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A formação de psicólogos escolares no Brasil: uma revisão bibliográfica

School psychology in Brazil: a literature review on the field and its presence in graduation in psychology

La formación de los psicólogos escolares en Brasil: una revisión bibliográfica

Resumo:

O presente artigo é um dos resultados do Projeto multicêntrico "A formação do psicólogo escolar e as Diretrizes Curriculares em psicologia: concepções teóricas, bases metodológicas e atuação profissional" e teve como objetivo elaborar um panorama das discussões sobre a formação do psicólogo escolar no Brasil. A pesquisa ocorreu na base de dados LILACS, com a palavra-chave "formação do psicólogo escolar". Foram analisados 19 trabalhos entre os anos de 1988 e 2011, que discutiam temas entre a formação e a atuação do psicólogo escolar. Concluiu-se que a formação profissional em psicologia escolar, segundo os autores pesquisados, não tem se constituído como prioritária para a formação do psicólogo. Há também a necessidade de se desenvolver pesquisas e aprimorar os conhecimentos da área de psicologia escolar, principalmente no que tange aos currículos dos cursos e à metodologia pela qual os conteúdos são ministrados aos alunos.

Palavras-Chave:
Psicologia Escolar; Formação do Psicólogo; Atuação do Psicólogo

Abstract:

This article is one of the results of the multicenter project "The formation of the school psychologist and curriculum guidelines in psychology: theoretical concepts, methodological foundations and professional practice." It aims to draw up an overview of discussions on the formation of the school psychologist in Brazil. The research took place in the LILACS database, with the keyword "training school psychologist." 19 papers were analyzed between the years 1988 and 2011, discussing issues between training and the role of the school psychologist. It was concluded that vocational training in school psychology, according to the authors surveyed, has not been constituted as a priority for training of psychologists. There is also the need to develop research and improve the knowledge of school psychology area, especially with regard to the curricula of the courses and the methodology by which the contents are taught to students.

Keywords:
School Psychology; Psychologist Education; Psychologist Performance

Resumen:

Este artículo es uno de los resultados del Proyecto Multicéntrico "La formación del psicólogo de la escuela y las Directrices Curriculares de la psicología: "Conceptos teóricos, metodológicos y fundaciones del desempeño profesional". Él poseyó como objetivo una visión general de los debates sobre la formación del psicólogo de la escuela en Brasil. La investigación se llevó a cabo en la base de datos LILACS, con la palabra clave "psicólogo de la escuela de entrenamiento". Se analizaron 19 trabajos publicados entre 1988 y 2011, en que se abordaron cuestiones relacionadas con la formación y la práctica en psicología escolar. Se concluyó que la formación en psicología escolar, de acuerdo con los estudios revisados​​, se ha constituido como una prioridad para la formación de los psicólogos. También existe la necesidad de desarrollar la investigación y mejorar los conocimientos en el área de la psicología escolar, especialmente en lo que respecta a los planes de estudio de la psicología y la metodología mediante la cual los contenidos se suministran a los estudiantes.

Palabras clave:
Psicología Escolar; Formación del Psicólogo; Actuación del Psicólogo

Introdução

No Brasil, a psicologia foi reconhecida como profissão no ano de 1962, e nesses mais de 50 anos de existência ela já passou por diversas reformulações e mudanças de paradigmas formativos (Joly, 2000Joly, M. C. R. A. (2000). A formação do psicólogo escolar e a educação no terceiro milênio. Psicologia Escolar e Educacional, 4 (2). ; Brasileiro, & Souza, 2010Brasileiro, T. S. A., Souza, M. P. R. (2010). Psicologia, diretrizes curriculares e processos educativos na Amazônia: um estudo da formação de psicólogos. Psicologia Escolar e Educacional14(1).; Carvalho,& Marinho-Araujo, 2009Carvalho, T. O.; Marinho-Araujo, C. M. (2009). Psicologia escolar no Brasil e no Maranhão: percursos históricos e tendências atuais. Psicologia Escolar e Educacional, 13(1) jun.; Soares,& Marinho-Araujo, 2010Soares, P. G. & Marinho-Araujo, C. M. (2010). Práticas emergentes em Psicologia Escolar: a mediação no desenvolvimento de competências dos educadores sociais. Psicologia Escolar e Educacional, 14(1), 45-54.).

