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Indícios de validade do déficit relacional no Método de Rorschach para população adulta não-paciente

Relational deficit validation evidences after Rorschach test in non-patient, adult population

Indicios de validez del déficit relacional en el Método de Rorschach para población adulta no paciente

Resumos

O Método de Rorschach no Sistema Compreensivo, no que tange à população adulta de não pacientes, no Brasil, está normatizado. Estudos de metanálise transculturais sobre esses resultados apontam que a amostra brasileira apresenta os maiores valores para o Índice de Déficit Relacional (Coping Deficit Index - CDI) dentre 14 países. Logo, esta pesquisa busca indícios de validade do Índice de Déficit Relacional investigando demanda social e aspectos do relacionamento interpessoal em entrevista fenomenológica com 8 universitários avaliados como positivos para o CDI. A análise dos dados seguiu o método fenomenológico. Os resultados apontam dificuldades dos participantes em lidar com a demanda social; os relacionamentos com irmão não indicam necessariamente intimidade ou amizade, mas apenas afeto. Há distanciamento, conflito e desrespeito no relacionamento com o pai e desentendimento com a mãe. Conclui-se que os dados apontam indícios de validade do Índice de Déficit Relacional.

Medidas Projetivas da Personalidade; Teste de Rorschach; Relações interpessoais; Relações familiares


The Rorschach Comprehensive System over non-patient, adult population in Brazil is standardized. Trans-cultural, meta-analytical assessments on those results rank Brazilian sampling as leading-Coping Deficit Index (CDI) among 14 countries. Hence, this survey seeks evidences of CDI validity, inquiring about both social requests and interactive aspects, along a phenomenological interview, where 8 undergraduates were diagnosed as CDI-positive. Data analysis followed a phenomenological method. Results reveal social difficulties of the subjects; sibling relationships do not necessarily indicate closeness or friendship, just affection. There is distancing, conflict, and disrespect in fatherly relationship, and misunderstandings in motherly relationship. It is concluded the data suggests evidences for CDI validity.

Personality Projective Measurements; Rorschach Test; Interpersonal relationships; Family relationships


El Método de Rorschach Sistema Comprensivo, con respecto a la población adulta de no pacientes, en Brasil, está estandarizado. Estudios de metanálisis transculturales sobre esos resultados apuntaron que la muestra brasileña presenta los mayores valores para el Índice de Déficit Relacional (Coping Deficit Index - CDI) entre 14 países. Luego, esta investigación busca indicios de validez del Índice de Déficit Relacional, investigando demanda social y aspectos del relacionamiento interpersonal en entrevista fenomenológica con 8 universitarios evaluados como positivos para el CDI. El análisis de los datos siguió el método fenomenológico. Los resultados apuntaron dificultades de los participantes en tratar con la demanda social; los relacionamientos con hermano no indican necesariamente intimidad o amistad, pero sólo afecto. Hay distanciamiento, conflicto y desrespecto en el relacionamiento con el padre y desentendimiento con la madre. Se concluye que los datos apuntaron indicios de validez del Índice de Déficit Relacional.

Medidas Proyectivas de la Personalidad; Test de Rorschach; Relaciones interpersonales; Relaciones familiares


ARTIGOS

Indícios de validade do déficit relacional no Método de Rorschach para população adulta não-paciente

Relational deficit validation evidences after Rorschach test in non-patient, adult population

Indicios de validez del déficit relacional en el Método de Rorschach para población adulta no paciente

Rafael Rubens de Queiroz Balbi NetoI; Sávio Silveira de QueirozII

IUniversidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil

IIUniversidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil

Contato com os autores

RESUMO

O Método de Rorschach no Sistema Compreensivo, no que tange à população adulta de não pacientes, no Brasil, está normatizado. Estudos de metanálise transculturais sobre esses resultados apontam que a amostra brasileira apresenta os maiores valores para o Índice de Déficit Relacional (Coping Deficit Index – CDI) dentre 14 países. Logo, esta pesquisa busca indícios de validade do Índice de Déficit Relacional investigando demanda social e aspectos do relacionamento interpessoal em entrevista fenomenológica com 8 universitários avaliados como positivos para o CDI. A análise dos dados seguiu o método fenomenológico. Os resultados apontam dificuldades dos participantes em lidar com a demanda social; os relacionamentos com irmão não indicam necessariamente intimidade ou amizade, mas apenas afeto. Há distanciamento, conflito e desrespeito no relacionamento com o pai e desentendimento com a mãe. Conclui-se que os dados apontam indícios de validade do Índice de Déficit Relacional.

Palavras-chave: Medidas Projetivas da Personalidade; Teste de Rorschach; Relações interpessoais; Relações familiares.

