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Contribuição ao estudo da vascularização arterial do testículo de búfalos da raça Murrah

Contribution to the study of the arterial vascularization of the testicle in buffalo

Resumos

Estudamos o comportamento da artéria testicular, o número e a distribuição dos vasos penetrantes em 30 pares de testículos de búfalos da raça Murrah (Bubalus bubalis), com idade entre 8 meses e 5 anos, procedentes da região de Ilha Solteira, no Estado de São Paulo, mediante a análise de moldes obtidos pela injeção de vinil, na artéria testicular e em seguida corrosão do órgão em ácido sulfúrico a 30%. Encontramos mais freqüentemente (68,4%) a artéria testicular cedendo dois ramos, o cranial e o caudal, com participação equivalente de ambos os ramos na vascularização do órgão (35,0%), ou com predominância do ramo cranial (21,7%) ou do ramo caudal (11,7%). Em outros arranjos, a artéria testicular cede três ramos: o cranial, o médio e o caudal (20,0%) ou ainda número variável de ramos craniais (4 a 7) e caudais (3 a 5) (11,6%) para a vascularização arterial do testículo.

Testículos; Artérias; Búfalos


We studied the vascular pattern of arterial blood supply and the number and distribution of penetrating vessels in 30 pairs of testicles of Murrah buffalos, from 8 months to 5 years old, native from Ilha Solteira (São Paulo-Brazil). The vascular pattern was analyzed in plastic models, obtained by injection of vinilyte in the testicular artery and further corrosion of the organ in 30% sulfuric acid. In these animals the testicular artery showed five vascular arrangements. In one case the artery was divided in two branches, named cranial and caudal in 68.4% which showed: a) equivalent participation of both branches in the arterial vascularization in 35.0%; b) the cranial branch was predominant in 21.7%; and finally the predominant branch was the caudal one in 11.7%. In other studied cases, the testicular artery originated three branches: the cranial, the medial and the caudal ones in 20.0% or that artery originated a varied number of cranial (4-7) and caudal (3-5) branches in 11.6%.

Buffalo; Testicles; Arteries


Contribuição ao estudo da vascularização arterial do testículo de búfalos da raça Murrah

Contribution to the study of the arterial vascularization of the testicle in buffalo

Milton PASSIPIERI1 * 1 Departamento de Zootecnia da UNESP, Ilha Solteira - SP 2 Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - SP Solvente Vinyl VMCHB. 1099. Union Carbide. ** LACA Nitrocelulose vermelho Molibdato. Glasurit do Brasil. ; Vicente BORELLI1 * 1 Departamento de Zootecnia da UNESP, Ilha Solteira - SP 2 Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - SP Solvente Vinyl VMCHB. 1099. Union Carbide. ** LACA Nitrocelulose vermelho Molibdato. Glasurit do Brasil. ; Maria Angélica MIGLINO2 * 1 Departamento de Zootecnia da UNESP, Ilha Solteira - SP 2 Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - SP Solvente Vinyl VMCHB. 1099. Union Carbide. ** LACA Nitrocelulose vermelho Molibdato. Glasurit do Brasil.

Correspondência para:

Maria Angélica Miglino

Departamento de Cirurgia

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP

Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira

Av. Orlando Marques de Paiva, 87

05508-000 – São Paulo – SP

e-mail: miglino@usp.br

RESUMO

Estudamos o comportamento da artéria testicular, o número e a distribuição dos vasos penetrantes em 30 pares de testículos de búfalos da raça Murrah (Bubalus bubalis), com idade entre 8 meses e 5 anos, procedentes da região de Ilha Solteira, no Estado de São Paulo, mediante a análise de moldes obtidos pela injeção de vinil, na artéria testicular e em seguida corrosão do órgão em ácido sulfúrico a 30%. Encontramos mais freqüentemente (68,4%) a artéria testicular cedendo dois ramos, o cranial e o caudal, com participação equivalente de ambos os ramos na vascularização do órgão (35,0%), ou com predominância do ramo cranial (21,7%) ou do ramo caudal (11,7%). Em outros arranjos, a artéria testicular cede três ramos: o cranial, o médio e o caudal (20,0%) ou ainda número variável de ramos craniais (4 a 7) e caudais (3 a 5) (11,6%) para a vascularização arterial do testículo.

