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Vinculação amorosa e bem-estar em jovens de diferentes configurações familiares

Romantic attachment and young people well-being in different family configurations

Apego romántico y bienestar en jóvenes de distintas configuraciones familiares

Resumos

Nos períodos da adolescência e de jovem adultez ocorre um conjunto de alterações e mudanças nos jovens, tornando-os aptos a desenvolver novas relações pautadas pela proximidade, intensidade e intimidade com os pares e parceiros amorosos. Numa amostra de 827 jovens de idades entre os treze e vinte e cinco anos, este estudo tem como objetivo analisar em que medida a qualidade da vinculação amorosa exerce efeito no bem-estar psicológico de jovens provenientes de famílias intactas e divorciadas. Foram encontradas diferenças significativas na qualidade da vinculação amorosa em relação à configuração familiar; mas no tocante ao bem-estar psicológico não foram encontradas diferenças significativas. Constatou-se que o bem-estar é predito positivamente pela confiança no parceiro amoroso e, negativamente, pela dependência e o evitamento. Os resultados serão discutidos à luz da teoria da vinculação, atendendo às particularidades do desenvolvimento e qualidade das relações amorosas na adolescência e jovem adultez no sentido de perceber o seu contributo para o bem-estar psicológico dos jovens.

Comportamento de apego; jovens; saúde


During adolescence and young adulthod a significant number of changes in young people arise, enabling them to develop new relationships guided by proximity, intensity and intimacy with peers and romantic partners. In a sample of 827 young 13 to 25 years, this study aims to analyze in which way romantic attachment effects on psychological well-being of young people from intact and divorced families. There were significant differences in romantic attachment on family configuration. However, no significant differences were found on psychological wellbeing. It was found that well-being is positively predicted by confidence to romantic partner and negatively by dependency and avoidance. The results will be discussed according to attachment theory view in what concerns to development and quality of romantic relationships in adolescence and young adulthood in order to realize their contribution in young psychological well-being.

Attachment behavior; young; health


La adolescencia y joven adultez produce una serie de modificaciones y cambios en los jóvenes permitiéndoles desarrollar nuevas relaciones guiadas por la proximidad, intensidad y intimidad con sus compañeros y parejas románticas. En una muestra de 827 jóvenes de entre 13 y 25 años, este estudio tiene como objetivo examinar los efectos de la calidad del apego romántico sobre el bienestar psicológico de jóvenes de familias intactas y divorciadas. Se observaron diferencias significativas en la calidad del apego romántico con respeto a la configuración familiar. Sin embargo, con respecto al bienestar psicológico no mostraron diferencias significativas. El bienestar se predijo positivamente por la confianza en la pareja amorosa y negativamente por la dependencia y evitación. Los resultados se discuten de acuerdo a la teoría del apego atendiendo al desarrollo específico y la calidad de las relaciones románticas en la adolescencia y la adultez emergente y su contribución en el bienestar psicológico de los jóvenes.

Conducta de apego; jóvenes; salud


ARTIGOS

Vinculação amorosa e bem-estar em jovens de diferentes configurações familiares1 1 Apoio e financiamento: Fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade - COMPETE e por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto FCOMP-01-0124-FEDER-022714.

Romantic attachment and young people well-being in different family configurations

Apego romántico y bienestar en jóvenes de distintas configuraciones familiares

Olga MeloI; Catarina Pinheiro MotaII

IPsicóloga clínica na Associação Chaves Social, mestre em Psicologia Clínica, Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro (UTAD). Departamento de Educação e Psicologia, Vila Real, Portugal

IIProfessora auxiliar da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Departamento de Educação e Psicologia, Vila Real, Portugal, investigadora do Centro de Psicologia da Universidade do Porto, Portugal.

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Olga Melo Associação Chaves Social, IPSS Rua Cândido Sotto Mayor, n. 47 5400-165, Chaves, Portugal E-mail: olga_soaresmelo@hotmail.com

RESUMO

Nos períodos da adolescência e de jovem adultez ocorre um conjunto de alterações e mudanças nos jovens, tornando-os aptos a desenvolver novas relações pautadas pela proximidade, intensidade e intimidade com os pares e parceiros amorosos. Numa amostra de 827 jovens de idades entre os treze e vinte e cinco anos, este estudo tem como objetivo analisar em que medida a qualidade da vinculação amorosa exerce efeito no bem-estar psicológico de jovens provenientes de famílias intactas e divorciadas. Foram encontradas diferenças significativas na qualidade da vinculação amorosa em relação à configuração familiar; mas no tocante ao bem-estar psicológico não foram encontradas diferenças significativas. Constatou-se que o bem-estar é predito positivamente pela confiança no parceiro amoroso e, negativamente, pela dependência e o evitamento. Os resultados serão discutidos à luz da teoria da vinculação, atendendo às particularidades do desenvolvimento e qualidade das relações amorosas na adolescência e jovem adultez no sentido de perceber o seu contributo para o bem-estar psicológico dos jovens.

