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PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS SOBRE A VIOLÊNCIA ESCOLAR: UM ESTUDO QUALITATIVO

Percepciones de profesores y alumnos sobre la violencia escolar: un estudio cualitativo

RESUMO

O estudo teve como objetivo conhecer as percepções de alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio sobre a violência escolar. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que utilizou o grupo focal como forma de coleta de dados. A violência física e verbal foram as respostas mais comuns sobre formas identificadas de violência escolar. Fatores psicológicos e socioeconômicos, prejuízo nas relações familiares, problemas de ordem pessoal e educacional, foram apontados como fatores predisponentes para a ocorrência das diversas formas da violência escolar. Ações de cunho educativo, participação do poder público de forma punitiva (polícia) e presença dos profissionais de psicologia, psiquiatria e da assistência social foram apontados como medidas para coibir a violência escolar, além do maior envolvimento da família na escola. Entende-se que a violência escolar pode ser enfrentada por meio da valorização dos direitos humanos e da ação conjunta da escola, família e comunidade.

Palavras-chave:
violência escolar; percepções; pesquisa qualitativa

RESUMEN

En el estudio se tuvo como objetivo conocer las percepciones de alumnos y profesores de la Enseñanza Primaria y Secundaria sobre la violencia escolar. Se trata de un estudio de naturaleza cualitativa que se utilizó el grupo focal como forma de recopilación de datos. A violencia física y verbal fueron respuestas más comunes sobre formas identificadas de violencia escolar. Fatores psicológicos y socioeconómicos perjuicio en las relaciones familiares, problemas de orden personal y educacional, fueron apuntados como factores predisponentes al suceso de las diversas formas de la violencia escolar, Acciones de cuño educativo, , participación del poder público de forma punitiva (policía) y presencia de los profesionales de psicología, psiquiatría y de la asistencia social fueron apuntados como medidas de constreñir la violencia escolar, además de más participación de la familia en la escuela. Se percebe que la violencia escolar puede ser enfrentada por intermedio de la valoración de los derechos humanos y de la acción conjunta de la escuela, familia y comunidad.

Palabras clave:
escolar; percepciones; investigación cualitativa

ABSTRACT

The study aimed to understand the perceptions of elementary and high school students and teachers about school violence. This is a qualitative study that used the focus group as a form of data collection. Physical and verbal violence were the most common responses about identified forms of school violence. Psychological and socioeconomic factors, damage to family relationships, personal and educational problems were identified as predisposing factors for the occurrence of different forms of school violence. Educational actions, participation of the public authorities in a punitive manner (police) and the presence of psychology, psychiatry and social assistance professionals were identified as measures to curb school violence, in addition to greater family involvement in the school. It is understood that school violence can be faced through the valorization of human rights and the joint action of the school, family and community.

Keywords:
school violence; perceptions; qualitative research

INTRODUÇÃO

O fenômeno da violência escolar não é recente, é um problema grave de saúde e abarca diferentes características. A violência escolar gera prejuízos em vários contextos como à família, aos alunos, aos professores, à comunidade e à escola propriamente dita, bem como nas relações sociais como um todo (Eke & Singh, 2018Eke, C.D.; Singh, S. (2018). Social networking as a strategic tool in the management of school-based violence. South African Journal of Education, 38(1), 1-8. https://doi.org/10.15700/saje.v38n1a1320
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).

A literatura acerca da violência escolar versa sobre a condição multifatorial em que se define o fenômeno da violência nas escolas. Há vários determinantes envolvidos de violência, como características individuais (sexo, raça, idade, histórico pessoal de vida e familiar); características oriundas do espaço escolar onde o sujeito está inserido, como por exemplo: localização da instituição escolar, metodologia, recursos materiais e humanos, histórico da escola, dentre outros elementos; aspectos da própria sociedade como desigualdades sociais e desigualdades de gênero, exclusão social, desigualdade racial, condições socioeconômicas, dentre outros aspectos (Stelko-Pereira & Williams, 2010Stelko-Pereira, A. C.; Williams, L. C. A. (2010). Sobre o conceito de violência: distinções necessárias. In Williams, L. C. A.; Maia, J. M. D.; Souza, K. S. (Orgs.), Aspectos psicológicos da violência: pesquisa e intervenção cognitivo-comportamental(pp. 41-66). Santo André: ESETec.; Garay, Ávila, & Martínez, 2013Garay, R. M. V.; Ávila, M. E.; Martinez, B. (2013). Violência escolar: uma análise de diferentes contextos de interação.Intervenção Psicossocial,22(1), 25-32. https://dx.doi.org/10.5093/in2013a4
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).