UNITERMOS: Testículos; Artérias; Búfalos.

INTRODUÇÃO

Neste estudo procuramos examinar, em testículos de búfalos da raça Murrah, o comportamento da artéria testicular e de seus ramos, bem como o número e distribuição dos vasos penetrantes, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento da Anatomia Comparativa e obter informações visando facilitar a exploração zootécnica daqueles animais.

MATERIAL E MÉTODO

Utilizamos 30 pares de testículos de búfalos (Bubalus bubalis) da raça Murrah, com idade compreendida entre 8 meses e 5 anos, procedentes da região de Ilha Solteira, no Estado de São Paulo, que obtivemos mediante orquiectomia juntamente com o epidídimo e parte do funículo espermático.

Para a obtenção dos moldes representativos da vascularização, injetamos na artéria testicular de 1 a 8 ml de vinil* * 1 Departamento de Zootecnia da UNESP, Ilha Solteira - SP 2 Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - SP Solvente Vinyl VMCHB. 1099. Union Carbide. ** LACA Nitrocelulose vermelho Molibdato. Glasurit do Brasil. , corado em vermelho** * 1 Departamento de Zootecnia da UNESP, Ilha Solteira - SP 2 Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - SP Solvente Vinyl VMCHB. 1099. Union Carbide. ** LACA Nitrocelulose vermelho Molibdato. Glasurit do Brasil. , e a seguir mergulhamos os órgãos em solução de ácido sulfúrico a 30%, durante 96 horas para corrosão.

Para a análise e descrição dos resultados, elaboramos desenho esquemático de cada molde, visto pela face lateral, mostrando as divisões da artéria testicular e de seus ramos, bem como a origem e a distribuição dos vasos penetrantes em relação aos quadrantes dorsocaudal (QDCa), dorsocranial (QDCr), ventrocaudal (QVCa) e ventrocranial (QVCr), que obtivemos traçando dois planos perpendiculares entre eles, sendo o primeiro (x) entre as extremidades do órgão, delimitando as metades cranial e caudal, e o segundo (y) no centro da referida glândula, demarcando as metades dorsal e ventral.

Como estudo estatístico, realizamos o cálculo da porcentagem e mediana (pimentel-Gomes25) relativo ao número e distribuição dos vasos penetrantes nos diferentes grupos divididos por quadrantes. E para verificar a existência de eventuais diferenças entre os testículos direito e esquerdo, empregamos o teste "t" em nível de 5%. Utilizamos para ilustrar esta pesquisa fotografias de moldes planificados com o auxílio de água aquecida até 45°C, representativos dos diferentes arranjos vasculares observados.

RESULTADOS

No estudo dos 60 moldes referentes à vascularização arterial do testículo de búfalos (Bubalus bubalis), verificamos que a artéria testicular alcança a superfície do órgão em correspondência à extremidade cefálica e apresenta trajeto subalbugínico, sendo inicialmente recoberto pela cabeça do epidídimo, para acompanhar a margem epididimária, rumo à extremidade caudal do testículo. Neste percurso, no nível do terço dorsal, médio ou ventral do órgão, a artéria testicular fornece um ramo cranial e outro caudal, ou os ramos cranial, médio e caudal, ou, ainda, número variável de ramos craniais e caudais, configurando cinco diferentes arranjos vasculares (Grupos A, B, C, D e E).

A a. testicular, com maior freqüência (41 vezes - 68,4%) cede para a vascularização do testículo: dois ramos, o cranial e o caudal, com participação equivalente (21 vezes - 35,0% - Grupo A), predomínio do ramo cranial (13 vezes - 21,7% - Grupo B) ou do ramo caudal (7 vezes - 11,7% - Grupo D) ou, ainda, em alguns casos fornece 3 ramos - o cranial, o médio e o caudal, (12 vezes - 20,0% - Grupo C), ou, finalmente, número variável de ramos, isto é, de 4 a 7 ramos craniais e de 3 a 5 ramos caudais (7 vezes - 11,6% - Grupo E). Os grupos estão descritos a seguir.

GRUPO A - Equivalência de participação dos ramos cranial e caudal da artéria testicular na vascularização arterial do testículo (Tab. 1 e Fig. 1).

