Introdução
A Assistência Farmacêutica (AF) é um campo teórico-prático relativamente recente dentro do escopo das Ciências Farmacêuticas, que, tradicionalmente foram moldadas pelas ciências ditas básicas, tais como física, química, bioquímica, fisiologia etc. As ciências básicas, por sua vez, caracterizaram a forma como a Farmácia foi ensinada e consequentemente o perfil dos profissionais atuantes na academia ou nos serviços assistenciais. Ao longo das últimas décadas, as questões sociais ligadas ao medicamento passaram a ter maior importância, visto que as ciências naturais, por si só, não são capazes de explicar ou aprofundar aspectos que envolvem a relação do medicamento com indivíduos, famílias, comunidades ou mesmo com a prática profissional1,2.
No Brasil, a Lei Orgânica da Saúde, que regula as ações e serviços de saúde, determina como campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), a formulação da política de medicamentos, e atribui ao setor saúde a responsabilidade pela execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica3. Entretanto, a AF, só começa a ser efetivamente delineada a partir na publicação da Política Nacional de Medicamentos (PNM) em 19984. No que tange a gestão pública de medicamentos, em 1999 iniciou-se o processo de descentralização da Assistência Farmacêutica5, com definição das responsabilidades cabíveis a cada nível de gestão - ao federal a formulação e implementação da Política, ao estadual, primordialmente, coordenação, execução, acompanhamento e avaliação da Política, e ao municipal as funções primordiais de provisão3.
Outro marco estabelecido foi a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), no ano de 2004, que aponta para o profissional farmacêutico, no campo da AF, possibilidades de atuação na promoção, proteção e recuperação da saúde. Também direciona perspectivas de desenvolvimento da AF na inovação e produção de medicamentos e insumos, favorecendo a inclusão da Assistência Farmacêutica na Agenda Nacional de prioridades para pesquisas em saúde de 20046.
Desde o início do estabelecimento da AF dentro do marco da PNM, foi adotado como modelo organizacional o “ciclo da AF”. Desenvolvido em meados dos anos 1990 pelo Management Sciences for Health7, esse marco vem sendo revisitado ao longo do tempo, para refletir as mudanças do campo que impactariam na organização das atividades da AF8. Para o ciclo da AF, podem ser descritos três grandes núcleos de atividades: aqueles que antecedem o ciclo em si, tangenciais e envolvendo atores e atividades que extrapolam o campo da AF; as atividades de gestão; e as atividades relacionada à utilização dos medicamentos9.
Estima-se que a produção científica reflita os arcabouços político, normativo e técnico, não apenas nos momentos do desenvolvimento do campo, mas também na sua maturação técnica e no envolvimento profissional. Como parte integrante da Saúde Coletiva (SC), a AF tem em sua essência a articulação de saberes vinculados à prática nos serviços de saúde e engloba várias disciplinas das Ciências Farmacêuticas, mas com grande influência das ciências sociais10. A literatura vem apontando mudanças importantes na AF ao longo do tempo, refletindo sobre os grandes temas e sobre o papel da AF no SUS11.
Partindo do pressuposto de que os grandes temas da SC estão presentes na discussão do campo e na evolução do cenário da AF no Brasil, o presente artigo busca fazer uma análise da produção em assistência farmacêutica, pelas páginas da Revista Ciência & Saúde Coletiva (RC&SC), de forma a propor uma ontologia própria da AF, inédita no campo.
Métodos
Foi realizada uma revisão de escopo do tema da AF na RC&SC12,13. O período proposto de análise, de 1996 a 2019, foi dividido em quatro blocos temporais circundados por políticas importantes na área da AF4-6,14-20, e por volume de publicações, a saber, 1996-2003, 2004-2010, 2011-2015 e 2016-2019.
Cada bloco de tempo ficou ao encargo de uma dupla de pesquisadores para busca dos artigos pertinentes do campo da AF. A identificação foi feita de modo independente por cada indivíduo componente da dupla e depois em consenso, nas duplas e no grupo, para verificação e decisão sobre dúvidas ou inconsistências.
A identificação dos artigos, em cada número, foi feita a partir da página de RC&SC. Na busca, levou-se em consideração a presença de um ou mais dos termos: assistência farmacêutica, medicamentos, política de medicamentos, farmacêuticos, setor farmacêutico, indústria farmacêutica, farmácia hospitalar, serviços farmacêuticos. Após identificação pelo título, resgatamos o texto completo através do sítio de internet do SciELO. Uma vez feita a identificação, foi feita a leitura dos resumos, na fase de verificação, de modo a estabelecer que estes termos também estavam presentes.
Na fase de elegibilidade, a partir da leitura dos textos, foram excluídos aqueles artigos que tratavam de temas não afeitos diretamente à assistência farmacêutica ou à terapêutica medicamentosa. Destas exclusões resultou a seleção final de artigos para o estudo.
Para cada artigo selecionado, foram extraídas as seguintes informações: ano de publicação, autor(es), afiliação do autor principal e local, Digital Object Identifier (DOI), seção da publicação, tipo de artigo, resumo, palavras-chave. Foi formado um banco de dados organizado de forma sequencial, incluindo todos os artigos selecionados.
Na análise, o conjunto de artigos foi descrito a partir da linha de tempo, por número, autoria, local e afiliação do primeiro autor, idioma da publicação, tipo de artigo. As características temáticas dos artigos foram descritas por meio de categorização prévia, que considerou o racional da organização do campo que é utilizada no Brasil8,9,21. Os trabalhos foram classificados por uma temática principal (delimitadas inicialmente como Aspectos tangenciais ao Ciclo da AF; Gestão; e Utilização), uma temática secundária (aspecto da temática principal, que pode se configurar como atividade, condução normativa ou discussão conceitual) e uma especificidade (tema de fundo, que pode refletir objeto ou lócus da investigação). Foi feito esforço no sentido de explicitar as relações de dependência entre as temáticas principais, as temáticas secundárias e as especificidades, de modo a formar uma ontologia própria da AF nas páginas da RC&SC.