Maluf (1994Maluf, M. R. (1994). Formação e atuação do Psicólogo na educação: dinâmica de transformação. Em Conselho Federal de Psicologia (Org.), Psicólogo Brasileiro: Práticas emergentes e desafios para a formação. São Paulo: Casa do Psicólogo pp. 157-200.) considerou que, nos últimos trinta anos, houve profundas revisões e reformulações dos "esquemas conceituais que sustentaram a formação em Psicologia durante o curso de graduação" (p.166), disparadores de mudanças na atuação em psicologia escolar. De um modo geral, as mudanças incidiram a partir das críticas ao modelo psicométrico de avaliação, bem como ao papel do psicólogo na escola e em contextos educacionais diversos. Houve também verdadeira revolução nos estudos em psicologia escolar, resultando em significativas mudanças teóricas e práticas, havendo, nesse sentido, muitas produções em livro, com o pioneirismo do trabalho de Patto "Psicologia e ideologia: uma introdução crítica à psicologia escolar" (1984Patto, M. H. S. (1984). Psicologia e ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar. São Paulo: T. A. Queiroz.), pesquisa cuja parte empírica fundamentou-se em questionários com psicólogos atuantes em escolas públicas do município e estado de São Paulo. Segundo a autora: "A má formação do psicólogo se revela em toda a sua força quando solicitado a discorrer sobre a criança que freqüenta a escola pública de primeiro grau; aqui, predomina a enxurrada de preconceitos e estereótipos" (p.172), e a consequente psicologização de problemas de natureza política. O quadro da formação profissional para os psicólogos atuantes na educação revelava-se complicado e, para muitos (Guzzo, 1999Guzzo, R. S. L. (1999). Novo paradigma para a formação e atuação do psicólogo escolar no cenário educacional brasileiro. Em R. S. L. Guzzo (Org.), Psicologia Escolar: LDB e educação hoje (pp. 131-144).. Campinas, SP: Alínea ; Neves, 2009Neves, M. (2009). A atuação dos psicólogos escolares no Distrito Federal. Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, prática e formação. Em C. M. Marinho-Araújo (Org.), Psicologia escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, prática e formação (pp. 55-74).. Campinas, SP: Alínea ) têm havido sérios problemas para a formação em nível de graduação acompanhar as transformações da própria área de atuação e a produção em pós-graduação.

Com a produção de pesquisadores vinculados a cursos de pós-graduação stricto sensu em todo o país, novas produções deram vida à diversificação de ideias sobre a formação em psicologia escolar. Neste sentido, o Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional (que chegou à sua décima segunda edição em 2015) e a constituição do Grupo de Trabalho: "Psicologia Escolar/Educacional" na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), em 1994, têm sido fundamentais para a evolução da pesquisa sobre formação e atuação em psicologia escolar. Também vale lembrar que a última década trouxe a Resolução 013/2007Conselho Federal De Psicologia (2007). Resolução CFP N.º 013/2007 - Consolidação das resoluções relativas ao título profissional de especialista em psicologia. Brasília: CFP. do Conselho Federal de Psicologia, na qual se expressa a diversificação das atribuições do psicólogo escolar para o trabalho tanto preventivo quanto corretivo, grupal e individual, inserido em vários níveis do sistema educacional e trabalhando com diversos sujeitos do processo ensino-aprendizagem.

Também na última década, atuou a Comissão de Especialistas de Ensino de Psicologia, com a responsabilidade de propor novas Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação [CNE/CNES] (2004)Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior [CNE/CNES](2004). Resolução CNE/CES n. 08, de 7 de maio de 2004. Institui as Diretrizes Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia. Recuperado: 04 ago. 2010. Disponível: Disponível: http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12991
http://portal.mec.gov.br/index.php? opti...
, conforme Cruces (2009Cruces, A. V. V. (2009). Desafios e perspectivas para a Psicologia Escolar com a implantação das Diretrizes Curriculares. Em C. M. Marinho-Araújo (Org.),Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, prática e formação(pp. 15-34). Campinas, SP: Alínea.). Demanda-se, desde então, que as Diretrizes sejam implementadas pelas instituições de formação em nível superior com as modificações que o novo perfil do profissional psicólogo requer dos currículos e da organização dos cursos de psicologia. Tendo substituído o antigo currículo mínimo dos cursos de psicologia, as Diretrizes produziram maior autonomia na proposição dos cursos, que passaram a comportar um núcleo comum, cuja identidade se garante por seis eixos estruturantes, mais as competências específicas a serem organizadas em ênfases curriculares de cada curso.

Embora o Projeto multicêntrico "A formação do psicólogo escolar e as Diretrizes Curriculares em Psicologia: concepções teóricas, bases metodológicas e atuação profissional" tematize prioritariamente os desdobramentos das Diretrizes Curriculares de 2004 na formação em psicologia, utilizamos aqui um foco mais abrangente que visa auxiliar a análise de dados do referido projeto. Questionamos, no decorrer da pesquisa no presente texto, quais as concepções de diversos autores sobre psicologia, psicologia escolar e a formação nesta área, com a prioridade para a discussão do currículo na formação do psicólogo escolar.

