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As pesquisas sobre o clima escolar e saúde no Brasil - uma revisão de escopo

Research on the school climate and health in Brazil - a scope review

Resumo

Há muito se reconhece o papel da escola para a promoção da saúde e a prevenção de agravos entre crianças e adolescentes. Uma característica que pode afetar a saúde dos alunos, além do desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar, e que vem sendo destacada na literatura internacional é o clima escolar. Entretanto, no Brasil, esse campo ainda conta relativamente com pouca pesquisa. Diante desse cenário, este estudo se propôs a descrever as características das pesquisas brasileiras sobre o clima escolar dando especial atenção aos métodos de medição do clima, aos temas relacionados e às pesquisas sobre as relações entre clima escolar e saúde no Brasil. Para tanto, realizamos uma revisão de escopo com teses e dissertações brasileiras desde 1987. Os resultados apontaram a predominância de estudos qualitativos, com dados de poucas escolas, grande variedade de estratégias e instrumentos utilizados para medição do clima, com destaque para o uso de questionários, escalas e entrevistas. Constatou-se também uma participação relativamente pequena do campo da saúde, sobretudo no que diz respeito à saúde do aluno.

Palavras-chave:
Clima escolar; Saúde da criança; Saúde do adolescente

Abstract

The role of the school in promoting health and preventing diseases among children and adolescents has long been recognized. Among the characteristics of schools with effects on health, child development, learning and school performance, the international literature has highlighted the school climate. However, in Brazil, relatively little research has been done in this field to date. In view of this scenario, this study aimed to describe the characteristics of Brazilian research into the school climate, paying special attention to the methods of measurement, to themes related to it and to research on the relationship between school climate and health in Brazil. To this end, we conducted a scope review with Brazilian theses and dissertations since 1987. The results showed the predominance of qualitative studies, with data from few schools, a wide variety of strategies and instruments used to measure the climate, with emphasis on the use of questionnaires, scales and interviews. There was also a relatively small participation of the health field, especially with regard to student health.

Key words:
School climate; Child health; Adolescent health

Introdução

Embora não haja uma definição consensual de clima escolar, diferentes autores concordam que o conceito se refere à percepção dos sujeitos sobre o ambiente da escola, que essa percepção afeta o comportamento do grupo de maneira significativa1 e que não é uma única realidade objetiva, diretamente observável, mas um construto latente, composto por diferentes dimensões. Embora o clima escolar seja medido de forma individual, o conceito de clima escolar expressa a percepção geral dos sujeitos sobre a qualidade do ambiente da escola em que estão inseridos22 Brunet L. Clima de trabalho e eficácia da escola. In: Nóvoa A, organizador. As organizações escolares em análise. Lisboa: Dom Quixote; 1992. p. 123-140.

3 Thapa A, Cohen J, Guffey S, Higgins-D'Alessandro A. A review of school climate research. Rev Educ Res 2013; 83(3):357-385.
-44 Piton NN, Machado C. Clima escolar: mapeamento e análise de artigos científicos constantes no portal de periódicos CAPES. Revista @mbienteeducação 2019; 12(1):50-67..

Uma das mais importantes referências sobre o assunto é a revisão bibliográfica conduzida por Thapa3 em 2013, destacando dados relevantes a respeito das pesquisas de clima no contexto internacional. Apesar da pluralidade teórica acerca do assunto, Thapa encontrou dimensões comuns à maioria dos autores para compor o construto de clima escolar. As dimensões encontradas foram: a) segurança - diz respeito ao quanto os alunos se sentem seguros fisicamente, socialmente, emocionalmente e intelectualmente. Está bastante relacionada ao conjunto de normas e regras da escola e à forma como elas são aplicadas; b) relacionamentos - envolve a qualidade das relações entre pares e com os adultos da escola; c) ensino e aprendizagem - inclui as relações com o ensino em si, a metodologia empregada, o incentivo à aprendizagem e os resultados escolares, entre outras características do ambiente pedagógico; d) ambiente institucional - envolve a relação dos alunos com a instituição, o layout físico das escolas e os recursos para aprendizagem. Os autores também acrescentaram, por iniciativa própria, uma quinta dimensão: o esforço intencional de uma escola para progredir na construção de um clima propício para o aprendizado e a convivência dos alunos.