Resultados
Foram recuperados 307 artigos, retornados da busca após leitura de títulos (Figura 1). Uma vez feita a leitura dos resumos, foram excluídos 47 trabalhos acerca de políticas de saúde, gastos em saúde, alocação de recursos em saúde, financiamento em saúde, assistência à saúde, diagnósticos, toxicologia, práticas médicas, medicalização (não afeita necessariamente à terapêutica medicamentosa), tabagismo, uso de drogas ilícitas, práticas contraceptivas não medicamentosas, materiais médico-hospitalares, terapias não medicamentosas, qualidade de vida e suplementação de nutrientes. Todos considerados não diretamente relacionadas ao tema da AF. Ao final foram incluídos 260 artigos (Quadro 1).
Quadro 1 Relação dos artigos selecionados para análise do campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica nas páginas da Revista Ciência & Saúde Coletiva, 1996-2019. RC&SC, 2020.
Quantidade | Ano | Idioma | Local (Estado ou país) | 1º autor | Título | Sessão da publicação |
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1 | 1999 | POR | SP | Noto, AR | O uso de drogas psicotrópicas e a prevenção no Brasil | Revisão |
2 | 1999 | POR | MS | Castro, LLC | Farmacoepidemiologia no Brasil: evolução e perspectivas | Opinião |
3 | 2002 | POR | PE | Barros, JAC | Anúncios de medicamentos em revistas médicas: ajudando a promover a boa prescrição? | Original |
4 | 2003 | POR | SC | Leite, SN | Adesão à terapêutica medicamentosa: elementos para a discussão de conceitos e pressupostos adotados na literatura | Revisão |
5 | 2003 | POR | RJ | Silva, LK | Avaliação tecnológica e análise custo-efetividade em saúde: a incorporação de tecnologias e a produção de diretrizes clínicas para o SUS | Original |
6 | 2004 | POR | SP | Pereira, LRL | Avaliação da utilização de medicamentos em pacientes idosos por meio de conceitos de farmacoepidemiologia e farmacovigilância | Tema Livre |
7 | 2004 | POR | RJ | Osorio-de-Castro, CGS | O uso de medicamentos na gravidez | Tema Livre |
8 | 2005 | POR | RJ | Nascimento, MC | Medicamentos, comunicação e cultura | Original |
9 | 2005 | POR | SP | Secoli, SR | Farmacoeconomia: perspectiva emergente no processo de tomada de decisão | Original |
10 | 2007 | POR | DF | Fagundes, MJD | Análise bioética da propaganda e publicidade de medicamentos | Tema Livre |
11 | 2007 | POR | PR | Melo, EB | Histórico das tentativas de liberação da venda de medicamentos em estabelecimentos leigos no Brasil a partir da implantação do Plano Real | Opinião |
12 | 2007 | POR | RJ | Neves, BG | Percepções e atitudes de responsáveis por crianças frente ao uso de medicamentos infantis e sua relação com cárie e erosão dentária | Original |
13 | 2008 | POR | DF | Bortolon, PC | Análise do perfil de automedicação em mulheres idosas brasileiras | Original |
14 | 2008 | POR | RJ | Costa-Couto, MH | Assimetria nas relações internacionais, propriedade industrial e medicamentos anti-aids | Original |
15 | 2008 | POR | MG | Abrantes, PM | A qualidade da prescrição de antimicrobianos em ambulatórios públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, MG | Original |
16 | 2008 | POR | RJ | Alves, NDC | Avaliação da adequação técnica de indústrias de medicamentos fitoterápicos e oficinais do Estado do Rio de Janeiro | Original |
17 | 2008 | POR | MG | Angonesi, D | Dispensação farmacêutica: uma análise de diferentes conceitos e modelos | Original |
18 | 2008 | POR | PE | Aquino, DS | Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade? | Original |
19 | 2008 | POR | MG | Araújo, ALA | Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária do Sistema Único de Saúde | Original |
20 | 2008 | SPN | MG | Barros, JAC | Nuevas tendencias de la medicalización | Original |
21 | 2008 | POR | RJ | Rozenfeld, S | Farmacêutico: profissional de saúde e cidadão | Debate |
22 | 2008 | POR | MG | Barros, JAC | Comentário ao texto “Farmacêutico: profissional de saúde e cidadão | Debate |
23 | 2008 | POR | SP | Bergsten-Mendes, G | Uso racional de medicamentos: o papel fundamental do farmacêutico | Debate |
24 | 2008 | POR | RJ | Osorio-de-Castro, CGS | Farmacêutico: ser profissional de saúde e cidadão exige responsabilização | Debate |
25 | 2008 | POR | RJ | Elda Falqueto, E | Gerenciamento de resíduos oriundos da fabricação e distribuição do medicamento Diazepam para o município de São Mateus, ES | Original |
26 | 2008 | POR | SP | Fleith, VD | Perfil de utilização de medicamentos em usuários da rede básica de saúde de Lorena, SP | Original |
27 | 2008 | POR | SP | Huertas, MKZ | Apelos racionais e emocionais na propaganda de medicamentos de prescrição: estudo de um remédio para emagrecer | Original |
28 | 2008 | POR | SC | Kulkamp, IC | Percepção de profissionais da saúde sobre aspectos relacionados à dor e utilização de opióides: um estudo qualitativo | Original |
29 | 2008 | POR | DF | Mota, DM | Uso racional de medicamentos: uma abordagem econômica para tomada de decisões | Original |
30 | 2008 | POR | SP | Nicolini, P | Fatores relacionados à prescrição médica de antibióticos em farmácia pública da região Oeste da cidade de São Paulo | Original |
31 | 2008 | POR | RJ | Cristiane Quental, C | Medicamentos genéricos no Brasil: impactos das políticas públicas sobre a indústria nacional | Original |
32 | 2008 | POR | DF | Reis, AMM | Desabastecimento de medicamentos: determinantes, conseqüências e gerenciamento | Original |
33 | 2008 | POR | DF | Carvalho, PB | Rotulagem de suplementos vitamínicos e minerais: uma revisão das normas federais | Revisão |
34 | 2008 | POR | SC | Leite, SN | Estudos de utilização de medicamentos: uma síntese de artigos publicados no Brasil e América Latina | Revisão |
35 | 2008 | POR | RJ | Loyola, MA | Medicamentos e saúde pública em tempos de AIDS: metamorfoses de uma política dependente | Revisão |
36 | 2008 | POR | RS | Rocha, CH | Adesão à prescrição médica em idosos de Porto Alegre, RS | Original |