A violência escolar é um fenômeno social; como tal, sofre algumas distinções: violência na escola, violência à escola e violência da escola. A violência na escola é aquela produzida pelos alunos no interior do espaço escolar, sem estar diretamente ligada à natureza e às atividades do espaço escolar em si. A violência à escola relaciona-se diretamente à natureza e às atividades do espaço escolar (agressões físicas aos alunos ou professores, depredação do patrimônio escolar). Já a violência da escola representa uma forma de violência institucional e simbólica, em que os próprios atores envolvidos diretamente sofrem esse tipo de violência, como: modos de composição das classes, orientação, metodologia, injustiças, preconceitos, atribuição de notas, dentre outros exemplos (Charlot, 2002Charlot, B. (2002). A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão.Sociologias, 4(8), 432-443. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/soc/a/fDDGcftS4kF3Y6jfxZt5M5K/?lang=pt&format=pdf
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).

Segundo Andrade (2015Andrade, C. B. (2015). Violências e juventudes: processos de subjetivação no contexto escolar.Boletim de Psicologia,65(142), 15-28. Recuperado de:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432015000100003&lng=pt&tlng=pt
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), a violência escolar não é considerada um fenômeno recente. O que deve ser acentuado se refere ao fato do alto índice de incidência da ocorrência desse fenômeno, além de suas novas formas de manifestação. Sendo assim, a reflexão sobre a violência entre os jovens na atualidade é uma questão de urgência. Essa discussão é necessária para entender seus desdobramentos, classificá-la e controlá-la.

Escolas Promotoras de Saúde

Educação e saúde são conceitos intimamente ligados e possuem um vínculo indissociável. Bons níveis de educação estão relacionados a uma população mais saudável e uma população que é saudável significa que há maiores níveis de apreensão da educação formal e informal. A escola e o espaço escolar em si abarcam uma importante articulação entre saúde e educação, abrangendo diversas ações como atividades de educação em saúde e de promoção da saúde (Casemiro, Fonseca, & Secco, 2014Casemiro, J. P.; Fonseca, A. B. C; Secco, F. V. M. (2014). Promover saúde na escola: reflexões a partir de uma revisão sobre saúde escolar na América Latina.Ciência & Saúde Coletiva,19(3), 829-840. https://doi.org/10.1590/1413-81232014193.00442013
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).

Segundo Ramos et al. (2013Ramos, P.; Pasarín, I.; Artazcoz, L.; Díez, E.; Juárez, O.; González, I. (2013). Escolas saudáveis ​​e participativas: avaliação de uma estratégia de saúde pública.Sanitary Gazette,27(2), 104-110. https://dx.doi.org/10.1016/j.gaceta.2012.04.002
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), as Escolas Promotoras de Saúde (EPS) são espaços saudáveis propiciadores de comportamentos de saúde e de habilidades positivas que conduzem a ações pautadas em valores e crenças por parte dos atores sociais inseridos no espaço escolar. A referida literatura indica a necessidade da realização de ações promotoras de saúde na escola, como intervenções práticas globais de melhorias nos entornos escolares, bem como o fortalecimento de uma ação conjunta e coletiva com os membros da comunidade escolar, como alunos, professores, funcionários, família e entorno.

Figueiredo, Machado e Abreu (2010Figueiredo, T. A. M.; Machado, V. L. T.; Abreu, M. M. S. (2010). A saúde na escola: um breve resgate histórico.Ciência & Saúde Coletiva,15(2), 397-402. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000200015
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) apontam que a Iniciativa Regional das Escolas Promotoras de Saúde se forma em uma ação articulada entre a educação, a saúde e a sociedade, visando o levantamento dos problemas e das necessidades de saúde para a criação de estratégias de ação. Resume-se assim em uma estratégia no campo da promoção da saúde na escola visando um enfoque integral.

O presente estudo trata-se de uma pesquisa realizada com dois grupos, um de alunos e outro de professores, de uma escola pública em um município do interior do Estado de Minas Gerais, com o intuito de avaliar a percepção dos alunos e dos professores sobre o fenômeno da violência escolar e os meios para enfrentar essa problemática. Objetiva-se refletir sobre ações que podem ser empreendidas para buscar respostas saudáveis ao enfrentamento da violência escolar.

MÉTODO

Esse trabalho é um estudo do tipo transversal, exploratório, de natureza qualitativa sobre a temática da violência escolar. As questões que nortearam o estudo foram: “Quais as percepções que professores e alunos dos anos do Ensino Fundamental e Médio de uma escola da rede pública de ensino possuem sobre a violência escolar?”; “Como a escola previne e enfrenta essa demanda?”; “Quais são as ações e sugestões esses atores sociais inseridos no ambiente escolar apontam para o enfrentamento da violência na escola?”.