Palavras-chave: Comportamento de apego; jovens; saúde.

ABSTRACT

During adolescence and young adulthod a significant number of changes in young people arise, enabling them to develop new relationships guided by proximity, intensity and intimacy with peers and romantic partners. In a sample of 827 young 13 to 25 years, this study aims to analyze in which way romantic attachment effects on psychological well-being of young people from intact and divorced families. There were significant differences in romantic attachment on family configuration. However, no significant differences were found on psychological wellbeing. It was found that well-being is positively predicted by confidence to romantic partner and negatively by dependency and avoidance. The results will be discussed according to attachment theory view in what concerns to development and quality of romantic relationships in adolescence and young adulthood in order to realize their contribution in young psychological well-being.

Key words: Attachment behavior; young; health.

RESUMEN

La adolescencia y joven adultez produce una serie de modificaciones y cambios en los jóvenes permitiéndoles desarrollar nuevas relaciones guiadas por la proximidad, intensidad y intimidad con sus compañeros y parejas románticas. En una muestra de 827 jóvenes de entre 13 y 25 años, este estudio tiene como objetivo examinar los efectos de la calidad del apego romántico sobre el bienestar psicológico de jóvenes de familias intactas y divorciadas. Se observaron diferencias significativas en la calidad del apego romántico con respeto a la configuración familiar. Sin embargo, con respecto al bienestar psicológico no mostraron diferencias significativas. El bienestar se predijo positivamente por la confianza en la pareja amorosa y negativamente por la dependencia y evitación. Los resultados se discuten de acuerdo a la teoría del apego atendiendo al desarrollo específico y la calidad de las relaciones románticas en la adolescencia y la adultez emergente y su contribución en el bienestar psicológico de los jóvenes.

Palabras-clave: Conducta de apego; jóvenes; salud.

Segundo Ainsworth (1989), a adolescência e a jovem adultez são como tal caracterizadas pelas alterações e mudanças vivenciais que levam os adolescentes e os jovens a procurar e desenvolver relações especiais de grande proximidade, intensidade e intimidade com os pares. De acordo com Buist, Dekovic, Meeus e Van Aken (2002), embora tradicionalmente o termo vinculação seja usado para descrever a relação emocional, afetiva e primordial estabelecida entre um indivíduo e seus pais ou cuidadores, sabe-se que a vinculação é um continuum por todo o período desenvolvimental, alargando-se para outras figuras significativas além das primordiais.

Nesse sentido, Matos, Barbosa e Costa (2001) compreendem o desenvolvimento de relações amorosas na adolescência como um contexto de vinculações, entre outros, que pode permitir a criação ou recriação de um sentido de segurança interna, imprescindível para o desenvolvimento da autonomia e adaptação aos demais contextos com os quais o adolescente se vai confrontado ao longo do processo desenvolvimental. As relações estabelecidas na adolescência caracterizam-se pela forte intensidade, partilha de interesses e afetos intensos, experiências únicas partilhadas que compreendem a intimidade física e psicológica (Atger, 2004). Assim, os jovens procuram outras figuras significativas, as quais são um importante fator de crescimento pessoal, pela identificação, similitude e partilha das mesmas vivências.

É de ressaltar que nessa fase os pares amigos e pares amorosos não assumem um cariz de vinculação da mesma ordem daquele dos pais, enquanto base segura, mas são considerados portos seguros enquanto promotores de apoio e conforto, embora detenham maior labilidade e resolução não efetiva das necessidades de ajuda (Bowlby, 1958). Por outro lado, essas figuras podem ser percebidas como bases seguras, marcadas pela eventual constância e maior intensidade na continuidade das relações.

A vinculação com o par romântico está relacionada com a qualidade das relações primordiais, no entanto depende também das experiências de segurança ou insegurança que se vão vivenciando à medida que vai evoluindo a relação com o parceiro romântico (Dinero, Conger, Shaver, Widaman, & Larsen-Rife, 2008). Esta vinculação pode também relacionar-se com características individuais, pois o estudo de Doyle, Lawford e Markiewicz (2009), que compreendeu uma amostra de 374 adolescentes, revelou que as meninas manifestam maior vontade de proximidade no que concerne ao desenvolvimento de relações românticas, enquanto, por outro lado, em comparação com os rapazes, nesse estudo elas descrevem mais resistência em confiar e depender do seu parceiro amoroso, por medo de sofrer ou sair magoadas da relação. Por seu turno, o género masculino tende a evidenciar um menor envolvimento e retratividade no desenvolvimento de relações amorosas, especialmente numa idade mais jovem (Catarino et al., 2010).