A revisão de Thapa33 Thapa A, Cohen J, Guffey S, Higgins-D'Alessandro A. A review of school climate research. Rev Educ Res 2013; 83(3):357-385. permite também outras inferências sobre as pesquisas de clima no contexto internacional, como a preferência por medir o clima escolar a partir de escalas e questionários específicos, com enfoque quantitativo, utilizando-se escores individuais ou agrupados (por série, turma, escola etc.). Percebe-se também que o clima escolar normalmente é medido para ser investigado em sua associação com outros fenômenos do ambiente escolar, sendo reconhecido sobretudo como fator protetivo contra o bullying e a violência. Da mesma forma, pesquisas têm relacionado um bom clima escolar a diversos outros desfechos, dos quais destacamos aqui, por sua relação com o campo da saúde: diminuição de problemas relacionados à internalização e externalização, uso de drogas, depressão, ansiedade e comportamentos de risco, além de favorecer o bem-estar psicológico, a autoestima e o desenvolvimento emocional saudável.

Sobre a maneira pela qual o clima afeta a saúde mental dos alunos, Brière55 Brière FN, Pascal S, Dupéré, V, Janosz M. School environment and adolescent depressive symptoms: a multilevel longitudinal study. Pediatrics 2013; 131(3):702-708. afirma que existe uma relação entre as dimensões que compõem o clima escolar e as necessidades desenvolvimentais de crianças e adolescentes. Um relacionamento de cuidado e proteção com os adultos, e positivo entre os pares da mesma idade, um ambiente livre de violência, que favoreça a expressão e a autonomia, com regras justas e aplicadas corretamente e que disponibiliza recursos para o aprendizado sem sobrecarregar o aluno são tanto características de um bom clima escolar como qualidades do ambiente necessárias para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Assim, a escola pode afetar a saúde mental dos alunos positivamente ao lhes oferecer um ambiente adequado, ou negativamente, favorecendo o adoecimento, ao deixar de atender às necessidades emocionais dos mesmos.

Apesar das evidências favoráveis, a relação entre o clima escolar e a saúde mental dos alunos não chega a ser um consenso. Dois importantes estudos internacionais não encontraram relação clara entre o clima escolar e a saúde mental dos alunos66 László KD, Andersson F, Galanti MR. School climate and mental health among Swedish adolescents: a multilevel longitudinal study. BMC Public Health 2019; 19(1):1965.,77 Pössel P, Rakes C, Rudasill KM, Sawyer MG, Spence SH, Sheffield J. Associations between teacher-reported school climate and depressive symptoms in Australian adolescents: a 5-year longitudinal study. School Ment Health 2016. 8(4):425-440.. Em ambos os casos, os autores consideraram que os resultados inesperados estiveram relacionados à forma como o clima escolar foi medido. Em um deles, o instrumento utilizado deu grande valor às técnicas pedagógicas, subvalorizando dimensões relacionais do clima66 László KD, Andersson F, Galanti MR. School climate and mental health among Swedish adolescents: a multilevel longitudinal study. BMC Public Health 2019; 19(1):1965.. No outro, o clima foi estabelecido a partir da visão dos professores, enquanto os dados de desfecho de saúde foram colhidos com os alunos77 Pössel P, Rakes C, Rudasill KM, Sawyer MG, Spence SH, Sheffield J. Associations between teacher-reported school climate and depressive symptoms in Australian adolescents: a 5-year longitudinal study. School Ment Health 2016. 8(4):425-440.. Tais situações demonstram a importância de se estabelecer métodos e instrumentos válidos para o estudo da relação clima-saúde.

A situação dos estudos sobre clima no Brasil também deve ser discutida. Recentemente, em uma revisão conduzida por Pitton e Machado44 Piton NN, Machado C. Clima escolar: mapeamento e análise de artigos científicos constantes no portal de periódicos CAPES. Revista @mbienteeducação 2019; 12(1):50-67., foram encontrados 76 artigos sobre o clima escolar utilizando-se o banco de dados do Portal de Periódicos da Capes. Entre eles, apenas nove tratavam o assunto a partir da realidade brasileira. Tal achado corrobora o que afirmaram Vinha, Morais e Moro88 Vinha TP, Morais AD, Moro A. Manual de orientação para a aplicação dos questionários que avaliam o clima escolar. Campinas: FE/Unicamp; 2017.: o campo do clima ainda é pouco estudado no Brasil em relação a outros países. Na revisão de Thapa33 Thapa A, Cohen J, Guffey S, Higgins-D'Alessandro A. A review of school climate research. Rev Educ Res 2013; 83(3):357-385. há um grande volume de pesquisas feitas nos Estados Unidos, na Ásia, na China (principalmente) e na Europa Ocidental sobre o assunto, enquanto Pitton e Machado44 Piton NN, Machado C. Clima escolar: mapeamento e análise de artigos científicos constantes no portal de periódicos CAPES. Revista @mbienteeducação 2019; 12(1):50-67. encontraram o dobro de publicações espanholas com relação às brasileiras, mesmo pesquisando dentro de um portal nacional.

