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Primeiro Congresso de História Nacional: breve balanço da atividade historiográfica no alvorecer do século XX

Resumos

Entre 1910 e 1920, a intelectualidade brasileira experimentou uma fase de efervescente reafirmação das virtudes cívicas. Dentre as lições do catecismo patriótico sobressaía-se o estudo da história pátria. O contexto nacionalista estimularia o IHGB a promover o I Congresso de História Nacional, em setembro de 1914. O artigo aborda esta iniciativa pioneira, que agregou letrados e políticos atuantes, com o objetivo de sistematizar o saber histórico disponível, conferindo-lhe unidade e coerência.

Congressos de História; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; cultura histórica


Entre les années 1910 et 1920, les intellectuels brésiliens ont connu une période de grande réaffirmation des vertus civiques. Parmi les leçons du catéchisme patriotique, on distingue l'étude de l'histoire de la patrie. Le contexte nationaliste encourage alors l'IHGB à organiser le Ier Congrès d'Histoire Nationale, le mois de septembre 1914. L'article évoque cette initiative pionnière, qui a rassemblé d'importants lettrés et politiques actifs, pour systématiser le savoir historique disponible, en lui conférant de l'unité et de la cohérence.

Congrès d'Histoire; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Culture Historique


Between 1910 and 1920, the Brazilian intelligentsia went through a phase of efervescent reafirmation of civic values. Among the lessons taught by this patriotic catechism was the value of the study of national history. This context of increased nationalism stimulated the IHGB to organize and promote the 1st Congress of National History in September, 1914. This article analyzes this pioneeering event, which brough together men of letters and politicians of the day in order to systematize available historical knowledge, giving it unity and coherency.

History Congresses; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; historical culture


ARTIGOS

Primeiro Congresso de História Nacional: breve balanço da atividade historiográfica no alvorecer do século XX1 1 Este artigo decorre dos resultados parciais da investigação "Dos congressos de história nacional do IHGB ao I Simpósio de Professores de História do Ensino Superior: continuidades e rupturas na história da historiografia brasileira (1914-1961)", que vem sendo desenvolvida pela autora, com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq, para o período 2002-2004.

Lucia Maria Paschoal Guimarães

Professora Titular do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: luciamp@uol.com.br

RESUMO

Entre 1910 e 1920, a intelectualidade brasileira experimentou uma fase de efervescente reafirmação das virtudes cívicas. Dentre as lições do catecismo patriótico sobressaía-se o estudo da história pátria. O contexto nacionalista estimularia o IHGB a promover o I Congresso de História Nacional, em setembro de 1914. O artigo aborda esta iniciativa pioneira, que agregou letrados e políticos atuantes, com o objetivo de sistematizar o saber histórico disponível, conferindo-lhe unidade e coerência.

Palavras-chave: Congressos de História - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro -cultura histórica.

ABSTRACT

Between 1910 and 1920, the Brazilian intelligentsia went through a phase of efervescent reafirmation of civic values. Among the lessons taught by this patriotic catechism was the value of the study of national history. This context of increased nationalism stimulated the IHGB to organize and promote the 1st Congress of National History in September, 1914. This article analyzes this pioneeering event, which brough together men of letters and politicians of the day in order to systematize available historical knowledge, giving it unity and coherency.

Key words: History Congresses- Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro- historical culture.

RÉSUMÉ

Entre les années 1910 et 1920, les intellectuels brésiliens ont connu une période de grande réaffirmation des vertus civiques. Parmi les leçons du catéchisme patriotique, on distingue l'étude de l'histoire de la patrie. Le contexte nationaliste encourage alors l'IHGB à organiser le Ier Congrès d'Histoire Nationale, le mois de septembre 1914. L'article évoque cette initiative pionnière, qui a rassemblé d'importants lettrés et politiques actifs, pour systématiser le savoir historique disponible, en lui conférant de l'unité et de la cohérence.

Mots clés: Congrès d'Histoire- Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro- Culture Historique.

Nos países europeus, desde meados do século XIX, a vida universitária favorecia a realização de atividades científicas que incrementaram a circulação de idéias, a troca de experiências e a atualização do conhecimento, aproximando homens de ciência e intelectuais de diversas nacionalidades. A convocação periódica de congressos, simpósios e eventos afins propiciava a reflexão conjunta sobre bibliografias, fontes disponíveis, temas de estudo e métodos de trabalho. Integrada pelo somatório das contribuições apresentadas e publicada sob a forma de Anais, a memória destes encontros é obra de referência, cujo conteúdo representa um extenso inventário, uma espécie de (...) pedra angular de uma disciplina, em determinada época2 2 Ver Anne Rasmussen, "Congrès Internationaux", Jacques Julliard & Michel Winock, Dictionnaire des intellectuels français: les personnes, les lieux, les moments, Paris, Éditions du Seuil, 1996, p. 306. , material que constitui importante ferramenta de trabalho para os estudiosos, uma vez que serve de ponto de partida para novas investigações.

No Brasil, em virtude da ausência de ambiente universitário, coube às associações científicas e aos redutos letrados promoverem tais reuniões. No âmbito dos estudos históricos, a iniciativa pioneira teve a chancela do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que realizou, entre 7 e 16 de setembro de 1914, o Primeiro Congresso de História Nacional.

Fundado em 18383 3 Sobre a fundação do IHGB, ver Manoel L. Salgado Guimarães, "Nação e civilização nos trópicos", Estudos Históricos, Rio de Janeiro 1(1): 5-27, 1988; Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade o Imperador", Revista do IHGB, Rio de Janeiro, nº 388, jul./set., 1995. , o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro vinha marcando presença nos mais importantes conclaves internacionais da sua área de atuação. Delegados do IHGB apresentaram-se nos congressos Arqueológico e Histórico de Antuérpia (1866), no de Americanistas de Luxemburgo (1878), e no de Ciências Históricas de Veneza (1881). Neste último, o grêmio patrocinado pelo Imperador D. Pedro II recebeu prêmios pela coleção de mapas expostos, bem como pela qualidade e periodicidade da sua Revista Trimensal4 4 No Congresso de Americanistas de 1878, o IHGB fez-se representar pelo Barão do Rio Branco. Em Veneza, por Domingos Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia. Ver Lucia Maria P. Guimarães, Da Escola Palatina ao Silogeu. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938). Tese de Professor Titular. Rio de Janeiro, IFCH/UERJ, 2000, p. 87 (mimeo.). . Outras distinções ocorreram, ainda, por ocasião da Exposição Universal de Paris (1889) e da Exposição Columbiana (Chicago, 1892). No XVI Congresso dos Americanistas (Viena, 1908), a representação ficou a cargo do sócio Manuel de Oliveira Lima, interlocutor do conhecido antropólogo norte-americano Franz Boas, em sessão coordenada, que abordou aspectos da etnografia americana5 5 Sobre o evento, Oliveira Lima escreveu uma série de crônicas, destacando a sua importância no âmbito científico. Lastimava, contudo, a inexistência de tais reuniões no Brasil. Cf. Manuel de Oliveira Lima, "O Congresso dos Americanistas de Viena I, II, III e IV", idem, Obra Seleta, organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, Rio de Janeiro, INL, 1971, pp. 495-503. .

Apesar das recorrentes participações no estrangeiro, a idéia de realizar uma reunião acadêmica, dedicada ao estudo da história do Brasil, custou para germinar no Instituto, embora já estivesse sendo aventada desde 1903, por iniciativa de João Mendes de Almeida. A dificuldade, em parte, deve ser creditada às próprias circunstâncias adversas, enfrentadas pela corporação após a queda da monarquia, quando deixou de desfrutar do mecenato imperial. Além disto, a mudança do regime afetara também o desenvolvimento dos estudos históricos.

Segundo Joaquim Nabuco, nos anos subseqüentes à proclamação da República, a história pátria atravessava (...) uma crise, que se pode resolver, quem sabe por mutilação definitiva. Uma escola religiosa (...) mais política em todo caso do que religiosa, pretende reduzir a história nacional a três nomes Tiradentes, José Bonifácio e Benjamin Constant.. Da omissão, acrescentaria Nabuco, não escapara nem a (...) restauração pernambucana (...) a página sem igual de heroísmo e afirmação nacional do nosso passado6 6 Joaquim Nabuco, "Discurso de posse na sessão de 25 de outubro de 1896", Revista do IHGB, Rio de Janeiro, 59 (94): 310, 1896. . Para o autor do clássico Um estadista do Império, a República, no afã de justificar e de legitimar sua existência, desejava passar uma borracha no passado recente do país, o que significava apagar do panorama histórico o Segundo Reinado e a figura central daquela época, o Imperador D. Pedro II7 7 Ibidem, "Prefácio", Um estadista do Império, 5ª edição, Rio de Janeiro, Topbooks, 1997, v. 1, p. 32. .

No período de 1910-1920, a intelectualidade brasileira vivenciava uma fase de efervescentes manifestações cívicas. À medida em que crescia este apostolado, reflexo da crise internacional que acabaria desaguando na primeira Grande Guerra, tomava corpo uma onda de interesse pelas questões nacionais. A ilusão ilustrada das nossas elites8 8 Cf. Walnice Galvão, "Depoimento", em 13 de abril de 1998, História, Ciências e Saúde: Manguinhos, Rio de Janeiro, 5: 293 (Suplemento), julho de 1998. , nas palavras de Walnice Galvão, no fundo, constituía-se em uma das vertentes da versão nativa de um fenômeno de âmbito mundial, denominado por Maurice Agulhon de patriotismo modelo 19149 9 Cf. Maurice Agulhon , Histoire vagabonde III (La politique en France, d'hier à aujourd'hui), Paris, Gallimard, 1996, p. 12. .