O desenvolvimento de relações românticas na adolescência contribui, entre outros aspectos, para o desenvolvimento individual, a formação da identidade, o desenvolvimento de relações de harmonia e poio na adaptação do indivíduo a eventuais mudanças que possam ocorrer nas relações familiares. Neste sentido, muitas vezes as relações servem para satisfazer necessidades afetivas, podendo desempenhar um papel preponderante no processo de desenvolvimento dos jovens (Collins, Welsh, & Furman, 2009).

No estudo de Fachada (2009), desenvolvido com o objetivo de compreender a experiência emocional quanto à qualidade das relações amorosas numa amostra de 414 indivíduos com idades compreendidas entre os 17 e os 25 anos, foi verificado que os jovens que fruem de uma relação romântica percecionam os parceiros como figuras significativas nas quais podem confiar e que podem ser entendidas como bases seguras, refúgio e segurança evidenciando maior dependência e mais baixos evitamento e ambivalência. Beato (2008) acrescenta o facto de o desenvolvimento de relações amorosas saudáveis poder contribuir para que o jovem desenvolva e melhore as suas competências sociais.

Não obstante, as qualidades das relações românticas no período da adolescência podem ser distintas a depender da configuração familiar dos jovens, podendo refletir-se no bem-estar psicológico dos jovens - questão que se pretende clarificar com o presente estudo. De acordo com Cano, Gabarra, Moré e Crepaldi (2009), os filhos cujos pais se divorciaram manifestam uma maior preocupação relativamente às suas relações amorosas, uma vez que falhou o modelo conjugal que tinham como referência. Os resultados do estudo de Fonseca (2008), cujo objetivo foi analisar o compromisso e confiança nas relações íntimas dos jovens adultos filhos de pais separados numa amostra de jovens com idades compreendidas entre dezoito e vinte e cinco anos, revelaram que quanto mais velho for o indivíduo quando da separação dos pais, menor confiança parece depositar no parceiro amoroso. Steinberg e Morris (2001), interessados pelo estudo e conhecimento do processo desenvolvimental na adolescência, referem certa escassez de estudos que permitam uma melhor compreensão do desenvolvimento de relações românticas na adolescência, relativamente ao seu impacto e influência sobre o bem-estar dos indivíduos e ao que se refere às diferenças individuais e fatores antecedentes que possam predizer a qualidade dessas novas relações. Neste sentido, no presente estudo procuramos contribuir para esclarecer a importância da qualidade das relações românticas nos adolescentes e jovens adultos, as quais, mesmo assumindo certa labilidade, constituem relações organizadoras da formação da própria identidade e na construção do bem-estar dos jovens. Objectiva-se analisar em que medida a qualidade das relações amorosas exerce efeito no bem-estar psicológico de jovens provenientes de famílias intactas e divorciadas. Supõe-se que existam diferenças significativas entre a qualidade da vinculação na relação romântica e o bem-estar psicológico no tocante à configuração familiar. Aguarda-se que o bem-estar psicológico seja predito positivamente pela qualidade da vinculação amorosa.

MÉTODO

Participantes

Para a realização do presente estudo foram considerados todos os procedimentos éticos, nomeadamente o anonimato, a voluntariedade de participação e confidencialidade dos dados. O estudo contou com a participação de 827 indivíduos com idades compreendidas entre treze e os vinte e cinco anos (M = 17,17; DP = 3,28). No que respeita à configuração familiar, 574 (69,4%) dos participantes provinham de famílias intactas ou em união de facto, sendo que 245 (29,6%) eram procedentes de famílias separadas ou divorciadas, enquanto os restantes 8 (1%) diziam respeito a outras configurações familiares. Da totalidade dos participantes, 574 (69,4%) contemplaram o género feminino, enquanto 253 (30,6%) respeitaram ao género masculino. Os participantes compreendiam habilitações entre o 7º ano (3º ciclo) e o Ensino Superior (mestrado), denotando, em média, o Ensino Médio como habilitação literária (M = 10,70; DP = 2,14).

Instrumentos

Dados demográficos

Na recolha de dados foi usado um questionário sociodemográfico composto por um conjunto de questões que dizem respeito ao indivíduo, como idade, género e ano de escolaridade; e questões relativas à caracterização da sua família, como a idade, a profissão e a escolaridade do pai e da mãe, a constituição atual do agregado familiar e o estado civil atual dos pais, além de um conjunto de questões respeitantes à vida amorosa. No caso de se tratar de indivíduos provenientes de famílias separadas ou divorciadas, às citadas se acrescentavam questões respeitantes ao processo de divórcio. Por fim, foram colocadas ao sujeito um conjunto de questões relativas à sua vida amorosa, isto é, a ter o jovem atualmente uma relação amorosa significativa, com sua duração e significância.