37 | 2008 | POR | PE | Silva, RA | Fatores associados à automedicação em dor de dente: análise a partir dos profissionais dos estabelecimentos farmacêuticos da cidade do Recife, PE | Original |
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116 | 2013 | POR | SP | Campos, RTO | A Gestão Autônoma da Medicação: uma intervenção analisadora de serviços em saúde mental | Temático |
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121 | 2013 | ENG | RJ | Paumgartten, FJR | Clinical use and control on thalidomide dispensing in Brasilia-DF, Brazil, from 2001 to 2012 | Tema Livre |
122 | 2013 | POR | RS | Rocha BS | Psicofármacos na Estratégia Saúde da Família: perfil de utilização, acesso e estratégias para a promoção do uso racional | Tema Livre |
123 | 2013 | POR | RJ | Silva, MJS | Avaliação dos serviços de farmácia dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro | Tema Livre |
124 | 2013 | POR | RS | Moraes, CG | Utilização de medicamentos entre crianças de zero a seis anos: um estudo de base populacional no sul do Brasil | Tema Livre |
125 | 2013 | POR | SP | Ferreira, TR | Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroidais em prescrições pediátricas | Tema Livre |
126 | 2013 | ENG | MG | Luz, TCB | Social capital and under-utilization of medication for financial reasons among elderly women: evidence from two Brazilian health surveys | Tema Livre |
127 | 2013 | POR | ESP e BRA | Rubio, JS | Adaptação intercultural para português europeu do questionário “Conocimiento del Paciente sobre sus Medicamentos” (CPM-ES-ES) | Tema Livre |
128 | 2013 | POR | SC | Cruzeta, APS | Fatores associados à compreensão da prescrição médica no Sistema Único de Saúde de um município do Sul do Brasil | Tema Livre |
129 | 2013 | POR | RN | Batista, AM | Avaliação da propaganda de medicamentos veiculada em emissoras de rádio | Tema Livre |
130 | 2013 | POR | RJ | Itaborahy, C | O metifenidato no Brasil: uma década de publicações | Tema Livre |
131 | 2013 | POR | RJ | Nobre, PFS | Prescrição Off-Label no Brasil e nos EUA: aspectos legais e paradoxos | Tema Livre |
132 | 2013 | POR | SP | Marchi, KC | Adesão à medicação em pacientes com doença de Parkinson atendidos em ambulatório especializado | Tema Livre |
133 | 2013 | POR | RJ | Falqueto, E | Diretrizes para um Programa de Recolhimento de Medicamentos Vencidos no Brasil | Tema Livre |
134 | 2013 | POR | DF | Oliveira, MPF | Perfil socioeconômico, epidemiológico e farmacoterapêutico de idosos institucionalizados de Brasília, Brasil | Tema Livre |
135 | 2013 | POR | DF | Medeiros, M | A tese da judicialização da saúde pelas elites: os medicamentos para mucopolissacaridose | Tema Livre |
136 | 2013 | POR | SP | Souza, ARL | Contextos e padrões do uso indevido de benzodiazepínicos entre mulheres | Tema Livre |
137 | 2013 | POR | SP | Takitane, J | Uso de anfetaminas por motoristas de caminhão em rodovias do Estado de São Paulo: um risco à ocorrência de acidentes de trânsito? | Temático |
138 | 2013 | POR | PR | Girotto, E | Adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico e fatores associados na atenção primária da hipertensão arterial | Tema Livre |
139 | 2013 | POR | RS | Motter, FR | Conhecimento sobre a farmacoterapia em portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica usuários da Farmácia Básica de uma cidade no Sul do Brasil | Tema Livre |
140 | 2013 | POR | PI | Fontenele, RP | A fitoterapia na Atenção Básica: olhares dos gestores e profissionais da estratégia saúde da família de Teresina - Piauí. | Tema Livre |
141 | 2013 | SPN | ARG | Alonso, JP | Cuidados paliativos: entre la humanización y la medicalización del final de la vida | Tema Livre |
142 | 2014 | POR | BA | Leão, DFL | Avaliação de interações medicamentosas potenciais em prescrições da atenção primária de Vitória da Conquista-BA | Tema Livre |
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236 | 2018 | POR | RJ | Madruga, LGSL | Aspectos relacionados à utilização de antirretrovirais em pacientes de alta complexidade no estado do Rio de Janeiro, Brasil | Tema Livre |
237 | 2018 | POR | SC | Mattos, G | Plantas medicinais e fitoterápicos na Atenção Primária em Saúde: percepção dos profissionais | Tema Livre |
238 | 2018 | ENG/POR | SP | Nagai, KL | Uso de rastreadores para busca de reações adversas a medicamentos como motivo de admissão de idosos em pronto-socorro | Tema Livre |
239 | 2018 | ENG/POR | SC | Leite, SN | Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica em pauta: contribuições da sociedade para a 16ª Conferência Nacional de Saúde | Opinião |
240 | 2019 | ENG/POR | MG | Veloso, RCSG | Fatores associados às interações medicamentosas em idosos internados em hospital de alta complexidade | Original |
241 | 2019 | POR | RS | Raminelli, M | Medicamentos na amamentação: quais as evidências? | Revisão |
242 | 2019 | ENG | RJ | Silva, MJS | Origin-destination flows in chemotherapy for breast cancer in Brazil: implications for pharmaceutical services | Tema Livre |
243 | 2019 | POR | SC | Nascimento, DZ | Alternativas para identificar interações medicamentosas entre as reações adversas a medicamentos em unidades hospitalares | Carta |
244 | 2019 | POR | GO | Cardoso, BS | O uso da fitoterapia durante a gestação: um panorama global | Tema Livre |
245 | 2019 | POR | RJ | Ribeiro, LHL | Análise dos programas de plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS) sob a perspectiva territorial | Original |
246 | 2019 | ENG | ESP/BRA | Iniesta-Navalón, C | Potential and clinical relevant drug-drug interactions among elderly from nursing homes: a multicentre study in Murcia, Spain | Tema Livre |
247 | 2019 | ENG/POR | RJ | Lima, SGG | O processo de incorporação de tecnologias em saúde no brasil em uma perspectiva internacional | Tema Livre |
248 | 2019 | ENG | PR | Muller, EV | Risk factors for cardiovascular disease in HIV/AIDS patients treated with highly active antiretroviral therapy (HAART) in the central-southern region of the state of Paraná - Brazil | Tema Livre |