Diante do exposto, esta revisão pretende apresentar um panorama geral das pesquisas sobre clima escolar realizadas nos cursos de pós-graduação no Brasil, para a partir disso discutir os métodos de mensuração no âmbito nacional, bem como a participação do campo da saúde nos estudos do assunto. Pretende-se fomentar a discussão acerca da relação clima-saúde nas escolas brasileiras e oferecer informações que podem ser úteis para futuros pesquisadores, sobretudo àqueles que se dedicarão a mensurar o clima escolar em trabalhos futuros.

Metodologia

Para atingir os objetivos propostos, foi adotado o método de revisão de escopo, por ser adequado para o mapeamento da produção de pesquisas de determinado assunto e para abranger diferentes desenhos de estudos, a fim de reunir “vários tipos de evidências e mostrar como foram produzidas”99 Cordeiro L, Soares CB. Revisão de escopo: potencialidades para a síntese de metodologias utilizadas em pesquisa primária qualitativa. BIS 2019; 20(2):37-43.. Além de ser adequada para a síntese de diferentes métodos de pesquisa, a revisão de escopo pode subsidiar decisões metodológicas futuras1010 Ferraz L, Pereira RPG, Pereira AMRDC. Tradução do conhecimento e os desafios contemporâneos na área da saúde: uma revisão de escopo. Saude Debate 2020; 43(esp. 2):200-216., como se pretende com esta pesquisa.

Quanto ao tipo de literatura a ser utilizada, o estudo de teses e dissertações é apontado por Mena-Chalco e Rocha1111 Mena-Chalco JP, Rocha V. Caracterização do banco de teses e dissertações da CAPES. In: 4º Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria; 2014. Recife. p. 14-16. como uma boa maneira de se compreender o estado da ciência e da formação acadêmica no país. Assim sendo, torna-se especialmente útil, segundo Ferreira1212 Ferreira NSDA. As pesquisas denominadas "estado da arte". Educ Soc 2002; 23(79):257-272., para a compreensão geral das pesquisas, ou do “estado da arte” de determinado assunto. Portanto, seu valor é relevante para o “diagnóstico” de um campo de estudos. Além disso, existe uma praticidade adicional na escolha pela literatura cinzenta: a possibilidade de se consultar toda a produção nacional de 1987 em diante por meio de um único canal: o catálogo de teses e dissertações da Capes. Esse banco de dados eletrônico conta ainda com a Plataforma Sucupira, que facilita a coleta, aumenta a transparência e a precisão dos dados pesquisados1313 Carvalho DS, Pinheiro MMK. Acesso aberto, dados abertos e ciência aberta no Brasil: revisão sistemática de literatura a partir do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. In: IX Conferência Internacional sobre Bibliotecas e Repositórios Digitais da América Latina BIREDIAL-ISTEC Anais das sessões temáticas; 2019; São Paulo. p. 320-332..

Não utilizamos restrição de tempo na pesquisa, incluindo todos os dados disponíveis no banco, ou seja, todas as teses e dissertações de mestrado (acadêmico e profissional) e doutorado publicadas no Brasil a partir de 1987. Devido à polissemia do conceito de clima e suas múltiplas terminologias, foram utilizadas diferentes expressões para a busca no banco de dados. Foram elas: “clima escolar”, “clima da escola”, “clima organizacional da escola”, “clima organizacional escolar”, “atmosfera da escola”, “atmosfera escolar”, “atmosfera social da escola”, “atmosfera social escolar”, “clima social da escola”, “clima social escolar”, “clima de sala de aula”, “clima da sala de aula”, “clima organizacional da sala de aula”, “clima organizacional de sala de aula”, “ethos escolar” e “ethos da escola”. Cada uma dessas expressões foi pesquisada separadamente e sempre com o uso das aspas. Algumas pesquisas apareceram nos resultados de mais de um termo, o que gerou alguns resultados duplicados, que foram excluídos posteriormente. Somando-se os resultados de cada um dos termos pesquisados, encontramos 162 referências, coletadas no banco de dados da Capes entre os dias 6 de abril de 2020 e 31 de maio de 2020.