A pesquisa foi realizada em uma Escola Estadual da rede pública de ensino localizada em um município de médio porte no interior do Estado de Minas Gerais. Como critérios de inclusão ambos os grupos de alunos e professores deveriam estar alocados nos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

O convite aos participantes do estudo se deu por meio de duas reuniões pedagógicas com a equipe escolar, para apresentação dos objetivos e da finalidade da pesquisa. Após a reunião foi passada uma lista com os nomes dos professores que desejassem participar da pesquisa e dessa lista dez nomes foram sorteados.

O mesmo critério foi adotado para participação dos alunos e dos professores, após os objetivos terem sido apresentados a eles e seus responsáveis, a escola forneceu uma lista com esses nomes e dez alunos foram também sorteados. Para compor essa amostra aleatória simples adotou-se o seguinte critério:

  1. Dentre os alunos matriculados nos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, foram sorteados dez alunos que apresentaram faixas etárias entre 15 e 17 anos.

  2. Dentre os professores lotados nos anos do Ensino Fundamental e Médio, foram sorteados dez professores que apresentaram faixas etárias entre 25 e 50 anos.

O grupo focal foi a técnica escolhida para a coleta de dados com alunos e professores, seguindo um roteiro semiestruturado de questões norteadoras para o estudo. Para a análise dos dados da pesquisa utilizou-se também as anotações do diário de campo e o uso do gravador para melhor registro das falas dos participantes. Após a realização do grupo focal com os dois grupos, foi realizada uma dinâmica de grupo com os alunos para o fechamento das atividades.

No que se refere ao grupo de alunos, três participantes desistiram da pesquisa no ato da realização do grupo focal, por motivos ligados à realização de outras atividades concorrentes no mesmo período na escola. No grupo dos professores, cinco participantes não compareceram ao grupo focal no momento da pesquisa, motivados por fatores pessoais e de contextos de trabalho.

Ao final, dos dez alunos sorteados para a pesquisa, participaram sete de fato; e dos dez professores, cujos nomes haviam sido confirmados e sorteados para participarem da pesquisa, cinco compareceram. Cada grupo focal obteve uma duração média de uma hora.

Aspectos Éticos

Todos os critérios metodológicos e técnicos foram apresentados e orientados nas duas reuniões pedagógicas realizadas pela escola. A coleta de dados foi realizada após a aprovação do projeto de pesquisa, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca - CEPE/UNIFRAN (CAAE: 79661417.2.0000.5495).

O seguinte roteiro foi utilizado para conduzir a discussão nos dois grupos focais:

Percepções de violência escolar: 1. O que vocês entendem por violência e o que é violência escolar para vocês? 2. Na opinião de vocês, de que forma a violência acontece no espaço escolar? 3. Vocês já sofreram alguma forma de violência na escola? Como foi isso?

Tipos de violência na escola, à escola e da escola: 4. Em qual espaço acontecem os atos de violência? 5. Quais são as formas de violência que ocorrem na escola?

Ações de combate à violência escolar: 6. Quais são as ações providenciadas pela escola no combate às várias formas de violência escolar? 7. O que vocês sugerem como ações que promovam relações saudáveis no espaço escolar, enfrentando o fenômeno da violência escolar?

RESULTADOS

Os participantes foram divididos em dois grupos: o grupo A era composto por sete estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio, de ambos os sexos, com idade entre 15 e 17 anos. O grupo B era composto de cinco professores de ambos os sexos, cujas idades variavam entre 25 a 50 anos, todos docentes dos anos do Ensino Fundamental e Médio da mesma escola da rede pública em que estuda o grupo dos alunos.

Para a análise dos dados, foi utilizado o referencial teórico e metodológico da análise de conteúdo. A Análise de Conteúdo se refere a um conjunto de dados verbais e/ou simbólicos expressados em mensagens verbais, orais, escritas, gestuais, figurativas, documentais ou diretas. Essas mensagens representam um significado e um sentido (Franco, 2008Franco, M. L. P. B. (2008). Análise de Conteúdo. Série Pesquisa. Brasília: Liber Livro Editora.).

A organização dos resultados e da análise temática se deu conforme etapas previamente estabelecidas, de acordo com os pressupostos teóricos da Análise de Conteúdo, que são: a) Pré-análise - leitura flutuante do material coletado; b) Codificação em recortes de sentido - unidades de registro; c) Agrupamento das análises de registro; d) Formação de categorias e subcategorias temáticas; e) Análise e resultado dos registros.