Metodologia: A Pesquisa

Este trabalho relata pesquisa de iniciação científica realizada no Portal BVS Psicologia-ULAPSI Brasil - Biblioteca Virtual de Saúde/Psicologia - União Latino-Americana de entidades em Psicologia. O levantamento ocorreu no dia 29 de Agosto de 2011, com a palavra-chave "Formação do Psicólogo Escolar". Foram localizados 2778 trabalhos separados em diferentes meios de divulgação, como é possível observar na Tabela 1.

Tabela 1
Relação dos trabalhos levantados no site BVS Psicologia

Foram acessadas todas as bases indicadas traçando uma visão geral de cada uma delas. Escolheram-se os trabalhos presentes na base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS), que, no levantamento de 29 de agosto, relacionava 28 trabalhos a partir da palavra-chave supracitada. A escolha por essa base de dados se deu em função dela relacionar tanto teses quanto artigos científicos, englobando uma maior diversidade no gênero dos textos.

Os trabalhos localizados no LILACS passaram por uma triagem inicial, com base nos resumos, com os seguintes critérios de eliminação:

  1. Se estes destoassem da proposta de trabalhar com a área de psicologia escolar;

  2. Se estes ficassem em questões mais gerais da psicologia, não especificando a formação em Psicologia Escolar; e

  3. Se o foco principal fosse a prática do Psicólogo na escola, não fornecendo indícios de que se trataria também da formação.

Após esta triagem, realizou-se análise detalhada de cada um dos trabalhos selecionados a partir de uma planilha de dados previamente elaborada, contendo: parâmetros de identificação; tema; objetivos; área de referência; metodologia e procedimentos utilizados (quando fosse o caso); posicionamento do autor em relação à formação em psicologia e em psicologia escolar; concepção de currículo em psicologia escolar, de psicologia escolar, de psicologia e de formação em psicologia escolar.

O corpus da pesquisa resultou em 23 trabalhos: três teses de doutorado e 20 artigos de revistas científicas diversas. Após a análise, excluíram-se da triagem inicial quatro trabalhos que não discutiam formação em psicologia escolar no corpo do texto, restando um total de 19 que tratavam, prioritariamente, desta formação. Para evitar a utilização reiterativa de chamadas das referências no corpo do texto, julgamos mais conveniente numerar os textos pesquisados de 1 a 19, apresentando as referências completas no Anexo 1 do presente artigo.

Resultados e Discussão

De modo geral, a temática dos trabalhos analisados varia entre a formação e a atuação do psicólogo escolar, podendo falar dos dois assuntos ou focar-se somente em um deles sem negligenciar o outro. Já no que tange à área de referência, em somente dois trabalhos (13; 14) não predomina a área psicologia escolar; em um há o predomínio da Análise Institucional e outro da psicologia social comunitária, áreas que podem ser relacionadas à escolar por seu caráter psicossocial.

Quanto à metodologia e aos procedimentos utilizados, oito trabalhos (5; 8; 9; 10; 13; 16; 17; 19) realizaram pesquisas bibliográficas e/ou tinham como loci escolas da rede básica ou fundamental; oito (2; 3; 4; 6; 7; 11; 12; 15) pesquisaram IES Federais; dois (1; 14), IES Privadas; há, ainda, um (18) que realizou a pesquisa em quatro cursos de psicologia de São Paulo (SP), não especificando a natureza destes. Quanto ao tipo de pesquisa: seis trabalhos apresentaram estudo/pesquisa bibliográfica (3; 8; 9; 13; 19); seis constituíram-se em relatos de experiência (1; 7; 11; 12; 14; 16), seis em pesquisa de campo (2; 4; 6; 10; 15; 18) e um trabalho realizou tanto estudos bibliográficos quanto de campo(17).

Com base nos trabalhos levantados, constata-se que a psicologia escolar é uma importante área da psicologia que engloba conhecimentos na resolução e reflexão dos conflitos presentes na escola (1; 4; 11; 15; 18; 19). Entretanto, considera-se que os conhecimentos nela envolvidos não se reduzem somente à prática da psicologia na escola e pode fornecer aos futuros psicólogos, independente da área em que irão atuar, uma importante visão humana e psicossocial (6; 7; 9). Nisso, é possível afirmar que são distintas as áreas da psicologia e muitas vezes estas se interligam pelos conhecimentos próximos que possuem.