Qualidade da vinculação amorosa

Foi utilizado o Questionário de Vinculação Amorosa (QVA), cuja versão original é composta por um total de 56 itens e que foi validado para a população portuguesa por Matos et al. (2001). Essa versão é reduzida em 25 itens distribuídos em quatro fatores, a saber: Dependência (seis itens); Confiança (seis itens) Evitamento (seis itens); e Ambivalência (sete itens). A resposta aos itens é feita numa escala tipo Likert de seis pontos, indo de 1 (Discordo totalmente) a 6 (Concordo Totalmente). A análise de consistência interna demonstrou valores de alpha de Cronbach de de ,71 para a totalidade do instrumento, apresentando, no tocante às dimensões que o compõem, valores de alpha de ,84 para Confiança, ,81 para Dependência, ,80 para Evitamento e ,81 para Ambivalência. De acordo com os índices de ajustamento, verificou-se que o QVA apresenta um ajustamento adequado (CFI =,95; AGFI =,91; GFI =,95; RMR =,06; RMSEA =,08).

Bem-estar psicológico

Para a análise deste item foi utilizada a Escala de Bem-estar Psicológico (BEP) traduzida e adaptada para a população portuguesa por Monteiro, Tavares e Pereira (2006) a partir da versão original da Échelle de Mesure des Manifestations du Bien-Être Psychologique de Massé, Poulin, Dassa, Lambert e Battaglini (1998). É uma escala de autorrelato composta pelo total de 25 itens distribuídos por seis escalas, que avaliam os fatores Autoestima, Equilíbrio, Envolvimento social e sociabilidade, Controlo de si, Acontecimentos e Felicidade.

A resposta aos itens é efetuada numa escala tipo Likert que varia de 1 (nunca) a 5 (quase sempre). A análise de consistência interna demonstrou valores de alpha de Cronbach de ,94 para a totalidade do instrumento. No tocante à consistência interna de cada dimensão, registaram-se valores de alpha de ,89 para a Felicidade, 82 para a Sociabilidade e Envolvimento Social, ,79 para o Controlo de si, Acontecimentos e Equilíbrio, e ,84 para a Autoestima. O BEP apresentou valores de ajustamento adequados (CFI =,96; AGFI =,92; GFI =,96; RMR =,04; RMSEA =,08).

Procedimento

Numa primeira fase foram selecionadas instituições de ensino secundário e do ensino superior da Região Norte de Portugal de forma aleatória e pedidas as devidas autorizações para a recolha dos dados. O preenchimento institucional ocorreu em salas de aula, na presença do investigador responsável, tendo sido totalmente assegurados o anonimato, a voluntariedade de participação e confidencialidade dos dados. O consentimento para o uso dos dados foi oficializado através de um consentimento informado assinado pelos participantes ou tutores. Procedeu-se à inversão dos questionários de autorrelato, com a finalidade de evitar enviesamentos nas respostas devido ao fator cansaço.

Como o estudo é de natureza transversal, a recolha de dados foi realizada no período entre dezembro de 2011 e março de 2012, em seis escolas secundárias nas turmas do 7º ao 12º ano, em turmas de cursos superiores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), bem como de forma aleatória na população em geral da Região Norte do país.

No que tange ao tratamento dos dados, procedeu-se à análise com base no programa estatístico (Statistical Package for the Social Sciences) - SPSS versão 17. Na continuidade foi testada a normalidade da distribuição dos dados a partir do teste de Kolmogorov-Smirnov, gráficos de histogramas, Q-Q Plots, Scatterplots e Boxplots, uma vez que estes proveem informaçõe acerca da distribuição dos dados (Pallant, 2001). Foram igualmente calculadas as medidas de assimetria e achatamento dos dados dos elementos da amostra em torno da média (-1 e 1) garantindo-se a normalidade da amostra (Maroco, 2007).

RESULTADOS

Associações entre a qualidade da vinculação amorosa e bem-estar psicológico

Quando analisadas as associações entre as dimensões bem-estar psicológico e qualidade da vinculação amorosa, verificou-se que a dimensão Felicidade se correlaciona de forma positiva baixa mas significativa com a dimensão Confiança (r=,162, p<,001) e de forma negativa baixa mas significativa com a dimensão Dependência (r=-,100, p<,001) em relação ao parceiro romântico. A dimensão Sociabilidade e envolvimento social apresenta uma correlação positiva baixa mas significativa com a dimensão confiança (r=,158, p<,001) e uma correlação baixa no sentido negativo mas significativa com a dimensão Dependência (r=-,089, p<,05). As dimensões Controlo de si e dos acontecimentos e Equilíbrio correlacionam-se de forma positiva significativa baixa com a dimensão confiança (r=,166, p<,001) e de forma negativa significativa baixa com a dependência (r=-,131, p<,001). A dimensão Autoestima apresenta igualmente uma correlação positiva baixa mas significativa com a dimensão Confiança (r=,133, p<,001) e uma correlação negativa baixa mas significativa com a dimensão Dependência (r=-,106, p<,001).