Foram elencadas três categorias e suas subcategorias temáticas agrupadas pelos sentidos. Foi possível identificar as seguintes categorias temáticas: 1. Percepções sobre a violência escolar; 2. Manifestações de violência escolar; 3. Ações e sugestões de prevenção e enfrentamento à violência escolar e promoção à cultura de paz.

Foram adotadas as iniciais P para designar a fala dos professores e A para alunos.

Categoria 1 - Percepções sobre a Violência Escolar

Nesta categoria temática houve respostas diversas dos alunos e dos professores, mas a maioria das respostas comentava sobre agressões físicas e verbais entre alunos e desses com os professores, conforme se vê no quadro 1.

Quadro 1
Categoria 1: “Percepções sobre a Violência Escolar”

Categoria 2 - Manifestações de Violência Escolar

Nesta categoria os alunos perceberam que a maioria das vezes o bullying se manifesta não somente por agressividade, disputa de poder, competitividade. Eles alegam que existem outros componentes que o acusam, como desordens familiares e até problemas psicológicos, entre outros.

O grupo de professores indicou, em algumas falas, respostas semelhantes com relação ao grupo de alunos, no que se refere a várias formas de expressão da violência escolar, nos seus diversos ambientes que, segundo eles, acontecia entre os alunos e entre alunos e professores.

É importante destacar falas em comum entre alunos e professores como causas da violência na escola, como problemas psicológicos pessoais de alunos e professores, conflitos de ordem familiar, comportamentos e atitudes pessoais disfuncionais e até problemas com base no uso de redes sociais.

Há queixas sobre ausência de formação e capacitação para professores, equipe pedagógica e a instituição escolar, no combate à violência no espaço escolar; necessidade de ações da direção escolar (gestão) e prevenção de atos violentos diversos, como se vê no quadro 2.

Quadro 2
Categoria 2: “Manifestações de Violência Escolar”

Categoria 3 - Ações e Sugestões de Prevenção e Enfrentamento à Violência Escolar e Promoção à Cultura de Paz

Nesta categoria específica, alunos e professores expuseram algumas das ações que a escola adota para a resolução do problema da violência escolar, e suas sugestões para o enfrentamento desse fenômeno. Há sugestões como: investir na promoção da educação familiar com aproximação da família na escola; elaborar um mapeamento das classes para melhor fiscalização do comportamento dos alunos; adotar no currículo matéria sobre direitos humanos e sobre os aspectos sociais que envolvem o fenômeno da violência escolar; investir em melhorias do próprio processo educativo e do processo formativo familiar e no espaço escolar.

Quadro 3
Categoria 3: “Ações e Sugestões de Prevenção e Enfrentamento à Violência Escolar e Promoção à Cultura de Paz”.

Os professores apontaram que é necessária uma reforma educacional com base na criação e no fortalecimento de políticas públicas educacionais saudáveis, a captação de recursos públicos para investimentos adequados na educação e nos espaços escolares. Relataram que a escola e a equipe pedagógica não estão preparadas para enfrentar e combater a violência escolar.

Houve a aplicação de dinâmica de grupo - “Papel Amassado” direcionada ao final do grupo focal com os alunos como atividade de fechamento. Cada aluno verbalizou uma palavra que representasse uma mensagem final acerca de comportamentos para o enfrentamento da violência nas escolas. As mensagens foram escritas em pedaços de papéis que foram colocados em uma caixa e depois misturados. Após serem retirados, os alunos liam-nas em voz alta. Seguiu-se uma discussão sobre o fato de muitas palavras ou seus sinônimos se repetirem, o que foi percebido pelo grupo como uma conexão entre eles. Palavras como ‘paz’, ‘tolerância’, ‘respeito’, ‘diversidade’, ‘não à violência ou ao bullying’, ‘combater o racismo e o machismo’, ‘amizade’, ‘parceria com escola’, ‘impedir atos de homofobia’, ‘aumentar espaços de experiencias de trocas’, ‘ter mais momentos como este’ foram alguns exemplos. Na sequência foi pedido que se recordassem ou imaginassem alguma situação que representasse uma ameaça à mensagem positiva que tinham em mãos. O exercício era imaginar que esta situação ameaçadora pudesse ser vencida com a palavra expressa na mensagem escrita no papel, depois eles deveriam amassar o papel, como representação da solução do problema. A discussão sobre o que pensaram como solução os deixou bastante motivados e felizes. Surgiram expressões e palavras de contentamento, concordância e incentivo aos demais membros do grupo.