Os ventos do culto à nacionalidade também sopravam pelos lados do Instituto Histórico. Afinal, dentre as lições do catecismo cívico, sobressaía-se o estudo da história pátria. Tanto assim que, em 23 de abril de 1913, o historiador e diplomata Manuel de Oliveira Lima pronunciou uma conferência, que obteve grande repercussão entre letrados e políticos, intitulada "O atual papel do Instituto Histórico", onde salientava a necessidade de (...) reforçar o sentimento nacional, por meio da construção de um passado comum a todos os brasileiros. Mais adiante, argumentaria, (...) não se pode denegrir um período para enaltecer outro, não se devem exaltar os próceres da Independência, nem os propagandistas da República, à custa dos homens de Estado do Império. Para tanto, sugeria a reunião de um congresso histórico brasileiro, com a participação de estudiosos de todo o país, (...) formando-se assim uma federação intelectual e afetiva10 10 Manuel de Oliveira Lima, "O atual papel do Instituto Histórico", Idem, Obra Seleta, organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1971, p. 721. . Tarefas pedagógicas de assinalado serviço à causa nacional, no entender do Conde de Afonso Celso, então presidente do Instituto, figura reconhecida como chefe venerável do nacionalismo brasileiro11 11 A expressão é de Wilson Martins. Cf. Wilson Martins, História da inteligência brasileira, São Paulo, Cultrix, 1978, v. VI, p. 191. .

O IHGB, diga-se de passagem, desde o princípio da década de 1910, já vinha promovendo uma série de atividades, que se destacavam como manifestações de nacionalismo12 12 O termo nacionalismo foi tomado no sentido definido por Ernest Gellner, ou seja, de um (...) princípio político o qual sustenta que a unidade política e a unidade nacional devem ser congruentes. Cf. Ernest Gellner, "Définitions", Idem, Nations et nationalisme, Paris, Éditions Payot, 1999, p. 11 (Bibliothèque Historique Payot). Sobre as atividades promovidas pelo IHGB, ver Lucia Maria P. Guimarães, Da Escola Palatina ao Silogeu. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938), op. cit., pp. 89-90. . Tais iniciativas, porém, cabe de pronto esclarecer, estavam longe de configurar um programa nacionalista com sustentação de massa. Assemelhavam-se ao que Eric Hosbsbawm caracterizou como a atuação de uma minorité agissante, formada por pioneiros e militantes da idéia nacional, que se dedicavam a campanhas com o propósito de externar e expandir este ideário13 13 Cf. Eric Hobsbawn, Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade, 2ª edição, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1990, pp. 18- 21[ STANDARDIZEDENDPARAG] .

O certo é que, no Instituto, dias depois da citada conferência de Manuel de Oliveira Lima, Max Fleiüss e Afonso Arinos encaminharam à Mesa Diretora uma proposta formal, visando à convocação do Primeiro Congresso de História Nacional, daqui por diante denominado apenas de Primeiro Congresso. Uma comissão executiva, presidida por Ramiz Galvão, incumbiu-se de preparar o "Regulamento" do encontro, segundo as bases indicadas por Oliveira Lima. As atividades teriam lugar na sede do Instituto Histórico, entre 7 e 16 de setembro de 1914. Concluída a parte acadêmica, haveria uma excursão dos congressistas à cidade de Ouro Preto, considerada a mais típica e sugestiva das cidades coloniais brasileiras.

O evento compreendia nove seções de trabalho, cada qual correspondendo a uma especialidade dos estudos históricos. Grosso modo, a divisão inspirava-se na tipologia definida por Langlois & Seinobos, no manual Introduction aux études historiques14 14 A 1ª edição data de 1898. No presente trabalho, utilizamos a reedição de 1992. Cf. Charles-Victor Langlois & Charles Seignobos, Introduction aux études historiques, Préface de Madeleine Rébérioux, Paris, Éditions Kimé, 1992, pp. 201-202. , obra que, na época, era considerada a bíblia do método histórico, segundo Madeleine Rébérioux15 15 Cf. Madeleine Rébérioux, "Préface", Ibidem, p. 7. . Cada seção contava com um relator e um comitê científico. Aos relatores, além de redigir a síntese dos trabalhos apresentados, cabia propor as teses, isto é, os temas ou as questões que deveriam ser objeto da reflexão dos congressistas. Por sua vez, os comitês científicos ficavam encarregados de emitir parecer sobre o mérito das comunicações propostas e da respectiva adequação às normas do Regulamento, podendo também manifestar-se sobre o seu potencial cívico.

As comunicações dividiam-se em duas categorias: teses oficiais e teses avulsas. Em ambas as situações só seriam aceitos textos inéditos. No primeiro caso, o IHGB convidaria um especialista para discorrer sobre determinado assunto do programa. No segundo, os autores inscreveriam seus trabalhos por iniciativa própria, desde que respeitado o elenco de temas estabelecido pelos organizadores, sendo-lhes facultado abordar (...) qualquer episódio da história brasileira, desde o descobrimento até a lei dos nascituros.

O recorte temporal coberto pelo Primeiro Congresso privilegiava, portanto, o período 1500-1871. É interessante notar que a fixação da última data-limite incorporava à história nacional boa parte do Segundo Reinado, tirando-o do tal deserto do esquecimento, aludido por Joaquim Nabuco. Por outro lado, a escolha daquele marco cronológico também é tributária da noção de distanciamento, defendida no Instituto desde a sua fundação, como necessária para que o historiador pudesse analisar os fatos com a devida isenção. Revela, ainda, coerência com a tradição do IHGB de não revolver episódios recentes da história política do país. No caso em questão, evitava-se tratar dos acontecimentos localizados no espaço de tempo compreendido entre a queda da monarquia e o advento do regime republicano.

O núcleo central da programação era constituído por 93 teses oficiais, que se distribuíam pelas nove seções de trabalho, conforme a tabela que se segue:

A distribuição percentual dos temas por seção demonstra sintonia dos relatores com as principais tendências da historiografia européia dos primeiros anos do século XX16 16 Para efeito de comparação, ver os levantamentos de Pim den Boer, History as profession. The study of history in France, 1818-1914, Princeton, New Jersey, Princeton University Press, 1998, pp. 333-335. . Privilegiava-se nitidamente o campo da história política e territórios correlatos (história militar, história diplomática, história constitucional e administrativa e história parlamentar). Por sua vez, a incidência de matérias na seção História das Explorações Geográficas também revela familiaridade com aquelas orientações, pois a geografia histórica vinha-se consolidando como uma nova área de estudos, nos grandes centros universitários do Velho Mundo17 17 Sobre a colaboração mais estreita entre historiadores e geógrafos no início do século XX, Charles Higounet, "La Géohistoire", Charles Samaran (Dir.), L´histoire et ses méthodes, Paris, Gallimard, 1973, pp. 78-82 (Encyclopédie de La Pléiade, v. 11). Ver, também, Pim den Boer, op. cit., p. 335. . Do mesmo modo, há que se notar a parcela, ainda que modesta, de proposições alocadas em certas especialidades que, na época, eram consideradas "emergentes", a exemplo da história econômica e da chamada história das explorações arqueológicas e etnográficas18 18 Cf. Peter Burke, "Quanto é nova a nova história", Idem (Org.), A escrita da história: novas perspectivas, São Paulo, Editora da UNESP, 1992, pp. 16-25. .

Por outro lado, o expressivo percentual de tópicos no segmento dedicado à história literária e das artes constitui uma pista de que as preocupações nacionalistas do Instituto extrapolavam o culto às tradições históricas, buscando também salientar e preservar certos conhecimentos, que ajudassem na modelagem da consciência de grupo, como a literatura, a arte, os costumes e a religião.

Quanto ao conteúdo, os temas da 1ª Seção, direcionada para o estudo da história geral do Brasil, demarcavam as grandes linhas que iriam servir de fio condutor para os demais segmentos do Primeiro Congresso. A opção metodológica de partir da história geral para as chamadas histórias especializadas, mais uma vez, apoiava-se nas premissas formuladas por Langlois & Seignobos. Não é demais lembrar que os dois historiadores franceses aconselhavam os estudiosos a identificarem em primeiro lugar os fatos gerais, os grandes acontecimentos, sobretudo os de natureza política, demarcadores das sucessivas etapas da evolução de uma determinada sociedade. No caso de episódios decorrentes de ações individuais, cabia destacar apenas as personalidades cuja atuação houvesse afetado uma parcela significativa da população, imprimindo determinada direção a uma massa de indivíduos19 19 Cf. Langlois & Seignobos, Introduction aux études historiques, op. cit., pp. 202-204. .