Os seguintes critérios de exclusão foram aplicados ao conjunto dos 162 resultados iniciais: a) trabalhos repetidos; b) trabalhos que não se relacionavam ao tema do clima escolar; c) trabalhos cuja divulgação não estava autorizada, segundo os dados da plataforma Sucupira; d) trabalhos que não foram encontrados na íntegra ou na plataforma Sucupira, nem nos sites das suas respectivas bibliotecas depositárias; e) trabalhos nos quais não houve medição intencional do clima escolar. Tais exclusões foram feitas após a leitura do resumo, dos objetivos e da metodologia dos trabalhos. Após a aplicação desses critérios, 70 pesquisas compuseram o banco de dados final. Há mais detalhes sobre cada fase do processo na Figura 1.

Figura 1
Processo de seleção de trabalhos para o banco de dados final desta pesquisa.

Dessas 70 pesquisas, foram extraídas informações que permitiram um delineamento do perfil das pesquisas, dos aspectos metodológicos principais e dos resultados relacionados ao clima.

Para apresentar o perfil das pesquisas, foram extraídos dados: a) da pesquisa - autor, ano de defesa, universidade em que foi orientada; b) da universidade - nome da universidade, UF em que se encontra e se é pública ou particular; c) do curso de pós-graduação em que a pesquisa foi realizada - título a ser concedido (mestrado profissional, acadêmico ou doutorado), nome do curso e área de conhecimento.

Para compreender a metodologia das pesquisas, foram extraídos dados: a) dos sujeitos da pesquisa - número de sujeitos, que papel exerciam na educação (professores, gestores etc.) e de que tipo de instituição vieram (pública ou particular); quanto aos alunos, buscou-se informações sobre idade, série ou o ciclo da educação básica em que se encontravam. Consideramos como gestores não apenas os diretores, mas todos os membros da equipe pedagógica da escola (coordenadores, orientadores etc.); b) sobre a abordagem das pesquisas (quantitativa, qualitativa ou mista), c) sobre as técnicas utilizadas para coletar os dados (grupos focais, entrevistas, escalas, questionários, bancos de dados...). Aqui demos também atenção à autoria dos instrumentos e dividimos as escalas e questionários entre próprios e pré-existentes. Consideramos escalas/questionários como pré-existentes quando foram elaborados e publicados anteriormente à pesquisa, mesmo que tenham sofrido pequenas adaptações, e como questionários próprios os que foram elaborados no decorrer da pesquisa, gerando novo instrumento baseado na literatura ou em outros questionários ou escalas pré-existentes. Também detalhamos os instrumentos de medida pré-existentes, extraindo dados relacionados a sua estrutura, dimensões consideradas do clima e propriedades psicométricas; d) sobre as escolas pesquisadas - número de escolas em que os dados foram colhidos, tipo de instituição (pública ou particular) e a estratégia usada na seleção das mesmas.

Para compreender os resultados obtidos nesta pesquisa, foram extraídas as variáveis relacionadas ao clima e as associações encontradas. Há pesquisas nas quais o clima foi variável de desfecho e outras em que foi variável preditora, portanto na síntese dos resultados pode-se perceber, por exemplo, que há pesquisas que apontam um efeito protetivo do clima escolar positivo contra o bullying e a violência, enquanto outras podem apontar que o bullying e a violência afetam negativamente o clima escolar.

Resultados

Quem, quando e onde?

O Quadro 1 (disponível em: https://doi.org/10.48331/scielodata.JMSABJ) apresenta a identificação e detalhes metodológicos das pesquisas que compuseram o banco de dados deste trabalho.

Das 70 pesquisas analisadas, 12 são teses de doutorado (enumeradas de 14 a 25 nas referências desta pesquisa), 48 são dissertações de mestrado (enumeradas de 26 a 73) e dez são dissertações de mestrado profissional (enumeradas de 74 a 83).

A maioria das pesquisas aconteceu nas regiões Sul e Sudeste (56 das 70 pesquisas, ou seja, 80% delas), em contraste com apenas três realizadas no Nordeste (4,3%), uma na região Norte (1,4%) e dez no centro-oeste (14,2%), sendo que apenas uma delas não foi feita no Distrito Federal. Também se pode constatar que a maioria das pesquisas sobre clima escolar ocorreu em universidades públicas (46, ou seja, 65,7% do total).

Cinquenta e duas das 70 pesquisas foram desenvolvidas em cursos da área da educação (74,2%). A segunda área com mais pesquisas foi a da psicologia (incluindo psicologia do desenvolvimento), com dez estudos (14,2%). Também foram realizadas pesquisas sobre clima nas áreas das ciências sociais (n = 3), administração (n = 2), políticas públicas (n = 1), economia (n = 1) e planejamento urbano e regional (n = 1).