Em geral, os trabalhos indicam que a psicologia escolar, como área da psicologia, deve fornecer um olhar psicológico sobre as relações na escola e, a partir deste olhar, auxiliar na melhoria destas e dos processos educativos. Vale aqui lembrar que a psicologia escolar tornou-se necessária ao sistema educacional a partir do seu "arcabouço psicométrico e clínico", fornecendo, nos primórdios de sua evolução no Brasil uma possibilidade de compreensão da queixa escolar (5, p.395); entretanto, ela não pode se resumir a este "arcabouço psicométrico". A grande falha da formação do futuro psicólogo escolar é a visão unicamente voltada para a testagem e rotulação do aluno. Segundo os trabalhos pesquisados, a formação em Psicologia não fornece subsídios que embasem a atuação em psicologia escolar. Desta forma, sem a devida formação, os psicólogos que vão atuar nas escolas acabam por assumir práticas psicologizantes para os problemas que se apresentam nela. Práticas estas que em nada possibilitam uma atuação centrada na real atividade que um psicólogo deve exercer na escola (8; 15).

No que tange à concepção de psicologia, em 12 trabalhos (2; 3; 6; 10; 11; 12; 13; 14; 16; 17; 18; 19) os autores abordam-na claramente, enquanto nos demais (1; 4; 5; 7; 8; 9; 15) tal concepção não está clara, porém é possível deduzi-la. A psicologia pode ser vista como uma área do conhecimento que promove o desenvolvimento e crescimento social e individual (3; 9; 12; 14; 16; 17), voltada para "o cuidar" dos indivíduos. Nesse ponto é possível trazer a concepção de psicologia como a de área do conhecimento que auxilia nos assuntos humanos (1; 2; 4; 6; 8; 10; 11; 15).

Dos trabalhos levantados, 14 (2; 3; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 13; 14; 16; 17; 18; 19) apresentam no corpo de seu texto uma concepção clara do objeto de estudo, ou seja, a psicologia escolar, enquanto que os cinco (1; 4; 11; 12; 15) restantes não apresentam uma visão clara, mas é possível inferi-la. Nos artigos 5,9,12, 13 e 16 depreende-se a concepção de psicologia escolar como área de análise e intervenção da psicologia voltada para o contexto educacional. No artigo13, a psicologia no contexto escolar seria uma atuação em psicologia convertida para a realidade da escola, cuja principal função seria otimizar e mediar as relações sociais da instituição, para, com isso, auxiliar no processo de ensino e aprendizagem

A psicologia escolar deve ser uma possibilidade de mudança no meio escolar, catalisando as reflexões sobre os papéis e objetivos do grupo (14). Entretanto, ela ainda é uma área pouco conhecida entre os psicólogos, frisando-se o esquecimento na formação de conteúdos ligados à inclusão escolar, à estrutura e funcionamento das escolas públicas no Brasil, às especificidades da população brasileira (1; 2; 10; 11; 15), fatos que proporcionam práticas que legitimam a discriminação no ambiente escolar e patologizam as crianças. Por conseguinte, é necessário romper este antigo paradigma da psicologia escolar, com mais pesquisas e estudos nesta área. O psicólogo escolar deve trabalhar em prol da educação e da aprendizagem, e para tal há a necessidade de uma formação que rompa com o ideal puramente clínico, e valorize mais a esfera psicossocial (15). Logo, a psicologia escolar é um importante componente dos cursos de psicologia, que possibilita compreender as mediações do ambiente e centra-se em um estudo aprofundado sobre o contexto e as relações que nele são estabelecidas (6). Assim, torna-se válida a discussão sobre a formação nesta área.

Com base na presente pesquisa é possível afirmar que a concepção de formação em psicologia escolar está claramente explicitada em 15 trabalhos (1; 2; 3; 4; 6; 7; 9; 10; 12; 13; 15; 16; 17; 18; 19) do corpus, já em quatro (5; 8; 11; 14) não é possível verificar tal concepção de forma clara, porém é possível inferi-la. A formação em psicologia escolar deve privilegiar a crítica e uma sólida formação científica em psicologia, para que os problemas recorrentes à má formação (atuações discriminatórias e patologizantes) não ocorram no futuro (3; 5; 7; 8; 11; 14; 15; 16; 17; 18; 19). Sobre esse aspecto, Witter (1996Witter, C. (1996). Psicologia Escolar: produção científica, formação e atuação (1990-1994). Tese de doutorado não publicada, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.) assevera que a formação em psicologia escolar no Brasil (em nível de pós-graduação) ainda produz uma "literatura cinzenta", mais engavetada do que publicada.

Outro trabalho defende que o futuro psicólogo deve ter uma formação crítica que rompa com as "lacunas legitimadoras de ideologias", diferenciando-se de um mero treinamento e partindo para a transformação da realidade (16). Portanto, atuar no ambiente educacional não se restringe somente a conhecer teorias e técnicas, há a necessidade de conhecer o ambiente de atuação, de saber com que sujeito se lidará (1). Logo, é urgente a presença dos estudantes de psicologia no ambiente educacional, o que proporciona uma formação pautada tanto na teoria quanto na prática (2; 9). É somente na escola, no local onde as reais interações ocorrem que seria possível aos alunos compreender a própria ação. Afinal, o ambiente da interação é de fundamental importância para a compreensão de toda complexidade que envolve o sistema educacional.