Em se tratando de violência escolar, ações de prevenção à violência e de promoção à cultura de paz, o grupo de alunos relacionou as seguintes palavras como possíveis formas de comportamentos e atitudes pessoais que os indivíduos podem praticar e que ajudam no combate às várias formas de violência. São elas: respeito, educação, pacifismo, solidariedade, compreensão, raciocínio (sentido de pensar antes de agir), companheirismo.

DISCUSSÃO

Observou-se, neste estudo, que as falas dos participantes da pesquisa com relação à categoria “Percepções sobre a violência escolar” geraram subcategorias semânticas aproximadas entre o grupo focal dos alunos e dos professores. Houve respostas dotadas de sentidos sobre as várias formas distintas de violência que ocorrem no espaço escolar e nas relações ali estabelecidas. Tais respostas são: violência física, violência verbal, violência psicológica, xingamentos, problemas familiares, preconceitos e discriminações diversas, estresse, falta de respeito ao outro, exclusão social e descontrole dos alunos no uso das redes sociais e que geram atos de algum tipo de violência entre os alunos na escola.

A1 - “Violência é quando você agride o outro fisicamente e psicologicamente, exclui o outro, igual acontece na sala de aula”.

A2 - "Violência é agressão física e psicológica”. "É xingamento”.

A3 - “A violência que acontece na escola é agressão física”.

A4 - “A violência verbal é a que mais acontece, preconceito, palavras ruins”.

A5 - “Violência é agressão verbal, palavras negativas, de quando a pessoa não está bem com ela mesma”.

A6 - “A violência é mais verbal e psicológica do que física, quando a pessoa já traz os problemas de dentro da casa dela”.

A7 - “O pessoal aqui não respeita ninguém”. “Se seu pai e sua mãe te ensinaram a ter respeito, você vai respeitar os colegas e os professores na escola”.

P1 - “Eu vejo aqui na escola uma violência ao falar”.

P2 - “Há uma resistência do aluno em participar das atividades em sala de aula que se torna uma forma de violência verbal”.

P3 - “Eu quase não vejo violência aqui na escola, a não ser na forma de falar dos alunos”.

P4 - “Eu vejo a violência física contra o professor e atribuo essa violência ao tipo de educação que esse aluno recebe de casa e da família”.

P5 - “Eu sofri violência sim.” “Sofri xingamento, mas eu vi que o aluno queria era reclamar da vida, dos problemas dele”.

P1 - “Ano passado eu sofri violência física.” “Uma aluna jogou a mesa em cima de mim, mas eu vi depois quando eu conversei com ela, que ela tinha problemas com a família por causa do namorado”.

P2 - “Eu vejo uma agressividade na fala dos alunos”.

P3 - “A violência nas atitudes dos alunos é a falta de limites em casa, e às vezes é um problema psicológico do aluno”.

P4 - “A maioria hoje das brigas que explodem na escola é causada por problemas por conta de rede social”. “Há uma falta de limites nas redes sociais”.

P5 - “Eu acho que uns 80% das brigas na escola que eu recebi e atendi era de problemas causados nas redes sociais entre os alunos”.

P3 - “Eu vejo às vezes a violência aqui na escola como sendo verbal, mas não acho que seja muito agressiva não”.

A violência, de modo geral, atingiu um grande patamar na sociedade atual bem como nas mídias sociais e canais de comunicação devido a sua gravidade, impacto social, na saúde pública, atingindo níveis individuais e coletivos de maneira negativa. A violência é um fenômeno de causas variadas, que tem vinculação com os impactos econômicos negativos e condições sociais, culturais, bem como está correlacionado com questões relativas ao comportamento, cognição e subjetividade do indivíduo (Malta et al., 2010Malta, D. C.; Souza, E. R.; Silva, M. M. A; Silva, C. S.; Andreazzi, M. A. R; Crespo, C.; Mascarenhas, M. D. M.; ... Penna, G.O. (2010). Vivência de violência entre escolares brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE).Ciência & Saúde Coletiva,15(Suppl 2), 3053-3063. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000800010
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).

Do ponto de vista de alunos na faixa do desenvolvimento humano da adolescência e em fase escolar, há diferenças nas respostas entre meninos e meninas, com relação aos fatores motivacionais para a violência na escola. Para adolescentes do gênero masculino, a violência é pautada por uma questão de relações de poder uns com os outros, estabelecendo um domínio sobre o outro, inclusive por meio da agressão física. Para o gênero feminino de modo geral, a violência escolar pode estar ligada às questões relativas aos relacionamentos afetivos e sociais (Maia, Araújo, & Júnior, 2012Maia, L. L. Q. G. N.; Araújo, A.; Santos, A. S. (2012). Motivações para a violência no contexto escolar sob a óptica do adolescente. Revista de Enfermagem da UFSM, 2(1), 20-31. http://dx.doi.org/10.5902/217976923760
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).