Tabela 1

Figura 1

Ainda neste grupo, verificamos 7 anastomoses, em 5 preparações, sendo 3 entre vasos penetrantes, 2 entre colaterais e vasos penetrantes, 1 entre o ramo caudal e 1 colateral e 1 entre 2 colaterais. GRUPO B - Predomínio do ramo cranial da artéria testicular na vascularização arterial do testículo (Tab. 2 e Fig. 2).

Tabela 2

Figura 2

Neste grupo, verificamos 2 anastomoses, sendo um entre o ramo cranial e um colateral e a outra entre um colateral e um vaso penetrante. GRUPO C - Participação de três ramos - cranial, médio e caudal da artéria testicular na vascularização arterial do testículo (Tab. 3 e Fig. 3).

Tabela 3

Figura 3

Neste grupo verificamos também 3 anastomoses em 2 preparações, sendo uma entre vasos penetrantes, outra entre colateral e vaso penetrante, a terceira entre o ramo cranial e um colateral.

GRUPO D - Predomínio do ramo caudal da artéria testicular na vascularização arterial do testículo (Tab. 4 e Fig. 4).

Tabela 4

Figura 4

Neste grupo, verificamos também 3 anastomoses em 3 preparações, sendo duas entre colaterais e vasos penetrantes e uma entre colaterais. GRUPO E - Participação de número variável de ramos craniais e caudais da artéria testicular na vascularização arterial do testículo (Tab. 5 e Fig. 5).

Tabela 5

Figura 5

Neste grupo, verificamos 3 anastomoses em 3 preparações, sendo uma entre colaterais, outra entre o ramo cranial e um colateral e a última entre vaso penetrante e colateral.

Nas preparações agora estudadas, independente dos diferentes arranjos apresentados pela artéria testicular, identificamos, em medianas (Tab. 6), que nos testículos direito e esquerdo, o quadrante dorsocaudal apresenta-se com maior número de vasos penetrantes, seguido pelos quadrantes dorsocranial, ventrocranial e ventrocaudal. Na análise estatística, quanto ao número de vasos penetrantes destinados aos testículos direito e esquerdo, não verificamos diferenças significativas com o teste "t" em nível de 5%.

Tabela 6

DISCUSSÃO

Para designar a artéria responsável pela vascularização do testículo em diversos animais, os autores utilizaram denominações diferentes, como: a. espermática interna ou grande testicular (Bossi4), a. espermática ou grande testicular (Bimar1), a. grande testicular (Mongiardino21; Lesbre18), a. espermática (Bourdelle; Bressou5), a. espermática interna (Mannu20; Whites; Moule31; Koch; apud Rodrigues17; Schwarze; Schroder5 e White30) e a. testicular (Harrison12; Kirby16; Setchel28; Godinho et al.11; Fehlings9; Getty10; Pal; Bharadwaj24; Visintin29; De Vuono7; Lopes19; Moretti22; Bohórquez Mahecha2 e Rodrigues26), designação esta que consta do International Committee on Veterinary Gross Anatomical Nomenclature15, e que também adotamos.

De outra parte, para indicar as principais contribuições da artéria testicular, antes de ela adentrar ao parênquima, utilizamos os termos ramos cranial, caudal, médio e adicional e, para as contribuições oriundas destes ramos ou correspondentes, as utilizadas por vários pesquisadores (Visintin29; De Vuono7; Lopes19; Moretti22; Bohórquez Mahecha2 e Rodrigues26), enquanto outros autores utilizaram: ramificações delgadas (Lesbre18); ramos testiculares profundos (Bruni; Zimmerl6), aa. radiais centrípetas (Hofmann14), ramos penetrantes (Godinho et al.11), ramos intratesticulares (Dhingra8), ramos secundários e terciários (Pal; Bharadwaj24).

Para indicar as extremidades e margens do testículo, adotamos a nomenclatura do International Committee on Veterinary Gross Anatomical Nomenclature15, que recomenda para as extremidades: Extremitas capitata e Extremitas caudata e para as margens: Margo epididymalis e Margo líber, termos estes também encontrados em trabalhos de outros autores (Godinho et al.11; Visintin29; Bohórquez Mahecha2; e Rodrigues26).