O ensino de psicologia escolar deve ser mais comprometido com a realidade social, articulando essas duas esferas de modo a proporcionar uma identidade para a área. Pois "cada vez mais, sente-se a necessidade de 'formar' profissionais identificados com a área, e que procurem colocar a Psicologia escolar como atividade profissional principal e não como mero 'bico'" (Balbino, 1990Balbino, V. R. (1990). Reflexões acerca dos estágios em psicologia escolar e relato de uma pesquisa junto aos estagiários. Revista de Psicologia, 7/8(1/2), 79-96. , p. 92).

Outro ponto importante sobre a formação em psicologia escolar é a questão da concepção de currículo em psicologia escolar. Em sete trabalhos (1; 2; 3; 4; 9; 17; 19) a concepção está claramente explicitada; em outros oito (7; 8; 10; 12; 15; 16; 18) a concepção não está clara, conquanto seja possível identificá-la. Já nos quatro artigos restantes (5; 11; 13; 14) não é possível identificar nenhuma concepção de currículo em psicologia escolar; tal fato ocorre pelos trabalhos apresentarem outros focos, a formação do psicólogo está presente em seus discursos, entretanto não falam diretamente do currículo utilizado para tal formação. A questão da concepção sobre currículo é complexa e não surge em alguns trabalhos ou é colocada como um assunto secundário em outros, o que pode acontecer por alguns motivos: por haver questões mais imediatas a serem discutidas; pelo fato de,na graduação, não existir um currículo em psicologia escolar propriamente dito, mas algumas disciplinas que possam abordar tal aspecto; devido a grande parte dos currículos dos cursos de formação em psicologia, que desde os seus primórdios no Brasil, "reafirmavam o caráter clínico e de profissional liberal do psicólogo" (Souza, 1996Souza, M. P. R. (1996). A queixa escolar e a formação do psicólogo. Tese de doutorado não publicada, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil., p.10).

Ao pensar nessas questões, é possível elencar as concepções de currículo em psicologia escolar dos autores que tratam sobre tal assunto em seus trabalhos. A primeira concepção seria a de um currículo que transcenda o domínio da técnica através das informações acadêmicas fornecidas e que a capacitação para a prática torna-se um elemento essencial (1; 4; 7; 9). A experiência prática é importante para a formação dos alunos e segundo Balbino (1990Balbino, V. R. (1990). Reflexões acerca dos estágios em psicologia escolar e relato de uma pesquisa junto aos estagiários. Revista de Psicologia, 7/8(1/2), 79-96. ), os estágios, como campo que engloba a relação teoria-prática, "constituem parte importante da formação profissional" (p.82). Para essa autora, a teoria e a prática devem situar-se no plano de uma prática transformadora que valoriza a possibilidade de transformação social, rompendo com os interesses particulares.

Aliada à valorização de experiências práticas, outra concepção de currículo em psicologia escolar privilegiaria conteúdos e disciplinas mais amplas, que expressem a realidade e transmitam um olhar psicossocial (2; 3; 6; 15; 16; 18). Neste ponto, seria necessário que os currículos demonstrassem a realidade brasileira, com reformulação constante, enfocando a demanda e os padrões éticos tendo em vista a ruptura com o paradigma do fracasso escolar (17; 19). Outra concepção seria a necessidade de os currículos valorizarem a saúde dos futuros profissionais que, após o ingresso na graduação, abandonam atividades promotoras do necessário bem-estar físico e psíquico para atuarem (12).

Embora a formação em psicologia escolar seja parte de uma formação mais abrangente em psicologia, faz-se interessante notar que, em três trabalhos (5; 8; 13), este posicionamento não é abordado, podendo-se inferir que tal ausência se dá em razão destes focalizarem a formação em psicologia escolar e não tratarem especificamente da psicologia. Há um trabalho (14) que somente afirma a importância da formação em psicologia, sem outras considerações. Nos demais 15 (1; 2; 3; 4; 6; 7; 9; 10; 11; 12; 15; 16; 17; 18; 19) os autores consideram a formação em psicologia importante para a atuação do psicólogo escolar, porém tal formação tem seus problemas: a atuação em psicologia muitas vezes tem se pautado em um trabalho curativo, baseada no modelo padrão de atendimento ao cliente, fato que denuncia a necessidade de reformulação dos currículos. Tal prática é ineficaz no trabalho social, logo, a formação precisa se adequar para atender às demandas existentes (4; 6; 7; 19). Com isso, para alcançar uma formação adequada em psicologia, há a necessidade de uma formação crítica, que transcenda os muros da academia e que possibilite um maior conhecimento do ambiente psicossocial (15). A formação em psicologia escolar é extremamente importante para a atuação do psicólogo, independente, independente da área em que este se encontra, porém, ela mostra-se inadequada para o atual contexto social e funcional do psicólogo, pois se revela muito centrada na clínica, negligenciando pontos importantes da formação social (6; 7; 9).