Com relação à categoria de análise “Manifestações de violência escolar” tanto o grupo de alunos quanto o grupo de professores relataram respostas aproximadas na concepção da ocorrência desse fenômeno na escola, com base nas mensagens descritas pelos mesmos.

Nesse sentido, foram apresentadas pelo grupo de alunos respostas como: bullying, agressão física entre alunos e entre alunos e professores; agressão verbal entre alunos e desses para com os professores; violência contra o patrimônio da escola. O local onde ocorre a violência se refere aos diversos ambientes da escola (pátio, quadras, aulas de educação física) e na saída da escola.

O grupo de professores apontou nas mensagens verbais respostas como: agressões físicas e verbais entre alunos e desses para com os professores; assédio moral; assédio sexual; violência simbólica; problemas psicológicos e familiares dos alunos e dos professores como fatores que também podem desencadear a violência na escola. O local onde ocorre a violência se centra nas salas de aula.

A1 - “Acontece muito bullying com alguns colegas quando acaba a aula, lá fora”. (Espaço fora da escola).

A2 - “Em vários lugares aqui na escola, como na quadra, por exemplo”. (Nos diversos ambientes da escola).

A3 - “Já teve briga na porta da escola que eu vi uma vez”.

A4 - “Sempre tem briga na hora do recreio, implicância de um com outro”. (No pátio da escola).

A5, A6, A7 - “Tem briga demais na Educação Física, por causa do jogo”. (Nos diversos ambientes da escola - jogos competitivos).

P1 - “A violência acontece mais nas salas de aula”.

P2 - “Eu vejo violência em todo lugar aqui, nos banheiros, no recreio, na porta da escola”. (Nos diversos ambientes da escola).

P3 - “Acontece na sala de aula”. “Certeza... sempre”.

P4 - “Quando acontece, acontece mais é nas salas”.

P5 - “Em todo lugar você vai ver violência”. “Não tem jeito mais não”.

Outra forma de violência escolar apontada na fala dos alunos e dos professores se refere ao bullying. Esse fenômeno caracteriza-se pelo comportamento agressivo entre alunos, de modo repetitivo, sem motivação específica, no interior do espaço escolar, mais precisamente nas salas de aulas e no pátio escolar. O bullying pode ser cometido por meio de agressões físicas ou verbais, moral ou psicológica. O termo vem do verbo to bully, que significa ameaçar, intimidar ou dominar e é praticado em uma relação desigual de poder (Teixeira, 2011Teixeira, G. (2011). Manual antibullying: para alunos, pais e professores. Rio de Janeiro: BestSeller.).

A categoria temática analisada “Ações e sugestões de prevenção e enfrentamento à violência escolar e promoção à cultura de paz” apresentou uma multiplicidade de respostas e conteúdos abrangentes, identificando a promoção de condutas voltadas para a interface com profissionais da área da saúde (psicologia, psiquiatria), ações de caráter punitivo pelo poder público municipal (polícia), auxílio da assistência social e também atuação junto à família, como força motriz ao se evitar a violência escolar, além de estar em constante contato com a escola.

A1 - “Expulsão do aluno da escola”. (Medida de caráter punitiva).

A2 - “Eu também acho que a família pode ajudar na escola”.

A3 - “A escola tem que ser mais rígida com os alunos e tem que cobrar dos pais”.

A4 - “A escola tem que mandar os alunos que dão problema Aprop psicólogo ou prop psiquiatra”.

A2 - “Tem que mandar o aluno para o conselho tutelar”.

A5 - “A polícia militar às vezes vem aqui na escola e na hora resolve”. Essa medida de caráter punitiva foi posteriormente corroborada nas falas de todos os participantes do grupo focal dos alunos.

P1 - “A família tem que estar em contato constante com a escola”.

P2 - “O professor busca sua saúde mental por conta própria”. “Não há nada que a escola realmente faz pra mudar isso”.

P2 - “Os profissionais da saúde, como o psicólogo e o psiquiatra têm que ser fornecidos para aqueles que precisam, seja aluno ou professor”.

P3 - “Falta capacitação para os professores aprenderem a lidar com esse problema, treinamento, ações por parte da direção escolar, prevenção da violência”.

P3 - “A experiência positiva em outras escolas ou em outras turmas pode ajudar a melhorar isso”. “Vamos saber o que acontece que dá certo e fazer também a nossa parte”.