249 | 2019 | ENG/POR | MG | Carvalho, PP | Fatores associados à adesão à Terapia Antirretroviral em adultos: revisão integrativa de literatura | Original |
250 | 2019 | ENG/POR | RJ | Zorzanelli, RT | Consumo do benzodiazepínico clonazepam (Rivotril®) no estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2009-2013: estudo ecológico | Tema Livre |
251 | 2019 | ENG/POR | PE | Barbosa, VFB | Medicalização e Saúde Indígena: uma análise do consumo de psicotrópicos pelos índios Xukuru de Cimbres | Tema Livre |
252 | 2019 | POR | RJ | Oliveira, NR | Revisão dos dispositivos legais e normativos internacionais e nacionais sobre gestão de medicamentos e de seus resíduos | Tema Livre |
253 | 2019 | ENG/POR | CE | Santos, VF | Uso do telefone para adesão de pessoas vivendo com hiv/aids à terapia antirretroviral: Revisão sistemática | Revisão |
254 | 2019 | POR | SP | Didone, TVN | Validação do questionário “Conocimiento del Paciente sobre sus Medicamentos” (CPM-ES-ES) | Tema Livre |
255 | 2019 | ENG | SP | Molino, CGRC | Comparison of the methodological quality and transparency of Brazilian practice guidelines | Tema Livre |
256 | 2019 | ENG/POR | SP | Santimaria, MR | Falha no diagnóstico e no tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em idosos brasileiros - Estudo FIBRA | Tema Livre |
257 | 2019 | ENG/POR | DF | Barberato, LC | O farmacêutico na atenção primária no Brasil: uma inserção em construção | Revisão |
258 | 2019 | ENG | RJ | Paumgartten, FJR | The tale of lenalidomide clinical superiority over thalidomide and regulatory and cost-effectiveness issues | Tema Livre |
259 | 2019 | POR | RJ | Santos, JS | Interações medicamentosas potenciais em adultos e idosos na atenção primária | Tema Livre |
260 | 2019 | POR | RJ | Ferreira, DP | Adesão de adolescentes com fibrose cística a terapia de reposição enzimática: fatores associados | Tema Livre |
Nota: Idioma (ENG: Inglês, POR: Português, SPN: Espanhol. Abreviatura dos idiomas de acordo com a Associação Brasileira do ISBN).
Fonte: Elaboração própria, 2020.

Fonte. Elaboração própria, 2020.
Figura 1 Fluxograma de seleção dos artigos publicados na Revista Ciência & Saúde Coletiva, de 1996 a 2019, com destaque para o campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica. RC&SC, 2020.
A busca envolveu o período compreendido entre o primeiro volume da Revista (1996) e o último de 2019. No entanto, no ano de 1996 não foi publicado artigo que estivesse dentro dos critérios de elegibilidade. Ao longo dos últimos 24 anos, as publicações no campo teórico-prático da AF tiveram considerável incremento, sobretudo a partir de 2008, como pode ser observado na Figura 2.

Nota: eixo da esquerda mostra número total de artigos publicados na RC&SC e o da direita o número de artigos em Assistência Farmacêutica (AF), em números absolutos.
Fonte: Elaboração própria.
Figura 2 Número de artigos publicados na Revista Ciência & Saúde Coletiva, de 1996 a 2019, com destaque para o campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica. RC&SC, 2020.
Em abril de 2008, foi lançado o primeiro número temático de medicamentos o que representou um aumento de 29 artigos. Desde então, a quantidade de publicações anuais no tema manteve-se entre 11 e 38.
Embora o número de artigos apresentasse crescimento consistente no período, as características dos artigos mostraram-se variadas (Figura 3).

Nota: O local de origem do primeiro autor foi classificado por regiões do Brasil, a saber: Região Sul (S); Região Sudeste (SE); Região Nordeste (NE); Região Norte (N); Região Centro-Oeste (CO). Estudo de origem estrangeira: ESTRANG. CRF: Conselho Regional de Farmácia; SES: Secretaria Estadual de Saúde e Anvisa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Fonte: Elaboração própria, 2020.
Figura 3 Características de artigos publicados na Revista Ciência & Saúde Coletiva, de 1996 a 2019, no campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica, quanto a (A) tipo de artigo, (B) idioma de publicação, (C) tipo de instituição de origem do primeiro autor e (D) local de origem do primeiro autor. RC&SC, 2020.
Em relação à tipologia (A), os artigos de tema livre foram os mais publicados, seguido pelos artigos originais (que segundo os critérios da Revista trata-se de trabalho empírico); este último tipo teve expressão principalmente entre 2004-2010 (37) e, também, entre 2016-2019 (25). Os totais da classificação ‘temático’ não refletem exatamente os números temáticos do campo (que ocorreram em 2008 e 2017). As revisões foram de pequena monta e as demais categorias não tiveram muito expressão. Os debates aconteceram nos anos em que houve publicação dos números temáticos.
Em relação ao idioma (B), a grande maioria dos trabalhos segue sendo publicada em português. Os trabalhos em inglês ou em ambos os idiomas parece ter maior expressão nos anos 2016-2019. A universidade pública foi o tipo de instituição de origem (C) que mais contribuiu ao tema na RC&SC (141), em todos os anos examinados, seguido pela Fiocruz (48). As contribuições de ambas foram também crescendo ao longo do período. A universidade privada (35) e as instituições estrangeiras (10) diminuíram as contribuições ao longo do período. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária contribuiu em 2004-2010 (6) e em 2011-2015 (1).
Da região Sudeste vieram a maioria dos primeiros autores dos artigos publicados (D), ao longo de todo o período, e as contribuições mostram-se crescentes. Em ordem decrescente em número de artigos, a região Sul, seguida de Nordeste e Centro-Oeste, apresentaram primeiros autores nas páginas da Revista, mas o número de artigos não cresceu no decorrer do tempo. A adesão de autores da Região Norte permanece um desafio, bem como de autores estrangeiros, cuja contribuição é modesta no tema dentro da Revista, tendo decrescido no último período (2016-2019).