ABSTRACT

The Rorschach Comprehensive System over non-patient, adult population in Brazil is standardized. Trans-cultural, meta-analytical assessments on those results rank Brazilian sampling as leading-Coping Deficit Index (CDI) among 14 countries. Hence, this survey seeks evidences of CDI validity, inquiring about both social requests and interactive aspects, along a phenomenological interview, where 8 undergraduates were diagnosed as CDI-positive. Data analysis followed a phenomenological method. Results reveal social difficulties of the subjects; sibling relationships do not necessarily indicate closeness or friendship, just affection. There is distancing, conflict, and disrespect in fatherly relationship, and misunderstandings in motherly relationship. It is concluded the data suggests evidences for CDI validity.

Keywords: Personality Projective Measurements; Rorschach Test; Interpersonal relationships; Family relationships.

RESUMEN

El Método de Rorschach Sistema Comprensivo, con respecto a la población adulta de no pacientes, en Brasil, está estandarizado. Estudios de metanálisis transculturales sobre esos resultados apuntaron que la muestra brasileña presenta los mayores valores para el Índice de Déficit Relacional (Coping Deficit Index – CDI) entre 14 países. Luego, esta investigación busca indicios de validez del Índice de Déficit Relacional, investigando demanda social y aspectos del relacionamiento interpersonal en entrevista fenomenológica con 8 universitarios evaluados como positivos para el CDI. El análisis de los datos siguió el método fenomenológico. Los resultados apuntaron dificultades de los participantes en tratar con la demanda social; los relacionamientos con hermano no indican necesariamente intimidad o amistad, pero sólo afecto. Hay distanciamiento, conflicto y desrespecto en el relacionamiento con el padre y desentendimiento con la madre. Se concluye que los datos apuntaron indicios de validez del Índice de Déficit Relacional.

Palabras clave: Medidas Proyectivas de la Personalidad; Test de Rorschach; Relaciones interpersonales; Relaciones familiares.

O Método de Rorschach é uma das formas de avaliação psicológica mais utilizadas mundialmente e sem dúvida é instrumento de destaque para os profissionais de diversas áreas da Psicologia, a exemplo da clínica, jurídica e organizacional (Nascimento, 2010; Pasian, 2002; Pianowski & Villemor-Amaral, 2010). Recentemente foram publicadas normas para o Método de Rorschach no Sistema Compreensivo (SC) aplicado à população adulta não-paciente1 1 Entende-se aqui "população não-paciente" como pessoas sem histórico de desajuste psicológico ou transtorno psiquiátrico, em atividade laboral e/ou estudantil, incluindo atividades domésticas. Apoio institucional ao projeto: CNPq brasileira (Nascimento, 2007, 2010). Ao mesmo tempo, estudos recentes sobre normatização internacional do SC (Meyer, Erdberg & Shaffer, 2007) e de metanálise transcultural (Balbi Neto & Queiroz, 2009) apontam que a amostra brasileira apresenta os maiores valores para medidas do Índice de Déficit Relacional positivo (CDI+) dentre 14 países. Enquanto a média internacional ocidental está em 38,71% (DP=11,30%) da população com CDI+, estima-se 55% para o Brasil (Balbi Neto & Queiroz, 2009). Ademais, as maiores porcentagens ocidentais de pessoas com CDI=4 e 5 (35% e 20%, respectivamente), estão no Brasil (Balbi Neto & Queiroz, 2009). Assim, este trabalho se inclina a investigar o Índice de Déficit Relacional na população adulta não-paciente.

Hermann Rorschach, psiquiatra suíço, em 1921 publicou o Psicodiagnóstico (Rorschach, 1967), livro que trata do desenvolvimento de uma prova de interpretação de formas fortuitas – figuras pouco estruturadas. Rorschach (1967) sugere que pacientes de hospitais psiquiátricos apresentavam padrões de respostas semelhantes entre si, conforme o transtorno do qual padeciam, diferenciando-se, por outro lado, de grupos de não-pacientes. Essa prova é denominada, atualmente, Método das Manchas de Tinta de Rorschach ou, apenas, Método de Rorschach. O termo método foi adotado pois o instrumento "permite que seus dados sejam interpretados de acordo com o referencial teórico que se preferir" (Weiner, 2000, p. 32).

Ao longo dos anos, diversos pesquisadores no mundo investigaram o método, criando sistemas de classificação e interpretação diferentes a respeito, mas todos a partir do Psicodiagnóstico de Rorschach (1967). Este estudo toma como referência o Método de Rorschach segundo orientações do Sistema Compreensivo (Exner, 1999), que consiste em conjunto de técnicas específicas (aplicação, classificação e interpretação) baseadas no Método de Rorschach, propiciando avaliação padronizada (Exner, 1999; Exner & Sendín, 1999).