P4 - “Precisa também de mais recursos públicos “pra” educação, “pra” melhorar os índices da educação, melhorar a merenda e outras coisas”.

P4 - “É preciso o psicólogo e o assistente social atuando com a gente dentro da escola, “pra” tratar o aluno e a família também, senão não adianta”.

P5 - “Tem hora que só o professor mesmo que sabe lidar com isso”.

P5 - “A direção e a supervisão tentam fazer algo diferente para os alunos, mas eles não querem, não conseguem”.

A violência escolar é um fenômeno complexo onde se articulam vários fatores individuais e coletivos (sociais, familiares, escolares), sendo necessária a adoção de uma visão holística e ecológica do fenômeno da violência nas escolas. Assim, é preciso analisar toda a teia de relações que se articula com essa forma de violência - individual, familiar, comunitária e escolar, observando as diferenças dessas relações entre meninos e meninas (Garay, Ávila, & Martínez, 2013Garay, R. M. V.; Ávila, M. E.; Martinez, B. (2013). Violência escolar: uma análise de diferentes contextos de interação.Intervenção Psicossocial,22(1), 25-32. https://dx.doi.org/10.5093/in2013a4
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).

As crianças e os adolescentes podem ser capacitados a se apropriarem de seus direitos humanos, dialogando sobre possíveis caminhos para o enfrentamento de diversas violações e contextos de violência, se colocando no lugar do outro que também sofre violência. Diante disso, as crianças e os adolescentes podem refletir sobre possibilidades e estratégias de autoproteção e autocuidado na escola (Filha, 2015Filha, C. X. (2015). Violências e direitos humanos em pesquisa com crianças. Educação e Pesquisa,41(spe), 1569-1584. https://doi.org/10.1590/S1517-97022015082229
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).

De certa forma, as ações punitivas e coercitivas como modo de “lidar” com a violência nas escolas, por exemplo, vão contra os princípios da promoção da saúde. Os próprios atores sociais envolvidos em contextos vulneráveis podem atuar como recursos humanos treinados e capazes de enfrentar os diversos tipos de situações danosas no espaço escolar.

De acordo com Silva e Assis (2018Silva, F. R.; Assis, S. G. (2018). Prevenção da violência escolar: uma revisão da literatura.Educação e Pesquisa,44(e157305), 1-13. https://dx.doi.org/10.1590/s1517-9702201703157305
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), os programas de prevenção à violência escolar e enfrentamento das práticas violentas nos espaços escolares, devem levar em conta as diferentes características, realidades individuais e coletivas, nas quais o complexo fenômeno da violência escolar está pautado. A reflexão deve levar em conta a realidade concreta dos alunos e da família como parte envolvida nesse processo, bem como questões políticas e ideológicas.

A articulação entre saúde, educação e desenvolvimento social deve ser potencialmente estimulada no ambiente educacional, no entorno e principalmente com os atores sociais envolvidos nesse processo (alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários, família, comunidade), por meio da estratégia das Escolas Promotoras de Saúde (EPS), através do desenvolvimento de Habilidades para a Vida, a promoção da cultura de paz como proposta nas agendas públicas dos governos municipal, estadual e federal (Rivard & Deslandes, 2014Rivard, M. T.; Deslandes, R. (2014). The Healthy School Approach: different perspectives of students and educators. Journal of Education and Learning, 3(2), 135-144. http://dx.doi.org/10.5539/jel.v3n2p135
https://doi.org/10.5539/jel.v3n2p135...
).

De acordo com Rivard e Deslandes (2014Rivard, M. T.; Deslandes, R. (2014). The Healthy School Approach: different perspectives of students and educators. Journal of Education and Learning, 3(2), 135-144. http://dx.doi.org/10.5539/jel.v3n2p135
https://doi.org/10.5539/jel.v3n2p135...
) há algumas estratégias positivas na implementação das EPS, como a participação direta dos professores em atividades criativas com base na educação em saúde e em comportamentos saudáveis, parcerias com a comunidade local no compartilhamento de responsabilidades e de experiências no entorno escolar, bem como intervenções visando a percepção de alunos, professores, funcionários da escola e familiares sobre a saúde escolar.

A promoção da saúde deve encarar a problemática da violência escolar sob um prisma de intervenções focadas na educação em saúde, aliada à identidade individual e coletiva, em suas particularidades e nuances. Esportes e atividades físicas são um exemplo prático dessa afirmação. Propostas de educação em saúde são mais eficazes no que se refere a uma aprendizagem significativa que gera identidade para com a saúde (Grabowski & Thomsen, 2015Grabowski, D.; Thomsen, S. D. (2015). Parkour as Health Promotion in Schools: a qualitative study on health identity. World Journal of Education, 5(3), 37-43. https://doi.org/10.5430/wje.v5n3p37
https://doi.org/10.5430/wje.v5n3p37...
).