A partir do posicionamento com relação à formação em psicologia é possível afunilar um pouco mais para o posicionamento com relação à formação em psicologia escolar que é fornecida pelas faculdades. Em dois trabalhos (5; 14) não se define um posicionamento claro sobre a formação em psicologia escolar. O mais próximo disso é a ênfase na necessidade de uma formação que possibilite e promova uma reflexão sobre o ambiente escolar. Uma formação que traga para este ambiente psicólogos que proporcionem práticas promotoras de reflexões sobre os papéis representados pelos diferentes grupos que compõem a instituição. Uma formação que capacite sobre como intervir em espaços coletivos existentes na escola, possibilitando o trabalho com estudos de caso e com os aspectos intersubjetivos que permeiam o trabalho educativo.

A psicologia escolar brasileira necessita de uma nova ética e compromisso social e, com isso, exige posturas para as quais os profissionais nem sempre estão preparados. Muitas vezes, a formação em psicologia escolar na graduação é praticamente inexistente, principalmente porque as disciplinas responsáveis por tal formação não o fazem (15). Logo, torna-se imprescindível uma formação continuada para aqueles que irão atuar na escola. Porém, nem todos os psicólogos, ao ingressarem no mercado de trabalho, complementam a sua formação com especializações. Desta forma, a formação inicial, apesar de ser básica, deve, ao menos, despertar a necessidade de uma formação complementar - embora haja o agravante de que nem todos os estados brasileiros têm a possibilidade de tal formação, em alguns casos há a necessidade de estes psicólogos buscarem-na em outros estados (2; 4; 7).

O ensino de psicologia deve estar voltado para a aquisição, compreensão e aplicação de um conhecimento genérico relativo à vida prática do futuro profissional e possibilitar o exercício de seu papel enquanto profissional e cidadão (9). Em linhas gerais, é na graduação que o futuro psicólogo estabelece seu primeiro contato com a área de escolar, atendendo, muitas vezes, as camadas excluídas da sociedade. Com isso, seria necessária uma formação mais enfática sobre a questão dos problemas de aprendizagem e o compromisso social do psicólogo, trazendo possibilidades de mudança no quadro de negligência até hoje observado, no qual a ação do psicólogo somente serve para legitimar cientificamente a exclusão escolar, e dar continuidade ao círculo vicioso em que essas camadas vivem (1).

Considerações Finais

Nosso estudo apontou, entre os textos analisados, uma percepção em comum sobre a necessidade de se melhorar a formação em psicologia escolar, que, muitas vezes, somente é recebida na graduação em psicologia, já que não há cursos de especialização em todos os estados do país (Carvalho, & Marinho-Araujo, 2009Carvalho, T. O.; Marinho-Araujo, C. M. (2009). Psicologia escolar no Brasil e no Maranhão: percursos históricos e tendências atuais. Psicologia Escolar e Educacional, 13(1) jun.; Balbino, 1990Balbino, V. R. (1990). Reflexões acerca dos estágios em psicologia escolar e relato de uma pesquisa junto aos estagiários. Revista de Psicologia, 7/8(1/2), 79-96. ; Balbino, 1988aBalbino, V. R. (1988a). Psicólogo escolar: a gente de mediação no processo de mudança social?. Revista de PsicologiaFortaleza6(1), 95-109.). Entretanto, trata-se de uma área desvalorizada em muitos cursos de graduação, e mesmo por parte de profissionais que nela buscam complemento financeiro de sua atividade principal. Há a preocupação geral nos textos pesquisados com a carência de cursos de pós-graduação e formação continuada em psicologia escolar, não raramente apontada pelos próprios psicólogos que trabalham na área (Guzzo, 1999Guzzo, R. S. L. (1999). Novo paradigma para a formação e atuação do psicólogo escolar no cenário educacional brasileiro. Em R. S. L. Guzzo (Org.), Psicologia Escolar: LDB e educação hoje (pp. 131-144).. Campinas, SP: Alínea ; Senna, & Almeida, 2007Senna, S. R. C. M., & Almeida, S. D. (2007). Formação e atuação do psicólogo escolar da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal. Em A. M. Martínez (Org.), Psicologia escolar e compromisso social (2ª ed., pp. 199-230).. Campinas, SP: Alínea ; Neves, 2009Neves, M. (2009). A atuação dos psicólogos escolares no Distrito Federal. Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, prática e formação. Em C. M. Marinho-Araújo (Org.), Psicologia escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, prática e formação (pp. 55-74).. Campinas, SP: Alínea ). As disciplinas de graduação precisam, também, dar um salto qualitativo, conforme indicam Senna e Almeida (2007)Senna, S. R. C. M., & Almeida, S. D. (2007). Formação e atuação do psicólogo escolar da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal. Em A. M. Martínez (Org.), Psicologia escolar e compromisso social (2ª ed., pp. 199-230).. Campinas, SP: Alínea .