Uma primeira abordagem quanto aos temas dos artigos veio da análise das palavras-chave. Os 260 artigo selecionados trouxeram 909 palavras-chave. Eliminadas as duplicadas, permaneceram 550 palavras-chave. No entanto, 406 (74%) apareceram apenas uma vez. As dez mais frequentes já existem como descritores: assistência farmacêutica (38), medicamento (sinonímia do descritor ‘Preparações Farmacêuticas’) (35), uso de medicamentos (23), Sistema único de Saúde (20), atenção primária em saúde (18), farmacoepidemiologia (17), vigilância sanitária (13), e idoso (12).
Os artigos mostraram-se distribuídos em três grandes temáticas principais estabelecidas pelo marco teórico da AF no Brasil7-9. A Figura 4 mostra a evolução ao longo do tempo.

Fonte: Elaboração própria, 2020.
Figura 4 Porcentagem de artigos publicados na Revista Ciência & Saúde Coletiva, por temática principal do campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica, de 1996 a 2019. RC&SC, 2020.
A Figura 5 apresenta a distribuição das temáticas principais, em percentual, nos quatro períodos de observação. O grande tema Utilização foi consistentemente o mais frequente dentre as temáticas publicadas na RC&SC ao longo de todo o tempo examinado e em todos os períodos, com 161 artigos. Gestão vem em segundo lugar como temática principal, com 56 artigos e temáticas tangenciais ao Ciclo da AF representaram 43 artigos no total.

Fonte: Elaboração própria, 2020.
Figura 5A e B Temáticas secundárias de artigos publicados na Revista Ciência & Saúde Coletiva, por temática principal do campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica (AF) (A) Gestão, (B) Tangencial ao Ciclo, (C) Utilização, de 1996 a 2019. RC&SC, 2020.

Fonte: Elaboração própria, 2020.
Figura 5C Temáticas secundárias de artigos publicados na Revista Ciência & Saúde Coletiva, por temática principal do campo teórico-prático da Assistência Farmacêutica (AF). (A) Gestão, (B) Tangencial ao Ciclo, (C) Utilização, de 1996 a 2019. RC&SC, 2020.
Em relação às temáticas secundárias, sua variedade foi crescendo ao longo do tempo e por período. Temáticas secundárias foram também expressas sob diferentes temáticas principais, como pode ser observado na Figura 5 .
A Figura 5 mostra que ao longo do tempo o escopo das publicações no campo torna-se cada vez mais complexo, com entrada de múltiplos temas secundários. A maior variedade está ligada ao grande tema utilização (A), com menor densidade entre 1996 e 2003, mas com aumento ao longo dos demais períodos.
A gestão (B) concentra muitos artigos no tema secundários da política de medicamentos, mas ao longo dos períodos de observação muitos novos temas surgem, como provisão pública, compras públicas, avaliação de tecnologias, serviços de AF. O grande tema que inclui os aspectos tangenciais ao ciclo da AF (C) englobou em todos os períodos de observação temas secundários relacionados à regulação sanitária; no entanto, no último período, temas ligados à Saúde Global, registro, avaliação de tecnologias e pesquisa e desenvolvimento se estabeleceram.
Com a classificação dos artigos em temáticas principais, secundárias e especificidades, foi possível construir uma ontologia da AF nas páginas da RC&SC, que está retratada no Quadro 2.
Quadro 2 Ontologia da Assistência Farmacêutica nas páginas da Revista Ciência & Saúde Coletiva de 1996 a 2019. RC&SC, 2020.
Temática Principal | Temática Secundária | Especificidade |
---|---|---|
Aspectos tangenciais ao Ciclo da Assistência Farmacêutica (43) | Avaliação de Tecnologia em Saúde (2) | Incorporação de Medicamentos (2) |
Gerenciamento de resíduos de medicamentos (1) | Marcos e Conceitos (1) | |
Indústria Farmacêutica (4) | Fitoterápicos (2); Genéricos (1) Biotecnologia (1) | |
Pesquisa e Desenvolvimento (1) | Antimalárico (1) | |
Política de Medicamentos (7) | Antirretrovirais (2); Genéricos (1); Marcos e Conceitos (2); Saúde Global (2) | |
Propaganda de Medicamentos (1) | Marcos e Conceitos (1) | |
Propriedade Intelectual (1) | Antirretrovirais (1) | |
Registro (1) | Incorporação de Medicamentos (1) | |
Regulação Sanitária (23) | Comercialização de Medicamentos (1); Controle de Qualidade de Medicamentos (1); Farmacovigilância (1); Genéricos (1); Gerenciamento de Resíduos de Medicamentos (2); Informação sobre Medicamentos (2); Marcos e Conceitos (2); Medicamentos Manipulados (2); Nanotecnologia (1); Psicofármacos (1); Propaganda de Medicamentos (5); Registro (2); Rotulagem de Medicamentos (1); Serviços de Assistência Farmacêutica (1) | |
Saúde Global/Cooperação Internacional (2) | Antirretrovirais (1); Propriedade Intelectual (1) | |
Aspectos de Gestão (56) | Acesso (3) | Hipertensão e/ou Diabetes (2); Programa Farmácia Popular (1) |
Aquisição (2) | Compras Públicas (2) | |
Atenção Primária à Saúde (3) | Avaliação Assistência Farmacêutica (1); Marcos e Conceitos (2) | |
Avaliação Assistência Farmacêutica (7) | Atenção Farmacêutica (1); Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (2); Farmácia Hospitalar (1); Marcos e Conceitos (1); Serviços de Assistência Farmacêutica (2) | |
Avaliação de Tecnologia em Saúde (2) | Marcos e Conceitos (1); Guia de Prática Clínica e Terapêutica (1) | |
Compras Públicas (1) | Hepatite C (1) | |
Desabastecimento de Medicamentos (1) | Acesso (1) | |
Desastres e Emergências (1) | Preparação (1) | |
Farmacoeconomia (3) | Marcos e Conceitos (2); Programa Farmácia Popular (1) | |
Gerenciamento de Resíduos de Medicamentos (2) | Atenção Primária à Saúde (1); Marcos e Conceitos (1) | |
Judicialização de Medicamentos (8) | Antineoplásicos (1); Direito à Saúde (1); Doenças Raras (3); Insulina (1); Itinerário Terapêutico (1); Provisão de Medicamentos (1) | |