O significado que o fenômeno da violência escolar expressa na sociedade é de um problema crescente nos espaços escolares. Diante disso, é uma temática séria que deve ser tratada sob uma visão de cuidado integral e em uma perspectiva intersetorial da escola com as redes de atenção à saúde e demais serviços de proteção social, além da participação direta com a família e a comunidade.

CONCLUSÃO

A violência que ocorre nos espaços escolares gera impactos negativos em todos os atores sociais envolvidos nessa configuração, acarretando danos físicos, psicológicos, prejuízo nas relações interpessoais e familiares, dificuldades no rendimento escolar, agressividade, mudanças de comportamento, dentre outros fatores associados.

Diante disso, é necessário que haja uma articulação intersetorial e multidisciplinar entre a educação, a sociedade, a comunidade local, a escola e a família, para atuarem em soluções conjuntas com relação à problemática da violência escolar.

Os governos municipais, estaduais e a União devem atentar o olhar sobre as escolas, tanto da rede pública quanto da rede privada de ensino, no tocante ao cuidado necessário para se combater práticas violentas nos espaços escolares. As políticas públicas educacionais podem ser reformuladas e fortalecidas no sentido de abarcar programas sociais, ações práticas de educação em saúde nas escolas, projetos de assistência psicológica e educacional, no sentido de trabalhar diretamente com os alunos, professores, funcionários, família e comunidade, programas de treinamento em habilidades sociais e habilidades para a vida, bem como fomentar maior participação e engajamento da família junto à escola.

A mediação de conflitos é uma importante ferramenta no enfrentamento ao fenômeno da violência escolar (em níveis de prevenção à violência e promoção da saúde), ao invés de ações engessadas puramente punitivas e/ou coercitivas, que nem sempre se mostram como a melhor solução dos problemas da violência.

Pesquisas com base nessa temática da violência escolar como o presente trabalho, podem trazer importantes contribuições na solução deste crescente problema, conforme aponta a literatura, o que demanda uma atenção especial no cuidado aos alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários, que fazem parte do espaço escolar, da própria escola em si, das famílias desses atores sociais e da comunidade em seu entorno.

A inserção dos profissionais das áreas da Psicologia e de Serviço social na educação básica e demais redes de ensino, prevista em lei, favorece novas oportunidades de trabalho em ações práticas na escola, sobretudo no que se refere à temática do estudo, como relações interpessoais e no ambiente escolar, mais saudáveis e produtivas, a promoção da saúde de todos os atores sociais envolvidos no espaço escolar, o que pode promover inclusive melhorias no processo ensino-aprendizagem dos alunos, por meio de propostas educativas voltadas para tal fim.

Pesquisas e estudos futuros que abarquem a interrelação entre saúde e educação, como programas de treinamento em habilidades sociais e habilidades para a vida, podem ser importantes vias contributivas no tocante a oportunizar um espaço escolar mais positivo, as diversas relações escolares existentes mais saudáveis, contexto e ambiente escolar mais equilibrado e produtivo e propostas educativas que contemplem sempre práticas voltadas para o bom convívio social, respeito mútuo, confiança e aprendizado com relação às diferenças por parte dos escolares.

A estratégia das Escolas Promotoras de Saúde (EPS) é um marco importante para a produção de novas pesquisas nas áreas de saúde e educação, além de atuar na contribuição de novos olhares sobre as escolas que sofrem com a problemática da violência escolar.

No que se refere aos objetivos fundamentais das estratégias das EPS como educação em saúde em um panorama integral, educação permanente, criação de entornos educativos saudáveis e previsão de serviços de saúde no contexto escolar, tem-se a proposta de desenvolvimento de ações práticas no contexto escolar que visem à promoção da saúde dos atores sociais da escola do ponto de vista físico, emocional, da saúde de relações interpessoais positivas, social, espiritual, político e econômico.

Tais ações desenvolvidas na escola têm o poder de produzir vínculos relacionais saudáveis contra as diversas formas de expressão da violência, o fomento da criação de consciências críticas desses atores sociais, fortalecimento da identidade e da personalidade, noção de justiça social, consciência coletiva e valorização das experiências por meio do vínculo construtivo com os outros.

Agradecimentos

À CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio dado à pesquisa.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    13 Maio 2019
  • Aceito
    13 Maio 2021
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