Harmattan.
  • Lieblich, A., Tuval-Mashiach, R. & Zilber, T. (1998). Narrative research. Reading, analysis and interpretation. Thousand Oaks: Sage.
  • Moreira, L. V. C. & Biasoli-Alves, Z. M. M. (2007). As famílias e seus colaboradores na tarefa de educar os filhos. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 17(1), 26-38.
  • Moreira, L. V. C. & Biasoli-Alves, Z. M. M. (2006). A avaliação de mães sobre suas práticas de educação de filhos em dois contextos brasileiros. Ciência, Cuidado e Saúde, 5(2), 175-183.
  • Moreira, L. V. C. (2005). Concepções e práticas de pais sobre educação de filhos Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
  • Moreira, L. V. C. (1999). Concepções de mães usuárias de creche sobre educação de filhos Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
  • Oliveira, A. L. (2006). Família e irmãos. Em C. M. O. Cerveny (Org.), Família e narrativas, gênero, parentalidade, irmãos, filhos nos divórcios, genealogia, história, estrutura, violência, intervenção sistêmica, rede social (pp. 63-81). São Paulo: Casa do Psicólogo.
  • Petrini, J. C. (2003). Pós-modernidade e família: um itinerário de compreensão. Bauru: EDUSC.
  • Petrini, J. C. (2007). Políticas sociais dirigidas à família. Em A. Borges & M. G. Castro (Orgs.), Família, gênero e gerações: desafios para as políticas sociais (pp. 207231). São Paulo: Paulinas.
  • Segalen, M. (1999). A revolução industrial: do proletário ao burguês. Em A. Burguière, C. Klapisch-Zuber, M. Segalen & F. Zonabend (Orgs.), História da família. O ocidente: industrialização e urbanização (4º Vol., pp. 5-36). Lisboa: Terramar.
  • Singly, F. D. (2001). Introduction. Comprendre le lien familial. Revue de Philosophie et de Sciences Sociales, 2, 11-26.
  • Sirota, R. (2001). Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar. Cadernos de Pesquisa, 112, 7-22.
  • Smith J. & Dunworth, F. (2003). Qualitative methodology. Em J. Valsiner & K. Connolly (Eds.), Handbook of developmental psychology (pp. 604-620). London: Sage.
  • Tudge, J., Doucet, F., Odero, D., Tammeveski, P., Meltsas, M., Lee, S. & Kulakova, N. (1999). Desenvolvimento infantil em contexto cultural: o impacto do engajamento de pré-escolares em atividades do cotidiano familiar. Interfaces, 1(2), 23-32.
  • Valsiner, J. (2004). Three years later: Culture in psychology: Between social positioning and producing new knowledge. Culture & Psychology, 10, 5-27.
  • Endereço para correspondência:

    Lúcia Vaz de Campos Moreira
    Rua Recife n. 163, Barra
    CEP 40140-330, Salvador-BA
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      22 Dez 2008
    • Data do Fascículo
      Set 2008

    Histórico

    • Aceito
      05 Set 2007
    • Recebido
      20 Dez 2006
    Universidade Estadual de Maringá Avenida Colombo, 5790, CEP: 87020-900, Maringá, PR - Brasil., Tel.: 55 (44) 3011-4502; 55 (44) 3224-9202 - Maringá - PR - Brazil
    E-mail: revpsi@uem.br