O Método de Rorschach segundo o Sistema Compreensivo consiste na apresentação de dez pranchas com borrões de tinta indefinidos ou pouco estruturados (Weiner, 2000), sendo a primeira preta, a segunda e a terceira pretas e vermelhas. Da quarta à sétima, novamente pretas, e as três últimas, coloridas. Após a apresentação de cada prancha o participante é questionado sobre as manchas, conforme etapas e perguntas padronizadas no manual de referência (Exner, 1999).

Cada resposta do avaliado é classificada segundo: a prancha em que foi percebida, a localização na prancha, a Qualidade Evolutiva (Exner, 1999) da percepção, o fator que a determinou (Determinante – Exner, 1999), a Qualidade Formal (Exner, 1999) de percepção da mancha, o conteúdo da resposta, a Atividade Organizativa (Exner, 1999) da resposta, a popularidade da resposta (Respostas Populares – Exner, 1999) e as características incomuns na resposta (Códigos Especiais – Exner, 1999), quando ocorrem.

Todas essas informações são registradas em protocolo (Sequência dos Códigos – Exner, 1999) e contabilizadas no Sumário Estrutural (Exner, 1999). No Sumário Estrutural, são calculados diversos índices, proporções, médias, razões e porcentagens, divididos em 8 agrupamentos de variáveis: 1) Processamento da Informação; 2) Mediação Cognitiva; 3) Ideação; 4) Traços Afetivos; 5) Autopercepção; 6) Relações Interpessoais; 7) Controle e Tolerância ao Estresse; e 8) Estresse Situacional, sendo de nosso particular interesse o CDI contido no sexto grupamento, Relações Interpessoais.

Índice de Déficit Relacional (CDI)

O Índice de Déficit Relacional (Coping Deficit Index – CDI) é medida do Sistema Compreensivo que avalia o déficit relacional. Essa medida se relaciona com o manejo da demanda das relações sociais, podendo variar de 0 a 5 (Exner & Sendín, 1999).

Exner desenvolveu esse índice a partir de grupo com diagnóstico de depressão; a princípio acreditou tratar-se de segundo índice de depressão. Todavia, percebeu que alguns, sem diagnóstico, também se apresentavam positivos para o índice. Investigando melhor, Exner verificou que pessoas com diagnóstico de depressão respondiam melhor aos tratamentos focados nos problemas de relacionamento interpessoal, com menos recaídas em comparação com outros tipos de tratamento.

Ao mesmo tempo, identificou que o grupo de não-pacientes, com índice positivos, relatava dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Portanto, o índice estudado por Exner não era um segundo Índice de Depressão, mas índice de déficit relacional interpessoal, atual CDI (Exner & Sendín, 1999).

Pessoas com CDI 4 ou 5 costumam apresentar "problemas para enfrentar com eficiência as demandas comuns de seu meio social" (Exner & Sendín, 1999, p. 163). Possuem "tendência a ter problemas na interação com os que [as] rodeiam; costumam estabelecer relações pessoais mais superficiais e pouco duradouras e podem parecer, frequentemente, mais distantes" (Exner & Sendín, 1999, p. 163). Segundo Nascimento (2010, p. 136), CDI 4 ou 5 estaria presente na avaliação de pessoas "com menos habilidades sociais e tendência a apresentar dificuldades em seu relacionamento com o ambiente, especialmente na esfera social". Além disso, apresentam dificuldades para melhorar relacionamentos, que se mostram, de maneira geral, superficiais, indicando vulnerabilidade e desamparo (Nascimento, 2010).

Por outro lado, nada podemos afirmar apenas com a informação de que o índice é menor ou igual a 3 (Exner & Sendín, 1999). Com isso, não se pode pressupor que pessoas negativas para o CDI são mais capazes de lidar com as demandas socais e possuem menos problemas interpessoais.

Para aprofundar o conhecimento sobre o CDI no Método de Rorschach, foi realizada revisão da literatura sobre o uso do mesmo, em maio de 2011. A recuperação das informações se deu com a utilização do sítio da Biblioteca Virtual em Saúde (http://pesquisa.bvsalud.org/regional/index.php?lang=pt) na modalidade de pesquisa livre. Nessa busca foram consultadas 11 bases de dados, 5 em Ciências da Saúde (LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO) e 8 de Áreas Especializadas (BIOÉTICA, CidSaúde, DESASTRES, HISA, HOMEOINDEX, LEYES, MEDCARIB, REPIDISCA).

Foram utilizados os seguintes termos: Rorschach, Coping, Deficit e Index; foram escolhidos, segundo Fujita (2004), para determinação de palavra-chave de artigos científicos. Conforme Sampaio, Rosa e Sabatini (1998), utilizou-se a estratégia de busca complexa descrita adiante: "Rorschach" AND "Coping" AND "Deficit" AND "Index".