Outra tendência recorrente nos trabalhos é o pensamento de que, na graduação, o futuro profissional entra em contato pela primeira vez com a atuação do psicólogo na área escolar. E, nesse contato, atende às camadas que, em razão de não possuírem outro meio para conseguir o auxílio do psicólogo escolar, recorrem à universidade. Assim, a área escolar traz uma importante visão sobre o contexto social e psicossocial do homem.

Nos trabalhos estudados há uma valorização dos conhecimentos ligados à área psicologia escolar e alguns autores colocam-nos como importantes para a formação em psicologia, independentemente da área em que se irá atuar. Entretanto, muitas vezes não é possível identificar, nos artigos, as especificidades da formação para atuar diretamente em psicologia escolar, pois neles há somente o reconhecimento da importância do seu impacto geral na formação do psicólogo.

Uma importante tendência identificada nesta pesquisa é a ligação entre as temáticas formação e atuação, que os trabalhos apresentam como complementares. Este fato é interessante e se reflete na crítica à atuação inadequada em psicologia escolar, mercê de sua frágil formação profissional. Logo, a psicologia escolar brasileira necessita de uma nova ética e compromisso social e, com isso, exige posturas para as quais os profissionais nem sempre estão preparados - redefinindo-se práticas profissionais, são necessários, também, novos processos formativos. Entretanto, é interessante considerar que os trabalhos pesquisados ainda não tematizam de forma mais aprofundada o possível impacto das Diretrizes na formação em psicologia, que, para Senna e Almeida, atravessa momento delicado:

Apesar dos esforços dirigidos à reformulação dos currículos, implementação de estágios e melhor qualidade nas supervisões, muito pouco ainda tem sido modificado na formação inicial do psicólogo, nos últimos anos, gerando sérios problemas de motivação e insatisfação generalizada por parte dos psicólogos e usuários da Psicologia (2007, p.207).

Neste sentido, os problemas/dilemas da formação em psicologia como um todo seriam comuns a diversas áreas, não apenas à psicologia escolar. Não é exagero afirmarmos que a presente pesquisa bibliográfica abarcou um período de transição, pois os trabalhos concentram-se nos últimos quinze anos do currículo mínimo (1988-2003), antes da implementação das Diretrizes Curriculares de 2004. Com base em Marinho-Araújo (2007), é possível afirmar que se trata de um momento delicado, com risco de cristalização e reprodução de modelos pedagógicos tradicionais, balizados na tradicional dicotomia teoria X prática.Também Cruces (2009Cruces, A. V. V. (2009). Desafios e perspectivas para a Psicologia Escolar com a implantação das Diretrizes Curriculares. Em C. M. Marinho-Araújo (Org.),Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, prática e formação(pp. 15-34). Campinas, SP: Alínea.) reconhece a necessidade de transformar as concepções de formação vigentes de modo a integrar ensino e pesquisa,teoria e prática.

Nos trabalhos pesquisados aparecem, predominantemente, pesquisas em IESs isoladas, em que os próprios autores atuavam (Balbino 1988aBalbino, V. R. (1988a). Psicólogo escolar: a gente de mediação no processo de mudança social?. Revista de PsicologiaFortaleza6(1), 95-109.; Balbino, 1990Balbino, V. R. (1988a). Psicólogo escolar: a gente de mediação no processo de mudança social?. Revista de PsicologiaFortaleza6(1), 95-109.; Ribeiro, Silva, & Ribeiro, 1998Ribeiro, M. J., Silva, S. M. C., & Ribeiro, E. E. T. (1998). Avaliação qualitativa de crianças com queixas escolares: contribuições da psicologia educacional. Interações, 3 (5), 75-92. ; Souza, Anaf, & Trujillo, 2001Souza, M. R., Anaf, C. & Trujillo, J. P. (2001). Um modelo de estagio de psicologia escolar nas casas de convivência da FEBEM - São Paulo. Revista Psikhe6(1), 29-33.; Silva, 2004; Brasileiro, & Souza, 2010Brasileiro, T. S. A., Souza, M. P. R. (2010). Psicologia, diretrizes curriculares e processos educativos na Amazônia: um estudo da formação de psicólogos. Psicologia Escolar e Educacional14(1).; Tada, Sápia, & Lima, 2010Tada, I. N. C., Sápia, I. P., & Lima, V. A. A. (2010). Psicologia Escolar em Rondônia: formação e práticas. Psicologia Escolar e Educacional14 (2).; Asbahr, Martins, & Mazzolini, 2011Asbahr, F. S. F., Martins, E., Mazzolini, B. P. M. (2011). Psicologia, formação de psicólogos e a escola: desafios contemporâneos. Psicologia em Estudo16(1). ), citando experiências no processo de formação em psicologia escolar nas quais se descreve predominantemente o trabalho com estágios e outras disciplinas, mas não a concepção de um currículo para a área.