O Quadro 1 (disponível em: https://doi.org/10.48331/scielodata.JMSABJ) também informa o ano de publicação de cada pesquisa, o que permite ter uma ideia da evolução do interesse pelo assunto no país. O limite temporal da busca foi entre 1987 e 2020, mas a pesquisa mais antiga a fazer parte do banco de dados final desta revisão data de 199742. Percebe-se a tendência de aumento do interesse de pesquisadores sobre o tema nos últimos anos. Das 70 pesquisas que fizeram parte do banco de dados final deste trabalho, quase metade delas (n = 34) foi publicada entre 2016 e 2019.

Quais os métodos utilizados?

A abordagem mais comum das pesquisas sobre clima foi a qualitativa (n = 34; 48,6%), os estudos quantitativos foram um pouco menos utilizadas (n = 25; 35,7%), e houve ainda alguns de abordagem mista (n = 11; 15,7%). A maior parte dos estudos foi realizada em poucas unidades escolares. Dos 70 analisadas, 35 tiveram seus dados coletados em apenas uma ou duas escolas. Não houve pesquisa qualitativa com dados de mais do que quatro escolas e apenas 16 pesquisas quantitativas ou mistas foram realizadas em cinco escolas ou mais. Os estudos que contaram com o maior número de escolas (mais de mil por pesquisa) se utilizaram de bancos de dados oficiais21,23,64,66. Entre as que coletaram os próprios dados, a pesquisa de Moro15 levantou dados de 65 escolas.

Quanto à seleção das escolas, a maioria das pesquisas escolheu por conveniência e por motivos específicos daquela unidade (alto rendimento, prestígio, tipo de gestão). A grande maioria das investigações ocorreu com dados apenas de escolas públicas (61 das 70). Das outras pesquisas, quatro coletaram de ambos os tipos de escola, cinco somente de escolas particulares.

Para facilitar a compreensão e discussão dos dados sobre as escalas e os questionários pré-existentes utilizados nas pesquisas nacionais, a Tabela 1 apresenta uma síntese dos métodos utilizados nas pesquisas.

Tabela 1
Síntese dos métodos utilizados nas pesquisas.

Quanto aos sujeitos com quem os dados foram coletados, encontramos significativas diferenças entre as pesquisas qualitativas e quantitativas. Nas pesquisas qualitativas analisadas foi mais frequente a inclusão simultânea de três grupos de sujeitos: alunos, gestores e professores. Nas quantitativas, por sua vez, foi mais comum a inclusão de apenas um grupo, com destaque para os alunos. O grupo de sujeitos de pesquisa mais presente nos estudos, sozinho ou em combinações com outros, é o de alunos, mencionado em 48 das 70 pesquisas (68,57%). Em seguida, temos os professores, ouvidos em 43 pesquisas (61,4%) e os gestores, em 25 (35,7%).

Para além dos três grupos mais frequentemente presentes nos estudos sobre clima, algumas pesquisas incluíram outros sujeitos, como funcionários da escola (n = 3), pai/mãe de alunos (n = 2), supervisores da diretoria de ensino (n = 1) e intérprete de libras (n = 1). Por outro lado, duas pesquisas não utilizaram questionários, entrevistas, escalas ou quaisquer outros métodos para coletar dados individuais, preferindo as observações do ambiente34 ou a análise de documentos81 para compreensão do clima escolar. Uma delas não identificou claramente quais as funções dos sujeitos que participaram da pesquisa em sua metodologia, referindo-se a eles apenas como “educadores”25.

Os tipos de instrumentos mais frequentemente utilizados nos estudos para mensuração do clima foram escalas ou questionários pré-existentes, usados em 30 das 70 pesquisas (42,85%). Nas 25 pesquisas quantitativas, apenas três métodos foram empregados: escalas e questionários pré-existentes (n = 17; 68%), bancos de dados colhidos por pesquisas anteriores ou avaliações em larga escala (n = 5; 20%) e questionários próprios (n = 3; 12%). Entre as qualitativas houve maior variedade de métodos, percebendo-se que foi muito comum o uso de dois métodos ou mais numa mesma pesquisa.