A estratégia de busca enfocou as palavras no título, no resumo e no assunto dos artigos pesquisados. O critério de inclusão foi: artigo empírico de periódico indexado publicado em português, espanhol ou inglês de 1994 a 2011. Seriam excluídos dessa busca os artigos de metanálise, os estudos de caso e os artigos teóricos, bem como os publicados em outros idiomas.

Foram encontrados 7 artigos empíricos, em inglês, de 5 periódicos diferentes (Adicciones; Assessment; Psychiatry and Clinical Neurosciences; Journal of Burn Care and Rehabilitation; e Journal of Personality Assessment). Os artigos tratavam de populações diversificadas: dependentes de cocaína (Pinheiro e colaboradores, 2008), crianças e adolescentes não-pacientes (Franklin & Cornell, 1997; Stredny & Ball, 2005), pacientes psiquiátricos de manicômio judiciário (Young, Justice & Erdberg, 1999), pacientes com cenestopatia oral (Honma & cols., 2006), crianças e adolescentes com queimaduras graves (Holaday & Terrell, 1994; Holaday & Whittenberg, 1994), mas todos com dados relevantes sobre o CDI.

Essa revisão evidenciou elevada porcentagem de CDI positivo entre pacientes dependentes de cocaína (Pinheiro e colaboradores, 2008), presos com histórico de comportamento extremamente violento (Young & cols., 1999), pacientes com cenestopatia oral (Honma & cols., 2006), crianças e adolescentes vítimas de queimaduras graves (Holaday & Whittenberg, 1994), e dentre estas há predomínio sobre os não-resilientes (Holaday & Terrell, 1994). Isso evidencia a carência de pesquisas sobre a validade do CDI com população adulta não-paciente, em especial no Brasil.

Considerando a necessidade de investigações do Déficit Relacional e as características psicológicas que o definem, este trabalho procurou apontar indícios de validade do Índice de Déficit Relacional pela investigação da demanda social e aspectos do relacionamento interpessoal em universitários avaliados positivos para o CDI.

Método

Participantes

Participaram inicialmente deste estudo 27 universitários, sendo selecionados a posteriori 8 universitários positivos para o CDI (3 do sexo feminino e 5 do masculino), todos com idades entre 18 e 43 anos (M=22,88 e DP=8,44), 1 casado e 7 solteiros. No CDI, 3 atingiram 5 pontos e 5 pontuaram 4. A escolha inicial se deu em amostra de conveniência, pois os 27 participantes convidados constavam em banco de dados de pesquisas anteriores deste autor. Outros dados (idade, anos de escolaridade, cor de pele, tipo de instituição de ensino superior e curso superior em andamento) são apresentados na Tabela 1.

Instrumentos e procedimento

Utilizou-se, enquanto instrumentos, o Método de Rorschach (MR) no Sistema Compreensivo (SC), já introduzido anteriormente, e uma entrevista qualitativa, abaixo descrita. Antes da aplicação dos instrumentos, convidamos universitários que já participaram de pesquisas deste autor, mas sem os presentes instrumentos. Desses, 27 assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias. Os instrumentos foram aplicados em 2 encontros, sendo, no primeiro, o Método de Rorschach nos moldes do Sistema Compreensivo (Exner, 1999) e, no segundo, a entrevista, ambas as sessões filmadas.

Método de Rorschach (MR)

O Método de Rorschach no Sistema Compreensivo foi um dos instrumentos utilizados, já que interessa investigar aspectos de relacionamento interpessoal e de demanda social de pessoas positivas para o Índice de Déficit Relacional.

O Método de Rorschach foi aplicado pelo autor desta pesquisa, sob supervisão do coautor da mesma. Durante a aplicação havia um auxiliar de pesquisa, estudante de graduação em psicologia, treinado no Sistema Compreensivo. A devolução dos resultados foi realizada pelo autor e conforme a solicitação dos participantes.

Duas pessoas classificaram todas as respostas, uma o aplicador e autor, e um psicólogo com boa experiência na utilização do teste. Esse último, que não presenciou a aplicação do teste e não tinha conhecimento da pesquisa que estava sendo realizada, efetuou a classificação de forma independente do primeiro. O índice de concordância de classificação das respostas entre esses dois profissionais foi de 0,92. A análise da concordância da classificação das respostas seguiu o seguinte procedimento:

• Concordância entre os dois classificadores – item de codificação aceito.

• Discordância entre os dois classificadores – o item foi analisado por um juiz, igualmente especializado no sistema compreensivo, que decidiu entre as duas posições diferentes.

Entrevista fenomenológica

A entrevista fenomenológica usa roteiro de questões abertas aplicado em procedimento específico, conforme proposto por Gomes (1997) e exemplificado em diferentes pesquisas orientadas por ele (Gomes, 1998). Nesse trabalho, os dados da entrevista foram tratados por método fenomenológico descrito mais adiante.