As matérias propostas pelo relator, o Prof. Manuel Cícero Peregrino, formavam dois grandes eixos temáticos, construídos a partir da divisão cronológica da história do Brasil segundo os regimes políticos, ou seja, a Colônia e o Império20 20 É importante salientar que esta divisão cronológica da história do Brasil por regimes políticos, acrescida naturalmente do período republicano, é utilizada ainda hoje por autores contemporâneos, a exemplo de José Roberto Amaral Lapa e de Francisco Iglésias, dentre outros. Serve, também, para a classificação de projetos de pesquisa na área de História, por órgãos oficiais de fomento à pesquisa, como é o caso do CNPq. . O passado colonial desdobrava-se em fases sucessivas, do mesmo modo que o período monárquico. As balizas temporais utilizadas para pontuar os respectivos fracionamentos foram fixadas consoante a categoria dos chamados grandes acontecimentos21 21 O programa da seção de história geral do Brasil era formado pelos seguintes tópicos: 1. O descobrimento do Brasil, 2. A colonização, capitanias, 3. Estabelecimento de um governo Geral, os primeiros jesuítas, 4. O domínio espanhol, 5. Os holandeses no Brasil, governo de Maurício de Nassau, 6. O padre Antonio Vieira, 7. Política do Marquês de Pombal, 8. Tentativas de Independência, 9. A Corte Portuguesa no Brasil, 10. Primeiro Império, os governos da regência, 11. O Segundo Império até 1871. . Por sua vez, a escolha dos vultos representativos daquelas fases da história pátria também seguia os mesmos princípios definidos por Langlois & Seignobos. À guisa de exemplo, no período colonial, privilegiava-se a biografia de Padre Antonio Vieira e, no tópico relativo à presença holandesa no Brasil, realçava-se a figura de Maurício de Nassau. Nos dois casos, vale acrescentar, havia ainda um outro ponto comum: a relevância que os organizadores do Primeiro Congresso estavam atribuindo à problemática da restauração pernambucana, considerado um dos episódios da nossa história que melhor se prestava para estimular o patriotismo.

Na 2ª Seção, História das explorações geográficas, o relator Gastão Ruch preocupou-se com a análise do processo de formação do território nacional, partindo dos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. A seqüência dos assuntos apontava para as sucessivas ações, tanto oficiais, quanto particulares, que contribuíram para a expansão do espaço geográfico da América Portuguesa. No rol dos temas escolhidos, verifica-se, mais uma vez, a ênfase que vinha sendo dada à problemática da presença dos holandeses no nordeste, desta feita focalizando-os como exploradores do sertão.

O programa da 3ª Seção, História das explorações arqueológicas e etnográficas, trazia a assinatura de Edgard Roquette Pinto. Direcionava-se para o exame dos elementos constitutivos da formação étnica da população brasileira. Dos sete assuntos apresentados para dissertação, cinco tratavam dos primitivos habitantes da Terra de Santa Cruz, sua distribuição geográfica na época do descobrimento e a respectiva classificação por troncos lingüísticos. Diga-se de passagem, desde meados do século XIX, o Instituto Histórico já desenvolvia uma linha de pesquisa voltada para os estudos indígenas, com volumosa produção, publicada na Revista Trimensal22 22 Cf. Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da proteção de Sua Majestade Imperial", op. cit., p. 511. . Ao lado das conhecidas descrições de jesuítas e de cronistas coloniais sobre o gentio, Roquette Pinto sugeria o exame de novas fontes – os relatos de viajantes e naturalistas estrangeiros que se dedicaram àquela temática.

No tocante à raça negra, havia apenas um único item, voltado para as origens tribais dos africanos e sua distribuição pelas regiões do Brasil, questão que desembocava na análise das estratégias dos mercados negreiros, que procuravam dispersar os indivíduos de uma mesma tribo, na formação dos lotes de escravos para a venda. Quanto à raça branca, o tópico intitulado A imigração branca sob o ponto de vista etnográfico revelava um outro aspecto característico do contexto nacionalista do início do século XX: a preocupação de identificar os principais traços culturais dos imigrantes. Tarefa da maior importância, numa época em que se começava a questionar a entrada indiscriminada de estrangeiros no país23 23 Ver, dentre outros críticos da imigração, Alberto Torres, O problema nacional brasileiro, 3ª edição, Série 5ª, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1938, p. 112 (Coleção Brasiliana). .

O Prof. Alfredo Valladão, responsável pela 4ª Seção – História constitucional e administrativa – apresentou um programa bastante ambicioso, composto de dezoito extensos tópicos. Jurista e historiador, Valladão entendia que as instituições públicas deveriam ser cuidadosamente esquadrinhadas, desde os tempos coloniais até o final do Segundo Reinado. No que se refere à fase colonial, a relação das matérias calcava-se na obra de Francisco Adolfo de Varnhagen, a História geral do Brasil. O peso maior do programa, contudo, recaía sobre o período monárquico, apesar de os tópicos oferecidos limitarem-se a uma compilação cronológica de decretos, leis, normas e demais atos oficiais que regulamentaram a institucionalização e o funcionamento do Estado imperial. Procedimento passível de crítica, e que lembra uma reflexão de Louis Halphen, de que não bastaria ao historiador deixar-se levar (...) pelos documentos, lidos um após outro, tal e qual se nos oferecem, para assistir à reconstituição automática da cadeia dos fatos (o grifo é nosso)24 24 Louis Halphen, apud Fernand Braudel, História e Ciências Sociais, Lisboa, Editorial Presença, 1972, pp. 15-16. .

Seja como for, o mesmo enfoque utilizado por Valadão orientou o temário da 5ª Seção, História parlamentar, preparado pelo Dr. Augusto Tavares de Lyra. Gabinetes, Partidos, programas de governo, personalidades e debates parlamentares constituíam os principais aspectos privilegiados. A relação repetia, inclusive, diversos assuntos já contemplados no segmento dedicado à História constitucional e administrativa, como a Constituinte de 1823 e o Ato Adicional. Um caso típico daquela visão oitocentista de história, contra a qual, alguns anos mais tarde, a Escola de Annales se insurgiria. A chamada história política – a do Estado, do poder e das disputas por sua conquista ou conservação das instituições em que ele se concentrava25 25 Cf. René Rémond, "Uma história presente", Idem (Org.), Por uma história política, Rio de Janeiro, Editora UFRJ/Editora FGV, 1996, p. 15. .

O elenco de temas da 6ª Seção, dedicada à História Econômica, foi elaborado por João Pandiá Calógeras e demonstrava maior organicidade e consistência do que os programas das especialidades direcionadas para o estudo da história política. Tudo indica que se baseava no ensaio "O Brasil e seu desenvolvimento econômico", também de autoria de Calógeras, publicado no volume relativo ao ano 1913 dos Anais da Biblioteca Nacional26 26 J. Pandiá Calógeras, "O Brasil e seu desenvolvimento econômico", Anais da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 35: 48-61, 1913. . A pauta apresentava um relacionamento quase cartesiano com as proposições do segmento de História geral do Brasil. Iniciava-se com uma retrospectiva econômica da fase colonial, passava pelo estudo das transformações decorrentes da quebra do monopólio comercial e, em seguida, examinava o período que corresponde à presença da Corte Portuguesa no Brasil. Na parte relativa ao Estado Imperial, subordinava a situação econômica do país aos acontecimentos políticos.

Os estudos de História Militar eram objeto da 7ª Seção. O relator, Almirante Antônio Coutinho Gomes Pereira, preocupou-se em definir os marcos cronológicos da gênese das forças armadas brasileiras. No caso do exército, as origens foram fixadas no século XVII, a propósito da restauração pernambucana, acontecimento que, como já foi visto, andava na ordem do dia, pois inspirava fortes sentimentos patrióticos. Já no que diz respeito à marinha, tomou-se como referência o papel desempenhado pela esquadra imperial nas lutas da independência, outro episódio que também despertava o amor-próprio nacional.

Do ponto de vista teórico-metodológico, a história militar era percebida como um desdobramento da história política, sempre que tratava da análise de conflitos internos, como a participação das forças armadas no combate aos levantes e às insurreições que eclodiram durante o período regencial. No que diz respeito às questões externas, porém, o Almirante Gomes Pereira, consoante a sua formação, orientava-se por uma concepção de história militar advinda da Antigüidade Clássica, percebendo-a como o estudo da arte da guerra27 27 Sobre as concepções dos historiadores oriundos do meio militar, ver Jean-Pierre Azéma, "A Guerra", René Rémond, Por uma história política, op. cit., pp. 409-410. Ver, também, Wolfgang Mommsen, "War and culture", Claude Morin (Org.) Actes/Proceedings – XVIII Congrès International des Sciences Historiques, Montréal, CISH95, 1995, pp. 311-312. . Isto fica patente nos itens que contemplam a Guerra do Paraguai, cuja ênfase maior recai sobre o exame das operações militares.

A organização da 8ª Seção – História Diplomática – foi confiada ao Prof. Luís Gastão d'Escragnole Dória, que apresentou um quadro sucinto da política exterior. Os temas escolhidos salientavam os problemas e as heranças com que a diplomacia imperial se defrontou, alguns deles tributários do passado colonial, a exemplo dos litígios na região do rio da Prata e na demarcação das fronteiras. Escragnolle Dória, todavia, não procurou alargar os horizontes da política externa brasileira, com a incorporação de fatos econômicos. Restringiu-se, apenas, ao exame das ações do Estado, uma abordagem de história diplomática restrita à política dos Tribunais e dos Gabinetes 28 28 Lucien Febvre, "Contra a história diplomática em si", Idem, Combates pela história, Lisboa, Editorial Presença, 1977, v. 1, p. 97 (Coleção Biblioteca das Ciências Humanas). .