Papel do Profissional Farmacêutico (1) | Ensino de Farmácia (1) | |
Política de Medicamentos (12) | Antimicrobiano (1); Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (2); Doenças Raras (1); Fitoterápico (1); Hepatite C (1); Marcos e Conceitos (4); Programa Farmácia Popular (1); Serviços de Assistência Farmacêutica (1) | |
Programa Farmácia Popular (1) | Anti-hipertensivo (1) | |
Provisão Pública (2) | Dislipidemia (1); Medicamentos Estratégicos (1) | |
Satisfação do Usuário (1) | Dispensação de Medicamentos (1) | |
Seleção de Medicamentos (2) | Medicamentos Essenciais (2) | |
Serviços de Assistência Farmacêutica (4) | Atenção Primária à Saúde (1); Antineoplásicos (1); Saúde Mental (1), Regionalização (1) | |
Aspectos de Utilização (161) | Acesso (2) | Genéricos (1); Fitoterápicos (1) |
Adesão Medicamentosa (14) | Antiparkinsonianos (1); Antirretrovirais (4); Doenças Raras (1); Hipertensão e/ou Diabetes (2); Idosos (3); Marcos e Conceitos (2); Violência Sexual (1) | |
Atenção Farmacêutica (5) | Marcos e Conceitos (2); Serviços de Assistência Farmacêutica (1); Idosos (1); Satisfação do Usuário (1) | |
Atenção Primária à Saúde (5) | Fitoterápico (3); Itinerário Terapêutico (1); Hipertensão e/ou Diabetes (1) | |
Automedicação (4) | Analgésicos (1); Idosos (1); Estudantes (1); Comercialização de Medicamentos (1) | |
Conhecimento sobre medicamentos (26) | Adaptação transcultural (4); Adesão (1); Antiinflamatório (1); Antimalárico (1); Antimicrobiano (1); Antirretrovirais (1); Armazenamento (1); Atenção Primária à Saúde (3); Contraceptivos (1); Doenças Raras (1); Fitoterápicos (1); Genéricos (1); Hipertensão e/ou Diabetes (2); Idosos (2); Pediatria/Neonatologia (1); Prescrição (1); Promoção da Saúde(1); Psicofármacos (2) | |
Consumo de Medicamentos (16) | Adultos (2); Atenção Primária à Saúde (1); Automedicação (1); Genéricos (1); Idosos (3); Pediatria/Neonatologia (2); Propaganda de Medicamentos (1); Psicofármacos (5) | |
Dispensação de Medicamentos (3) | Marcos e Conceitos (2); Atenção Primária a Saúde (1) | |
Farmacoeconomia (2) | Anorexígenos (1); Artrite Reumatoide (1) | |
Farmacoepidemiologia (26) | Anorexígenos (1); Antimicrobiano (2); Antirretrovirais (1); Atenção Primária à Saúde (2); Contraceptivos (2); Gênero (1); Gestantes (2); Hipertensão e/ou Diabetes (2); Idosos (3); Intoxicação Medicamentosa (1); Psicofármacos (3); Talidomida (1); Marcos e Conceitos (2); Pediatria/Neonatologia (2); Trabalhadores na Saúde (1) | |
Farmacovigilância (4) | Psicofármacos (1); Interação Medicamentosa (1); Intoxicação Medicamentosa (1); Idosos (1) | |
Fitoterápicos (1) | Gestantes (1) | |
Informação sobre Medicamentos (1) | Metilfenidato (1) | |
Interação Medicamentosa (5) | Idosos (4); Farmacovigilância (1) | |
Intoxicação Medicamentosa (1) | Gênero (1) | |
Medicalização e Farmaceuticalização (18) | Adolescente (1); Anorexígenos (2); Antirretrovirais (1); Automedicação (1); Contraceptivos (1); Cuidados Paliativos (1); Gênero (1); Marcos e Conceitos (4); Metilfenidato (1); Misoprostol (1); Psicofármacos (3); Representação Social do Medicamento (1) | |
Papel do Profissional Farmacêutico (10) | Atenção Primária à Saúde (4); Marcos e Conceitos (4); Saúde Mental (1); Satisfação do Usuário (1) | |
Política de Medicamentos (1) | Doenças Raras (1) | |
Prescrição de Medicamentos (10) | Antimicrobianos (2); Avaliação da Assistência Farmacêutica (1); Farmácia Hospitalar (1); Conhecimentos sobre Medicamentos (1); Fitoterápicos (1); Idosos (1); Marcos e Conceitos (1); Psicofármacos (1); Regulação Sanitária (1) | |
Propaganda de Medicamentos (1) | Prescrição de Medicamentos (1) | |
Psicofármacos (1) | Política de Medicamentos (1) | |
Regulação Sanitária (1) | Misoprostol (1) | |
Sistema de Informação (3) | Farmacovigilância (2); Intoxicação Medicamentosa (1) |
Fonte: Elaboração própria, 2020.
O quadro mostra para cada tema principal os temas secundários e especificidades dependentes, e sua frequência. Há duas características marcantes do quadro: a primeira é que temas secundários e especificidades estão presentes em diferentes temáticas principais, a depender da abordagem do trabalho. A segunda é que temas secundários também aparecem como especificidades - no caso em que são o objeto do trabalho. Nas especificidades, destaca-se que o objeto genérico “marcos e conceitos” diminui ao longo do tempo, enquanto que “idosos”, “psicofármacos” e “atenção primária em saúde” são especificidades que se estabelecem como relevantes nas publicações. Um destaque pode ser dado ao número de artigos de tema secundário classificado como conhecimento sobre medicamentos (26 artigos) farmacoepidemiologia (26), medicalização e farmaceuticalização (18).
Na temática principal “tangencial ao ciclo” aparecem 10 temáticas secundárias e 21 especificidades; na “gestão”, 18 e 31 especificidades; e na utilização, 24 secundárias e 50 especificidades. O quadro também mostra a interligação entre dada temática principal, secundária e especificidades, pelo número de artigos relacionados.
Discussão
É notável o crescimento do tema da AF nas páginas da RC&SC nos últimos anos. Se houve algum registro de artigos no tema nos anos de 1999, e até 2007, a inflexão na curva se deu pela publicação do Número Temático sobre Medicamentos, em 2008, o que parece ter despertado interesse na área para o tema.
Muitas revistas na área de Ciências Farmacêuticas refletem produção biomédica - seja de bancada, farmacológica ou clínica. Esta organização é acompanhada pelo fato de que a maior parte dos cursos de pós-graduação na área de Ciências Farmacêuticas não está no arcabouço da Saúde Coletiva, mas da Farmácia22,23..
