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RESUMOS DE TESES

Gestão do conhecimento em organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo

ALVARENGA NETO, Rivadávia C. Drummond de. Gestão do conhecimento em organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo. 2005. 400 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) — Escola de Ciência da Informação, UFMG, Belo Horizonte.

Investiga a temática denominada Gestão do Conhecimento - GC - em três grandes organizações atuantes no Brasil, procurando discutir seu conceito, elementos constituintes, áreas fronteiriças e interfaces, origens, abordagens gerenciais e ferramentas, dinâmica e demais aspectos, pari passu ao distanciamento da discussão puramente terminológica, de viés ingênuo, ensimesmado e inócuo. Os pressupostos básicos foram dois: (i) grande parte do que se convenciona chamar ou atribui-se o nome de gestão do conhecimento é, na verdade, gestão da informação e a gestão da informação é apenas um dos componentes da gestão do conhecimento. Acredita-se que a gestão do conhecimento vá além da pura gestão da informação por incluir e incorporar outros aspectos, temas, abordagens e preocupações como as questões de criação, uso e compartilhamento de informações e conhecimentos, criação do contexto adequado ou contexto capacitante, dentre outros; (ii) um modelo conceitual pode ser formulado a partir de três concepções básicas formadoras das estruturas ou pilares nas quais este mesmo modelo ou mapa se fundamenta e se sustenta: (a) uma concepção estratégica da informação e do conhecimento, fatores de competitividade para organizações e nações, (b) a introdução de tal estratégia nos níveis tático e operacional através das várias abordagens gerenciais e ferramentas orientadas para as questões da informação e do conhecimento nas organizações, que se chamam continuamente ao diálogo, sendo imbricadas e passíveis de orquestração e (c) a criação de um espaço organizacional para o conhecimento, o Ba ou o contexto capacitante - que são as condições favoráveis que devem ser propiciadas pelas organizações para que a mesma possa sempre se utilizar da melhor informação e do melhor conhecimento disponíveis. Objetivou-se investigar e analisar, a partir de uma perspectiva sistêmica, as concepções, estratégias, motivações, abordagens, práticas, efeitos e resultados de áreas, programas ou projetos de gestão do conhecimento efetivamente implementados e utilizados em três organizações brasileiras adotantes da gestão do conhecimento, com vistas à proposição de um modelo ou mapa conceitual integrativo. A estratégia de pesquisa qualitativa utilizada foram os estudos de casos múltiplos com unidades de análise incorporadas e três critérios foram observados para o julgamento da qualidade do projeto de pesquisa: a validade do construto, a validade externa e a confiabilidade. Fontes múltiplas de evidências foram utilizadas e, para a análise de dados coletados em campo, optou-se pela proposta de MILES e HUBERMAN (1984) que sugerem que a análise qualitativa consiste de três fluxos concomitantes de atividades: redução de dados, display ou exibição de dados e verificação/conclusões com base em inferênciaS a partir de evidências ou premissas. Os resultados confirmaram os pressupostos e afirma-se que a GC significa um repensar da gestão para as organizações da era do conhecimento. O enfoque deriva-se do entendimento de que a informação e o conhecimento constituem-se como os principais fatores de competitividade dos tempos atuais para organizações e nações. O trabalho permitiu identificar que os principais desafios impostos às organizações comprometidas com a gestão do conhecimento concentram-se na gestão de mudanças culturais e comportamentais e na criação de um contexto organizacional favorável à criação, uso e compartilhamento de informações e conhecimentos.

Modelagem de dados como ferramenta de análise de padrões de metadados em bibliotecas digitais : o padrão de metadados brasileiro para teses e dissertações segundo o modelo entidade-relacionamento