Os tópicos do roteiro são divididos em quatro grupos, em que o participante informa dados sociodemográficos (Grupo 1) e biográficos (remotos e atuais), enfocando: as demandas sociais (Grupo 3), os relacionamentos interpessoais familiares (Grupo 4), e informações que garantem a classificação do participante na condição de não-paciente (Grupo 2 – Histórico pessoal). As definições do constructo investigado, Déficit Relacional, por ser objeto e fenômeno do estudo, orientaram perguntas do roteiro. Cada um dos grupos reúne os dados seguintes:

1. Sociodemográficos: nome completo, sexo, telefone para contato, idade, e-mail, endereço, escolaridade, ocupação, curso, instituição de ensino superior, anos de escolaridade, estado civil, cor de pele, naturalidade, nacionalidade.

2. Histórico pessoal: acompanhamento psicológico/psiquiátrico anterior e atual, doenças ou transtorno mental diagnosticado por médico, medicação, presença e histórico de sofrimento psicológico (ou mental) significante.

3. Demanda Social: descrição do que é as pessoas se aproveitarem do participante, como, de que modo evita que se aproveitem dele.

4. Relacionamento interpessoal: descrição do relacionamento com irmãos, irmãs, pai e mãe, passado e atual.

Outras considerações sobre o procedimento

Conforme referido, foram convidados inicialmente 27 universitários para participar da pesquisa; estimava-se que 14 ou 15 deles seriam positivos para o CDI, conforme as normas para população brasileira, que apontam 55% da população com CDI+. Todavia, os dados de apenas 8 participantes, classificados enquanto CDI+, interessam a este trabalho. A seleção se deu após a aplicação de todos os instrumentos. Isso se justifica por minimizar efeitos de viés do entrevistador sobre os resultados. Acreditava-se que o desconhecimento do entrevistador sobre a positividade do CDI do entrevistado permitia procedimento mais neutro na investigação do Déficit Relacional.

Foram excluídos da análise participantes avaliados como negativo para o CDI já que, nada podemos afirmar sobre pessoas com o CDI menor ou igual a três (Exner & Sendín, 1999). Dessa forma, não faz sentido comparar pessoas classificadas como CDI+ (igual a quatro ou cinco) e CDI- (menor ou igual a três).

Análise de dados

Os dados da entrevista foram analisados conforme o método da Fenomenologia-Semiótica, em que dados do tipo Capta são os tomados como prova ou indício da ordem de experienciado/experienciando/ experienciador, em que o foco está em como a experiência é tomada, ou captada, e como o participante a descreve (Lanigan, 1997). Por outro lado, dados do tipo Data são fornecidos (não tomados) como prova ou indício, em que a "lógica é dada (data) ao fenômeno para predizer se a atribuição permanecerá ou não" (Lanigan, 1997, p. 23), da ordem de experienciador/experienciando/experienciado. Assim, dados qualitativos aqui trabalhados são tomados como evidência, ou seja, analisados como do tipo Capta.

Os dados da entrevista foram analisados seguindo os três passos da Fenomenologia-Semiótica (Gomes, 1997, 1998; Lanigan, 1997): descrição qualitativa, análise indutiva e interpretação. As variáveis de interesse da entrevista foram transcritas e analisadas conforme descrito.

O uso do método fenomenológico para estudo da validade de instrumentos psicológicos ainda é muito recente, porém o método fenomenológico está consolidado e legitimado no campo da pesquisa empírica em psicologia segundo estudo recente (DeCastro & Gomes, 2011).

Resultados

Para atender ao escopo, descreveremos as repostas de participantes em 2 partes temáticas. Na primeira são apresentadas as categorias sobre como os participantes percebem e lidam com as demandas sociais, e na segunda, a descrição do relacionamento dos participantes com familiares. As frases em itálicos são transcrições literais das entrevistas. Em geral, são frases resumindo ou indicando as posições dos entrevistados sobre os temas abordados. Ao fim de cada citação há referência ao participante. Optou-se por não utilizar categorias previamente estabelecidas, apesar da menção às mesmas na revisão bibliográfica, já que o instrumento não sugere tematização dos relacionamentos interpessoais. O Anexo 1 Anexo 1 apresenta dois quadros que resumem os resultados.

Demandas sociais

Descrevem-se adiante as 3 categorias temáticas sobre demandas sociais: "As pessoas me pedem dinheiro e favores", "A percepção do 'aproveitam-se de mim'" e "Formas de lidar com a demanda social".

1) As pessoas me pedem dinheiro e favores

A demanda social é percebida pelos participantes principalmente como pedidos genéricos (pedir favores) e específicos, como pedir dinheiro e ajuda em trabalhos de faculdade.