No entanto, ao longo do tempo, faz se notar o desenvolvimento de estudos voltados para descrição e apresentação de resultados de serviços farmacêuticos no processo de utilização de medicamentos nos serviços de saúde, que podem estar refletindo as discussões e mudanças no campo nos últimos anos. O aumento no número de trabalhos era esperado, considerando-se sobretudo a publicação de novas diretrizes curriculares nacionais para cursos de graduação em Farmácia, em 2002 e 2017. As diretrizes curriculares reforçaram que os conteúdos essenciais para a formação do profissional farmacêutico estivessem relacionados ao processo saúde-doença no âmbito do usuário, da família e da comunidade, contemplando as ciências humanas e sociais24-26.
A AF vem ganhando espaço de publicação, seja pelo desenvolvimento do SUS11,27, seja pelos temas que impactam na saúde mas também nas contas públicas28,29, pelo desenvolvimento da farmacoepidemiologia30,31, e pela vocação para discussão de atividades e elaboração de procedimentos voltados a atender às necessidades da população32,33. Muito embora a expressão de artigos sobre AF esteja em crescimento em outros periódicos nacionais, as revistas de Saúde Coletiva, como a RC&SC, ainda concentram a produção voltada aos aspectos ditos “sociais” das Ciências Farmacêuticas. Percebe-se ainda que a RC&SC se revela como um espaço de importante divulgação da temática, tendo sido responsável por um grande número de artigos, mantendo uma proporção de 5 a 10% de artigos em AF, frente ao total publicado, ao longo dos últimos onze anos.
No contexto internacional, há uma série de periódicos voltados para a produção das Ciências Farmacêuticas e outros tantos para a Saúde Pública. Assim como no país, a produção científica no tema tende a se dicotomizar entre biomedicina e ciências sociais. No entanto, um dos aspectos que ainda desafia a apropriação do tema entre países e que influi na publicação do campo da AF, são as diferenças conceituais relacionadas ao termo AF, e adotadas nos descritores utilizados no exterior e no Brasil. Assistência Farmacêutica tem sido traduzida por uma variedade de termos. Uma primeira tradução para língua inglesa nos remete a pharmaceutical care. Entretanto, a literatura internacional o aponta como um elemento do Cuidado, que se relaciona aos aspectos da interação entre o profissional farmacêutico e o paciente, contribuindo para sua qualidade de vida34. Nesse sentido, percebe-se que o termo remete à Atenção Farmacêutica. Por outro lado, a livre versão do termo para o inglês, retorna pharmaceutical assistance. Este termo na língua inglesa remete a outro conceito, o de “benefício farmacêutico”, sendo, portanto, completamente inadequado como descritor do tema.
No contexto das Américas, no âmbito das discussões sobre sistemas de saúde locais, surge o termo pharmaceutical services35. Ainda que o termo não obtenha completa unanimidade, pois pode ser relacionado a serviços de forma pontual36-38, é necessário destacar que a Bireme adota como sinonímia do termo Assistência Farmacêutica os termos pharmaceutical services (inglês) e servicios farmacéuticos (espanhol)39. Deste modo, ainda que os termos sejam aproximados e não idênticos, é necessário o esforço de alinhar-se a uma sinonímia comum, oficial. O uso dos mesmos descritores é estratégia para consolidação do campo e comunhão na publicação científica. Nas páginas da RC&SC, este esforço vem apresentando retorno, e raros foram os episódios de má tradução ou má versão do termo AF, mormente depois de 2010.
Os artigos de tipo tema-livre, e mais recentemente os artigos originais, têm expressão, refletindo a prática em instituições e unidades de saúde, hospitais, e práticas de gestão. O campo da AF ainda conta com relativamente poucas revisões de cunho mais específico, sejam sistemáticas, narrativas, de escopo, ou revisões qualitativas. Esse pode ser um sintoma do crescimento recente do campo e da necessidade ainda não atendida, de amealhar suficiente quantidade de referências, em um mesmo tema, para proporcionar uma revisão robusta40-44.
O inglês vem crescendo como idioma de artigos apresentados à publicação. A estratégia da RC&SC e de outras tantas, a partir de determinação do SciELO, de traduzir artigos e de aceitar artigos já escritos em inglês, espanhol, tem ajudado não apenas a disseminar o conhecimento, mas a situar os autores em uma posição de melhor diálogo com pares e parceiros internacionais. Os aspectos trazidos por artigos da AF estão cada vez mais adotando temáticas que encontram identidade compartilhada no exterior, como farmacoepidemiologia, alocação de recursos, avaliação de tecnologias, entre outros. Além disso, o estudo dos avanços do SUS - direito à saúde e acesso universal, motivam o estudo das disparidades trazidas pelo contexto e fenômenos disruptivos ou distorções, geradores de iniquidades - como a judicialização para acesso a medicamentos - e que despertam o interesse da comunidade internacional45-48.
As instituições acadêmicas, como universidades e a Fiocruz, abrigam os primeiros autores de forma preponderante, mostrando que o tema está disseminado e gera produção de conhecimento. No entanto, são as universidades públicas que dominam o cenário das publicações em AF. As instituições estrangeiras, bem como autores estrangeiros, vêm contribuindo pouco ao longo do tempo.
A produção ainda está concentrada na principal região de produção científica no país, o Sudeste. Essa concentração reflete outras tantas “concentrações”, como grupos de pesquisa, financiamento da pesquisa, centros de tomada de decisão e pujança na alocação de recursos para a saúde e para a AF49.
Em todos os períodos o tema da Utilização foi o que apresentou sempre maior proporção dentre as publicações. A utilização envolve questões muitas vezes relacionadas a características dos medicamentos ou mesmo dos profissionais - prescritores, dispensadores - e pacientes, e nesse sentido seu desenvolvimento parte, principalmente, da necessidade de compreensão sobre as consequências positivas e/ou negativas do uso de medicamentos, da relação com a regulação sanitária, além da real obrigação de se fornecer subsídios para o manejo adequado desses insumos.