Nas descrições sobre o comportamento da artéria testicular em diversos animais, observamos divergências, provavelmente pelas diferentes denominações atribuídas particularmente às extremidades e margens do órgão, pela posição variável dos testículos ou ainda em face da descrição genérica do assunto. (Bossi 4; Bimar1; Mannu20; Wolfran32; Harrison; Weiner13; Kirby16; White30 e Nickel et al.23). Assim, a Extremitas capitata é também chamada de pólo superior (Wolfran32; Harrison; Weiner13 e Kirby16), de extremidade superior (Bimar1 e Mannu20), pólo cranial (White30) e extremidade cranial (Nickel et al.23), enquanto a Extremitas caudata é denominada pólo inferior (Wolfran32; Harrison12; Harrison; Weiner13 e Kirby16), extremidade caudal (Mannu20), superfície caudal (Koch17, apud Rodrigues17), pólo caudal (Setchell28) e pólo distal (White30). Já a Margo epididymalis é também chamada de margem anterior ou cranial (Bossi4), borda ou margem superior (Mongiardino21; Lesbre18; e Bourdelle; Bressou5), bordo posterior (Bimar1), margem ou borda dorsal (Mannu20), bordo epididimário (Setchell28), margem epididimária (Schwarze; Schroder27 e Fehlings9), enquanto a Margo líber recebe a denominação de margem ou borda inferior (Mongiardino21 e Bourdelle; Bressou5) e margem ventral (Mannu20).

Ainda sobre os vasos oriundos da artéria testicular, encontramos diferentes informações, isto é, que esta artéria emite: numerosos ramos (Mongiardino21; Lesbre18 e Mannu20), simplesmente ramos (Whites; Moule31 e Dhingra8); colaterais sinuosos (Bourdelle; Bressou5); ramos acessórios e terminais (Wolfran32), ramos testiculares superficiais e ramos testiculares profundos (Bruni; Zimmerl6); ramos penetrantes (Godinho et al.11); diversos ramos (Bimar1); dois ramos de calibres desiguais (Kirby16 e Borthakur; Dhingra3), apenas dois ramos (Setchell28), dois ou três ramúsculos (Bossi4), três a quatro ramos (Harrison12 e Harrison; Weiner13), dois ramos calibrosos e desiguais, respectivamente a. testicular caudalis e a. testiculares lateralis (Koch17apud Rodrigues17), ramos lateral e medial (Visintin29; De Vuono7; e Lopes19), bifurca-se regularmente no Ramus testiculares medialis e Ramus testiculares lateralis (Fehlings9), ramos lateral, intermédio e medial, em ovinos (Rodrigues26), informações estas que coincidem parcialmente com nossos achados. Por outro lado, observamos 8 vezes (13,3%) em búfalos, o ramo adicional cedendo vasos penetrantes aos quadrantes ventrais e dorsais. A presença destes ramos foi registrada genericamente em bovinos (Kirby16 e Fehlings9) e com maior precisão 4 vezes (6,7%) em zebuínos, (Visintin29), 15 vezes (25,0%) em taurinos (Lopes19), 8 vezes (12,3%) em jumentos nordestinos (De Vuono7) e 13 vezes (21,7%) em suínos (Moretti22).

Quanto ao número total de vasos penetrantes, que em búfalos da raça Murrah registramos como mediana e valores mínimo e máximo, respectivamente, 29,0 (18,0 e 49,0) para o testículo direito e 30,0 (17,0 e 49,0) para o testículo esquerdo, apenas se aproximam dos valores 31 a 43 (35,9 + 3,2) encontrados por Godinho et al.11 em búfalos e representam como mediana os menores valores até agora registrados, em relação aos animais estudados com o mesmo método. Entendemos, pelas observações até aqui realizadas, que o número de vasos penetrantes varia segundo a espécie estudada e não depende do tipo de arranjo vascular apresentado pela artéria testicular.

Quanto às anastomoses que observamos em búfalos, 18 vezes - 30,0% - entre vasos penetrantes, colaterais e ramos da artéria testicular, foram encontradas também em taurinos 16 vezes - 26,7% (Lopes19), em ovinos 2 vezes - 3,3% (Rodrigues26), em jumentos nordestinos 12 vezes - 20,0% (De Vuono7), em eqüinos 17 vezes - 28,3% (Bohórquez Mahecha2) e em suínos 57 vezes - 95% (Moretti22), fato que merece ser melhor pesquisado visando determinar a freqüência e o significado funcional dessas anastomoses, nas espécies domésticas e silvestres.