Entre as escalas e questionários pré-existentes, 15 instrumentos diferentes foram utilizados para avaliar o clima. Os instrumentos são bastante heterogêneos no que se refere a extensão, formato e dimensões investigadas do clima. Há instrumentos desenhados especificamente para medir uma característica ou um tipo de clima (como o clima para a criatividade8686 Fleith DDS, Alencar EM. Escala sobre o clima para criatividade em sala de aula. Psic Teor Pesq 2005; 21(1):85-91. ou o clima autoritativo8787 Cornell D, Huang F. Authoritative school climate and high school student risk behavior: A cross-sectional multi-level analysis of student self-reports. J Youth Adolesc 2016; 45(11):2246-2259.), outros que foram criados para medir construtos diferentes, mas que serviram como indicadores do clima escolar (como a escala de estresse EVENT9494 Sisto FF, Baptista MN, Noronha APP, Santos A. Escala de vulnerabilidade ao estresse no trabalho (EVENT): Manual. São Paulo: Vetor; 2007.), e ainda outros desenvolvidos para avaliar o clima escolar geral com diferentes dimensões. O Quadro 2 (disponível em: https://doi.org/10.48331/scielodata.JMSABJ) traz mais detalhes sobre o assunto.

Por que o clima escolar foi medido e o que se descobriu

No Quadro 3, apresentamos os diferentes temas estudados em sua relação com o clima escolar nas pesquisas brasileiras. Algumas pesquisas abordaram mais de um tema, ou seja, mediram o clima escolar para relacioná-lo a mais de um fenômeno.

O Quadro 3 evidencia um predomínio de estudos que abordam temáticas específicas ao universo escolar, como desempenho, engajamento escolar, desenvolvimento de habilidades e questões relacionadas ao trabalho, à gestão e à imagem escolar. Em conjunto, esses temas foram abordados em 44 pesquisas, com destaque para as sobre clima escolar e desempenho dos alunos, tema de 23 pesquisas. A segunda grande temática mais frequentemente estudada em sua relação com o clima é a violência e o bullying (n = 13). Apenas quatro pesquisas relacionaram clima e saúde. Três delas se referem à saúde mental do professor, e uma aos fatores de risco e proteção para o uso de drogas por parte dos alunos na visão dos educadores22.

Quadro 3
Tema ao qual a medição do clima escolar esteve relacionada nas pesquisas.

Discussão

Vários autores consideram que o clima escolar ainda é pouco estudado no contexto nacional e que o interesse pelo assunto vem crescendo nos últimos anos. A presente pesquisa corrobora essas afirmações: das 70 investigações que fizeram parte do banco de dados final, quase metade delas (n = 34; 48,6%) foi realizada entre 2016 e 2019. As outras 36 ocorreram entre 1997 e 2015. Ou seja, encontramos, nos últimos quatro anos, quase a mesma quantidade de pesquisas com medição do clima do que nos 18 anos anteriores.

Quanto aos aspectos metodológicos gerais, notamos a predominância de pesquisas qualitativas (n = 34; 48,6%) sobre as quantitativas (n = 25; 35,7%) e mistas (n = 11; 15,7%). As escolas públicas foram estudadas na grande maioria dos estudos (n = 65; 92,85%), sendo que em 61 (87,1%) deles apenas essas escolas compuseram o banco de dados. Os métodos de coleta mais utilizados foram os questionários e escalas pré-existentes (n = 30; 42,9%) ou elaborados pelos próprios autores (n = 20; 28,6%) e as entrevistas (n = 17; 24,3%).

Quanto às escalas e questionários pré-existentes, encontramos 15 diferentes instrumentos que foram utilizados para a medição do clima. Desses, apenas sete foram concebidos para medir o clima escolar como um todo, sem priorizar nenhuma dimensão. Entre esses, dois não foram adaptados integralmente, tendo apenas parte de suas questões utilizadas para se compreender o clima8484 West Ed. The California healthy kids survey (CHKS), "Staff school climate module" - Evaluation Toolkit for Magnet School Program. School climate survey. San Francisco: WestEd; 2007.,9797 Aron AM, Milicic N, Armijo I. Clima social escolar: una escala de evaluación-Escala de Clima Social Escolar, ECLIS. Univ Psychol 2012; 11(3):803-813.. Compreende-se que a escolha do instrumento está relacionada ao objetivo do estudo. Chama a atenção, porém, o fato de que escalas que não foram desenhadas para medir o clima escolar9191 Luck H. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Petrópolis: Vozes; 2011.,9494 Sisto FF, Baptista MN, Noronha APP, Santos A. Escala de vulnerabilidade ao estresse no trabalho (EVENT): Manual. São Paulo: Vetor; 2007. sejam usadas como indicadores em algumas pesquisas, uma vez que há escalas disponíveis na literatura para esse serviço. Por outro lado, destaca-se positivamente o fato de que o instrumento mais utilizado nas pesquisas seja a escala do GEPEM88 Vinha TP, Morais AD, Moro A. Manual de orientação para a aplicação dos questionários que avaliam o clima escolar. Campinas: FE/Unicamp; 2017. (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral - uma equipe de pesquisadores da Unesp e da Unicamp, entre outras instituições que têm se dedicado à pesquisa de diversos temas na área da educação). Essa escala foi desenvolvida recentemente (publicada em 2017) a partir de revisão bibliográfica criteriosa, robustos testes estatísticos e produzida para a realidade nacional. Outras escalas serviram de forma específica para medir algum aspecto ou tipo de ambiente escolar (por exemplo: clima para a criatividade, autoritativo8787 Cornell D, Huang F. Authoritative school climate and high school student risk behavior: A cross-sectional multi-level analysis of student self-reports. J Youth Adolesc 2016; 45(11):2246-2259. etc.). Tais iniciativas podem ser úteis para inspirar, futuramente, o próprio campo da saúde a desenvolver escalas focadas em aspectos do clima que possuam relação mais estreita com desfechos voltados para o ambiente escolar.