Análises diferenciais entre a qualidade da vinculação amorosa e o bem-estar psicológico em função da configuração familiar

Para testar as diferenças entre Qualidade da vinculação amorosa e Bem-estar psicológico em função da configuração familiar realizaram-se testes T. No que concerne à qualidade da vinculação amorosa em relação à configuração familiar observam-se valores significativos na variável Evitamento t(817) = -2,23, p =,026; com IC95% [-,35, -,02]. Deste modo, verificam-se maiores níveis de evitamento em filhos de pais divorciados ou separados quando comparados com filhos provenientes de famílias intactas (tabela 1). No tocante a Bem-estar psicológico em relação à configuração familiar, não se observaram diferenças significativas nas variáveis em estudo.

Predição do bem-estar psicológico

Na continuidade realizaram-se análises de regressão múltipla hierárquica com a finalidade de predizer o bem-estar psicológico, sendo realizada uma análise independente para autoestima, controlo de si, acontecimentos e equilíbrio, sociabilidade e envolvimento social, e felicidade. Na análise de regressão múltipla hierárquica relativa à autoestima (tabela 1) foram introduzidos três blocos: o bloco 1, o Género (Dummy), que teve um contributo significativo F(1, 817) = 9,40, p=,002, explicando 1,1% da variância total (R2=,011) e contribuindo individualmente com 1,1% da variância para o modelo (R2change =,011); o bloco 2, Configuração familiar (Dummy), que não apresentou um contributo significativo para a variância do modelo F(1, 816) = 9,40, p > ,05, com 1,1% da variância total (R2=,011) nem apresentando um contributo individual (R2change=,000); e o bloco 3, que é a entrada da Qualidade da vinculação amorosa, mostrou-se significativa F(4,812)=8,60, p=,000 e explica 5,2% da variância total (R2=,052), contribuindo individualmente com 4% da variância para o modelo (R2change=,040).

Assim, analisando-se individualmente o contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, constata-se que quatro variáveis apresentaram uma contribuição significativa com uma variância total explicada de 5,2%, entre as quais se apontam, por ordem de importância, Confiança (b=,190); Ambivalência (b=,120); Género (b=,122) com o contributo masculino; e Dependência (b=-,106) -enquanto variáveis preditoras da autoestima no que respeita ao bem-estar psicológico (tabela1).

Na análise de regressão múltipla hierárquica referente a Controlo de si, Acontecimentos e Equilíbrio (tabela 2) utilizaram-se três blocos, a saber: o bloco 1, Género (Dummy), que não apresentou um contributo significativo F(1, 816) =,71, p > ,05 com 0,1% da variância total (R2= ,001), com 0,1% da variância para o modelo (R2change =,001); o bloco 2, Configuração familiar (Dummy), que também não contribui significativamente para a variância do modelo F(1, 815) = 2,03, p=,155 com 0,3% da variância total (R2=,003), apresentando um contributo individual de 0,2% (R2change=,002); e o bloco 3, em que a contribuição da Qualidade da vinculação amorosa mostra-se significativa F(4,811) =13,71, p=,000 e explica 6,6% da variância total (R2=,066), contribuindo individualmente com 6,3% da variância para o modelo (R2change=,063). Deste modo, analisando-se individualmente o contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se que quatro variáveis apresentam uma contribuição significativa, com uma variância total explicada de 6,6%, entre as quais se apontam, por ordem de importância, Confiança (b=,230), Ambivalência (b=,196), Dependência (b=-,145) e Evitamento (b=-,098) como variáveis preditoras do controlo de si, acontecimentos e equilíbrio no que respeita ao bem-estar psicológico (tabela 2).

No que concerne à análise de regressão múltipla hierárquica em relação a Sociabilidade e envolvimento social (tabela 3), utilizaram-se três blocos, a saber: bloco 1 - Género (Dummy), que não apresentou um contributo significativo F(1, 817) = 1,61, p > ,05 com 0,2% da variância total (R2=,002), com um contributo individual de 0,2% da variância para o modelo (R2change =.002); bloco 2 - Configuração familiar (Dummy), que também, não contribui significativamente para a variância do modelo F(1, 816) = 1,42, p > ,05, com 0,4% da variância total (R2=,004), apresentando um contributo individual de 0,2% (R2change=,002); e bloco 3- entrada da Qualidade da vinculação amorosa, que se mostrou significativa F(4,812) =11,14, p < ,001 e explica 5,6% da variância total (R2=,056), contribuindo individualmente com 5,2% da variância para o modelo (R2change=,052). Assim, analisando-se individualmente o contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se que três variáveis apresentam uma contribuição significativa com uma variância total explicada de 5,6%, entre as quais se mencionam, por ordem de importância, Confiança (b=,242), Ambivalência (b=,161) e Evitamento (b=-,106), como variáveis preditoras de sociabilidade e envolvimento social no que se refere ao bem-estar psicológico (Tabela 3).