Coube ao bibliotecário do IHGB, o Dr. José Vieira Fazenda, elaborar as teses oficiais da 9ª Seção – História literária e das artes. O programa era uma espécie de miscelânea, de modo a destacar os elementos que contribuíram para a formação da cultura brasileira, tomada em seu sentido etnográfico amplo, tal como foi concebida ao final do século XIX, pelo antropólogo inglês E. B. Tylor, ou seja, um todo (...) complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades adquiridas pelo homem como membro da sociedade29 29 Cf. E. B. Tylor, "Cultura", apud Benedito Silva (Org.), Dicionário de Ciências Sociais, 2ª edição, Rio de Janeiro, Editora FGV, 1987, p. 290. .

No encadeamento das proposições, Vieira Fazenda relacionava o desenvolvimento das letras à "raça" branca, representada na fase colonial pela ação dos jesuítas e sua obra no campo da educação. A contribuição autóctone, bem como a dos negros, seria lembrada pelas respectivas manifestações artísticas. Por fim, através do estudo do folclore, procurava demonstrar como se efetuou a mescla cultural30 30 Sobre a diferença entre miscigenação étnica e mescla cultural, ver Ronaldo Vainfas, "Colonização, miscigenação e questão racial", Tempo, Revista do Departamento de História da UFF, Niterói, 4(8): 7-22, dezembro de 1999. .

Inaugurado solenemente em 7 de setembro de 1914, pelo Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca, o Primeiro Congresso reuniu cerca de 200 participantes, inclusive representantes dos governos estaduais e das principais associações científicas do país. Público, aliás, bem expressivo, considerando as acanhadas dimensões dos círculos letrados brasileiros nas primeiras décadas do século XX.

A memória do evento acha-se registrada nos Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, uma coleção de 5 alentados volumes, que perfazem um total de 4.925 páginas31 31 Ver IHGB, Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 1, pp. 1-134. . Além das contribuições historiográficas, de que trataremos mais adiante, integram a publicação os documentos relativos à organização e à realização do evento propriamente dito, inclusive a transcrição das atas das sessões, dos discursos e das moções apresentadas. Este material, aliás, revela que as reuniões plenárias serviram de palco para os intelectuais externarem o seu repúdio à guerra que eclodira recentemente na Europa, ao mesmo tempo em que exaltavam as virtudes nacionais, por meio de discursos apologéticos, pontuados por profissões de fé no glorioso futuro que estaria reservado ao país.

No âmbito acadêmico, os Anais reportam a exposição de 102 trabalhos, no correr das sessões ordinárias. Deste conjunto, foram publicadas 95 memórias históricas, sendo 54 na categoria das teses oficiais e 41 na das teses avulsas32 32 No Anexo, apresentamos a relação das monografias e respectivos autores. .

O total de comunicações na classe das teses oficiais indica que cerca de 60% do temário apresentado pelos organizadores foram objeto de estudo, o que pode ser considerado um indicador expressivo, não só diante da quantidade de assuntos propostos, mas também porque certos temas se repetiam em mais de uma seção, conforme já se disse. Contudo, sabendo-se que as teses oficiais deveriam ser desenvolvidas por intelectuais de nomeada, convidados pela Comissão Executiva do evento, é possível supor que houve um índice relativamente alto de absenteísmo daqueles notáveis. Embora as fontes não permitam identificar todas as ausências, nem tampouco justificá-las, há que se destacar, dentre outras faltas, a do político e escritor Gilberto Amado, indicado para discorrer sobre o tópico "Contos populares, lendas e tradições populares".

Percebemos, todavia, que o mesmo não ocorreu quando as teses oficiais foram confiadas à chamada "prata da casa". Os sócios efetivos do Instituto Histórico prepararam alentadas intervenções: figuras da envergadura do Prof. Manuel Álvaro de Sousa Sá Vianna, reconhecido especialista de direito internacional, que dissertou sobre "O tráfico e a diplomacia brasileira"33 33 Manuel Álvaro de Sousa Sá Vianna, "O tráfico e a diplomacia brasileira", IHGB, Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 5, pp. 537-564. ; o jurista Clóvis Bevilaqua foi autor da tese oficial "As capitanias hereditárias perante o Tratado de Tordesilhas"34 34 Clóvis Bevilaqua, "As capitanias hereditárias perante o Tratado de Tordesilhas", Idem, v. 2, pp. 5-26. , ou, ainda, o próprio presidente do IHGB, o Conde de Afonso Celso, que discorreu sobre a proposição "O poder pessoal do Imperador", analisando as prerrogativas e o exercício do Poder Moderador no Segundo Reinado35 35 Afonso Celso, "O poder pessoal do Imperador", Idem, v. 4, pp. 375-412. .

Já na categoria das teses avulsas, onde as adesões eram facultativas, o total das comunicações editadas indica uma resposta positiva dos estudiosos ao conclave. Ao lado de veteranos membros do Instituto Histórico, apresentaram-se sócios recém-ingressos. No primeiro caso, destacamos o historiador Max Fleiüss e o geólogo Orville Derby, autores, respectivamente, da pesquisa documental "O Imperador D. Pedro II no Arquivo do Conselheiro José Saraiva"36 36 Max Fleiüss, "O Imperador D. Pedro II no Arquivo do Conselheiro Saraiva", Idem, v. 1, pp. 1509-1540. , e da monografia "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América"37 37 Orville Derby, "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América", Idem, v. 2, pp. 325-344. . No segundo, o Prof. Pedro Souto Maior, que relatou os resultados das suas investigações recentes no Arquivo Real de Haia, a respeito dos sínodos e das classes do Brasil, durante o domínio holandês38 38 Pedro Souto Maior, "Religião reformada no Brasil, no século XVII", Idem, v. 1, pp. 707-780. . Fora dos quadros do Instituto, dentre outros nomes do mundo das letras e da política, expuseram trabalhos Laudelino Freire, Basílio de Magalhães, Levi Carneiro e Múcio da Paixão, este último vindo da cidade de Campos para participar do evento. Novos talentos também foram revelados, a exemplo do jovem engenheiro e arquiteto Prof. Adolfo Morales de los Rios, cujo belíssimo estudo, "Subsídios para a história da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro"39 39 Adolfo Morales de los Rios, "Subsídios para a história da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro", Idem, v. 1, pp. 989-1350. , hoje em dia é considerado livro de referência.

Na tabela adiante, quantificamos as monografias publicadas de cada seção, distribuindo-as por categoria de inscrição, de acordo com o respectivo recorte temporal, segundo a divisão cronológica da história do Brasil por regime político40 40 Os trabalhos, cuja problemática contemplava recorte cronológico que se estendia desde a fase colonial até o Brasil independente, foram computados na coluna outro. Procedeu-se do mesmo modo com a monografia "Economia e finanças dos Estados", de autoria de João de Lyra Tavares, que, apesar de tratar do período republicano, foi apresentada na categoria das "teses avulsas", da seção de história econômica. :

De modo geral, a distribuição das comunicações por seção acompanha as mesmas tendências observadas para a tabela nº 1. Nas duas categorias predominaram os estudos de história política e áreas correlatas, alcançando cerca de 71% dos textos publicados nos Anais. Os 29% restantes repartiam-se entre as demais seções, nos seguintes percentuais: 11,5% tratavam de temas da geografia histórica, então denominada de história das explorações geográficas; 7,5%, de história literária e das artes; 5,1%, de história econômica e 5,1%, história das explorações arqueológicas e etnográficas. Note-se que os dois últimos segmentos correspondem às especialidades que consideramos "emergentes".

No que se refere à periodização da história pátria, no grupo das teses oficiais, 19 monografias examinaram a fase colonial, enquanto 26 trataram do Brasil independente. A diferença constatada em favor deste último período espelha a organização dos conteúdos programáticos dos segmentos de história constitucional e administrativa, história parlamentar e história militar, cuja incidência maior de temas recaía sobre o Segundo Reinado.

O quadro se inverte na classe das teses avulsas, onde os congressistas puderam escolher os assuntos de suas comunicações, com a preponderância de trabalhos que tratavam da fase colonial. Evidência de que a problemática da América portuguesa continuava a ser o grande objeto dos estudos históricos, tal como já vinha ocorrendo desde meados dos oitocentos41 41 Cf. Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade o Imperador", op. cit., p. 513. . Tendência, aliás, que ainda se manteve por um bom tempo na historiografia brasileira, inclusive na produção originária do meio universitário, como apontam os levantamentos de José Roberto do Amaral Lapa42 42 No período 1934-1973, 43,5% das teses de doutoramento defendidas na Universidade de São Paulo abordaram temáticas do período colonial. Cf. José Roberto do Amaral Lapa, A História em questão: historiografia brasileira contemporânea, 2ª edição, Petrópolis, Vozes, 1981, p. 48. .