Quanto aos sujeitos de pesquisa, os alunos, professores e gestores são os grupos mais ouvidos. Tanto a escolha dos sujeitos quanto a dos métodos depende dos objetivos de cada trabalho, algo que já havia sido notado por autores anteriores21,39. Em geral, as pesquisas qualitativas costumam ouvir diferentes grupos de sujeitos, enquanto nas quantitativas é mais comum que se ouça apenas um grupo, em geral o dos alunos. Contudo, Vinha, Morais e Moro88 Vinha TP, Morais AD, Moro A. Manual de orientação para a aplicação dos questionários que avaliam o clima escolar. Campinas: FE/Unicamp; 2017., importantes referências no assunto, defendem que, para fins de diagnóstico de uma escola, deve-se priorizar ouvir diferentes grupos e comparar os resultados.

Quanto aos temas de pesquisa, a relação entre clima e desempenho dos alunos ou eficácia escolar foi a mais pesquisada (n = 23; 32,9%), seguida da violência e do bullying (n = 13; 18,6%). Pode-se dizer que o campo do clima no Brasil é bastante criativo, afinal, encontramos ainda outros 15 desfechos com os quais o clima foi comparado. Alguns são bastante específicos, como a relação entre o clima escolar e o som do recreio ou o prestígio da escola na comunidade39. Os resultados dos estudos nacionais corroboraram os estudos internacionais ao apontar uma relação positiva entre clima e aprendizado, e negativa entre o clima e a violência e o bullying (Quadro 3). Além de prevenir o bullying e a violência e favorecer o aprendizado, um bom clima escolar também esteve relacionado a uma série de desfechos positivos entre professores e alunos.

Por outro lado, a participação do campo da saúde nas pesquisas foi pequena. Considerando o Quadro 3, percebe-se que apenas quatro pesquisas (5,7%) estudaram os efeitos do clima sobre a saúde de atores educacionais. Dessas, apenas uma tratou de efeitos do clima relacionados a algum aspecto de saúde dos alunos. Entretanto, nem mesmo essa pesquisa colheu dados com os próprios estudantes, pois trabalhou com a compreensão dos educadores a respeito dos fatores de risco e proteção para o uso de drogas pelos adolescentes.

A pouca participação do campo da saúde nas pesquisas brasileiras fica ainda mais evidente quando comparamos com a frequência do assunto em pesquisas internacionais. Um dos referenciais teóricos mais importantes da área, Thapa33 Thapa A, Cohen J, Guffey S, Higgins-D'Alessandro A. A review of school climate research. Rev Educ Res 2013; 83(3):357-385. realizou em 2013 uma importante revisão sobre o clima escolar. Em cento e duas (n = 102) das pesquisas que compuseram o banco de dados dele foram feitas alguma medição do clima escolar e estudaram a associação do clima com 14 desfechos, dos quais oito estavam ligados à saúde dos alunos (problemas de internalização e externalização, uso de drogas, depressão, ansiedade, bem-estar psicológico, saúde mental, autoestima e desenvolvimento saudável/prevenção de comportamentos de risco). Em nossa revisão, apenas dois desfechos estavam relacionados ao campo da saúde. Embora a aprendizagem/desempenho dos alunos e a violência e o bullying também tenham sido os temas mais comuns no trabalho de Thapa, as pesquisas sobre saúde totalizaram 35 de um universo de 102 no contexto internacional (34,3%), contra quatro num universo de 70 pesquisas nacionais (5,7%).