"Se aproveitam da minha situação financeira." (P6)

"Ofereço bastante ajuda, às vezes as pessoas querem demais, para que eu faça trabalho de todo tipo, como exercícios da faculdade." (P4)

2) A percepção do "aproveitam-se de mim"

Esta categoria temática é subdividida em duas subcategorias díspares: "As pessoas se aproveitam de mim" e "Não sei como as pessoas se aproveitam de mim".

a) As pessoas se aproveitam de mim

Nesta primeira categoria, os entrevistados percebem que as pessoas se aproveitam deles, o que pedem e em que situação pedem. Neste caso, existe demanda social específica percebida pelo participante.

"Se aproximam de mim para se aproximar de outras pessoas. Se aproximam de mim para fazer grupos de atividade acadêmica." (P8)

b) Não sei como as pessoas se aproveitam de mim

Já nesta segunda categoria, os entrevistados percebem que as pessoas se aproveitam deles de alguma forma, mas não sabem explicar como nem em que situação.

"Não sei, eu sou muito besta. Acredito muito nas pessoas. Achava que eram minhas amigas, mas não eram." (P1)

3) Formas de lidar com a demanda social

A categoria "Formas de lidar com a demanda social" subdivide-se em 3 subcategorias: "Eu (acho que) sei dizer não", "Eu me afasto", e "Eu tenho dificuldade para dizer não".

a) Eu (acho que) sei dizer não

O participante se percebe habilidoso o suficiente para negar pedidos que não gostaria de atender. Como estratégia, diz que não atenderá aos favores, ou sempre diz que está sem dinheiro ou pedindo moedas emprestadas para evitar que os outros lhe peçam dinheiro.

"É muito difícil eu atender pedidos que eu gostaria de recusar." (P3)

b) Eu me afasto

Outra estratégia dos entrevistados é afastar-se dos aproveitadores. Entendem que a distância evita a demanda social.

"Eu normalmente me afasto para evitar que as pessoas se aproveitem de mim." (P6)

c) Eu tenho dificuldade para dizer não

O participante se percebe com dificuldades para negar pedidos e favores. Em alguns momentos atende sem querer atender; em outros, consegue dizer "não" com dificuldade.

"Como sabem que eu não recuso, fazem disso uma lei. Geralmente não ligo, eu faço." (P3)

Relacionamentos interpessoais

1) Relacionamento com os irmãos

O relacionamento dos participantes com os irmão é descrito em duas grandes categorias: "Afetividade no relacionamento com os irmãos" e "Melhora no relacionamento com os irmãos com o tempo".

a) Afetividade no relacionamento com os irmãos

Na percepção dos participantes, há afetividade entre ele e os irmãos; pode haver ou não amizade e intimidade, mas carinho e afeto são marcantes neste tema. Os entrevistados compartilham com seus irmãos atividades em comum, como tarefas domésticas, viagens e conversas superficiais.

"[com minha irmã mais nova] é só conversa bestas sobre colégio e amigas. [Nosso relacionamento é] muito tranquilo, de muito afeto com ela." (P7)

b) Melhora no relacionamento com os irmãos com o tempo

Na percepção dos entrevistados, durante a infância havia muitos conflitos com irmãos, porém ao longo do tempo o relacionamento marcado por brigas e desentendimentos melhorava. Essa melhora caracteriza-se tanto pela ausência das brigas em razão do natural distanciamento dos irmãos, como pelo aumento da afetividade, descritos anteriormente.

"Meu irmão foi crescendo e foi ficando melhor o relacionamento com ele." (P1)

2) Relacionamento com o pai

O relacionamento com o pai é descrito em 2 grandes categorias: "Qualificação no relacionamento com o pai" e "Atividades agradáveis realizadas com o pai". No primeiro tema, "Qualificação no relacionamento com o pai", são descritas as maneiras pelas quais o participante qualifica os relacionamentos com o pai; no segundo, descrevem-se as atividades agradáveis com o pai.

a) Qualificação do relacionamento com o pai

A qualificação do relacionamento com o pai é feita em 3 subcategorias: "Intimidade no relacionamento com o pai", "Distanciamento no relacionamento com o pai" e "Conflito e desrespeito no relacionamento com o pai".

i) Intimidade no relacionamento com o pai

Na percepção dos participantes, o relacionamento com o pai é qualificado como de intimidade, respeito, cumplicidade e ajuda mútua.

"Muito respeito. Ele me ouve, faz muita coisa por mim. Me apoia e conversa comigo." (P8)

ii) Distanciamento no relacionamento com o pai

O relacionamento com o pai também é qualificado como de distanciamento, em que há contato entre pai e filho, mas pouca intimidade ou amizade.

"Atualmente não tenho relacionamento próximo. Tenho muito carinho, mas não tenho intimidade." (P4)

iii) Conflito e desrespeito no relacionamento com o pai

Os entrevistados percebem que no relacionamento com o pai também há conflito e desrespeito. A agressão normalmente é percebida por parte do pai, não do filho. Os conflitos normalmente têm relação com o trabalhar junto, comum em empresas familiares.