LOURENÇO, Cíntia de Azevedo Lourenço. Modelagem de dados como ferramenta de análise de padrões de metadados em bibliotecas digitais: o padrão de metadados brasileiro para teses e dissertações segundo o modelo entidade-relacionamento. 2005. 161 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) — Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Nas últimas décadas, com a automatização dos sistemas de informação e com o advento das bibliotecas digitais, normas, padrões e técnicas da biblioteconomia têm sido amplamente discutidos, analisados, reavaliados e reestruturados. Dentre esses se incluem os instrumentos normativos destinados à representação descritiva, como o Formato de Catalogação Legível por Computador — MARC -, o Código de Catalogação Anglo-Americano — AACR - e a Norma Internacional de Descrição Bibliográfica — ISBD -, que têm se constituído em objetos de estudos teóricos, visando-se ao desenvolvimento e aperfeiçoamento dos padrões de metadados para bibliotecas digitais. Objetiva analisar o padrão brasileiro de metadados para teses e dissertações, o MTD-BR, utilizado no projeto da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, patrocinado e dirigido pelo Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica — IBICT -, utilizando a metodologia de modelagem de dados, de acordo com as Exigências Funcionais para Descrição Bibliográfica — FRBR -, proposta por um grupo de estudos específico da Federação Internacional das Associações de Bibliotecas — IFLA -, baseada no modelo entidade-relacionamento - MER. Esta metodologia foi aplicada inicialmente ao ISBD(G) e os resultados foram apresentados no relatório final do FRBR. Deste trabalho, a mesma metodologia foi a base de dois estudos realizados por Tom Delsey, da Biblioteca Nacional do Canadá, sendo aplicada ao MARC e ao AACR. Sua aplicação nesta tese será a primeira iniciativa no Brasil de aplicação da metodologia do FRBR de modelagem de dados ao padrão do MTD-BR. Este estudo apresenta as potencialidades da modelagem de dados na construção de bibliotecas digitais. Os resultados permitiram identificar alguns pontos de reflexão no desenvolvimento de uma versão nova do padrão do MTD-BR, além das propostas de ampliação dos elementos de metadados deste padrão. Evidenciou-se ser essencial que novos estudos devem ser realizados, usando a aplicação desta metodologia aos outros padrões de metadados, mesmo que analisados com outras ferramentas de modelagem de dados, como o modelo orientado a objeto, amplamente aplicado à projetos de sistemas de informação, considerando sua relação com as normas, princípios e instrumentos da biblioteconomia. Espera-se que não somente a representação descritiva possa ser melhorada com este tipo dos estudos, mas também a área de representação temática.

A edificação urbana como expressão da prática informacional: análise do campo tectônico de Belo Horizonte

NASCIMENTO, Denise Morado. A edificação urbana como expressão da prática informacional: análise do campo tectônico de Belo Horizonte. 2005. 194f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Escola de Ciência da Informação, UFMG, Belo Horizonte.

Parte do entendimento da edificação urbana como produto sintetizador da arte de construir edifícios, imerso em suas dimensões sociais e culturais. Procura reconhecer a informação concernente ao campo de conhecimento em que a edificação urbana se insere e compreender as relações sociais de seus sujeitos, como elementos para o entendimento da informação como prática social. Para tal, investigou-se (a) a edificação urbana como objeto tectônico, fruto do conjunto de ações culturais e informacionais, das interações sociais e as significações simbólicas; (b) a informação vista pela perspectiva sócio-cultural, alicerçada pela análise de domínio que permite constituir as práticas informacionais das comunidades discursivas de um domínio de conhecimento a partir de suas estruturas informacionais; e (c) o espaço social estruturado pelo conjunto de ações, representações e interações sociais que os sujeitos enfrentam, além de suas características sociais. Definiu-se a revista Pampulha, publicada por um grupo de arquitetos de Belo Horizonte, entre os anos de 1979 e 1984, como a base empírica. Conclui que instaurar um outro modo de olhar a edificação urbana — o objeto tectônico é expressão de uma prática informacional.

Redes de conhecimento : o compartilhamento da informação e do conhecimento em consórcio de exportação do setor moveleiro

TOMAÉL, Maria Inês. Redes de conhecimento : o compartilhamento da informação e do conhecimento em consórcio de exportação do Setor Moveleiro. 2005. 289 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) — Escola de Ciência da Informação. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005.

O compartilhamento da informação e a construção do conhecimento nas redes, que permeiam o consórcio de exportação de móveis — Conex —, foram estudados tendo-se como foco as redes de conhecimento que são caracterizadas pelas relações desenvolvidas pelos atores que partilham informação e conhecimento. Estudar essas interações, próprias das redes de conhecimento — que produzem o compartilhamento da informação e a construção do conhecimento —, no âmbito do Conex, foi o propósito central desta pesquisa. Mapeou-se sua rede social, identificou-se o processo de construção do conhecimento e distinguiu-se o caráter localizado da inovação. A metodologia empregada foi a Análise de Redes Sociais — ARS -, que consiste em uma estratégia para investigar a estrutura social, que configura as redes e apresenta os indicadores referentes ao direcionamento dos fluxos da informação. Para obter maior consistência com a investigação uniu-se a abordagem quantitativa peculiar à ARS à qualitativa. Os resultados evidenciam que a informação é um importante elemento que incita à construção do conhecimento e pode culminar em inovação. O processo de construção do conhecimento é dependente, sobretudo da interação espontânea que possibilita a cooperação com maior propriedade, levando os atores a se estruturarem em rede, conseqüência de todo o envolvimento característico das interações que iniciam pelo compartilhamento de informação que, no âmbito do Conex, incidiu na inovação de gestão e foi sinérgica com os processos empresariais. Os atores que recebem mais informação, na rede, são os mais influentes e os mais comprometidos com os projetos do consórcio, além de colaborarem para o fortalecimento de capacidades individuais e coletivas. A rede de conhecimento desponta como um importante ambiente, para o compartilhamento da informação e construção do conhecimento, que fortalece os projetos e processos empresariais, tornando-lhes imprescindível e provoca mudanças no conhecimento dos atores, além de refletir em suas ações transformando seu ambiente.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Dez 2006
  • Data do Fascículo
    Abr 2006
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