A análise do conteúdo dos textos editados nos Anais traz algumas surpresas, tanto nas teses oficiais, quanto nas avulsas, sobretudo no que diz respeito aos enfoques utilizados por certas comunicações apresentadas nas especialidades ditas "emergentes". No âmbito da história econômica, merecem registro duas teses oficiais: "Dívida do Brasil, pública e privada" e "A circulação. Crise do xem-xem, evolução das leis monetárias. Crises de 1857 e de 1864"43 43 Ver F. T. de Sousa Reis, "Dívida do Brasil, pública e privada", Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 4, pp. 613-690, e A. B. de Ramalho Ortigão, "A circulação. Crise do xem-xem, evolução das leis monetárias. Crises de 1857 e de 1864", Idem, pp. 465-548. , escritas respectivamente por F. T. de Souza Reis e A. B. de Ramalho Ortigão44 44 Os Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, lamentavelmente, não oferecem maiores informações sobre F. T. de Sousa Reis. O Manual Bibliográfico de Estudos Brasileiros, de Rubem Borba de Morais, também não apresenta nenhuma entrada com este nome, nem o Índice Geral da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sobre A. B. Ramalho Ortigão, aliás Antonio de Barros Ramalho Ortigão, sabe-se apenas que participou do projeto da Academia de Altos Estudos do Instituto Histórico, tendo ministrado cursos da disciplina História das Doutrinas Econômicas no Brasil. Cf. Max Fleiüss, Recordando.... (Casos e perfis), Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1941, v. 1, pp. 235-238. . Ambos os autores fizeram uso de métodos que mais tarde seriam próprios da história serial e chegaram a conclusões instigantes, considerando a cultura histórica do início do século XX. O primeiro, por meio do estudo da dívida passiva do Tesouro Nacional, no período compreendido entre 1824 e 1871, comprova que o recurso à contratação de empréstimos externos e internos foi uma prática constante, utilizada pelos nossos dirigentes sempre que havia déficits nas contas públicas. O segundo, através de um conjunto de sofisticados procedimentos estatísticos, inclusive o levantamento da curva do meio circulante, demonstra como o governo imperial se valeu do recurso da emissão de papel moeda sem o respectivo lastro em ouro, por sucessivas vezes, como uma alternativa fácil para encobrir os danos das crises financeiras que afetaram a economia do país em diferentes momentos, contribuindo deste modo para o aumento da inflação.

No tocante aos segmentos de história das explorações arqueológicas e etnográficas e de história literária e das artes, ao lado de narrativas dirigidas para a valorização da nacionalidade, aparecem trabalhos de abordagem bastante original. Veja-se a contribuição de Teodoro Sampaio, sobre os relatos dos naturalistas viajantes do século XIX a respeito das populações indígenas45 45 Cf. Teodoro Sampaio, "Os naturalistas viajantes dos séculos XVII e XIX e o progresso da etnografia indígena no Brasil", Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 2, pp. 543-594. ; no domínio da história literária e das artes, a dissertação intitulada "Do teatro no Brasil", escrita por Múcio da Paixão46 46 Cf. Múcio da Paixão, "Do teatro no Brasil", Idem, v. 5, pp. 675-722. . Isto sem falar das monografias que trataram da pintura, dos costumes do cotidiano e do cancioneiro dos bandeirantes47 47 Ver, por exemplo, Francisco Luiz da Gama Rosa, "Costumes dos povos nos nascimentos, batizados, casamentos e enterros", Idem, ibidem, pp. 735-746. , textos que descortinam, por assim dizer, alguns aspectos da cultura brasileira que só seriam incorporados às análises historiográficas na década de 1930, nas obras pioneiras de Gilberto Freyre e de Sérgio Buarque de Holanda.

O mesmo se pode afirmar dos estudos de geografia histórica, que, sob o rótulo de história das explorações geográficas, examinaram os itinerários dos bandeirantes, as etapas do povoamento e do desbravamento do território, bem como a importância dos sistemas fluviais para o acesso e a conquista de determinadas regiões brasileiras. Na área da cartografia histórica, a mencionada monografia de Orville Derby constitui caso exemplar, à medida em que compara seis mapas, elaborados entre 1492 e 1502, contendo os registros dos primeiros navegadores europeus que alcançaram o continente americano48 48 Orville Derby, "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América", Idem, v. 2, pp. 325-344. .

Por outro lado, no campo da história política, prevaleceram as mesmas perspectivas da historiografia brasileira oitocentista, em que pesem o seu ineditismo e o esforço de erudição dos respectivos autores, que se espelhavam nos cânones da escola metódica49 49 Sobre a escola metódica, ver Guy Bourdé & Hervé Martin, "O discurso do método", Idem, As escolas históricas, Lisboa, Publicações Europa-América, s.d., pp. 101-104. . Os estudos relativos à América Portuguesa, via de regra, eram tributários da História geral do Brasil, de Francisco Adolfo de Varnhagen, confirmando as palavras de Oliveira Lima, de que a obra de Varnhagen (...) foi e continua a ser a peça de resistência da nossa refeição histórica, o assado sólido, gordo, apetitoso na sua simplicidade sem adubos nem temperos franceses, com um molho leal e nenhum acompanhamento (o grifo é nosso)50 50 Manuel de Oliveira Lima, "Elogio a Varnhagen", Idem, Obra Seleta..., op. cit., p. 551. .

A exceção do Prof. Jonatas Serrano, na tese oficial "A colonização – Capitanias"51 51 Cf. Jonatas Serrano, "A colonização – Capitanias", Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 1, pp. 185-206. , raros foram os autores que se aventuraram na trilha aberta por Capistrano de Abreu, cujos Capítulos de história colonial tiveram sua primeira edição em 1907, indício de que os estudiosos ainda não haviam incorporado certos encaminhamentos propostos por Mestre Capistrano, sobretudo no que diz respeito ao exame das diversidades regionais, bem como dos contrastes e dos desequilíbrios da sociedade colonial.

As narrativas que se reportam ao período reinol e ao processo da independência inspiravam-se nas premissas estabelecidas por Pereira da Silva, na História da fundação do Império Brasileiro52 52 Ver, por exemplo, Taciano Accioli Monteiro, "Algumas reflexões sobre a ata do Fico", Idem, v. pp. 883-900. , embora, no texto "A Corte Portuguesa no Brasil"53 53 Ver Pandiá H. Tautphoeus Castello Branco, "A Corte Portuguesa no Brasil", Idem, pp. 417-434. , já se perceba alguma influência das análises de Manuel Oliveira Lima, no livro D. João VI no Brasil, lançado em 1908. Quanto às comunicações que versavam sobre os acontecimentos relativos ao jogo político do Segundo Reinado, a citação obrigatória recaía na obra de Joaquim Nabuco, Um Estadista do Império.

Apesar da diversificação temática dos trabalhos publicados, decorrente da própria amplitude da programação do Primeiro Congresso, a leitura dos Anais demonstra que três assuntos mereceram uma atenção especial dos estudiosos, a saber: o "Domínio Holandês", a "Revolução de 1817" e a "Guerra do Paraguai" – três episódios da história pátria, por sinal, muito propícios ao desenvolvimento do ideário nacionalista.

A problemática da presença batava no nordeste, além de tangenciada em diversos autores, mereceu cinco monografias. À exceção de Pedro Souto Maior, a cujo estudo de fontes já nos referimos, os demais autores preocuparam-se em fixar a gênese da nacionalidade brasileira no caráter heróico da resistência pernambucana, (...) exemplo de amor à terra natal (...) para sacudir o odioso jugo estrangeiro54 54 Ver Augusto Tavares de Lyra, "O domínio holandês no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte", Idem, v. 1, pp. 437-506; Joaquim de Salles Torres Homem, "A expulsão dos holandeses de Pernambuco", Idem, v. 5, pp. 7-47; Sebastião de Vasconcellos Galvão, "Expulsão dos holandeses de Pernambuco", Idem, ibidem, p. 420. A expressão é de Joaquim de Salles Torres Homem, p. 17. . Houve mesmo quem examinasse o papel desempenhado por Domingos Fernandes Calabar, o famigerado mameluco que se passou para o lado dos holandeses, contra os épicos de Pernambuco, concluindo que o destino sinistro de Calabar deveria servir de lição à mocidade nacional55 55 Olímpio Galvão, "Calabar na história ou domínio holandês no Brasil", Idem, v. 1, pp. 819-875. .

A "Revolução de 1817" recebeu tratamento idêntico por parte dos três estudiosos que a abordaram. Ascendino Carneiro da Cunha enalteceu a ação dos rebeldes na Paraíba do Norte56 56 Cf. Ascendino Carneiro da Cunha, "A Revolução de 1817 na Paraíba do Norte", Idem, v. 1, pp. 588-612. , enquanto Jonatas Serrano e Marcílio Teixeira de Lacerda ocuparam-se da biografia de um dos líderes daquele movimento, Domingos José Martins, modelo de virtudes cívicas a ser cultuado pelas gerações futuras, porquanto (...) morreu como um herói e assumiu as proporções grandiosas de um semi-deus, segundo Teixeira de Lacerda57 57 Cf. Jonatas Serrano, "Um vulto de 1817", Idem, v. 1, pp. 519-551; Marcílio Teixeira de Lacerda, "Domingos José Martins", Idem, v. 1, pp. 553-586. A expressão é de Teixeira de Lacerda, p. 577. .