"Foi meu patrão, a relação foi conflitante." (P6)

b) Atividades agradáveis com o pai

Na percepção dos participantes, são diversas as atividades com o pai, como conversar, assistir televisão, ciclismo, caminhada e vôlei, sair à noite, ir à praia, passear e viajar.

"A gente almoça junto, assiste TV, sai à noite, viaja, tem muitos momentos em família." (P3)

3) Relacionamento com a mãe

O relacionamento com a mãe é descrito aqui em 3 grandes categorias: "Afeto e proximidade no relacionamento com a mãe", "Desentendimento e respeito no relacionamento com a mãe" e "Atividades agradáveis com a mãe".

a) Afeto e proximidade no relacionamento com a mãe

O relacionamento com a mãe é qualificado como tendo afeto, carinho, harmonia, amizade e brincadeiras. Pode haver muita ou pouca intimidade, mas sempre presente. A atividade de conversar é vista como o motivo para aproximação e afeto.

"Tenho muita amizade, de carinho. Ela é muito brincalhona. Ela também me apoia." (P8)

b) Desentendimento e respeito no relacionamento com a mãe

O relacionamento com a mãe também é qualificado como tendo desentendimentos e discussões. Esses não têm tanto o sentido de disciplinar e corrigir, insultar e humilhar. Nesta categoria a noção de desentendimentos vincula-se ao embate de ideias preservando a dignidade e o respeito, sem que uma das partes se sinta ofendida ou humilhada.

"Ela tem alguns pensamentos errados e eu puxo orelha dela. Pensamentos de preconceito nos relacionamentos". (P1)

c) Atividades agradáveis com a mãe

Na percepção dos participantes, as atividades com a mãe são agradáveis, dentre elas conversar, fazer compras, viajar, cozinhar e passear.

"A gente conversa, vai ao supermercado, na casa de familiares, amigos íntimos, ao teatro, tudo que preciso de imediato é a ela que recorro." (P3)

Discussão

A demanda social, aqui estudada na forma do "aproveitar-se de mim", é definida como o pedido de dinheiro e favores. Essa demanda ocorre de 2 formas: as pessoas se aproveitam do entrevistado, e este não sabe explicar como. Parece haver coerência entre as categorias, já que em ambas há a percepção de que as pessoas se aproveitam do participante. Todavia, de alguma forma elas se diferenciam: na primeira há a percepção de como as pessoas se aproveitam; na segunda, o participante se sente aproveitado, mas não sabe explicar como isso ocorre. A última situação aparentemente assemelha-se à primeira, mas com limitação da percepção do participante sobre o que e como ocorre.

As formas com que os participantes lidam com a demanda social são: 1) negar os pedidos, 2) afastar-se das pessoas e 3) ter dificuldade para negar pedidos. À primeira vista, parece não haver coerência entre a primeira e a terceira categoria, ou seja, há paradoxo nos discursos dos participantes, ora assumindo que sabem negar pedidos, ora relatando suas dificuldades. Podemos considerar que tal paradoxo indica percepções situacionais diferentes. Em determinadas situações, o participante consegue negar pedidos; já em outras não tem o mesmo sucesso. Uma análise aprofundada das situações em que os participantes negam pedidos apontou negarem mais facilmente pedidos que se tornaram, perceptivelmente, abusivos.

A qualificação do relacionamento com os irmãos é dividida entre passado e presente. No passado havia conflitos e afetividade; no presente, melhora o relacionamento, mantendo-se a afetividade. O passado refere-se à infância e adolescência, fases em que a ambivalência acordo-desacordo é vista com normalidade, principalmente entre meninos. Já na atualidade, os relacionamentos são vistos com mais afetividade, com ou sem amizade ou intimidade. Aqui há um ponto relevante: apesar do relato de carinho e afeto, não há necessariamente amizade e intimidade com os irmãos. Parece que o participante quer desenvolver bons relacionamentos com os irmãos, mas não tem habilidade para tal. Isso indica limitações em construir bons relacionamentos interpessoais, tornando-se com isso pessoas mais superficiais, desamparadas e vulneráveis, conforme prevê a bibliografia.

A qualificação do relacionamento com o pai é marcado por intimidade, distanciamento, conflito e desrespeito. O relacionamento com o pai parece estar qualificado de maneira ambivalente, algumas situações com intimidade, outras com distanciamento ou conflitos. Diferentemente do que ocorreu na percepção das demandas sociais, aqui não há apenas percepções situacionais sobre o relacionamento com o pai, mas grupos diferenciados. Em um deles (composto por dois participantes) há marcadamente mais intimidade do que no outro, que relata distanciamento, conflitos e desrespeito. No grupo que relata intimidade e proximidade com o pai, também há conflitos e desrespeito, ou seja, a intimidade não é um fator para construção de um bom relacionamento. Além das categorias acima discutidas, ainda há a presença da categoria "Atividades agradáveis realizadas com o pai".