O primeiro período de observação envolve o início da AF no recém criado SUS e a publicação da PNM. Não é por coincidência que artigos de temas livres, voltados para marcos teóricos e conceitos foram mais frequentes. É recente a história do arcabouço normativo que delineia a assistência farmacêutica em nosso país. Apesar da PNM, de 1998, todas as normas infralegais que passaram a reger a AF vieram em período posterior. A crise da fraude de medicamentos, naquele mesmo ano, estabeleceu um foco temático nos temas de Vigilância Sanitária e Regulação de Medicamentos. O sistema, desafiado a reestruturar-se, voltou-se para a garantia de qualidade de insumos e produtos, obrigando a readequação dos serviços farmacêuticos públicos e privados a fim de garantir a origem dos produtos ofertados ao público50. Esses fatos trouxeram temas da regulação para as páginas da RC&SC.
Outra fase tem como exemplo o pacto pela Saúde, lançado em 200651,52. O Pacto trouxe um conjunto de reformas institucionais para o SUS, com uma série de inovações nos processos e instrumentos de gestão, incluindo aí o financiamento da AF. Isto suscitou a apropriação, tanto por gestores, quanto por acadêmicos, das novas regras e de seus “impactos” sobre a população e sobre o sistema.
No segundo período de observação, 2004-2010, o país vivenciou a expansão do SUS e o estabelecimento dos programas de AF - os trabalhos originais passam a ter expressão. Nesse sentido, trabalhos que abordam temas ligados aos Componentes para o financiamento da AF, trabalhos sobre programas de acesso a medicamentos, tais como Farmácia Popular, e também temas como a judicialização, só passaram a ser publicados a partir do delineamento dos limites e possibilidades da AF e do SUS. Se o tema da Utilização continua sempre dominando, a Gestão passa a ter importância relativa à medida que o tempo passa, uma vez que reflete a prática profissional na organização do SUS53-57. Durante o período de 2011-2015 a AF viveu a turbulência da modificação conceitual da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), tendo como consequências, entre outras, sua redução, de conjunto de medicamentos de baixa, média e alta complexidade para atender às necessidades sanitárias, a um agregado de listas de financiamento de medicamentos sob demanda55.
O temas tangenciais ao Ciclo, como regulação sanitária, propriedade intelectual, que foram estruturantes ao campo em um primeiro momento, como na luta por acesso a medicamentos de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, por exemplo, diminuem proporcionalmente em número de publicações, e surgem, nesta mesma temática, outros temas, como Saúde Global e Cooperação Internacional58,59. Destaca-se, no entanto, o último quadriênio examinado foi observado um maior número de estudos publicados nessa grande temática principal, o que pode significar que estes temas mais inovadores e globalizados do campo da AF serão os mais discutidos e explorados nos próximos anos.
A ontologia60 revela toda a diversidade temática da AF nas páginas da RC&SC. Reúne temáticas secundárias variadas e recorrentes nos artigos, bem como novas temáticas, como a Saúde Global/Cooperação Internacional e outras que passam a ter uma presença mais marcante, como a farmacoepidemiologia, a farmacoeconomia, a avaliação de tecnologias em saúde, a farmaceuticalização e medicalização; além disso há os temas emergentes, como emergências sanitárias e desastres. As especificidades são inúmeras e apresentam a característica de serem transversais aos temas - podem ser discutidas ou abordadas em várias temáticas secundárias e principais. É esta variedade e esse conjunto de “olhares” que promove a disseminação de variados pontos de vista sobre um mesmo assunto, trazendo elaboração, solidez conceitual e apontando novos caminhos de análise e novo conhecimento. A ontologia da AF nos mostra que o campo não é estático, é dinâmico e, mais importante, está integrado, podendo oferecer utilidade para averiguação de relações de interdependência entre temas e para futuras indexações de termos próprios da AF.
Este estudo contou com algumas limitações. Todo o grupo de pesquisadores foi responsável pelo resgate dos trabalhos e, ainda que tenha havido um processo cuidadoso de busca e de deliberação sobre dúvidas em relação aos artigos elegíveis, sem dúvida houve alguma diversidade de critérios. Espera-se que a cooperação no trabalho e os ajustes em grupo tenham possibilitado uma adequada resolução dessas divergências. Outro desafio se deu no momento de realizar a classificação em temáticas principais, secundárias e especificidades. A visão de cada um sobre os temas e suas interdependências obrigou a um julgamento objetivo de classificação, o que pode ter resultado em uma decisão reducionista acerca dos temas dos trabalhos. Mesmo assim, estima-se que a diversidade do campo tenha sido retratada pela ontologia.
Por fim, uma limitação foi a busca inicial pelo site do SciELO. Os descritores utilizados, inicialmente, não favoreceram uma busca fidedigna. Houve uma série de falhas de informação; o êxito da busca só se confirmou quando refeita e validada pelo site da RC&SC. Esta situação mostra, por sua vez, a utilidade e fidedignidade do sítio de internet da RC&SC, como recurso futuro para estudos de revisão que usem os números da Revista.
Conclusão
Ao longo dos últimos 24 anos, o estudo refletiu a expansão e dinamismo do campo teórico-prático da AF nas páginas da RC&SC. Houve crescimento real da AF, como grande temática, no bojo da publicação, ao longo do tempo. Ainda que com a participação de todas as regiões brasileiras, há que se trabalhar para aumentar a participação de autores do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste e ainda, autores do exterior. As universidades públicas foram majoritariamente as instituições que mais contribuíram para este avanço, como também a Fiocruz.
Os temas publicados se inseriram dentro de grandes temáticas principais, quais sejam, Utilização de Medicamentos, Gestão e Temas Tangenciais ao Ciclo da AF; temas secundários e especificidades complementaram a classificação de estudos publicados, o que possibilitou verificar a diversidade e a interrelação entre os temas, explícitos na ontologia produzida.
Diferentes fenômenos que tiveram impacto na saúde pública ao longo desses anos apresentaram maior ou menor presença dentro da publicação em AF na RC&SC. Vimos que a AF refletiu o conhecimento emergente dentro do escopo dos medicamentos e da terapêutica medicamentosa. Foi a AF que trouxe à tona o tema da judicialização; foi a AF que trouxe para discussão os temas do acesso a medicamentos e da propriedade intelectual. Aguardar-se-á novos e desafiantes trabalhos no tema, direcionados à RC&SC.
A AF é um campo em expansão. Traz a complexidade da política pública aliada às atividades gerenciais e de ponta, no cuidado em saúde à população. Produz uma gama variada de interrelações e espera-se que essas venham a se expressar cada vez mais na publicação científica.