Na análise de regressão múltipla hierárquica em relação a Felicidade (tabela 4) utilizaram-se três bocos, a saber: bloco 1- Género (Dummy), qie apresentou um contributo significativo F(1, 816) = 18,14, p < ,01 explicando 2,2% da variância total (R2= ,022) e contribuindo individualmente com 2,2% da variância para o modelo (R2change =,022); bloco 2 - Configuração familiar (Dummy), que não contribuiu para a variância do modelo F(1, 815) = ,022, p ,05 com 2,2% da variância total (R2= ,022), nem contribuiu individualmente (R2change=,000); e bloco 3- Qualidade da vinculação amorosa, que se mostrou significativa, com F(4,811) =14,73, p ,001 e explica 8,8% da variância total (R2= ,088), contribuindo individualmente com 8,6% da variância para o modelo (R2change=,066). Pela análise das variáveis independentes dos blocos verifica-se que quatro contribuem significativamente, com uma variância total de 8,8%, entre quais se referem, por ordem de importância, Confiança (b=,251), Ambivalência (b=,214), Género (b=,153) com o contributo masculino, e Dependência (b=-,137), variáveis preditoras de Felicidade no respeitante ao bem-estar psicológico (tabela 4).

DISCUSSÃO

Embora existam muitas teorias que procuram descrever e compreender o bem-estar, nenhuma chega a um consenso na definição global, mas são todas unânimes em compreender o constructo como complexo, multidimensional e influenciado por fatores biológicos, cognitivos, sociais e de personalidade (Remédios, 2010). Neste sentido o presente estudo teve como principal pressuposto analisar em que medida a qualidade das relações amorosas pode contribuir para o bem-estar psicológico considerando-se jovens provenientes de famílias intactas e divorciadas.

Ao nível da análise da vinculação amorosa em relação à configuração familiar, verificou-se que os filhos de pais separados ou divorciados são mais evitantes quanto ao parceiro amoroso se comparados com os filhos que provêm de famílias intactas. Desta forma parece que, ante a rutura da relação parental, os jovens podem tornar-se mais sensíveis, retrativos e defensivos no que se refere ao desenvolvimento de relações amorosas. Estes resultados corroboram a literatura, uma vez que, de acordo com Cano et al. (2009), filhos de pais separados tendem a demonstrar maior hesitação e apreensão no desenvolvimento de relações amorosas, o que decorre do facto de percecionarem que o modelo conjugal, representado pelas figuras parentais, fracassou, culminando no divórcio.

É de ressaltar que não foram encontradas diferenças no bem-estar psicológico no que se refere à configuração familiar. Diante deste resultado, sublinhamos que o divórcio parental parece não assumir um carácter pejorativo no bem-estar psicológico dos jovens. Este facto pode dever-se à qualidade das relações estabelecidas entre os filhos e os seus progenitores, no sentido que a rutura parental não pressupõe um corte dos laços entre pais e filhos, justificando-se assim a manutenção do bem-estar psicológico destes últimos.

A análise sobre Autoestima enquanto dimensão do bem-estar psicológico permitiu evidenciar que as dimensões Qualidade da vinculação amorosa e Género contribuíram significativamente para a sua predição. Neste sentido, Confiança e Ambivalência em relação ao parceiro romântico predizem positivamente a autoestima, assim como se denota uma contribuição do género masculino; porém a dependência do parceiro amoroso prediz negativamente a autoestima. Assim, podemos estar perante indivíduos com certo grau de baixa autoestima, e assim a dependência do outro pode refletir a procura dos jovens por avaliações acerca de si que possam ajudá-los a construir e elevar a sua própria autoestima (Didonato & Krueger, 2010).

Um estudo de Matos et al. (2001) desenvolvido com o objetivo de avaliar a relação amorosa em adolescentes e jovens adultos na perspectiva de vinculação, numa amostra de 365 indivíduos com a idade média de 15,5 anos, mostrou uma percentagem elevada de indivíduos dependentes dos pares e parceiros amorosos. As autoras depreendem que a dependência pode indicar uma procura acentuada de proximidade com os pares, pois nesta fase desenvolvimental os jovens, na avaliação de si mesmos, atribuem uma elevada relevância à aceitação dos outros.