Finalmente, quanto à análise estatística, cabe ressaltar que o número de vasos penetrantes não difere de forma significativa ao nível de 5%, quando confrontamos os testículos direito e esquerdo, como acontece também em zebuínos (Visintin29), taurinos (Lopes19), suínos (Moretti22), eqüinos (Bohórquez Mahecha2) e ovinos (Rodrigues26).

CONCLUSÕES

Considerando-se os resultados apresentados, julgamos poder concluir que:

1- em búfalos da raça Murrah, a artéria testicular alcança o testículo em correspondência a sua extremidade cranial e durante o seu trajeto sinuoso, subalbugínico e lateral ao corpo do epidídimo em direção à extremidade caudal, cede a partir dos seus terços dorsal, médio e ventral, dois ou mais ramos, apresentando cinco diferentes arranjos vasculares;

2- para a vascularização do testículo, a a. testicular cede os ramos cranial e caudal em 68,4%, dos casos (Grupo A, B, D) ou os ramos cranial, médio e caudal em 20% (Grupo D), e número variável de ramos em 11,6% dos casos (Grupo E);

3- a artéria testicular, antes de ceder seus principais ramos de divisão, pode emitir um vaso de pequeno calibre, o ramo adicional que, após trajeto sinuoso, fornece vasos penetrantes para os quadrantes caudais ou craniais;

4- foram encontradas anastomoses entre os ramos da a. testicular, entre vasos penetrantes e entre ramos colaterais;

5- a ocorrência dos vasos penetrantes nos testículos direito e esquerdo caracteriza uniformidade de distribuição por quadrante;

6) não há diferença entre o número de vasos penetrantes encontrados nos testículos direito e esquerdo.

SUMMARY

We studied the vascular pattern of arterial blood supply and the number and distribution of penetrating vessels in 30 pairs of testicles of Murrah buffalos, from 8 months to 5 years old, native from Ilha Solteira (São Paulo-Brazil). The vascular pattern was analyzed in plastic models, obtained by injection of vinilyte in the testicular artery and further corrosion of the organ in 30% sulfuric acid. In these animals the testicular artery showed five vascular arrangements. In one case the artery was divided in two branches, named cranial and caudal in 68.4% which showed: a) equivalent participation of both branches in the arterial vascularization in 35.0%; b) the cranial branch was predominant in 21.7%; and finally the predominant branch was the caudal one in 11.7%. In other studied cases, the testicular artery originated three branches: the cranial, the medial and the caudal ones in 20.0% or that artery originated a varied number of cranial (4-7) and caudal (3-5) branches in 11.6%.

UNITERMS: Buffalo; Testicles; Arteries.

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Recebido para publicação: 12/07/1996

Aprovado para publicação: 09/05/1997

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

a. – artéria
A.T. – artéria testicular
D. – direito
Dcr. – dorsocranial
L. – lateral
n. – número
QDCr. – quadrante dorsocranial
ra. – ramo adicional
RM. – ramo médio
Vca. – ventrocaudal
Y. – eixo transversal do testículo
Crn. – vaso penetrante oriundo do ramo cranial
Mn. – vaso penetrante oriundo do ramo
medial
R Cr. – ramo cranial
X. – eixo longitudinal do testículo aa – artérias
°C. – grau centígrado caudal
D Ca. – dorsocaudal
E. – esquerdo
M. – medial
OBS, obs. – observação (mês)
QVCa. – quadrante ventrocaudal
QVCr. – quadrante ventrocranial
R Ca. – ramo caudal
s.d. – sem data
V Cr. – ventrocranial
Can. – vaso penetrante oriundo do ramo caudal
QDCa. – quadrante dorsocaudal
Fig. – Figura
To. – total
  • 1
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    1 Departamento de Zootecnia da UNESP, Ilha Solteira - SP
    2 Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - SP
    Solvente Vinyl VMCHB. 1099. Union Carbide.
    **
    LACA Nitrocelulose vermelho Molibdato. Glasurit do Brasil.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Ago 2000
    • Data do Fascículo
      1998

    Histórico

    • Recebido
      12 Jul 1996
    • Aceito
      09 Maio 1997
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