As dissertações sobre a "Guerra do Paraguai" também não fugiram dos cânones da historia magistra vitae. Não vem ao caso fazer uma apreciação detalhada destes trabalhos, todos assinados por militares, pois se trata de um conjunto bastante homogêneo, cujo enfoque privilegia a arte da guerra, com detalhadas descrições das situações de combate, mas sempre entrecortadas por relatos de episódios de bravura e patriotismo. Entretanto, do ponto de vista interpretativo, é importante notar que os autores se preocuparam em sustentar a posição de que o Brasil, ao contrário do Paraguai, não empreendera uma guerra de conquista58 58 Ver Liberato Bitencourt, "Fase inicial da guerra do Paraguai. Marcha dos exércitos aliados anteriormente ao comando de Caxias. Operações da esquadra", Idem, v. 5, pp. 175-210; Bernardino Borman, "Guerra do Paraguai", Idem, v. 5. pp. 211-293; Antonio José Dias de Oliveira, "Guerra do Paraguai. A Campanha das Cordilheiras. Fim da Guerra. Golpe de vista sobre a formação da nacionalidade paraguaia", Idem, v. 5, pp. 295-460. .

Este breve balanço das comunicações publicadas nos Anais do Primeiro Congresso de História Nacional revela que a historiografia brasileira, no alvorecer do século XX, se mostrava bastante familiarizada com as principais tendências européias que orientavam o estudo da disciplina, tanto com as noções da escola metódica, em especial na sua vertente francesa, representada por Langlois & Seignobos, quanto no que diz respeito ao ideário nacionalista do patriotismo à moda 1914, que dava à escrita da história um caráter eminentemente pragmático, destinado a fornecer bons exemplos e lições de civismo.

Todavia, a estreita afinidade dos nossos historiadores com aquelas concepções não impediu o aparecimento de contribuições originais, privilegiando objetos hoje em dia muito caros ao domínio da história cultural, ou que tratassem de certas questões de história econômica, valendo-se de métodos de análise sofisticados, que só viriam a ser consagrados pela história serial muitos anos mais tarde.

Seja como for, o Instituto Histórico, por meio do Primeiro Congresso de História Nacional, promoveu a sistematização do conhecimento histórico disponível, conferindo-lhe unidade e coerência, incorporando inclusive à história pátria o passado recente do país. Afinal, como argumentara Manuel de Oliveira Lima, o grande mentor do conclave, Todos lucram em verificar que a nossa história, por mais local que pareça, é toda ela a mesma (...)59 59 Manuel de Oliveira Lima, "O atual papel do Instituto Histórico", Idem, Obra Seleta..., op. cit., pp. 721-724. . Ainda que condimentada por generosas porções dos tais adubos e temperos franceses, para desgosto do paladar de Oliveira Lima, cabe acrescentar.

Artigo recebido em janeiro de 2005 e aprovado para publicação em março de 2005.

  • 1
    1 Este artigo decorre dos resultados parciais da investigação "Dos congressos de história nacional do IHGB ao I Simpósio de Professores de História do Ensino Superior: continuidades e rupturas na história da historiografia brasileira (1914-1961)", que vem sendo desenvolvida pela autora, com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq, para o período 2002-2004.
  • 2 Ver Anne Rasmussen, "Congrès Internationaux", Jacques Julliard & Michel Winock, Dictionnaire des intellectuels français: les personnes, les lieux, les moments, Paris, Éditions du Seuil, 1996, p. 306.
  • 3 Sobre a fundação do IHGB, ver Manoel L. Salgado Guimarães, "Nação e civilização nos trópicos", Estudos Históricos, Rio de Janeiro 1(1): 5-27, 1988;
  • Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade o Imperador", Revista do IHGB, Rio de Janeiro, nº 388, jul./set., 1995.
  • 4 No Congresso de Americanistas de 1878, o IHGB fez-se representar pelo Barão do Rio Branco. Em Veneza, por Domingos Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia. Ver Lucia Maria P. Guimarães, Da Escola Palatina ao Silogeu. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938). Tese de Professor Titular. Rio de Janeiro, IFCH/UERJ, 2000, p. 87 (mimeo.).
  • 6 Joaquim Nabuco, "Discurso de posse na sessão de 25 de outubro de 1896", Revista do IHGB, Rio de Janeiro, 59 (94): 310, 1896.
  • 8 Cf. Walnice Galvão, "Depoimento", em 13 de abril de 1998, História, Ciências e Saúde: Manguinhos, Rio de Janeiro, 5: 293 (Suplemento), julho de 1998.
  • 9 Cf. Maurice Agulhon, Histoire vagabonde III (La politique en France, d'hier à aujourd'hui), Paris, Gallimard, 1996, p. 12.
  • 10 Manuel de Oliveira Lima, "O atual papel do Instituto Histórico", Idem, Obra Seleta, organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1971, p. 721.
  • 11 A expressão é de Wilson Martins. Cf. Wilson Martins, História da inteligência brasileira, São Paulo, Cultrix, 1978, v. VI, p. 191.
  • 12 O termo nacionalismo foi tomado no sentido definido por Ernest Gellner, ou seja, de um (...) princípio político o qual sustenta que a unidade política e a unidade nacional devem ser congruentes. Cf. Ernest Gellner, "Définitions", Idem, Nations et nationalisme, Paris, Éditions Payot, 1999, p. 11 (Bibliothèque Historique Payot).
  • Sobre as atividades promovidas pelo IHGB, ver Lucia Maria P. Guimarães, Da Escola Palatina ao Silogeu. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938), op. cit, pp. 89-90.
  • 13 Cf. Eric Hobsbawn, Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade, 2Ş edição, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1990, pp. 18- 21[
  • STANDARDIZEDENDPARAG]14 A 1Ş edição data de 1898. No presente trabalho, utilizamos a reedição de 1992. Cf. Charles-Victor Langlois & Charles Seignobos, Introduction aux études historiques, Préface de Madeleine Rébérioux, Paris, Éditions Kimé, 1992, pp. 201-202.
  • 17 Sobre a colaboração mais estreita entre historiadores e geógrafos no início do século XX, Charles Higounet, "La Géohistoire", Charles Samaran (Dir.), L´histoire et ses méthodes, Paris, Gallimard, 1973, pp. 78-82 (Encyclopédie de La Pléiade, v. 11).
  • 18 Cf. Peter Burke, "Quanto é nova a nova história", Idem (Org.), A escrita da história: novas perspectivas, São Paulo, Editora da UNESP, 1992, pp. 16-25.
  • 19 Cf. Langlois & Seignobos, Introduction aux études historiques, op. cit., pp. 202-204.
  • 22 Cf. Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da proteção de Sua Majestade Imperial", op. cit., p. 511.
  • 23 Ver, dentre outros críticos da imigração, Alberto Torres, O problema nacional brasileiro, 3Ş edição, Série 5Ş, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1938, p. 112 (Coleção Brasiliana).
  • 24 Louis Halphen, apud Fernand Braudel, História e Ciências Sociais, Lisboa, Editorial Presença, 1972, pp. 15-16.
  • 25 Cf. René Rémond, "Uma história presente", Idem (Org.), Por uma história política, Rio de Janeiro, Editora UFRJ/Editora FGV, 1996, p. 15.
  • 26 J. Pandiá Calógeras, "O Brasil e seu desenvolvimento econômico", Anais da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 35: 48-61, 1913.
  • 27 Sobre as concepções dos historiadores oriundos do meio militar, ver Jean-Pierre Azéma, "A Guerra", René Rémond, Por uma história política, op. cit., pp. 409-410.
  • Ver, também, Wolfgang Mommsen, "War and culture", Claude Morin (Org.) Actes/Proceedings XVIII Congrès International des Sciences Historiques, Montréal, CISH95, 1995, pp. 311-312.
  • 28 Lucien Febvre, "Contra a história diplomática em si", Idem, Combates pela história, Lisboa, Editorial Presença, 1977, v. 1, p. 97 (Coleção Biblioteca das Ciências Humanas).
  • 29 Cf. E. B. Tylor, "Cultura", apud Benedito Silva (Org.), Dicionário de Ciências Sociais, 2Ş edição, Rio de Janeiro, Editora FGV, 1987, p. 290.
  • 30 Sobre a diferença entre miscigenação étnica e mescla cultural, ver Ronaldo Vainfas, "Colonização, miscigenação e questão racial", Tempo, Revista do Departamento de História da UFF, Niterói, 4(8): 7-22, dezembro de 1999.
  • 31 Ver IHGB, Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 1, pp. 1-134.
  • 33 Manuel Álvaro de Sousa Sá Vianna, "O tráfico e a diplomacia brasileira", IHGB, Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 5, pp. 537-564.
  • 34 Clóvis Bevilaqua, "As capitanias hereditárias perante o Tratado de Tordesilhas", Idem, v. 2, pp. 5-26.
  • 35 Afonso Celso, "O poder pessoal do Imperador", Idem, v. 4, pp. 375-412.
  • 36 Max Fleiüss, "O Imperador D. Pedro II no Arquivo do Conselheiro Saraiva", Idem, v. 1, pp. 1509-1540.
  • 37 Orville Derby, "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América", Idem, v. 2, pp. 325-344.
  • 38 Pedro Souto Maior, "Religião reformada no Brasil, no século XVII", Idem, v. 1, pp. 707-780.
  • 39 Adolfo Morales de los Rios, "Subsídios para a história da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro", Idem, v. 1, pp. 989-1350.
  • 41 Cf. Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade o Imperador", op. cit., p. 513.
  • 42 No período 1934-1973, 43,5% das teses de doutoramento defendidas na Universidade de São Paulo abordaram temáticas do período colonial. Cf. José Roberto do Amaral Lapa, A História em questão: historiografia brasileira contemporânea, 2Ş edição, Petrópolis, Vozes, 1981, p. 48.
  • 43 Ver F. T. de Sousa Reis, "Dívida do Brasil, pública e privada", Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 4, pp. 613-690,
  • e A. B. de Ramalho Ortigão, "A circulação. Crise do xem-xem, evolução das leis monetárias. Crises de 1857 e de 1864", Idem, pp. 465-548.
  • 44 Os Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, lamentavelmente, não oferecem maiores informações sobre F. T. de Sousa Reis. O Manual Bibliográfico de Estudos Brasileiros, de Rubem Borba de Morais, também não apresenta nenhuma entrada com este nome, nem o Índice Geral da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sobre A. B. Ramalho Ortigão, aliás Antonio de Barros Ramalho Ortigão, sabe-se apenas que participou do projeto da Academia de Altos Estudos do Instituto Histórico, tendo ministrado cursos da disciplina História das Doutrinas Econômicas no Brasil. Cf. Max Fleiüss, Recordando.... (Casos e perfis), Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1941, v. 1, pp. 235-238.
  • 45 Cf. Teodoro Sampaio, "Os naturalistas viajantes dos séculos XVII e XIX e o progresso da etnografia indígena no Brasil", Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 2, pp. 543-594.
  • 46 Cf. Múcio da Paixão, "Do teatro no Brasil", Idem, v. 5, pp. 675-722.
  • 47 Ver, por exemplo, Francisco Luiz da Gama Rosa, "Costumes dos povos nos nascimentos, batizados, casamentos e enterros", Idem, ibidem, pp. 735-746.
  • 48 Orville Derby, "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América", Idem, v. 2, pp. 325-344.
  • 49 Sobre a escola metódica, ver Guy Bourdé & Hervé Martin, "O discurso do método", Idem, As escolas históricas, Lisboa, Publicações Europa-América, s.d., pp. 101-104.
  • 50 Manuel de Oliveira Lima, "Elogio a Varnhagen", Idem, Obra Seleta..., op. cit., p. 551.
  • 51 Cf. Jonatas Serrano, "A colonização Capitanias", Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 1, pp. 185-206.
  • 52 Ver, por exemplo, Taciano Accioli Monteiro, "Algumas reflexões sobre a ata do Fico", Idem, v. pp. 883-900.
  • 53 Ver Pandiá H. Tautphoeus Castello Branco, "A Corte Portuguesa no Brasil", Idem, pp. 417-434.
  • 54 Ver Augusto Tavares de Lyra, "O domínio holandês no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte", Idem, v. 1, pp. 437-506;
  • Joaquim de Salles Torres Homem, "A expulsão dos holandeses de Pernambuco", Idem, v. 5, pp. 7-47;
  • Sebastião de Vasconcellos Galvão, "Expulsão dos holandeses de Pernambuco", Idem, ibidem, p. 420.
  • 55 Olímpio Galvão, "Calabar na história ou domínio holandês no Brasil", Idem, v. 1, pp. 819-875.
  • 56 Cf. Ascendino Carneiro da Cunha, "A Revolução de 1817 na Paraíba do Norte", Idem, v. 1, pp. 588-612.
  • 57 Cf. Jonatas Serrano, "Um vulto de 1817", Idem, v. 1, pp. 519-551;
  • Marcílio Teixeira de Lacerda, "Domingos José Martins", Idem, v. 1, pp. 553-586.
  • 58 Ver Liberato Bitencourt, "Fase inicial da guerra do Paraguai. Marcha dos exércitos aliados anteriormente ao comando de Caxias. Operações da esquadra", Idem, v. 5, pp. 175-210;
  • Bernardino Borman, "Guerra do Paraguai", Idem, v. 5. pp. 211-293;
  • Antonio José Dias de Oliveira, "Guerra do Paraguai. A Campanha das Cordilheiras. Fim da Guerra. Golpe de vista sobre a formação da nacionalidade paraguaia", Idem, v. 5, pp. 295-460.
  • 59 Manuel de Oliveira Lima, "O atual papel do Instituto Histórico", Idem, Obra Seleta..., op. cit., pp. 721-724.