Os dados sobre o relacionamento com o pai ressaltam os problemas de relacionamento interpessoal, pois a presença de distanciamento, conflito e desrespeito é notoriamente percebida e assumida pelo participante. Evidencia-se déficit relacional nos participantes deste estudo.

A qualificação do relacionamento com a mãe é caracterizada por afeto, proximidade, desentendimento e respeito. Da mesma forma que no relacionamento com os irmãos e com os pais, o relacionamento com a mãe é marcado por ambivalências em que percepções contraditórias convivem no mesmo discurso. Essas ambivalências parecem situacionais, assim como nos outros casos, em que ora há afeto e proximidade, ora conflito e desentendimento. Diferentemente do relacionamento com o pai, inexistem conflitos ou desrespeitos, mas desentendimento e respeito. Parece que o participante sabe lidar melhor com a mãe do que com o pai, mas, de qualquer forma, há desacordo entre filhos e mães.

Considerações sobre dados sociodemográficos

Os dados sociodemográficos dos participantes deste estudo parecem distanciar-se da amostra de referência brasileira. Mas, antes mesmo de apontar diferenças e semelhanças entre as amostra, é preciso considerar: 1) o escopo deste trabalho; e 2) as delimitações dos dados normativos. O estudo busca indícios de validade do construto Déficit Relacional, não sua normatização. Logo, diferenciais entre os dados sociodemográficos das amostras não cabem neste estudo, mas podem compor estudos de normatização.

Ao mesmo tempo, deve-se considerar que os dados normativos referem-se a uma população em geral, sem diferenciar positivos de negativos para o CDI. Por isso, tampouco se aplicam a este estudo comparações com dados apenas de pessoas positivas para o CDI. Comparações entre os dados da amostra inicial (de 27 participantes) que originaram este estudo não foram buscadas, devendo esses dados ser trabalhados posteriormente.

Conclusão

Os dados qualitativos confirmam empiricamente o constructo de Déficit Relacional, já que os participantes relatam dificuldades para lidar com a demanda social sem se afastar das pessoas. Os relacionamentos com irmão não indicam necessariamente proximidade, intimidade ou amizade, mas apenas afeto. Também há relatos de distanciamento, conflito e desrespeito no relacionamento com o pai e desentendimento no relacionamento com a mãe. Com isso, podemos afirmar que os dados apontam indícios de validade do Índice de Déficit Relacional.

Considerações finais

Os dados referentes aos relacionamentos interpessoais com amigos foram investigados e analisados; todavia, foram suprimidos porque não indicaram Déficit Relacional. Entende-se que os vínculos de amizade são construídos a partir de número muito maior de opções de escolha, se comparados aos vínculos familiares. Há, portanto, tendência natural de escolher amigos com os quais não há problemas de relacionamento e de evitar amizades em desarmonia. Diferentemente, nos relacionamentos com irmãos e pais, há maior imposição das contingências sociais para a criação desses relacionamentos interpessoais com familiares específicos, com pouca ou nenhuma escolha.

Contato com os autores:

Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Centro de Ciências Humanas e Naturais – UFES

Av. Fernando Ferrari, nº 514 – Goiabeiras – CEP 29075-910 – Vitória-ES.

E-mail: rafaelbalbineto@gmail.com

Recebido em 15/06/2011

Reformulado em 10/05/2012

Aprovado em 20/08/2012

Sobre os autores:

Rafael Rubens de Queiroz Balbi Neto é graduado e mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Tem experiência na área de Psicologia Clínica, com ênfase em Psicoterapia e Avaliação Psicológica, atuando principalmente nos seguintes temas: Relacionamento Interpessoal e Personalidade.

Sávio Silveira de Queiroz é graduado e mestre em Psicologia, doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, professor associado da Universidade Federal do Espírito Santo e orienta pesquisas na área de Psicologia, com ênfase em Processos Perceptuais e Cognitivos; Desenvolvimento e Saúde.

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Anexo 1

  • 1
    Entende-se aqui "população não-paciente" como pessoas sem histórico de desajuste psicológico ou transtorno psiquiátrico, em atividade laboral e/ou estudantil, incluindo atividades domésticas.
    Apoio institucional ao projeto: CNPq
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Jan 2013
    • Data do Fascículo
      Dez 2012

    Histórico

    • Recebido
      15 Jun 2011
    • Aceito
      20 Ago 2012
    • Revisado
      10 Maio 2012
    Universidade de São Francisco, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia R. Waldemar César da Silveira, 105, Vl. Cura D'Ars (SWIFT), Campinas - São Paulo, CEP 13045-510, Telefone: (19)3779-3771 - Campinas - SP - Brazil
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