Embora se possa argumentar que a violência e o bullying também são temas pertinentes à saúde, esse não foi o enfoque das pesquisas nacionais sobre o assunto. Em geral, tais estudos se limitaram a investigar as relações entre clima e violência a partir de uma perspectiva sociológica, sem explorar as interações com a saúde na população pesquisada. Ainda que, pelo fato de ser bem conhecida a relação entre violência no ambiente escolar e saúde, considerássemos que as pesquisas sobre bullying e violência também fazem parte desse campo, isso não seria suficiente para eliminar a defasagem do campo da saúde nos estudos sobre clima quando comparamos os contextos nacional e internacional, pois teríamos 17 pesquisas nacionais (24,3%) envolvendo temas relacionados à saúde contra 56 internacionais na revisão de Thapa33 Thapa A, Cohen J, Guffey S, Higgins-D'Alessandro A. A review of school climate research. Rev Educ Res 2013; 83(3):357-385. (54,9%), que identificou 21 pesquisas relacionando o clima ao bullying e à violência.

Levando em conta a baixa frequência de pesquisas interdisciplinares envolvendo educação e saúde no contexto nacional, e a preocupação integral com o adolescente e a criança previstas em nossa legislação (Constituição Federal, artigo 205)102102 Brasil. Senado Federal. Constituição da república federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal; 1988., não é exagero dizer que o potencial do clima escolar para a saúde dos alunos vem sendo gravemente negligenciado.

Por ser um ambiente de formação de novos cidadãos, a escola deve ser entendida como lugar privilegiado para combater problemas sociais e desenvolver as capacidades necessárias à vida adulta, um espaço de resistência em contextos de violência103103 Bueno JGS. Função social da escola e organização do trabalho pedagógico. Educ Rev 2001; 17:101-110.. Uma vez que transtornos mentais como a depressão e a ansiedade são reconhecidamente incapacitantes e trazem graves efeitos para a sociedade104104 World Health Organization (WHO). Depression and other common mental disorders: global health estimates. Geneva: World Health Organization; 2017., a escola deveria assumir papel mais ativo na prevenção desses transtornos, tanto por responsabilidade social quanto por sua responsabilidade diante do indivíduo que está sob seus cuidados e que deve ser capacitado para o pleno exercício de sua cidadania.

Considerações finais

Entendemos que os objetivos propostos para esta revisão foram alcançados. Foi possível obter uma compreensão geral das pesquisas que envolveram medição do clima escolar produzidas nos cursos de mestrado e doutorado. Constatou-se um aumento no interesse acerca desse tema nos últimos anos, bem como a produção de pesquisas centralizadas em polos do Sul e Sudeste e a grande variedade de métodos e de temas relacionados ao assunto do clima. Quanto ao campo da saúde, porém, encontramos poucas pesquisas. Mesmo que considerássemos os trabalhos que relacionaram o clima com a violência e o bullying, ainda haveria grande defasagem no volume de pesquisas nacionais no campo da saúde, em comparação com o contexto internacional.

Sobre as limitações do presente estudo, destacamos que o levantamento foi feito a partir de portais on-line que nem sempre possuem os trabalhos mais antigos na íntegra. Devido aos objetivos da pesquisa, este trabalho também não contou com artigos publicados em revistas ou estudos estrangeiros, o que pode ser útil em trabalhos futuros mais abrangentes. Outro ponto a ser lembrado é que a maior parte do trabalho de busca e seleção das teses e dissertações foi feita por apenas um revisor, enquanto a outra autora era consultada nos casos de dúvidas durante o processo.

Recomenda-se uma maior atenção do campo da saúde ao potencial positivo do clima. É importante o desenvolvimento de mais pesquisas relacionando o clima com desfechos de saúde, de forma a se avançar na compreensão e conscientização da responsabilidade da escola para com a formação plena de seus estudantes. A saúde mental dos alunos tem sido pouco abordada nas pesquisas sobre clima no Brasil. Além disso, nenhuma das pesquisas que relacionaram clima e saúde mental ouviu os alunos, mostrando mais um ponto carente de pesquisas. O campo da saúde também deve se apropriar mais de temas como violência e bullying, pois a relação do clima com esses temas tem sido explorada com muito mais intensidade por outras áreas do conhecimento. Há necessidade de mais pesquisas e práticas que promovam um clima escolar positivo constante.

Também se recomenda que, em futuras pesquisas, a medição do clima seja feita a partir de instrumentos apropriados, como escalas desenvolvidas para medir o clima escolar como um todo e que não deixem de valorizar a dimensão relacional desse fenômeno.

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Editado por

Editores-chefes:

Romeu Gomes, Antônio Augusto Moura da Silva

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Ago 2022
  • Data do Fascículo
    Set 2022

Histórico

  • Recebido
    18 Nov 2021
  • Aceito
    16 Maio 2022
  • Publicado
    18 Maio 2022
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