Anexo

  • 1
    Este artigo decorre dos resultados parciais da investigação "Dos congressos de história nacional do IHGB ao I Simpósio de Professores de História do Ensino Superior: continuidades e rupturas na história da historiografia brasileira (1914-1961)", que vem sendo desenvolvida pela autora, com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq, para o período 2002-2004.
  • 2
    Ver Anne Rasmussen, "Congrès Internationaux", Jacques Julliard & Michel Winock,
    Dictionnaire des intellectuels français: les personnes, les lieux, les moments, Paris, Éditions du Seuil, 1996, p. 306.
  • 3
    Sobre a fundação do IHGB, ver Manoel L. Salgado Guimarães, "Nação e civilização nos trópicos",
    Estudos Históricos, Rio de Janeiro 1(1): 5-27, 1988; Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade o Imperador",
    Revista do IHGB, Rio de Janeiro, nº 388, jul./set., 1995.
  • 4
    No Congresso de Americanistas de 1878, o IHGB fez-se representar pelo Barão do Rio Branco. Em Veneza, por Domingos Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia. Ver Lucia Maria P. Guimarães,
    Da Escola Palatina ao Silogeu.
    Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938). Tese de Professor Titular. Rio de Janeiro, IFCH/UERJ, 2000, p. 87 (mimeo.).
  • 5
    Sobre o evento, Oliveira Lima escreveu uma série de crônicas, destacando a sua importância no âmbito científico. Lastimava, contudo, a inexistência de tais reuniões no Brasil. Cf. Manuel de Oliveira Lima, "O Congresso dos Americanistas de Viena I, II, III e IV",
    idem,
    Obra Seleta, organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, Rio de Janeiro, INL, 1971, pp. 495-503.
  • 6
    Joaquim Nabuco, "Discurso de posse na sessão de 25 de outubro de 1896",
    Revista do IHGB, Rio de Janeiro, 59 (94): 310, 1896.
  • 7
    Ibidem, "Prefácio",
    Um estadista do Império, 5ª edição, Rio de Janeiro, Topbooks, 1997, v. 1, p. 32.
  • 8
    Cf. Walnice Galvão, "Depoimento", em 13 de abril de 1998,
    História, Ciências e Saúde:
    Manguinhos, Rio de Janeiro, 5: 293 (Suplemento), julho de 1998.
  • 9
    Cf. Maurice Agulhon
    , Histoire vagabonde III (La politique en France, d'hier à aujourd'hui), Paris, Gallimard, 1996, p. 12.
  • 10
    Manuel de Oliveira Lima, "O atual papel do Instituto Histórico",
    Idem,
    Obra Seleta, organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1971, p. 721.
  • 11
    A expressão é de Wilson Martins. Cf. Wilson Martins,
    História da inteligência brasileira, São Paulo, Cultrix, 1978, v. VI, p. 191.
  • 12
    O termo nacionalismo foi tomado no sentido definido por Ernest Gellner, ou seja, de um
    (...) princípio político o qual sustenta que a unidade política e a unidade nacional devem ser congruentes. Cf. Ernest Gellner, "Définitions",
    Idem,
    Nations et nationalisme, Paris, Éditions Payot, 1999, p. 11 (Bibliothèque Historique Payot). Sobre as atividades promovidas pelo IHGB, ver Lucia Maria P. Guimarães,
    Da Escola Palatina ao Silogeu. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938),
    op. cit., pp. 89-90.
  • 13
    Cf. Eric Hobsbawn,
    Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade, 2ª edição, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1990, pp. 18- 21[ STANDARDIZEDENDPARAG]
  • 14
    A 1ª edição data de 1898. No presente trabalho, utilizamos a reedição de 1992. Cf. Charles-Victor Langlois & Charles Seignobos,
    Introduction aux études historiques, Préface de Madeleine Rébérioux, Paris, Éditions Kimé, 1992, pp. 201-202.
  • 15
    Cf. Madeleine Rébérioux, "Préface",
    Ibidem, p. 7.
  • 16
    Para efeito de comparação, ver os levantamentos de Pim den Boer,
    History as profession. The study of history in France, 1818-1914, Princeton, New Jersey, Princeton University Press, 1998, pp. 333-335.
  • 17
    Sobre a colaboração mais estreita entre historiadores e geógrafos no início do século XX, Charles Higounet, "La Géohistoire", Charles Samaran (Dir.),
    L´histoire et ses méthodes, Paris, Gallimard, 1973, pp. 78-82 (Encyclopédie de La Pléiade, v. 11). Ver, também, Pim den Boer,
    op. cit., p. 335.
  • 18
    Cf. Peter Burke, "Quanto é nova a nova história",
    Idem (Org.),
    A escrita da história: novas perspectivas, São Paulo, Editora da UNESP, 1992, pp. 16-25.
  • 19
    Cf. Langlois & Seignobos,
    Introduction aux études historiques,
    op. cit., pp. 202-204.
  • 20
    É importante salientar que esta divisão cronológica da história do Brasil por regimes políticos, acrescida naturalmente do período republicano, é utilizada ainda hoje por autores contemporâneos, a exemplo de José Roberto Amaral Lapa e de Francisco Iglésias, dentre outros. Serve, também, para a classificação de projetos de pesquisa na área de História, por órgãos oficiais de fomento à pesquisa, como é o caso do CNPq.
  • 21
    O programa da seção de
    história geral do Brasil era formado pelos seguintes tópicos: 1. O descobrimento do Brasil, 2. A colonização, capitanias, 3. Estabelecimento de um governo Geral, os primeiros jesuítas, 4. O domínio espanhol, 5. Os holandeses no Brasil, governo de Maurício de Nassau, 6. O padre Antonio Vieira, 7. Política do Marquês de Pombal, 8. Tentativas de Independência, 9. A Corte Portuguesa no Brasil, 10. Primeiro Império, os governos da regência, 11. O Segundo Império até 1871.
  • 22
    Cf. Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da proteção de Sua Majestade Imperial",
    op. cit., p. 511.
  • 23
    Ver, dentre outros críticos da imigração, Alberto Torres,
    O problema nacional brasileiro, 3ª edição, Série 5ª, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1938, p. 112 (Coleção Brasiliana).
  • 24
    Louis Halphen,
    apud Fernand Braudel,
    História e Ciências Sociais, Lisboa, Editorial Presença, 1972, pp. 15-16.
  • 25
    Cf. René Rémond, "Uma história presente",
    Idem (Org.),
    Por uma história política, Rio de Janeiro, Editora UFRJ/Editora FGV, 1996, p. 15.
  • 26
    J. Pandiá Calógeras, "O Brasil e seu desenvolvimento econômico",
    Anais da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 35: 48-61, 1913.
  • 27
    Sobre as concepções dos historiadores oriundos do meio militar, ver Jean-Pierre Azéma, "A Guerra", René Rémond,
    Por uma história política,
    op. cit., pp. 409-410. Ver, também, Wolfgang Mommsen, "War and culture", Claude Morin (Org.)
    Actes/Proceedings – XVIII Congrès International des Sciences Historiques, Montréal, CISH95, 1995, pp. 311-312.