Rocha (2008) refere que a autoestima se encontra relacionada com a qualidade das relações amorosas, no sentido de que uma alta autoestima se encontra associada a uma maior segurança no parceiro romântico, o que implica uma maior confiança e uma menor dependência e evitamento. Desta forma, no presente estudo verificou-se que indivíduos que evidenciam grande dependência do parceiro romântico podem traduzir deste modo a sua baixa autoestima.

No que concerne ao género, ressalta-se o facto de o género masculino predizer positivamente a autoestima. Tendo-se em conta que a nossa amostra compreende maioritariamente indivíduos que se encontram na fase da adolescência, estes resultados seriam de esperar, uma vez que é na fase da adolescência que o género masculino se destaca em relação à autoestima (Antunes et al., 2006).

A análise de regressão relativa a Controlo de si e Acontecimentos revela também um contributo significativo da qualidade da vinculação amorosa, o que permite afirmar que as dimensões Confiança e Ambivalência predizem positivamente Controlo de si e Acontecimentos, e que, por sua vez, Evitamento do parceiro romântico prediz negativamente Controlo de si e Acontecimentos enquanto dimensões do bem-estar psicológico.

Tal como era esperado, o desenvolvimento de relações amorosas baseadas na confiança evidencia o bom desenvolvimento do indivíduo, manifestando-se no seu bem-estar psicológico e denotando uma maior capacidade de Controlo de si e Acontecimentos em relação a uma maior tranquilidade interior, expressa igualmente na qualidade das relações que se estabelece com o outro. De acordo com Dulmen, Goncy, Haydon, e Collins (2008), o desenvolvimento de relações amorosas seguras na adolescência e na entrada na vida adulta pode constituir-se como um fator protetor do bem-estar psicológico.

Contrariamente, o evitamento do parceiro amoroso envolve certo isolamento e dificuldade do indivíduo em relação ao relacionamento com o outro, refletindo algum mal-estar interior. O estudo de Monteiro et al. (2007), com uma amostra de 316 jovens com idade média de 18,77 anos, revela que o evitamento de figuras significativas, sejam elas parentais românticas ou outras, é preditor de níveis reduzidos de bem-estar psicológico.

Não seria de aguardar que a ambivalência fosse preditora de Controlo de si e Acontecimentos, uma vez que indivíduos ambivalentes se caracterizam por terem elevada insegurança (Matos et al., 2001); contudo este resultado pode justificar-se pelo facto de jovens ambivalentes serem mais inseguros, mas também mais contidos, e por isso desenvolvem menor externalização, manifestando uma postura mais retractiva.

No tocante às dimensões Sociabilidade e Envolvimento social, as referidas autoras consideram como variáveis preditoras positivas a confiança e ambivalência no parceiro romântico. A confiança seria de esperar, uma vez que o indivíduo que denota maior confiança em si também tem maior confiança no outro (Matos et al., 2001), podendo simultaneamente manifestar maior disponibilidade para socializar-se. Ambivalência, enquanto preditora positiva de Sociabilidade e Envolvimento social, pode resultar das dúvidas que o sujeito pode desenvolver em relação ao papel que desempenha na vida do parceiro amoroso, especialmente nesta faixa etária, bem como de dúvidas relativas aos próprios sentimentos em relação ao parceiro, e assim o indivíduo pode voltar-se mais para o exterior, no sentido de explorar e desenvolver novas relações interpessoais. Verifica-se igualmente que o evitamento da figura amorosa prediz negativamente as dimensões Sociabilidade e Envolvimento social, o que seria de esperar, uma vez que os indivíduos evitantes tendem a centrar-se mais em si e a manifestar menos vontade de interagir e depender das relações interpessoais (Matos et al., 2001).

Por fim, a análise de regressão respeitante à dimensão Felicidade permitiu verificar que esta é predita positivamente pela confiança e ambivalência no parceiro romântico. Sentimentos de confiança poderão traduzir maior felicidade, assim como Ambivalência, sempre e quando esta signifique uma medida saudável. De acordo com Collins et al. (2009), o desenvolvimento de relações românticas na adolescência pode tributar-se, juntamente com outras, ao desenvolvimento individual, à formação da identidade e ao desenvolvimento de relações de harmonia. Ressaltam igualmente os autores que uma elevada dependência da figura romântica contribui negativamente para a felicidade dos indivíduos. De acordo com os resultados do estudo de Ramalho (2008), desenvolvido com o objetivo de compreender as relações entre a vinculação com os pais e com os pares, o suporte social percebido e os níveis de bem-estar psicológico e subjetivo numa população de 200 jovens com idades entre 18 e 25 anos, a qualidade da vinculação que os indivíduos estabelecem com os parceiros parece ter uma relação significativa com o seu funcionamento e bem-estar psicológico. Assim, foi verificado que relações pautadas pela ansiedade e insegurança se relacionam negativamente com o bem-estar psicológico, podendo aumentar a vulnerabilidade de algumas relações afetivas. Desta forma, a dependência do outro pode dever-se a uma baixa confiança do indivíduo nas relações estabelecidas, com repercussões no seu bem-estar psicológico. Note-se que nos referimos a uma amostra constituída maioritariamente por adolescentes, cujas relações amorosas comportam certa labilidade afetiva. Ao contrário do que acontece com os adolescente, as relações na idade adulta conferem em geral uma maior segurança, proporcionando concomitantemente maiores níveis de bem-estar psicológico, pelas experiências emocionais e o desenvolvimento de competências que essas relações mais maduras permitem.