Na busca por alternativas às questões que envolvem o ambiente educacional, com foco especial na queixa escolar, nota-se uma valorização do currículo em psicologia que possibilite uma visão do contexto social, econômico e político da sociedade. Também, no que se refere ao currículo, há um constante apelo para um processo formativo que englobe experiências práticas ao longo dos cursos de graduação em psicologia, reconhecendo a necessidade de os alunos conhecerem o ambiente de atuação, de saberem com quais sujeitos lidará.

Com isso, aparece em alguns trabalhos a necessidade de uma formação que proporcione novos conteúdos, que possibilite o contato com os sujeitos reais, abandonando antigos preconceitos sobre a "criança-problema" recorrentes desta área. Neste ponto, há um apelo para pesquisas e publicações na área escolar, que reflitam a realidade brasileira e complementem os currículos das graduações.

A presente pesquisa tentou trazer uma breve descrição e análise de um levantamento bibliográfico no LILACS sobre a formação em psicologia escolar no Brasil, uma área que ainda está germinando, no que tange a pesquisas e publicações. Ressalta-se que esse retrato da produção bibliográfica revela-se insuficiente para plena compreensão do assunto - sendo importante, por exemplo, a consulta a outros textos dos mesmos autores cujo trabalho aqui analisamos.

Referências

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  • 1
    Fábia de Oliveira Santos, (fabia.psi@gmail.com)-Psicóloga pela Universidade Federal de Goiás.
  • 2
    Gisele Toassa (gtoassa@gmail.com)-Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta da Universidade Federal de Goiás. Artigo derivado do Projeto de pesquisa "A formação do psicólogo escolar no Brasil: uma revisão bibliográfica", proveniente do Projeto "A formação do psicólogo escolar e as Diretrizes Curriculares em Psicologia: concepções teóricas, bases metodológicas e atuação profissional" coordenado pela Dra. Marilene Proença Rebello de Souza (Universidade de São Paulo)

Anexo 1: Trabalhos levantados na pesquisa do dia 29 de agosto de 2011

Artigos Científicos:

AsbahrAsbahr, F. S. F., Martins, E., Mazzolini, B. P. M. (2011). Psicologia, formação de psicólogos e a escola: desafios contemporâneos. Psicologia em Estudo16(1). , F. S. F.; Martins, E.; Mazzolini, B. P. M. (2011).

BalbinoBalbino, V. R. (1988a). Psicólogo escolar: a gente de mediação no processo de mudança social?. Revista de PsicologiaFortaleza6(1), 95-109., V. R. (1988a).

BalbinoBalbino, V. R. (1988b). Psicologia e psicologia escolar: crise de identidade profissional e perspectivas. Revista de Psicologia, 6(2), 3-13., V. R. (1988b)

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BarbosaBarbosa, R. M., Marinho-Araujo, C. M. (2010). Psicologia escolar no Brasil: considerações e reflexões históricas. Estudos de Psicologia, 27(3). , R. M.; Marinho-Araujo, C. M. (2010)

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MattosMattos, L. K., & Nuernberg, A. H. (2010). A intervenção do psicólogo em contextos de educação especial na grande Florianópolis. Revista brasileira de educação especial, 16(2). , L. K.; Nuernberg, A. H. (2010)

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TadaTada, I. N. C., Sápia, I. P., & Lima, V. A. A. (2010). Psicologia Escolar em Rondônia: formação e práticas. Psicologia Escolar e Educacional14 (2)., I. N. C.; Sápia, I. P.; Lima, V. A. A.. (2010)

WandererWanderer, A., & Pedroza, R. L. S. (2010). Elaboração de projetos político-pedagógicos: reflexões acerca da atuação do psicólogo na escola. Psicologia Escolar e Educacional14(1)., A.; Pedroza, R. L. S. (2010)

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2015

Histórico

  • Recebido
    27 Nov 2013
  • Aceito
    03 Out 2014
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