  • 28
    Lucien Febvre, "Contra a história diplomática em si",
    Idem,
    Combates pela história, Lisboa, Editorial Presença, 1977, v. 1, p. 97 (Coleção Biblioteca das Ciências Humanas).
  • 29
    Cf. E. B. Tylor, "Cultura",
    apud Benedito Silva (Org.),
    Dicionário de Ciências Sociais, 2ª edição, Rio de Janeiro, Editora FGV, 1987, p. 290.
  • 30
    Sobre a diferença entre miscigenação étnica e mescla cultural, ver Ronaldo Vainfas, "Colonização, miscigenação e questão racial",
    Tempo, Revista do Departamento de História da UFF, Niterói, 4(8): 7-22, dezembro de 1999.
  • 31
    Ver IHGB,
    Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 1, pp. 1-134.
  • 32
    No
    Anexo Anexo , apresentamos a relação das monografias e respectivos autores.
  • 33
    Manuel Álvaro de Sousa Sá Vianna, "O tráfico e a diplomacia brasileira", IHGB,
    Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, op. cit., v. 5, pp. 537-564.
  • 34
    Clóvis Bevilaqua, "As capitanias hereditárias perante o Tratado de Tordesilhas",
    Idem, v. 2, pp. 5-26.
  • 35
    Afonso Celso, "O poder pessoal do Imperador",
    Idem, v. 4, pp. 375-412.
  • 36
    Max Fleiüss, "O Imperador D. Pedro II no Arquivo do Conselheiro Saraiva",
    Idem, v. 1, pp. 1509-1540.
  • 37
    Orville Derby, "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América",
    Idem, v. 2, pp. 325-344.
  • 38
    Pedro Souto Maior, "Religião reformada no Brasil, no século XVII",
    Idem, v. 1, pp. 707-780.
  • 39
    Adolfo Morales de los Rios, "Subsídios para a história da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro",
    Idem, v. 1, pp. 989-1350.
  • 40
    Os trabalhos, cuja problemática contemplava recorte cronológico que se estendia desde a fase colonial até o Brasil independente, foram computados na coluna
    outro. Procedeu-se do mesmo modo com a monografia "Economia e finanças dos Estados", de autoria de João de Lyra Tavares, que, apesar de tratar do período republicano, foi apresentada na categoria das "teses avulsas", da seção de história econômica.
  • 41
    Cf. Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade o Imperador",
    op. cit., p. 513.
  • 42
    No período 1934-1973, 43,5% das teses de doutoramento defendidas na Universidade de São Paulo abordaram temáticas do período colonial. Cf. José Roberto do Amaral Lapa,
    A História em questão: historiografia brasileira contemporânea, 2ª edição, Petrópolis, Vozes, 1981, p. 48.
  • 43
    Ver F. T. de Sousa Reis, "Dívida do Brasil, pública e privada",
    Anais do Primeiro Congresso de História Nacional,
    op. cit., v. 4, pp. 613-690, e A. B. de Ramalho Ortigão, "A circulação. Crise do
    xem-xem, evolução das leis monetárias. Crises de 1857 e de 1864",
    Idem, pp. 465-548.
  • 44
    Os
    Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, lamentavelmente, não oferecem maiores informações sobre F. T. de Sousa Reis. O
    Manual Bibliográfico de Estudos Brasileiros, de Rubem Borba de Morais, também não apresenta nenhuma entrada com este nome, nem o
    Índice Geral da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sobre A. B. Ramalho Ortigão, aliás Antonio de Barros Ramalho Ortigão, sabe-se apenas que participou do projeto da Academia de Altos Estudos do Instituto Histórico, tendo ministrado cursos da disciplina História das Doutrinas Econômicas no Brasil. Cf. Max Fleiüss,
    Recordando.... (Casos e perfis), Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1941, v. 1, pp. 235-238.
  • 45
    Cf. Teodoro Sampaio, "Os naturalistas viajantes dos séculos XVII e XIX e o progresso da etnografia indígena no Brasil",
    Anais do Primeiro Congresso de História Nacional,
    op. cit., v. 2, pp. 543-594.
  • 46
    Cf. Múcio da Paixão, "Do teatro no Brasil",
    Idem, v. 5, pp. 675-722.
  • 47
    Ver, por exemplo, Francisco Luiz da Gama Rosa, "Costumes dos povos nos nascimentos, batizados, casamentos e enterros",
    Idem,
    ibidem, pp. 735-746.
  • 48
    Orville Derby, "Estudos cartográficos na primeira fase dos descobrimentos da América",
    Idem, v. 2, pp. 325-344.
  • 49
    Sobre a escola metódica, ver Guy Bourdé & Hervé Martin, "O discurso do método",
    Idem,
    As escolas históricas, Lisboa, Publicações Europa-América, s.d., pp. 101-104.
  • 50
    Manuel de Oliveira Lima, "Elogio a Varnhagen",
    Idem,
    Obra Seleta..., op. cit., p. 551.
  • 51
    Cf. Jonatas Serrano, "A colonização – Capitanias",
    Anais do Primeiro Congresso de História Nacional,
    op. cit., v. 1, pp. 185-206.
  • 52
    Ver, por exemplo, Taciano Accioli Monteiro, "Algumas reflexões sobre a ata do Fico",
    Idem, v. pp. 883-900.
  • 53
    Ver Pandiá H. Tautphoeus Castello Branco, "A Corte Portuguesa no Brasil",
    Idem, pp. 417-434.
  • 54
    Ver Augusto Tavares de Lyra, "O domínio holandês no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte",
    Idem, v. 1, pp. 437-506; Joaquim de Salles Torres Homem, "A expulsão dos holandeses de Pernambuco",
    Idem, v. 5, pp. 7-47; Sebastião de Vasconcellos Galvão, "Expulsão dos holandeses de Pernambuco",
    Idem,
    ibidem, p. 420. A expressão é de Joaquim de Salles Torres Homem, p. 17.
  • 55
    Olímpio Galvão, "Calabar na história ou domínio holandês no Brasil",
    Idem, v. 1, pp. 819-875.
  • 56
    Cf. Ascendino Carneiro da Cunha, "A Revolução de 1817 na Paraíba do Norte",
    Idem, v. 1, pp. 588-612.
  • 57
    Cf. Jonatas Serrano, "Um vulto de 1817",
    Idem, v. 1, pp. 519-551; Marcílio Teixeira de Lacerda, "Domingos José Martins",
    Idem, v. 1, pp. 553-586. A expressão é de Teixeira de Lacerda, p. 577.
  • 58
    Ver Liberato Bitencourt, "Fase inicial da guerra do Paraguai. Marcha dos exércitos aliados anteriormente ao comando de Caxias. Operações da esquadra",
    Idem, v. 5, pp. 175-210; Bernardino Borman, "Guerra do Paraguai",
    Idem, v. 5. pp. 211-293; Antonio José Dias de Oliveira, "Guerra do Paraguai. A Campanha das Cordilheiras. Fim da Guerra. Golpe de vista sobre a formação da nacionalidade paraguaia",
    Idem, v. 5, pp. 295-460.
  • 59
    Manuel de Oliveira Lima, "O atual papel do Instituto Histórico",
    Idem,
    Obra Seleta..., op. cit., pp. 721-724.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      09 Ago 2007
    • Data do Fascículo
      Jun 2005

    Histórico

    • Aceito
      Mar 2005
    • Recebido
      Jan 2005
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