Resta destacar que o género masculino se apresenta como preditor de felicidade. Isto pode ser explicado pelo fato de que as meninas tendem a complexificar a dinâmica relacional, internalizando emoções e sentimentos e primando pela internalização e primazia da relação afetiva, o que de certo modo pode condicionar o contacto com o exterior e causar maior dificuldade em gerir as vivências internas, contrariamente ao que em geral sucede com o género masculino, que denota maior disponibilidade e abertura para exteriorizar as vivências no contacto com o exterior. De acordo com Rabasquinho e Pereira (2007), as diferenças de género resultam de formas diferentes de socialização, de acordo com papéis de género estereotipados, uma vez que ao género feminino é atribuído o sentido de internalizar o distress, o que pode gerar mal-estar interior e desenvolvimento de desordens psicológicas, enquanto o género masculino é estimulado a agir e a externalizar o seu distress. Além disso, no que tange ao bem-estar psicológico, de modo geral, a literatura refere que o género masculino tende a evidenciar níveis elevados de bem-estar psicológico comparativamente com o género feminino (Pinheiro & Ferreira, 2005).

Ressalte-se que a configuração familiar não se apresentou como preditora de qualquer dimensão do bem-estar psicológico em estudo, contrariamente à qualidade da relação amorosa. Neste sentido, parece que nos períodos da adolescência e jovem adultez, independentemente da configuração familiar, a qualidade das relações amorosas assume grande relevância no bem-estar psicológico dos jovens.

CONCLUSÃO

A realização deste trabalho permitiu auferir um conjunto de aprendizagens significativas no tocante à qualidade das relações amorosas e sua contribuição para o bem-estar psicológico de adolescentes e jovens adultos. Assim, destacaram-se alguns resultados, como o referente ao bem-estar psicológico, em que o género masculino evidenciou níveis mais elevados de bem-estar psicológico, particularmente no que se refere aos aspectos felicidade e autoestima.

Relativamente à qualidade da vinculação amorosa em relação ao bem-estar psicológico, foi interessante averiguar o contributo de variáveis como a ambivalência e a confiança no parceiro romântico e sua contribuição positiva tanto para a dimensão Autoestima como para as de Controlo de si, Acontecimentos e Equilíbrio e Sociabilidade e Envolvimento social. Por seu turno, depender do parceiro romântico contribuiu negativamente para a autoestima, enquanto o evitamento prediz negativamente as dimensões Controlo de si, Acontecimentos e Equilíbrio.

Destacamos com este estudo o facto de que a configuração familiar não apresenta o seu contributo na predição do bem-estar psicológico, mas ressalta a importância que as relações amorosas parecem assumir na construção individual e em relação ao bem-estar psicológico de adolescentes e jovens adultos. Neste sentido reconhecemos que, mais do que o divórcio dos pais, o desenvolvimento de relações amorosas saudáveis parece contribuir significativamente para o bem-estar psicológico dos indivíduos nesta fase desenvolvimental.

Como nota final, cabe destacar algumas limitações encontradas no presente estudo, assim como pistas futuras. Desde logo, o facto de constituir um estudo transversal inviabiliza o estabelecimento de relações de causalidade, pelo que futuramente seria relevante perceber o percurso longitudinal dos jovens em diferentes etapas de vida. Por outro lado, julgamos que outras variáveis deveriam ser testadas na predição do bem-estar psicológico como a duração e os significados das relações amorosas para os jovens, controlando ainda o fator idade. Seria igualmente relevante realizar análises que levem em conta outros informantes além dos jovens, equacionando-se o desenvolvimento de uma análise qualitativa.

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Recebido em 29/05/2013

Aceito em 10/10/2013

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      23 Jun 2015
    • Data do Fascículo
      Dez 2013

    Histórico

    • Recebido
      29 Maio 2013
    • Aceito
      10 Out 2013
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